Questõesde UNIOESTE sobre Filosofia

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UNIOESTE 2019 - Filosofia

Leia o trecho a seguir.


“Qualquer conceito empírico de doença conserva uma relação com o conceito axiológico da doença. Não é, portanto, um método objetivo que qualifica como patológico um determinado fenômeno biológico. É sempre a relação com o indivíduo doente, por intermédio da clínica, que justifica a qualificação de patológico. Embora admitindo a importância dos métodos objetivos de observação e de análise na patologia, não parece possível que se possa — com absoluta correção lógica — falar em ‘patologia objetiva’. É claro que a patologia pode ser metódica, crítica, armada de meios experimentais. Essa patologia pode ser considerada objetiva, em relação ao médico que a pratica. Mas a intenção do patologista não faz com que seu objeto seja uma matéria desprovida de subjetividade. Pode-se praticar objetivamente,isto é, imparcialmente, uma pesquisa cujo objeto não pode ser concebido e construído sem referência a uma qualificação positiva e negativa; cujo objeto, portanto, não é tanto um fato mas, sobretudo, um valor.”

CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.


O trecho acima apresenta um contraste entre aspectos subjetivos e objetivos característicos da construção dos objetos das ciências médicas. Com base nesse trecho, indique a alternativa que expressa de maneira CORRETA a atitude de Canguilhem com relação à conceituação do patológico.

A
Todas as doenças são fenômenos biológicos e, por isso, podem ser ditas objetivas e desprovidas de subjetividade.
B
Todas as doenças são construtos sociais e, por isso, podem ser ditas subjetivas e desprovidas de objetividade.
C
Todas as doenças têm um componente psicossomático e, por isso, podem ser ditas subjetivas e desprovidas de objetividade.
D
Todas as doenças são fenômenos biológicos objetivos reconhecidos como patológicos por critérios sobretudo subjetivos.
E
Todas as doenças são processos biológicos objetivos e podem ser revertidas por processos sobrenaturais subjetivos.
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UNIOESTE 2019 - Filosofia

Na palestra que contém o trecho abaixo citado, Antonio Candido defende a fruição das artes, e da literatura em particular, como direito inalienável dos seres humanos, uma vez que ela nos humaniza. Segundo o autor, devemos encará-la como uma profunda necessidade, do mesmo tipo que a necessidade de alimentação, moradia, vestuário, do amparo da justiça ou da instrução.

“Entendo aqui por humanização (...) o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante.”


CANDIDO, Antonio. “O Direito à Literatura”. In: Vários Escritos. São Paulo: Duas Cidades. 2004.


A partir do exposto, assinale a alternativa que expressa de maneira CORRETA a associação entre os direitos humanos e a fruição artística.

A
As artes, e a literatura em particular, são imprescindíveis à aquisição de bens materiais.
B
As artes, e a literatura em particular, são promotoras exclusivas da liberdade, da fraternidade e da igualdade entre os homens.
C
As artes, e a literatura em particular, são imprescindíveis à efetivação de uma sociedade sem classes.
D
As artes, e a literatura em particular, são promotoras exclusivas de valores pacíficos e de boa convivência.
E
As artes, e a literatura em particular, são imprescindíveis à plena realização da pessoa humana, no mundo e em sociedade.
797f20aa-c4
UNIOESTE 2019 - Filosofia

“(...) Há alguns que, mesmo não ignorando os seus próprios limites, buscam o saber com tal afinco e insistem tão obstinadamente no estudo, que merecem obter, por obra da vontade, aquilo que não obteriam pela eficácia do estudo em si. Mas há outros os quais, sentindo que nunca poderiam compreender as coisas altíssimas, desprezam também as coisas mínimas e, como que repousando em seu próprio torpor, tanto mais perdem a luz da verdade nas coisas sumas, quanto mais fogem das coisas mínimas que poderiam aprender”.


HUGO DE SÃO VITOR, Didascálicon, p. 43.


Sobre o excerto acima, considere as seguintes afirmações:

I. Todos os seres humanos são iguais em não saber, porque são limitados.
II. Saber é um dom da natureza e não depende nem de esforço nem de nenhum tipo de exercício.
III. Não saber é determinado pela pobreza do patrimônio familiar que dificulta o estudo.
IV. Não saber é questão de incapacidade e não pode ser superado. V. Não saber e não querer saber são duas coisas bem diversas.


Sobre as afirmações acima, assinale a alternativa CORRETA.

A
Somente uma está incorreta.
B
Somente uma está correta.
C
Duas estão corretas e três estão incorretas.
D
Todas estão corretas.
E
Todas estão incorretas.
7981dd3c-c4
UNIOESTE 2019 - Filosofia

“Ao chegar a Londres, um francês encontrará tudo muito mudado em filosofia, e também no resto. Deixou o mundo cheio, encontrou-o vazio. Em Paris, vê-se o universo composto de turbilhões de matéria sutil, em Londres, não se vê nada disso. Entre nós, a pressão da Lua causa o fluxo do mar; entre os ingleses, o mar gravita em direção à Lua (…)”


VOLTAIRE, Cartas Inglesas. Carta XIV: Descartes e Sir Isaac Newton.

Na décima quarta das Cartas inglesas, Voltaire identifica o atraso francês diante da superioridade inglesa não apenas no campo do conhecimento científico, mas com relação às instituições que o produzem. Ao fim, Voltaire contrapõe o itinerário tortuoso de Descartes às estáveis condições produtivas de Newton a fim de aquilatar duas grandes figuras da filosofia natural na modernidade. Assinale a alternativa que expressa CORRETAMENTE o contraste entre as filosofias naturais de Descartes e de Newton.

A
A diferença entre a res cogitans cartesiana e a res extensa newtoniana.
B
A diferença entre a filosofia empirista de Descartes e o racionalismo apriorista da gravitação de Newton
C
A diferença entre a metafísica estritamente mecanicista da física cartesiana e a dinâmica exposta na física newtoniana.
D
A diferença entre a vida na conturbada capital francesa e nos silenciosos arredores da capital da Grã-Bretanha.
E
A diferença entre o regime das marés em países insulares e países continentais.
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UNIOESTE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

Leia os dois trechos a seguir.


“(...) a imaginação é algo diverso tanto da percepção sensível quanto do raciocínio (...) imaginação será o movimento que ocorre pela atividade da percepção sensível. (...) E porque [as imagens produzidas passivamente a partir da percepção sensível] perduram e são semelhantes às percepções sensíveis, os animais fazem muitas coisas com elas: (...) como os homens, por terem o intelecto algumas vezes obscurecido pela doença ou pelo sono.” 

ARISTÓTELES, De Anima. Trad.: Maria Cecília Gomes dos Reis. São Paulo: Editora 34, 2006.

“(...) em geral, a palavra imagem está cheia de confusão na obra dos psicólogos: veem-se imagens, reproduzem-se imagens, guardam-se imagens na memória. A imagem é tudo, exceto um produto direto da imaginação. Na obra de Bergson Matéria e Memória, em que a noção de imagem tem uma grande extensão, uma única referência (p. 198) é dedicada à imaginação produtora. Essa produção fica sendo então uma atividade de liberdade menor, que quase não tem relação com os grandes atos livres, trazidos à luz pela filosofia bergsoniana. (...) Propomos, ao contrário, que se considere a imaginação como um poder maior da natureza humana. Certamente não adianta nada dizer que a imaginação é a faculdade de produzir imagens. Mas essa tautologia tem ao menos o interesse de deter as assimilações das imagens às lembranças.”


BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Trad.: A.C. Leal; Lídia Leal. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.


Segundo os trechos de Aristóteles e de Bachelard, acima, é CORRETO dizer que:

A
Aristóteles e Bachelard coincidem na avaliação da imaginação passiva e na avaliação da imaginação produtiva.
B
Aristóteles afirma que os seres humanos se valem da imaginação somente quando privados da intelecção. Essa mesma tese é partilhada, mais de dois mil anos depois, por Bachelard, que critica a subordinação da imaginação à memória, como era frequente para a psicologia de sua época e observado mesmo em Bergson.
C
em Aristóteles, a imaginação é uma mudança provocada pela percepção sensível de algo, mas essa mudança não é ainda o raciocínio. Somente aquele que dorme ou está doente recorre à imaginação para compreender a realidade. Gaston Bachelard, contrariamente, advoga uma imaginação produtiva, de poder tão grande quanto a memória ou quanto a razão na natureza humana.
D
no passado clássico grego, a imaginação era objeto de defesa dos filósofos, pois as divindades eram todas imaginárias; por isso Aristóteles, para denunciar esse traço, estuda a imaginação ao lado da percepção (dependendo dela) e do raciocínio (menor que ele). A razão, assim, supera o mito. Já o pensador francês contemporâneo Gaston Bachelard põe a imaginação produtiva acima de todas as faculdades humanas e, com isso, abre as portas a um novo misticismo religioso.
E
as teses de Aristóteles e de Bachelard divergem quanto à imaginação passiva, dependente da percepção e subordinada à razão, mas convergem quanto à imaginação produtiva, autônoma em relação à percepção sensível.
797c3278-c4
UNIOESTE 2019 - Filosofia - Provas da Existência Divina: Ontologia, Cosmologia e Teleologia, A Experiência do Sagrado

“(...) Em primeiro lugar, como ninguém pode amar uma coisa de todo ignorada, deve- -se examinar com diligência de que natureza é o amor dos estudantes, entendendo-se por estudantes os que ainda não sabem, mas desejam saber. Naqueles casos em que a palavra estudo não é usual, podem existir amores de ouvido: como quando o ânimo se acende em desejo de ver e de gozar devido à fama de alguma beleza, porque possui uma noção genérica das belezas corpóreas pelo fato de ter visto muitas delas, e existe no interior dele algo que aprova o que no exterior é cobiçado. Quando isto acontece, o amor não é paixão de uma coisa ignorada, pois já conhece seu gênero. Quando amamos um varão bondoso, cujo rosto nunca vimos, amamo-lo pela notícia das virtudes que conhecemos na própria verdade”


SANTO AGOSTINHO, De Trinitade, livro 10.


A partir do texto de Santo Agostinho, assinale a alternativa CORRETA.

A
Amamos porque desconhecemos; se conhecemos, não amamos.
B
Em primeiro lugar, não existe amor entre os estudantes.
C
O amor desconhece o seu gênero porque somos livres.
D
Basicamente, os amores de ouvido são superiores.
E
Aquilo que amamos não é de todo ignorado.
797989ec-c4
UNIOESTE 2019 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

“Então, considera o que segue (...). O que me parece é que, se existe algo belo além do Belo em si, só poderá ser belo por participar desse Belo em si. O mesmo admito de tudo mais. Admites essa espécie de causa?”


PLATÃO, Fédon, 100 c. Belém: Ed. UFPA, 2011.


Sobre o excerto acima, considere as seguintes afirmações:

I. A hipótese platônica das Ideias (ou hipótese das Formas) compreende a Ideia como causa do ser das coisas.
II. “Participação” é o modo pelo qual a Ideia dá causa às coisas.
III. O Belo corresponde à Forma; a coisa bela é a Ideia.
IV. A teoria ou hipótese das Ideias distingue entre entidades supratemporais que são em si mesmas, frente a entidades que não são por si mesmas e estão submetidas ao devir. As primeiras são causa do ser das últimas.


Sobre as afirmações acima, assiale a alternativa CORRETA.

A
Somente uma está incorreta.
B
Somente uma está correta.
C
Duas estão corretas e duas estão incorretas.
D
Todas estão corretas.
E
Todas estão incorretas.
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UNIOESTE 2016 - Filosofia - O que é a Filosofia, O Fazer Filosófico

Martin Heidegger (1889-1976) afirmou: “ser homem já significa filosofar”. Sua tese é a seguinte: o homem se caracteriza pela distinção entre o “é” e as características de qualquer coisa, ou seja, de qualquer ente; com isso, no encontro cotidiano com os entes, antecipadamente (antes de encontrá-los e conhecê-los) sabemos (a) que eles são e (b) que eles não são o “ser”, que são diferentes de sua “existência”. Eis por que todos podemos, a qualquer instante, nos lançar às perguntas pelo ser dos entes e pelo sentido do ser em geral, ou seja, às perguntas filosóficas. Independente de filosofarmos expressamente, as questões e a força para a investigação, portanto, estariam na raiz mesma de nosso ser, e precedem todo conhecimento e pensamento aplicado.

De modo análogo, a primeira frase da Metafísica de Aristóteles afirma: “Todos os seres humanos tendem essencialmente ao Saber”. Essa tendência essencial significa que uma propensão para o Saber está presente, ainda que inexplorada, em todos os seres humanos. Como Aristóteles escolheu, para o Saber, uma palavra grega que se assemelha ao “Ver” imediato (eidénai), pode-se compreender que se trata tanto do conhecimento em geral quanto (e principalmente) do Saber metafísico, sobre o princípio essencial ou estrutura metafísica da realidade. Em suma, Aristóteles já estaria dizendo que ser homem significa filosofar.


Com base no que foi dito, marque a alternativa CORRETA.

A
Uma contradição total reina entre as teses contemporâneas e gregas, em filosofia.
B
Não tem importância central a atenção nem a interpretação das formulações e termos filosóficos.
C
Segundo Heidegger, a distinção entre o ente e o ser torna possível o pensamento.
D
Aristóteles afirma a tendência essencial do ser humano a ficar preso ao sentido da visão, nas sombras.
E
Heidegger e Aristóteles têm como tese que filosofar expressamente é um destino humano comum.
f2e572f5-af
UNIOESTE 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Texto 1: “Por princípio da utilidade entende-se aquele princípio que aprova ou desaprova qualquer ação, segundo a tendência que tem a aumentar ou a diminuir a felicidade da pessoa cujo interesse está em jogo, ou, o que é a mesma coisa em outros termos, segundo a tendência de promover ou comprometer a referida felicidade. Digo qualquer ação, com o que tenciono dizer que isto vale não somente para qualquer ação de um indivíduo particular, mas também de qualquer ato ou medida de governo. [...] A comunidade constitui um corpo fictício, composto de pessoas individuais que se consideram como constituindo os seus membros. Qual é, nesse caso, o interesse da comunidade? A soma dos interesses dos diversos membros que integram a referida comunidade”. (BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 10)

Texto 2: “Para compreendermos o valor que Mill atribui à democracia, é necessário observar com mais atenção a sua concepção de sociedade e indivíduo [...]. O governo democrático é melhor porque nele encontramos as condições que favorecem o desenvolvimento das capacidades de cada cidadão”. (WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política 2. 3 ed. São Paulo: Ática, 1991. p. 197-98).


Sobre o utilitarismo e o pensamento de Bentham e Stuart Mill, é INCORRETO afirmar.

A
Para o utilitarismo clássico, o principal critério para a moralidade é o princípio da utilidade, que defende como morais as ações que promovem a felicidade e o bem-estar para o maior número de pessoas envolvidas.
B
Para os utilitaristas Bentham e Stuart Mill, uma ação é considerada moralmente correta se promove a felicidade e o bem-estar para o indivíduo, não importando suas consequências em relação ao conjunto da sociedade.
C
Utilitaristas como Bentham defendem que o papel do legislador é o de produzir leis que sejam do interesse dos indivíduos que constituem uma comunidade e que resultem na maior felicidade para o maior número deles.
D
O pensamento de Stuart Mill propõe mudanças importantes à agenda política, na medida em que reconhece que a participação política não pode ser tomada como privilégio de poucos. O Estado deverá, portanto, adotar mecanismos que garantam a institucionalização da participação mais ampliada dos cidadãos.
E
Enquanto Bentham defendia a democracia representativa como sendo uma forma de impedir que os governos imponham seus interesses aos do povo, Stuart Mill defende tal forma de governo como a melhor forma para se controlar os governantes e ao mesmo tempo aumentar a riqueza total da sociedade.
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UNIOESTE 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

“Somos como navegantes em mar aberto que têm de reconstruir seu navio, mas nunca podem recomeçar desde o princípio. Quando uma viga é retirada, uma nova tem de ser imediatamente recolocada em seu lugar e, para tanto, o restante do navio é usado de apoio. Desse modo, com vigas velhas e troncos flutuantes, o navio pode ser completamente refeito, mas apenas por reconstrução gradual.” (Otto Neurath, Empirismo e sociologia)


A imagem do navio de Neurath ilustra o antifundacionalismo do autor. Embora o pensamento antifundacional seja bastante diverso e diferentes ideias sejam articuladas por seus defensores, esses, de modo geral, ...

A
...assumem que as descrições científicas do mundo são o ponto de partida de todo o filosofar.
B
...pressupõem uma certeza sólida e inabalável, capaz de servir de fundamento permanente do saber.
C
...alegam que, sem fundamentos últimos, todas as opiniões são igualmente merecedoras de crença.
D
...consideram que a justificação de uma crença particular depende de outras crenças que assumimos.
E
... mantêm a esperança de encontrar um método universal para justificar definitivamente o conhecimento.
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UNIOESTE 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Na obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant apresenta uma formulação do imperativo categórico: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. (KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 129)


Em relação ao pensamento de Kant, é CORRETO afirmar.

A
O propósito do imperativo categórico é o de permitir que o indivíduo decida suas ações sem que tenha que se preocupar com os demais.
B
O imperativo categórico tem por objetivo desfazer o conflito entre a providência divina, relacionada à cidade de Deus, e o espaço terreno.
C
O imperativo categórico vincula a conduta moral a uma norma universal.
D
Para Kant, não é possível que o indivíduo constitua um fim em si mesmo. Por isso mesmo, ele precisa espelhar-se na ação dos demais para a sua ação.
E
O imperativo categórico corresponde à condição do estado de natureza, que é anterior à instituição do Estado civil.
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UNIOESTE 2016 - Filosofia - O que é a Filosofia, O Fazer Filosófico

“Será preciso ter saudade do tempo em que os filósofos eram ao mesmo tempo cientistas? Seria ingenuidade. Se hoje os cientistas não têm mais necessidade dos filósofos nem, sobretudo, de se fazer filósofos, é na medida em que seus métodos estão em ordem, seus conceitos são universalmente admitidos e as querelas científicas rareiam. Que apareçam contradições (…), que nasçam controvérsias (…), e bem depressa o cientista volta a tornar-se filósofo.” (Gérard Lebrun, O papel do espaço na elaboração do pensamento kantiano)


Dentre as diversas formas de se caracterizar a relação entre o saber científico e o filosófico elencadas abaixo, indique a que NÃO se coaduna com a apresentada no trecho acima.

A
A filosofia esteve presente nas formulações pioneiras que conferiram estabilidade a diversos campos da investigação científica.
B
A filosofia e a ciência se separam desde a Revolução Científica, mas isso não quer dizer que sejam atividades estanques, sem relação alguma.
C
A partir do instante em que os cientistas se tornam confiantes em seus métodos e conceitos, a reflexão filosófica acerca desse domínio deixa de lhes interessar.
D
Os problemas filosóficos associados às ciências têm maior interesse quanto menor for a segurança dos cientistas em suas descrições da realidade.
E
As contradições e controvérsias na ciência são o resultado de reflexões tipicamente filosóficas, conduzidas seja por filósofos, seja por cientistas que se fazem filósofos.
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UNIOESTE 2016 - Filosofia - Os Pré-Socráticos, Filosofia e a Grécia Antiga

Em sua crítica a Tales de Mileto, o pensador alemão Hegel afirmou que a proposição pela qual o primeiro filósofo ficou conhecido – cuja formulação seria aproximadamente ‘a água é o princípio essencial de todos os seres’ – é filosófica porque enunciaria a concepção de que tudo é um. Assim, a infinda multiplicidade dos seres remeteria a uma unidade essencial. Para Hegel, porém, esse princípio essencial deve ser absolutamente diferente dos seres que ele gera, sustenta e comanda.

Com base no que foi dito, é CORRETO afirmar.

A
Hegel concorda com a tese de Tales de que a água é o princípio essencial dos múltiplos seres.
B
Hegel afirma que a multiplicidade não pode ser submetida a um princípio essencial.
C
O primeiro filósofo afirma que o princípio essencial é universalmente diferente dos seres gerados.
D
Hegel supõe que a filosofia diz a unidade dos seres, mas que a essência não é um ser entre outros.
E
Tales se baseou na necessidade da água para os seres vivos, para fundar a filosofia da natureza.
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UNIOESTE 2016 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Texto 1: “[...] Quando um homem deseja professar a bondade, natural é que vá à ruína, entre tantos maus. Assim, é preciso que, para se conservar, um príncipe aprenda a ser mau, e que se sirva ou não disso de acordo com a necessidade”. (MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 2004, p. 99).

Texto 2: “[...] Assim deve o príncipe tornar-se temido, de sorte que, se não for amado, ao menos evite ódio, pois é fácil ser, a um só tempo, temido e não odiado, o que ocorrerá uma vez que se prive da posse dos bens e das mulheres dos cidadãos e dos súditos, e, mesmo quando forçado a derramar o sangue de alguém, poderá fazê-lo apenas se houver justificativa apropriada e causa manifesta” [...]. (Idem, p. 106-7)


Considerando o pensamento de Maquiavel e os textos citados, assinale a alternativa CORRETA.

A
O pensamento de Maquiavel volta-se à realidade e busca alternativas para estabelecer um Estado estável onde a ordem possa reinar.
B
Maquiavel, assim como Platão, revela-se um idealista ao estabelecer padrões ao governante fundamentados na bondade natural do homem.
C
O príncipe deve ser um homem dotado de boas virtudes (virtù) e dinheiro (fortuna) para que todos o respeitem e ele possa fazer reinar a estabilidade.
D
Estado e Igreja se fundem, de acordo com o filósofo. De nada adianta ao príncipe tentar estabelecer a ordem, já que ela depende de um estado natural das coisas e de uma força extraterrena, tornando todo seu esforço em vão.
E
O objetivo último do pensamento político de Maquiavel é o de evitar a guerra a todo custo, pois as atrocidades da guerra desafiam os valores éticos que determinam a ação política.
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UNIOESTE 2017 - Filosofia

A neuroética é uma área de pesquisa interdisciplinar que se concentra nas questões éticas levantadas pelo entendimento cada vez maior acerca do cérebro e de nossa capacidade de monitorá-lo e influenciá-lo bem como examina as questões éticas que emergem do entendimento cada vez mais aprofundado das bases biológicas das ações e das escolhas éticas (ROSKIES, ADINA, 2016).


Diante dessa definição do campo da neuroética, marque a alternativa que NÃO apresenta um problema especificamente neuroético.

A
Questões referentes à privacidade, decorrentes de tecnologias capazes de decodificar o conteúdo mental.
B
A manipulação de consumidores mediante técnicas de neuromarketing que influenciam suas tomadas de decisão.
C
Questões referentes à utilização de seres humanos como cobaias no teste de tecnologias da indústria cosmética.
D
A preservação de identidades pessoais diante de procedimentos de alteração neurológica de memória, humor, desejos ou impulsividade.
E
Questões referentes à autonomia, decorrentes do desenvolvimento de drogas capazes de levar a comportamentos estereotipados.
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UNIOESTE 2017 - Filosofia

Considere os seguintes excertos:

“Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o fora através do poder demoníaco que falava pela boca de Eurípedes. Também Eurípedes foi, em certo sentido, apenas máscara: a divindade, que falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio de recentíssimo nascimento, chamado Sócrates”. Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. “O Nascimento da tragédia tem dois objetivos principais: a crítica da racionalidade conceitual instaurada na filosofia por Sócrates e Platão; a apresentação da arte trágica, expressão das pulsões artísticas dionisíaca e apolínea, como alternativa à racionalidade”. Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra de Nietzsche” In: Novaes, A. (org.) Artepensamento. São Paulo. Companhia das Letras, 1994.

Os trechos acima aludem diretamente à crítica nietzschiana referente à atitude estética que

A
subordina a beleza à racionalidade.
B
cultua os antigos em detrimento do contemporâneo.
C
privilegia o cômico ao trágico.
D
concebe o gosto como processo social.
E
glorifica o gênio em detrimento da composição calculada.
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UNIOESTE 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos

O filósofo alemão Immanuel Kant formulou, na Crítica da Razão Pura, uma divisão do conhecimento e acesso da razão aos fenômenos. Fenômenos não são coisas; eles nomeiam aquilo que podemos conhecer das coisas, através das formas da sensibilidade (Espaço e Tempo) e das categorias do entendimento (tais como Substância, Relação, Necessidade etc.). Assim, Kant afirma que o conhecimento humano é finito (limitado por suas formas e categorias). Como poderia haver, então, algum conhecimento universalmente válido? Ele afirma que tal conhecimento se formula num “juízo sintético a priori”. Juízos são afirmações; o adjetivo “sintéticos” significa que essas afirmações reúnem conceitos diferentes; “a priori”, por sua vez, indica aquilo que é obtido sem acesso à experiência dos fenômenos, antes deles e para que os fenômenos possam ser reunidos em um conhecimento que tenha unidade e sentido.

Com base nisso, indique a alternativa CORRETA.

A
Para Kant, o conhecimento humano é diretamente dado pela experiência das coisas, acessíveis pelos sentidos (visão, audição, etc.).
B
Juízos sintéticos a priori são afirmações de conhecimento cuja natureza é particular e que se altera caso a caso.
C
Se a Metafísica é o conhecimento da essência das coisas elas mesmas, Kant é, na Crítica da Razão Pura, um defensor da Metafísica, e não um defensor da finitude do conhecimento.
D
Para Kant, Espaço e Tempo são categorias do entendimento mediante as quais conhecemos os fenômenos.
E
Juízos sintéticos a priori permitem organizar o conhecimento, dando a ele validade universal e unicidade.
f351b6d3-af
UNIOESTE 2017 - Filosofia

“A concepção da infinitude do universo é, naturalmente, uma doutrina puramente metafísica; pode, certamente, como fez de fato, servir de base à ciência empírica; não pode jamais basear-se no empirismo. Isto foi bem compreendido por Kepler que, portanto, rejeitou a doutrina – o que é particularmente interessante e instrutivo – não só por motivos metafísicos como ainda por motivos puramente científicos. Antecipando certas epistemologias de hoje, ele chega a declará-la despida de significação científica”. (Koyré, A. Do Mundo Fechado ao Universo Infinito. Rio de Janeiro: Ed. Forense Universitária, São Paulo: Edusp, 1979, p.63)

No trecho acima, Alexandre Koyré identifica continuidade entre certos aspectos do pensamento de Johannes Kepler e

A
as doutrinas de Giordano Bruno acerca da infinitude do mundo.
B
o empirismo e o positivismo característicos do século XX.
C
a filosofia da natureza dos filósofos pré-socráticos.
D
as suas convicções religiosas sobre a onipotência divina.
E
as únicas hipóteses defensáveis diante das observações de Galileu.
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UNIOESTE 2017 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe

Considerando-se o seguinte fragmento de Maquiavel, indique qual das alternativas abaixo está CORRETA.

“Um príncipe prudente deve, portanto, conduzir-se de uma terceira maneira escolhendo no seu Estado homens sábios, e só a esses deve dar o direito de falar-lhe a verdade a respeito, porém apenas das coisas que ele lhes perguntar. Deve consultá-los a respeito de tudo e ouvir-lhes a opinião e deliberar depois como bem entender e com conselhos daqueles; conduzir-se de tal modo que eles percebam que com quanto mais liberdade falarem, mais facilmente as suas opiniões serão seguidas” (MAQUIAVEL, 1973, p. 105).

A
De acordo com Maquiavel, o príncipe, na direção do seu Estado, não deve consultar ninguém ao tomar decisões.
B
Maquiavel considera que todos têm o direito de criticar as ações do príncipe.
C
Maquiavel afirma que homens sábios podem falar ao príncipe o que quiserem, e na hora que bem entenderem, sendo obrigação do príncipe acatá-los.
D
Conforme Maquiavel, o príncipe deve cercar-se de conselheiros sábios, mas eles nunca devem ter liberdade para falar a verdade.
E
Maquiavel defende que, como o príncipe precisa da opinião livre dos sábios, deve dar-lhes o direito de falar-lhes a verdade, mas apenas das coisas que ele lhe perguntar.
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UNIOESTE 2017 - Filosofia - A Política Grega (A República de Platão e a Política de Aristóteles), A Política

Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de Platão, há prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que eles não podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força, num processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento). Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via somente mediante sombras. Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante intuição direta. Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das Formas mediante a dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO dizer:

A
para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.
B
o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os seres humanos.
C
as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.
D
a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).
E
a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do Bem.