Considerando-se o seguinte fragmento de Maquiavel, indique qual das alternativas abaixo está
CORRETA.
“Um príncipe prudente deve, portanto, conduzir-se de uma terceira maneira escolhendo no seu Estado
homens sábios, e só a esses deve dar o direito de falar-lhe a verdade a respeito, porém apenas das coisas que
ele lhes perguntar. Deve consultá-los a respeito de tudo e ouvir-lhes a opinião e deliberar depois como bem
entender e com conselhos daqueles; conduzir-se de tal modo que eles percebam que com quanto mais
liberdade falarem, mais facilmente as suas opiniões serão seguidas” (MAQUIAVEL, 1973, p. 105).
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa E
Tema central: conselho e prudência do governante. A questão explora a recomendação maquiavélica de que o príncipe deve escolher conselheiros sábios e permitir-lhes dizer a verdade, mas com limites — essencial para preservar autoridade e obter informação confiável.
Resumo teórico: Maquiavel recomenda que o governante seja prudente na escolha de quem o aconselha: apenas homens sábios devem ter acesso para falar a verdade, porém essa liberdade é condicionada — eles devem falar livremente quando consultados pelo príncipe. O objetivo é combinar franqueza útil com controle político, evitando conselheiros temerosos ou bajuladores.
Justificativa da alternativa correta (E): A alternativa reproduz com fidelidade a orientação do trecho: o príncipe precisa da opinião livre dos sábios, mas lhes dá o direito de falar a verdade apenas sobre os assuntos que ele lhes perguntar. Isso corresponde literalmente à passagem citada (MAQUIAVEL, 1973, p.105).
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Afirma que o príncipe não deve consultar ninguém; contradiz Maquiavel, que recomenda consulta seletiva a sábios.
B — Incorreta. Dizer que “todos” têm o direito de criticar é exagero; Maquiavel restringe esse direito a homens sábios escolhidos pelo príncipe.
C — Incorreta. Afirma que os sábios podem falar a qualquer momento e que o príncipe é obrigado a acatá-los. Maquiavel condiciona o direito de falar às perguntas do príncipe e não exige obediência automática.
D — Incorreta. Diz que os conselheiros nunca devem ter liberdade para falar a verdade; contraria o trecho, que permite liberdade de expressão, mas condicionada.
Estrategia para provas: fique atento a palavras absolutas (sempre, nunca, todos, nenhum) — geralmente sinal de alternativa incorreta em questões sobre textos filosóficos. Busque correspondência literal e contextual com o fragmento: quem fala, quando e sob quais condições.
Fonte sugerida: MAQUIAVEL, Niccolò. O Príncipe. (ver cap. sobre conselheiros — texto citado: MAQUIAVEL, 1973, p.105).
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