Questõesde UEL sobre Filosofia

1
1
Foram encontradas 36 questões
1defbe4a-b0
UEL 2010 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.

Locke divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo de governo: o poder legislativo (que é o fundamental), o executivo (no qual é incluído o judiciário) e o federativo (que é o poder de declarar a guerra, concertar a paz e estabelecer alianças com outras comunidades). Enquanto o governo continuar sendo expressão da vontade livre dos membros da sociedade, a rebelião não é permitida: é injusta a rebelião contra um governo legal. Mas a rebelião é aceita por Locke em caso de dissolução da sociedade e quando o governo deixa de cumprir sua função e se transforma em uma tirania.
(LOCKE, John. In: MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001. V. III. p. 1770.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre John Locke, é correto afirmar:

I. O direito de rebelião é um direito natural e legítimo de todo cidadão sob a vigência da legalidade.
II. O Estado deve cuidar do bem-estar material dos cidadãos sem tomar partido em questões de matéria religiosa.
III. O poder legislativo ocupa papel preponderante.
IV. Na estrutura de poder, dentro de certos limites, o Estado tem o poder de fazer as leis e obrigar que sejam cumpridas.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e III são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
1debb19f-b0
UEL 2010 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.

[...] é manifestamente contra a lei da natureza, seja qual for a maneira por que a definamos, uma criança mandar num velho, um imbecil conduzir um sábio, ou um punhado de pessoas regurgitar superfluidades enquanto à multidão faminta falta o necessário.
(ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. L. S. Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1991. p. 282.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a distinção entre homem natural e homem social em Rousseau, é correto afirmar:

I. A necessidade de autopreservação do homem primitivo é contrabalanceada pelo sentimento de piedade, o que o demove de praticar o mal sem necessidade.
II. O homem natural sente medo de tudo o que é desconhecido, mantendo-se, desse modo, ávido para o ataque.
III. O homem social é ambicioso e deseja elevar sua fortuna e posses, menos por necessidade e mais para colocar-se acima dos outros numa expressão de poder e superioridade.
IV. O homem social vive em paz e igualdade, de forma tranquila e harmoniosa com todos os cidadãos.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e III são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
1de73435-b0
UEL 2010 - Filosofia - A Política

Leia o texto a seguir.

Na tradição liberal, a ênfase é posta no caráter impessoal das leis e na proteção das liberdades individuais, de tal modo que o processo democrático é compelido pelos (e está a serviço dos) direitos pessoais que garantem a cada indivíduo a liberdade de buscar sua própria realização. Na tradição republicana, a primazia é dada ao processo democrático enquanto tal, entendido como uma deliberação coletiva que conduz os cidadãos à procura do entendimento sobre o bem comum.
(Adaptado de: ARAÚJO, L. B. L. Moral, direito e política. Sobre a Teoria do Discurso de Habermas. In: OLIVEIRA, M.; AGUIAR, O. A.;
SAHD, L. F. N. de A. e S. (Orgs.). Filosofia Política Contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 214-235.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia política na teoria do discurso, é correto afirmar que Habermas

A
privilegia a ideia de Estado de direito em detrimento de uma democracia participativa.
B
concede maior relevância à autonomia pública, opondo-se à autonomia privada.
C
ignora tanto a autonomia privada quanto a pública, substituindo-as pela utilidade das normas morais.
D
enfatiza a compreensão individualista e instrumental do papel do cidadão na lógica privada do mercado.
E
concilia, na mesma base, direitos humanos e soberania popular, reconhecendo-os como distintos, porém complementares.
1dd6f02d-b0
UEL 2010 - Filosofia

O principal problema de Descartes pode ser formulado do seguinte modo: “Como poderemos garantir que o nosso conhecimento é absolutamente seguro?” Como o cético, ele parte da dúvida; mas, ao contrário do cético, não permanece nela. Na Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me quem puder, ainda assim jamais poderá fazer que eu nada seja enquanto eu pensar que sou algo; ou que algum dia seja verdade eu não tenha jamais existido, sendo verdade agora que eu existo [...]”
(DESCARTES. René. Meditações Metafísicas. Meditação Terceira, São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 182. Coleção Os Pensadores.)

Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes para fundamentar o conhecimento, é correto afirmar:

A
Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos nem pela razão, já que ambos são falhos e limitados, portanto o conhecimento seguro detém-se nas opiniões que se apresentam certas e indubitáveis.
B
O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo, tanto ao sujeito como às próprias coisas que são percebidas de acordo com as circunstâncias em que ocorrem os fenômenos observados.
C
Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma vez que somente as coisas percebidas por meio da experiência sensível possuem existência real.
D
A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no debate perpétuo e universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a existência de Deus a única certeza que se pode alcançar.
E
A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em submetê-lo sistematicamente a todas as possibilidades de erro, de modo que ele resista à dúvida mais obstinada.
1ddea0c0-b0
UEL 2010 - Filosofia

Leia o texto a seguir.

Habermas distingue entre racionalidade instrumental e racionalidade comunicativa. A racionalidade comunicativa ocorre quando os seres humanos recorrem à linguagem com o intuito de alcançar o entendimento não coagido sobre algo, por exemplo, decidir sobre a maneira correta de agir (ação moral). A racionalidade instrumental, por sua vez, ocorre quando os seres humanos utilizam as coisas do mundo, ou até mesmo outras pessoas, como meio para se alcançar um fim (raciocínio meio e fim).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria da ação comunicativa de Habermas, é correto afirmar:

A

Contar uma mentira para outra pessoa buscando obter algo que desejamos e que sabemos que não receberíamos se disséssemos a verdade é um exemplo de racionalidade comunicativa.

B
Realizar um debate entre os alunos de turma da faculdade buscando decidir democraticamente a melhor maneira de arrecadar fundos para o baile de formatura é um exemplo de racionalidade instrumental.
C
Um adolescente que diz para seu pai que vai dormir na casa de um amigo, mas, na verdade, vai para uma festa com amigos, é um exemplo de racionalidade comunicativa.
D
Alguém que decide economizar dinheiro durante vários anos a fim de fazer uma viagem para os Estados Unidos da América é um exemplo de racionalidade instrumental.
E
Um grupo de amigos que se reúne para decidir democraticamente o que irão fazer com o dinheiro que ganharam em um bolão da Mega Sena é um exemplo de racionalidade instrumental.
1dda0c12-b0
UEL 2010 - Filosofia

Leia o texto a seguir.

[...] não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo através de recurso a provas empíricas em sentido negativo [...].
(POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. Trad. L. Hegenberg e O. S. da Mota. São Paulo: Cultrix, 1972. p. 42.)

Assinale a alternativa que corresponde ao critério de avaliação das teorias científicas empregado por Popper.

A
Falseabilidade
B
Organicidade
C
Confiabilidade
D
Dialeticidade
E
Diferenciabilidade
1dd0b5ac-b0
UEL 2010 - Filosofia

Leia o texto a seguir.

O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva de Aristóteles – considerando que esta não permitia explicar o progresso do conhecimento científico – foi Francis Bacon. No livro Novum Organum, Bacon formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo aristotélico.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que o método indutivo consiste

A

na derivação de consequências lógicas com base no corpo de conhecimento de um dado período histórico.

B
no estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas formas válidas do silogismo tal como preservado pelos medievais.
C
na postulação de leis universais com base em casos observados na experiência, os quais apresentam regularidade.
D
na inferência de leis naturais baseadas no testemunho de autoridades científicas aceitas universalmente.
E
na observação de casos particulares revelados pela experiência, os quais impedem a necessidade e a universalidade no estabelecimento das leis naturais.
d4684efe-3f
UEL 2018 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.


Por que só o homem é suscetível de tornar-se imbecil? [...] O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. Lourdes Santos Machado, 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. pp. 243; 259.


Com base nos conhecimentos sobre sociedade civil, propriedade e natureza humana no pensamento de Rousseau, assinale a alternativa correta.

A
A instauração da propriedade decorre de um ato legítimo da sociedade civil, na medida em que busca atender às necessidades do homem em estado de natureza.
B
A instauração da propriedade e da sociedade civil cria uma ruptura radical do homem consigo mesmo e de distanciamento da natureza.
C
A fundação da sociedade civil é legitimada pela racionalidade e pela universalidade do ato de instauração da propriedade privada.
D
O sentimento mais primitivo do homem, que o leva a instituir a propriedade, é o reconhecimento da necessidade da propriedade para garantir a subsistência.
E
A sociedade civil e a propriedade são expressões da perfectibilidade humana, ou seja, da sua capacidade de aperfeiçoamento.
d46f58c0-3f
UEL 2018 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.


Por conseguinte, todo homem, ao consentir com outros em formar um único corpo político sob um governo único, assume a obrigação, perante todos os membros dessa sociedade, de submeter-se à determinação da maioria e acatar a decisão desta. Do contrário, esse pacto original, pelo qual ele, juntamente com outros, se incorpora a uma sociedade, não teria nenhum significado e não seria pacto algum, caso ele fosse deixado livre e sob nenhum outro vínculo além dos que tinha antes no estado de natureza.

LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo.. Trad. Julio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 470.


Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de John Locke, assinale a alternativa correta.

A
O ser humano deve superar o estado de natureza fundando a sociedade civil e o Estado, cedendo seus direitos em prol da paz social.
B
Os indivíduos, no estado de natureza, são juízes de si mesmos, fundam o Estado para garantir segurança e direitos individuais por meio das leis.
C
O poder do Estado deve ser absoluto para a garantia dos direitos naturais da humanidade, como a vida, a liberdade e a propriedade.
D
O pacto ou contrato social é o garantidor das liberdades e direitos, sendo o poder legislativo o menos importante, já que é possível sua revogação por aqueles que participam do poder executivo.
E
O ser humano se realiza como um ser possuidor de bens, sendo sua posse o que garante tolerância religiosa, livreiniciativa econômica e liberdade individual.
d3f7d9eb-3f
UEL 2018 - Filosofia - Teorias do Sujeito na Filosofia Moderna, O Sujeito Moderno

Leia o texto a seguir.


E se escrevo em francês, que é a língua de meu país, e não em latim, que é a de meus preceptores, é porque espero que aqueles que se servem apenas de sua razão natural inteiramente pura julgarão melhor minhas opiniões do que aqueles que não acreditam senão nos livros dos antigos. E quanto aos que unem o bom senso ao estudo, os únicos que desejo para meus juízes, não serão de modo algum, tenho certeza, tão parciais a favor do latim que recusem ouvir minhas razões, porque as explico em língua vulgar.

DESCARTES, R. Discurso do Método. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Coleção “Os pensadores”. p. 79.


Com base nos conhecimentos sobre Descartes e o surgimento da filosofia moderna, assinale a alternativa correta.

A
A língua vulgar, o francês, expressa de modo mais adequado o espírito da modernidade por estar livre dos preconceitos da língua dos doutos, o latim.
B
Redigir o Discurso do Método em francês teve propósito similar à tradução da bíblia para o alemão feita por Lutero: facilitar o acesso à sacralidade do texto em língua vulgar.
C
O desencantamento do mundo, resultante da radical crítica cartesiana à tradição, teve como consequência o abandono da referência à divindade.
D
As ideias expressas por Descartes em seu Discurso do Método refletem a postura tipicamente moderna de ruptura total com o passado.
E
A razão natural inteiramente pura é um atributo inerente à natureza humana, independentemente da tradição ou da cultura à qual o humano se vincula.
d3c5c685-3f
UEL 2018 - Filosofia - O Conhecimento Humano e o Conhecimento Divino, A Experiência do Sagrado

Leia o texto a seguir.


Os corcéis que me transportam, tanto quanto o ânimo me impele, conduzem-me, depois de me terem dirigido pelo caminho famoso da divindade [...] E a deusa acolheu-me de bom grado, mão na mão direita tomando, e com estas palavras se me dirigiu: [...] Vamos, vou dizer-te – e tu escuta e fixa o relato que ouviste – quais os únicos caminhos de investigação que há para pensar, um que é, que não é para não ser, é caminho de confiança (pois acompanha a realidade): o outro que não é, que tem de não ser, esse te indico ser caminho em tudo ignoto, pois não poderás conhecer o não-ser, não é possível, nem indicá-lo [...] pois o mesmo é pensar e ser.

PARMÊNIDES. Da Natureza, frags. 1-3. Trad. José Trindade Santos. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2009. p. 13-15.


Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Parmênides, assinale a alternativa correta.

A
Pensar e ser se equivalem, por isso o pensamento só pode tratar e expressar o que é, e não o que não é – o não ser.
B
A percepção sensorial nos possibilita conhecer as coisas como elas verdadeiramente são.
C
O ser é mutável, eterno, divisível, móvel e, por isso, a razão consegue conhecê-lo e expressá-lo.
D
A linguagem pode expressar tanto o que é como o que não é, pois ela obedece aos princípios de contradição e de identidade.
E
O ser é e o não ser não é indica que a realidade sensível é passível de ser conhecida pela razão.
d3c91ee6-3f
UEL 2018 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

Leia o texto a seguir.


Os melhores de entre nós, quando escutam Homero ou qualquer poeta trágico a imitar um herói que está aflito e se espraia numa extensa tirada cheia de gemidos, ou os que cantam e batem no peito, sabes que gostamos disso, e que nos entregamos a eles, e os seguimos, sofrendo com eles, e com toda seriedade elogiamos o poeta, como sendo bom, por nos ter provocado até o máximo, essas disposições. [. . . ] Mas quando sobrevém a qualquer de nós um luto pessoal, reparaste que nos gabamos do contrário, se formos capazes de nos mantermos tranquilos e de sermos fortes, entendendo que esta atitude é característica de um homem [. . . ]?

PLATÃO. A República. 605 d-e. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. 12. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010. p. 470.


Com base no texto, nos conhecimentos sobre mimesis (imitação) e sobre o pensamento de Platão, assinale a alternativa correta:

A
A maneira como Homero constrói seus personagens retratando reações humanas deve ser imitada pelos demais poetas, pois é eticamente aprovada na Cidade Ideal platônica.
B
O fato de mostrar as emoções de maneira exagerada em seus personagens faz de Homero e de autores de tragédia excelentes formadores na Cidade Ideal pensada por Platão.
C
Reagir como os personagens homéricos e trágicos é digno de elogio, pois Platão considera que a descarga das emoções é benéfica para a formação ética dos cidadãos.
D
Poetas como Homero e autores de tragédia provocam emoções de modo exagerado em quem os lê ou assiste, não sendo bons para a formação do cidadão na Cidade Ideal platônica.
E
A imitação de Homero e dos trágicos das reações humanas difere da dos pintores, pois, segundo Platão, não estão distantes em graus da essência, por isso podem fazer parte da cidade justa.
d3aac082-3f
UEL 2018 - Filosofia - Mito e Filosofia, Filosofia e a Grécia Antiga

Leia o texto a seguir.


O programa do esclarecimento era o desencantamento do mundo. Sua meta era dissolver os mitos e substituir a imaginação pelo saber. [..] O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objetividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. [...] Quanto mais a maquinaria do pensamento subjuga o que existe, tanto mais cegamente ela se contenta com essa reprodução. Desse modo, o esclarecimento regride à mitologia da qual jamais soube escapar.

ADORNO & HORKHEIMER. Dialética do esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. p.17; 21; 34.


Com base no texto e nos conhecimentos sobre a crítica à racionalidade instrumental e a relação entre mito e esclarecimento em Adorno e Horkheimer, assinale a alternativa correta.

A
O mito revela uma constituição irracional, na medida em que lhe é impossível apresentar uma explicação convincente sobre o seu modo próprio de ser.
B
A regressão do esclarecimento à mitologia revela um processo estratégico da razão, com o objetivo de ampliar e intensificar seus poderes explicativos.
C
A explicação da natureza, instaurada pela racionalidade instrumental, pressupõe uma compreensão holística, em que as partes são incorporadas, na sua especificidade, ao todo.
D
O esclarecimento implica a libertação humana da submissão à natureza, atestada pelo poder racional de diagnosticar, prever e corrigir as limitações naturais.
E
O esclarecimento se caracteriza por uma explicação baseada no cálculo, do que resulta uma compreensão da natureza como algo a ser conhecido e dominado.
43980bd5-ed
UEL 2017 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

Leia o texto a seguir.

Rochedos audazes sobressaindo-se por assim dizer ameaçadores, nuvens carregadas acumulando-se no céu, avançando com relâmpagos e estampidos, vulcões em sua inteira força destruidora, furacões com a devastação deixada para trás, o ilimitado oceano revolto, uma alta queda d’água de um rio poderoso etc. tornam nossa capacidade de resistência de uma pequenez insignificante em comparação com o seu poder. Mas o seu espetáculo só se torna tanto mais atraente quanto mais terrível ele é, contanto que, somente, nos encontremos em segurança; e de bom grado denominamos estes objetos sublimes, porque eles elevam a fortaleza da alma acima de seu nível médio e permitem descobrir em nós uma faculdade de resistência de espécie totalmente diversa, a qual encoraja a medir-nos com a aparente onipotência da natureza.
(KANT, I. Crítica da Faculdade do Juízo. Trad. Antonio Marques e Valério Rohden. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 107.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o juízo de gosto e o sublime na estética moderna, particularmente em Kant, assinale a alternativa correta.

A
O conceito de beleza, resultante da atividade do entendimento, permite apreender o sentido dos eventos ameaçadores, protegendo o sujeito da destruição.
B
Os elementos da natureza compõem o núcleo da teoria kantiana do juízo de gosto, constituindo, também, parte importante da sua concepção de gênio.
C
Os eventos naturais de proporções ameaçadoras provocam nosso interesse quando nos situam na possibilidade iminente de sermos por eles destruídos.
D
O sublime não está contido em nenhuma coisa da natureza, e sim em nosso ânimo, quando nos tornamos conscientes de nossa superioridade à natureza.
E
A faculdade de resistência à dimensão ameaçadora e destruidora dos eventos naturais de grande magnitude é a faculdade produtora do belo.
434fb107-ed
UEL 2017 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

Leia o texto a seguir.

Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo.
(PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Os Pensadores) p. 48).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é correto afirmar que

A
a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um indivíduo belo, no qual percebemos o belo em si.
B
a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que visam a uma dimensão transcendente da beleza em si.
C
a compreensão do que é belo se dá subitamente, quando partimos dele para compreender os belos ofícios e ciências.
D
a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite distinguir quais deles são belos ou feios em si.
E
a participação do mundo sensível no mundo inteligível possibilita a apreensão da beleza em si.
433f3e33-ed
UEL 2017 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Sócrates, Giordano Bruno e Galileu foram pensadores que defenderam a liberdade de pensamento frente às restrições impostas pela tradição. Na Apologia de Sócrates, a acusação contra o filósofo é assim enunciada:

Sócrates [...] é culpado de corromper os moços e não acreditar nos deuses que a cidade admite, além de aceitar divindades novas (24b-c).

Ao final do escrito de Platão, Sócrates diz aos juízes:

Mas, está na hora de nos irmos: eu, para morrer; vós, para viver. A quem tocou a melhor parte, é o que nenhum de nós pode saber, exceto a divindade. (42a).
(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001. p. 122-23; 147.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a disputa entre filosofia e tradição presente na condenação de Sócrates, assinale a alternativa correta.

A
O desprezo socrático pela vida, implícito na resignação à sua pena, é reforçado pelo reconhecimento da soberania do poder dos juízes.
B
A aceitação do veredito dos juízes que o condenaram à morte evidencia que Sócrates consentiu com os argumentos dos acusadores.
C
A acusação a Sócrates pauta-se na identificação da insuficiência dos seus argumentos, e a corrupção que provoca resulta das contradições do seu pensamento.
D
A crítica de Sócrates à tradição sustenta-se no repúdio às instituições que devem ser abandonadas em benefício da liberdade de pensamento.
E
A sentença de morte foi aceita por Sócrates porque morrer não é um mal em si e o livre pensar permite apreender essa verdade.