Leia o texto a seguir.
Por conseguinte, todo homem, ao consentir com outros em formar um único corpo político sob um governo único,
assume a obrigação, perante todos os membros dessa sociedade, de submeter-se à determinação da maioria
e acatar a decisão desta. Do contrário, esse pacto original, pelo qual ele, juntamente com outros, se incorpora
a uma sociedade, não teria nenhum significado e não seria pacto algum, caso ele fosse deixado livre e sob
nenhum outro vínculo além dos que tinha antes no estado de natureza.
LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo.. Trad. Julio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 470.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de John Locke, assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir.
Por conseguinte, todo homem, ao consentir com outros em formar um único corpo político sob um governo único, assume a obrigação, perante todos os membros dessa sociedade, de submeter-se à determinação da maioria e acatar a decisão desta. Do contrário, esse pacto original, pelo qual ele, juntamente com outros, se incorpora a uma sociedade, não teria nenhum significado e não seria pacto algum, caso ele fosse deixado livre e sob nenhum outro vínculo além dos que tinha antes no estado de natureza.
LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo.. Trad. Julio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 470.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de John Locke, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: contrato social em John Locke — por que indivíduos saem do estado de natureza e formam sociedade política para garantir segurança e proteção dos direitos naturais (vida, liberdade, propriedade).
Resumo teórico (objetivo): No estado de natureza cada pessoa aplica a lei natural por si mesma (é juiz em causa própria), o que gera riscos de conflito e insegurança. Por isso os indivíduos consentem em formar uma sociedade civil e um governo que, por meio de leis imparciais, assegure direitos e a paz. O governo é limitado e legitimado pelo consentimento; decisões coletivas obedecem à vontade da maioria. (Fonte: John Locke, Two Treatises of Government, Second Treatise, 1689.)
Por que a alternativa B é correta: afirma que no estado de natureza os indivíduos são juízes de si mesmos e que fundam o Estado para garantir segurança e direitos individuais por meio das leis — exatamente a tese lockeana presente no texto de apoio (consentimento, juiz imparcial substituindo o julgamento individual, leis para proteger direitos).
Por que as outras alternativas estão erradas:
A — incorreta: sugere que o indivíduo “cede seus direitos” por completo. Locke descreve transferência apenas da execução da lei natural a um corpo comum, não entrega absoluta dos direitos naturais.
C — incorreta: afirma poder absoluto do Estado. Locke condena o poder absoluto; defende governo limitado e sujeito ao consentimento e à lei.
D — incorreta: apresenta o legislativo como “menos importante” e passível de revogação pelo executivo. Para Locke, o legislativo é central e as competências devem ser definidas; não há revogação arbitrária pelo executivo.
E — incorreta: reduz a realização humana à posse de bens e mistura conceitos (propriedade, tolerância religiosa e livre iniciativa) de forma imprecisa. Locke valoriza propriedade, mas não faz dessa posse a explicação única para tolerância ou liberdade econômica.
Estratégia rápida para prova: identifique termos lockeanos-chave: “estado de natureza”, “direitos naturais”, “consentimento”, “maioria”, “governo limitado”. Palavras absolutistas (“cede todos os direitos”, “poder absoluto”) geralmente indicam alternativa errada.
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