Leia o texto a seguir.
[...] não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas,
em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo através de
recurso a provas empíricas em sentido negativo [...].
(POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. Trad. L. Hegenberg e O. S. da Mota. São Paulo: Cultrix, 1972. p. 42.)
Assinale a alternativa que corresponde ao critério de avaliação das teorias científicas empregado por Popper.
Gabarito comentado
Alternativa correta: A - Falseabilidade
Tema central: trata-se do critério de demarcação das teorias científicas segundo Karl Popper — ou seja, como distinguir teorias científicas de não científicas. Esse tema é frequente em provas de filosofia da ciência e exige compreensão do papel da observação empírica e da lógica na avaliação de teorias.
Resumo teórico: Popper propõe que uma teoria científica deve ser falseável (falsificável): deve fazer previsões que possam, em princípio, ser refutadas por dados empíricos. Não se exige confirmação definitiva; exige-se que haja testes que possam contradizer a teoria. Referência: K. Popper, A lógica da pesquisa científica (Cultrix, 1972).
Por que A — Falseabilidade é correta: o enunciado fala explicitamente em tornar possível validar uma teoria «através de recurso a provas empíricas em sentido negativo» — isto é, por tentativas de refutação. Esse é o núcleo da proposta popperiana: a ciência avança pela conjecturas e refutações; uma teoria científica é útil se for testável e passível de ser falsa.
Análise das alternativas incorretas:
B — Organicidade: refere-se a coerência interna ou à ideia de um sistema "orgânico", não é critério popperiano para demarcação científica.
C — Confiabilidade: remete à confiança ou consistência de instrumentos/medidas; embora importante, não captura a exigência de potencial refutabilidade de teorias.
D — Dialeticidade: relaciona-se a processos dialéticos (contradição e síntese), típico de tradições hegelianas/marxistas, não ao critério lógico-empírico de Popper.
E — Diferenciabilidade: termo vago aqui; poderia indicar distinção entre teorias, mas não é o critério popperiano de testabilidade por tentativas de refutação.
Estratégia para provas: ao ler enunciados, identifique termos-chave: «provas empíricas em sentido negativo», «refutação», «testes que possam contradizer» → associe imediatamente a falseabilidade/falsificabilidade. Desconfie de alternativas que soem técnicas ou eruditas (organicidade, diferenciabilidade) mas não correspondam ao conteúdo do enunciado.
Leitura complementar recomendada: Popper, K. (1972). A lógica da pesquisa científica; também textos introdutórios sobre o problema da demarcação na filosofia da ciência.
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