Leia o texto a seguir.

O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva de Aristóteles – considerando que esta não permitia explicar o progresso do conhecimento científico – foi Francis Bacon. No livro Novum Organum, Bacon formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo aristotélico.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que o método indutivo consiste

Resposta correta: Alternativa C

Tema central: método indutivo em Francis Bacon e no pensamento moderno — importância para a ciência: passar da autoridade e do silogismo dedutivo para a construção de leis gerais a partir da experiência observada.

Resumo teórico: Bacon (Novum Organum, 1620) criticou a ciência aristotélica baseada no silogismo puro e nas autoridades. Propôs a indução como procedimento sistemático: reunir dados empíricos, organizar observações (tabelas de presença/ausência/graduações), eliminar causas concorrentes e, por inferência cuidadosa, formular leis gerais que expliquem regularidades observadas. A indução baconiana não é mera enumeração: exige controle experimental e método para evitar os "ídolos" (preconceitos) que distorcem o juízo (cf. Bacon; Stanford Encyclopedia of Philosophy).

Por que a alternativa C está correta: ela afirma que o método indutivo consiste na postulação de leis universais com base em casos observados na experiência que apresentam regularidade — exatamente a essência da indução baconiana: partir do particular empírico para construir generalizações científicas.

Análise das alternativas incorretas:

A — fala em derivação de consequências lógicas a partir do corpo de conhecimento de um período histórico. Isso descreve dedução ou interpretação histórico-relativista, não o procedimento indutivo experimental de Bacon.

B — refere-se à obtenção de leis universais por meio do silogismo preservado pelos medievais. É a descrição da tradição aristotélica/dedutiva que Bacon rejeitou.

D — basear inferência em testemunho de autoridades científicas é apelo à autoridade; Bacon criticava exatamente esse procedimento e propunha verificação empírica independente.

E — afirma que a observação de particulares impediria necessidade e universalidade das leis. Pelo contrário, a indução busca estabelecer leis universais a partir de particulares regulares; Bacon admite limites e cuidado metodológico, mas não nega a possibilidade de generalização.

Estratégia de resolução: procure palavras-chave: "leis universais", "experiência", "casos observados", "regularidade" indicam indução. Termos como "silogismo", "autoridades", "período histórico" geralmente sinalizam alternativas distratoras relacionadas à dedução ou à tradição.

Fontes principais: Francis Bacon, Novum Organum (1620); Stanford Encyclopedia of Philosophy — entrada "Francis Bacon".

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