Questõesde UECE 2019 sobre Filosofia
Atente para o seguinte excerto, em que o
autor, discutindo a significação social do filme,
identifica a liquidação do valor da tradição e a
deteriorização do que chamava de aura,
característica das obras de arte do passado:
“... a técnica reprodutiva desliga o reproduzido
do campo da tradição. Ao multiplicar a reprodução,
ela substitui sua existência única por uma existência
massiva. E, na medida em que ela permite à
reprodução ir ao encontro do espectador em sua
situação particular, atualiza o reproduzido. Ambos
os processos levam a um abalo violento do que é
transmitido – um abalo da tradição, que é o outro
lado da crise e da renovação atuais da humanidade.
Ambos se põem em uma relação íntima com os
movimentos de massa de nossos tempos. Seu
agente mais poderoso é o cinema”.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua
reprodutibilidade técnica. L&PM Editores.
Edição do Kindle. Paginação irregular.
Considerando o trecho acima e o que diz Benjamin
em seu mais famoso texto, é correto afirmar que
Leia atentamente os trechos a seguir, que são
fragmentos das análises de Platão e Aristóteles
sobre os sistemas de governo – suas opiniões sobre
a democracia:
“A democracia se divide em várias espécies.
Nas cidades que se tornaram maiores ela exibe a
igualdade absoluta, a lei coloca os pobres no mesmo
nível que os ricos e pretende que uns não tenham
mais direitos do que os outros. O Estado cai no
domínio da multidão indigente. Tal gentalha
desconhece que a lei governa, mas onde as leis não
têm força pululam os demagogos”.
ARISTÓTELES. A política. Trad. Roberto L. F. São Paulo:
Martins Fontes, 1998. Adaptado.
“A passagem da democracia para a tirania não
se fará da mesma forma que a da oligarquia para a
democracia? Do desejo insaciável de riquezas? De
tão-somente ganhar dinheiro, proveio a ruína da
oligarquia. E o que destruiu a democracia, não foi a
avidez do bem que ela a si mesma propusera? Qual
foi o bem a que ela se propôs? — A liberdade. Da
extrema liberdade nasce a mais completa e
selvagem servidão”.
PLATÃO: as grandes obras. A república. Livro VIII.
Tradução Carlos A. Nunes, Maria L. Souza, A. M. Santos.
Edição do Kindle, 2019. Adaptado.
Considerando o trecho acima, e o pensamento
político dos dois filósofos da antiguidade, atente
para o que se diz a seguir e assinale com V o que
for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) Para Platão, a melhor forma de governança
era a aristocracia, na qual os melhores,
por serem mais sábios, deveriam
governar; entretanto, esta poderia se
corromper e tornar-se uma timocracia.
( ) Aristóteles considerava a monarquia a pior
das formas de governo. O governo de um
só seria errado por corromper a natureza
política dos indivíduos, um desvio para o
governante.
( ) Diferente de Platão, Aristóteles entendia
que a democracia era a melhor forma de
governo, desde que não se corrompesse e
se transformasse em uma demagogia.
( ) Tanto Platão como Aristóteles buscaram
estabelecer, cada um a seu modo, os
parâmetros de um bom e justo governo.
Nenhum deles, entretanto, tinha
admiração pela democracia, sobretudo em
seu formato puro.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A filosofia helenística é profundamente
marcada por uma preocupação central com a ética,
entendida em um sentido prático, como o
estabelecimento de regras do bem viver, da ‘arte de
viver’. É ilustrativo disso o famoso Manual de
Epicteto, filósofo estoico do período romano.Considere as seguintes afirmações sobre a doutrina
ética das principais correntes de pensamento
helenísticas:
I. Para se ter uma conduta ética que assegure
a felicidade, o estoicismo propõe o agir de
acordo com os princípios da natureza, em
equilíbrio com o cosmo e em busca da
tranquilidade – ataraxia.II. Agir eticamente, segundo o epicurismo,
significa dar vazão aos desejos naturais de
forma intensa e total. A vida ética requer o
exercício pleno da paixão que não se opõe à
razão, mas a complementa.
III. A ética estoica influenciou fortemente a ética
cristã em virtude de seu caráter
determinista e por sua valorização do
autocontrole e da submissão.
É correto o que se afirma em
Relacione, corretamente, as definições sobre o
papel do poder político ou do Estado, com seus
respectivos pensadores, numerando os parênteses
abaixo, de acordo com a seguinte indicação:
1. Karl Marx
2. John Locke
3. Thomas Hobbes
4. Agostinho de Hipona ( ) Poder político do Estado, como resultante
de um pacto de consentimento, constituído
para consolidar os direitos naturais e
individuais de cada homem.
( ) Poder do Estado, como poder de origem
espiritual, voltado às necessidades
mundanas e à vigilância da retidão dos
indivíduos.( ) Poder político do Estado, originário da
necessidade de um grupo manter seu
domínio econômico, pelo domínio político,
sobre outros grupos.
( ) Poder político do Estado, com poder
absoluto, fruto da renúncia de direitos
naturais originários e garantidores da paz.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Considere o seguinte excerto a respeito da
desumanização dos imigrantes latinos:
“Estou estarrecido pelo que vejo acontecer
hoje nos EUA – filhos de imigrantes, sendo
arrancados de seus pais e enviados a centros de
detenção. Laura Ingraham, da rede de notícias Fox
News disse que as crianças imigrantes presas
estavam ‘praticamente numa colônia de férias’, a
despeito do áudio em que se ouvem crianças
chorando. Quase 60% dos republicanos aprovam a
prática de separar crianças imigrantes de seus pais
e não é difícil entender os motivos. Há alguns anos
Donald Trump vem aproveitando todas as
oportunidades de desumanizar os latinos que
atravessam a fronteira, chamando-os de animais,
assassinos e estupradores. Essa etapa é essencial,
a de reduzir imigrantes a um status sub-humano.
Aconteceu durante o Holocausto. Sempre que um
grupo de pessoas sofre opressão e horrores, os
grupos no poder, primeiramente as reduzem e
desumanizam, de forma a aliviar a consciência dos
poderosos enquanto dure a opressão”.
King, Shaun. Separar famílias de migrantes é uma
barbaridade. E os EUA fazem isso há séculos com não
brancos. Publicado em 21/06/2018. Disponível em:
https://theintercept.com/2018/06/21/eua-familiasmigrantes-trump/. Adaptado.
No texto acima, a referência ao processo de
desumanização dos imigrantes latinos corresponde a
uma ação política baseada em uma concepção de
poder que é encontrada
Considere o trecho a seguir, que descreve
uma definição sobre como se estabelecem as
normas de ação a partir de uma determinada
situação vivida no mundo:
“O mundo vivido é considerado a partir do
processo de entendimento no qual diferentes
pessoas se entendem sobre algo no mundo objetivo
dos fatos, no mundo social das normas de ação e
mundo subjetivo das vivências. O mundo vivido
garante aos sujeitos de uma comunidade de
comunicação convicções a partir das quais se forma
o contexto dos processos de entendimento”. OLIVEIRA, M. A. de. Reviravolta linguístico-pragmática
na filosofia contemporânea. São Paulo:
Edições Loyola, 1996. Adaptado. A passagem acima apresenta uma visão da
moralidade, sobre a qual é correto afirmar que
O trecho abaixo apresentado se refere à
influência da indústria cultural e seus produtos, em
relação à ordem social e política contemporânea,
sob a ótica dos pensadores da Escola de Frankfurt:
“O desenvolvimento da indústria cultural
ocasionou a incorporação dos indivíduos numa
totalidade social racionalizada e reificada; frustrou
sua imaginação e tornou-os vulneráveis à
manipulação por ditadores e demagogos. A
propaganda fascista necessitou apenas ativar e
reproduzir a mentalidade existente das massas; ela
simplesmente tomou as pessoas pelo que eram – os
filhos da indústria cultural – e empregou as técnicas
dessa indústria para mobilizá-las por trás dos
objetivos agressivos e reacionários do fascismo”.
THOMPSON, John B. Ideologia e cultura
moderna: teoria social crítica na era dos meios de
comunicação de massa. Petrópolis, RJ:Vozes. Adaptado.
Considerando o trecho acima e o conceito de indústria
cultural, atente para o que se diz a seguir e assinale
com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.( ) Os produtos da indústria cultural são,
geralmente, construções simbólicas
impregnadas de estereótipos que
suprimem a reflexão crítica sobre a ordem
social, podendo abrir espaço para uma
visão autoritária.
( ) Aqueles indivíduos que foram capturados
pela retórica autoritária do fascismo são os
que já haviam sucumbido à influência da
indústria cultural e à sua capacidade de
manipulação das massas.
( ) Os produtos da indústria cultural desafiam
as normas sociais e possuem um caráter
antirrealista que se torna fonte de fascínio
por parte das massas que aderem ao seu
falso caráter revolucionário.
( ) Exemplificada na indústria de
entretenimento, a indústria cultural
padronizou e mercantilizou as formas
culturais, o que resultou em uma arte
banal e repetitiva, incapaz de provocar um
olhar crítico.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Observe a seguinte frase atribuída a Otto Von
Bismarck, estadista e diplomata alemão do século
XIX: “Os tolos dizem que aprendem com os seus
próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos
outros”. Tendo como base a definição estabelecida por
Aristóteles, em sua Metafísica, sobre os graduais
níveis de conhecimento (sentidos, memória,
experiência e ciência), é correto dizer que a frase
acima, proferida pelo líder Prussiano, da República
de Weimar, representa
As seguintes máximas exemplificam a solução
apresentada por Immanuel Kant na formulação do
princípio supremo da moralidade:
“Age como se a máxima de tua ação se
devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal
da natureza”.
“Age de tal maneira que uses a humanidade,
tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer
outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca
simplesmente como meio”.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica
dos costumes. Trad. Paulo Quintela. Lisboa: Edições
70.1997.
Essas máximas são imperativos categóricos, sobre os
quais é correto afirmar que
Leia atentamente o seguinte trecho do texto
Hobbesiano, que se refere a um pacto entre
“contratantes” em estado de natureza:
“Quando se faz um pacto em que ninguém
cumpre imediatamente sua parte, e uns confiam nos
outros, na condição de simples natureza (que é uma
condição de guerra de todos os homens contra todos
os homens), a menor suspeita razoável torna nulo
este pacto. Mas se houver um poder comum situado
acima dos contratantes, com direito e força
suficientes para impor seu cumprimento, ele não é
nulo”.
HOBBES, Thomas. LEVIATÃ ou matéria, forma e
poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João P.
Monteiro e Maria B. Nizza. 3ª Ed. São Paulo:
Abril Cultural, 1983.
No que diz respeito ao estado de natureza, como
mencionado, considere as seguintes afirmações:
I. Entre o estado de natureza e o estado
civil (ou estado de sociedade), há uma
relação de contraposição, pois o estado
de sociedade surge como antítese
corretiva ao estado de natureza.
II. A passagem do estado de natureza ao
estado de sociedade ocorre
espontaneamente, ou seja, como
decorrência do processo de propensão
natural dos indivíduos ao consenso.
III. O estado de natureza é um estado
cujos elementos constitutivos são os
indivíduos singulares, livres e iguais,
mas que vivem uma vida solitária, cruel
e animalesca, da qual precisam
escapar.
É correto o que se afirma em
Relacione, corretamente, os pensadores com
seus respectivos pensamentos acerca da forma
como o conhecimento da realidade se verifica,
numerando os parênteses abaixo, de acordo com a
seguinte indicação:
1. Immanuel Kant
2. Karl Marx
3. Renè Descartes
4. G.W.F Hegel ( ) A reflexão filosófica deve partir de um
exame da formação da consciência e a
experiência da consciência não é só uma
experiência teórica: é necessariamente
histórica.
( ) Não é a consciência que determina a vida,
mas a vida que determina a consciência. É
a ideologia a responsável por produzir uma
alienação da consciência humana de sua
situação real.
( ) É sempre possível duvidar de um princípio,
questionar as bases de uma teoria. É
preciso colocar em questão todo o
conhecimento adquirido.
( ) O conhecer é um ato de autodeterminação
do sujeito, é anterior a toda experiência, e
trata não tanto dos objetos, mas dos
conceitos a priori sobre os objetos.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
O seguinte excerto encerra o mito da caverna,
de Platão:
“E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar
exatamente essa alegoria ao que dissemos
anteriormente. Devemos assimilar o mundo que
apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do
fogo que ilumina a caverna à ação do Sol. Quanto à
subida e à contemplação do que há no alto,
considera que se trata da ascensão da alma até o
lugar inteligível, e não te enganarás sobre minha
esperança, já que desejas conhecê-la. Deus sabe se
há alguma possibilidade de que ela seja fundada
sobre a verdade. Em todo o caso, eis o que me
aparece tal como me aparece; nos últimos limites do
mundo inteligível aparece-me a ideia do Bem, que
se percebe com dificuldade, mas que não se pode
ver sem concluir que ela é a causa de tudo o que há
de reto e de belo”
PLATÃO. A República (514a-517c):
Disponível em:
http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/203.pdf
Considerando o pensamento platônico, assinale com
V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) As virtudes humanas podem ser
adquiridas facilmente por todos os
indivíduos, cabendo aos filósofos a missão
político-pedagógica de ensinar-lhes o
caminho, através da dialética socrática.
( ) Para Platão, a virtude resulta do trabalho
reflexivo da razão: o bem é, portanto,
atingido pelo esforço do conhecimento,
pela busca da sabedoria.
( ) Seguindo a tradição sofista, Platão
propunha que o verdadeiro é tudo que
pode ser provado e defendido pelo esforço
da razão, afastando-se do domínio da
mera opinião – doxa.
( ) No pensamento platônico, o processo de
descobrimento da verdade é representado
por um movimento de libertação de um
mundo de realidades parciais e ilusórias.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
O seguinte excerto encerra o mito da caverna, de Platão:
“E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar exatamente essa alegoria ao que dissemos anteriormente. Devemos assimilar o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do fogo que ilumina a caverna à ação do Sol. Quanto à subida e à contemplação do que há no alto, considera que se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível, e não te enganarás sobre minha esperança, já que desejas conhecê-la. Deus sabe se há alguma possibilidade de que ela seja fundada sobre a verdade. Em todo o caso, eis o que me aparece tal como me aparece; nos últimos limites do mundo inteligível aparece-me a ideia do Bem, que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem concluir que ela é a causa de tudo o que há de reto e de belo”
PLATÃO. A República (514a-517c): Disponível em: http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/203.pdf
Considerando o pensamento platônico, assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) As virtudes humanas podem ser adquiridas facilmente por todos os indivíduos, cabendo aos filósofos a missão político-pedagógica de ensinar-lhes o caminho, através da dialética socrática.
( ) Para Platão, a virtude resulta do trabalho reflexivo da razão: o bem é, portanto, atingido pelo esforço do conhecimento, pela busca da sabedoria.
( ) Seguindo a tradição sofista, Platão propunha que o verdadeiro é tudo que pode ser provado e defendido pelo esforço da razão, afastando-se do domínio da mera opinião – doxa.
( ) No pensamento platônico, o processo de descobrimento da verdade é representado por um movimento de libertação de um mundo de realidades parciais e ilusórias.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Antes do surgimento do pensar raciona-lfilosófico, os povos antigos possuíam outra forma de
explicação do mundo: o pensamento mítico.Considerando as características do
conhecimento mítico, atente para o que se afirma a
seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com
F o que for falso.( ) A mitologia foi a segunda forma de
explicação sobre o mundo, sucedendo as
explicações fornecidas pelas ciências dos
antigos povos, como a agrimensura e a
astrologia. ( ) Os mitos eram transmitidos por gerações,
principalmente através da forma narrativa
e faziam parte da tradição cultural de um
povo, não sendo originários da criação por
parte de um indivíduo específico.
( ) A mitologia explicava a origem do mundo
e dependia da adesão, pelas pessoas, de
um conjunto de verdades tidas como
inquestionáveis e imunes à crítica.
( ) Baseado, principalmente, nas forças da
natureza – physis –, as mitologias antigas,
ao contrário das religiões que as
sucederam, evitavam o recurso às forças
sobrenaturais como fonte de explicação da
existência.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
O trecho que se apresenta a seguir trata da
passagem da democracia política – garantidora de
direitos políticos fundamentais – para a democracia
social, no mundo contemporâneo: “O processo de alargamento da democracia na
sociedade contemporânea não ocorre apenas
através da integração da democracia representativa
com a democracia direta, mas também e,
sobretudo, através da extensão da democratização
com a passagem da democracia na esfera política,
isto é, na esfera em que o indivíduo é considerado
como cidadão, para a democracia na esfera social,
onde o indivíduo é considerado na multiplicidade de
seu status, na extensão das formas de poder
ascendente”.
BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: para uma
teoria geral da política. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1987. Adaptado.
Sobre esse processo histórico, é correto afirmar que
Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a
filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte:
“[...] o poder teológico-político é duplamente violento.
Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos
homens a origem de suas ações sociais e políticas,
colocando-as como cumprimento a mandamentos
transcendentes de uma vontade divina
incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de
Estado’. Em segundo, porque as leis divinas
reveladas, postas como leis políticas ou civis,
impedem o exercício da liberdade, pois não regulam
apenas usos e costumes, mas também a linguagem e
o pensamento, procurando dominar não só os corpos,
mas também os espíritos”.
CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista
CULT, 14 de março de 2010. Disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.
O poder teológico-político é violento, porque
Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte: “[...] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”.
CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.
O poder teológico-político é violento, porque
No Brasil, na Argentina e em outros países da
América Latina, os governos estão promovendo
mudanças econômicas e de políticas públicas,
mudanças essas conhecidas como liberais ou
neoliberais. Nessas mais recentes políticas
governamentais, o poder público transfere à
economia de mercado a satisfação de determinadas
carências dos cidadãos, que devem provê-las a partir
do próprio esforço individual em uma economia mais
fortemente caracterizada pela concorrência entre os
indivíduos e por menos direitos sociais. Em seu
tempo, o filósofo contratualista Jean-Jacques
Rousseau, em seu Do Contrato Social, afirma que
quanto menos felicidade a República é capaz de
proporcionar aos cidadãos, mais eles terão que
buscar, individualmente, a felicidade. A consequência
é uma sociedade cada vez mais egoísta,
desinteressada pela política e, por fim, agrilhoada por
um déspota qualquer ou pela cobiça.
O texto acima apresenta duas opiniões conflitantes
sobre a condução das políticas públicas. Considerando
essas opiniões, assinale a afirmação verdadeira.
No Brasil, na Argentina e em outros países da América Latina, os governos estão promovendo mudanças econômicas e de políticas públicas, mudanças essas conhecidas como liberais ou neoliberais. Nessas mais recentes políticas governamentais, o poder público transfere à economia de mercado a satisfação de determinadas carências dos cidadãos, que devem provê-las a partir do próprio esforço individual em uma economia mais fortemente caracterizada pela concorrência entre os indivíduos e por menos direitos sociais. Em seu tempo, o filósofo contratualista Jean-Jacques Rousseau, em seu Do Contrato Social, afirma que quanto menos felicidade a República é capaz de proporcionar aos cidadãos, mais eles terão que buscar, individualmente, a felicidade. A consequência é uma sociedade cada vez mais egoísta, desinteressada pela política e, por fim, agrilhoada por um déspota qualquer ou pela cobiça.
O texto acima apresenta duas opiniões conflitantes sobre a condução das políticas públicas. Considerando essas opiniões, assinale a afirmação verdadeira.
Um dos argumentos em favor do direito amplo
ao armamento individual é o que afirma que cabe ao
próprio indivíduo, e não ao Estado, a proteção de sua
vida e de sua propriedade. Esse argumento pode ser
entendido, nos termos da filosofia de Thomas Hobbes,
como um “direito de natureza”, que o pensador inglês
define no seguinte modo: “O direito de natureza é a
liberdade que cada homem possui de usar seu próprio
poder, da maneira que quiser, para a preservação de
sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e
consequentemente de fazer tudo aquilo que seu
próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios
adequados a esse fim”.
HOBBES, Thomas. Leviatã, Parte I, cap. XIV. Trad. br.
Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da
Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983 – adaptado.
Com base na definição acima, considere as seguintes
afirmações:
I. O direito de natureza não garante a vida de
ninguém.
II. O direito de natureza não garante a
propriedade individual.
III. O direito de natureza é igual para todos.
É correto o que se afirma em
Um dos argumentos em favor do direito amplo ao armamento individual é o que afirma que cabe ao próprio indivíduo, e não ao Estado, a proteção de sua vida e de sua propriedade. Esse argumento pode ser entendido, nos termos da filosofia de Thomas Hobbes, como um “direito de natureza”, que o pensador inglês define no seguinte modo: “O direito de natureza é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e consequentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim”.
HOBBES, Thomas. Leviatã, Parte I, cap. XIV. Trad. br. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983 – adaptado.
Com base na definição acima, considere as seguintes afirmações:
I. O direito de natureza não garante a vida de ninguém.
II. O direito de natureza não garante a propriedade individual.
III. O direito de natureza é igual para todos.
É correto o que se afirma em
“Somos amantes da beleza sem extravagâncias
e amantes da filosofia sem indolência. Usamos a
riqueza mais como uma oportunidade para agir que
como um motivo de vanglória; entre nós não há
vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é não
fazer o possível para evitá-la. Ver-se-á em uma
mesma pessoa ao mesmo tempo o interesse em
atividades privadas e públicas, e em outros entre nós
que dão atenção principalmente aos negócios não se
verá falta de discernimento em assuntos políticos,
pois olhamos o homem alheio às atividades públicas
não como alguém que cuida apenas de seus próprios
interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós
mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por
compreendê-las claramente, na crença de que não é o
debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não
se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a
hora da ação”.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, Livro II, 40.
Trad. de Mario da Gama Kury. Brasília, DF: Editora da
Universidade de Brasília, 2001.
Considerando as teses sobre o surgimento da filosofia
na Grécia, essa passagem do famoso discurso do
legislador ateniense Péricles, no segundo ano da
Guerra do Peloponeso, apresenta elementos que nos
remetem à tese de
“O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a
público manifestar repúdio à Nota Técnica
Nº 11/2019 intitulada ‘Nova Saúde Mental’, publicada
pela Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e
Outras Drogas, do Ministério da Saúde, na última
segunda-feira (4 [de fevereiro de 2019]). O teor do
documento aponta um grande retrocesso nas
conquistas estabelecidas com a Reforma Psiquiátrica
(Lei nº 10.216 de 2001), marco na luta
antimanicomial ao estabelecer a importância do
respeito à dignidade humana das pessoas com
transtornos mentais no Brasil. A nota apresenta,
entre outras questões que desconstroem a política de
saúde mental, a indicação de ampliação de leitos em
hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas,
dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPs),
incentivando assim o retorno à lógica manicomial. O
Ministério da Saúde também passa a financiar a
compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia.”
CFP manifesta repúdio à nota técnica “Nova Saúde
Mental” publicada pelo Ministério da Saúde. In: Site do
Conselho Federal de Psicologia, publicado em 08/02/2019.
Disponível em: https://site.cfp.org.br/cfp-manifesta-repudioa-nota-tecnica-nova-saude-mental-publicada-peloministerio-da-saude/
A crítica do Conselho Federal de Psicologia à nova
política de saúde mental do governo brasileiro poderia
encontrar apoio no pensamento liberal clássico
“O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público manifestar repúdio à Nota Técnica Nº 11/2019 intitulada ‘Nova Saúde Mental’, publicada pela Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, na última segunda-feira (4 [de fevereiro de 2019]). O teor do documento aponta um grande retrocesso nas conquistas estabelecidas com a Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216 de 2001), marco na luta antimanicomial ao estabelecer a importância do respeito à dignidade humana das pessoas com transtornos mentais no Brasil. A nota apresenta, entre outras questões que desconstroem a política de saúde mental, a indicação de ampliação de leitos em hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas, dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPs), incentivando assim o retorno à lógica manicomial. O Ministério da Saúde também passa a financiar a compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia.”
CFP manifesta repúdio à nota técnica “Nova Saúde Mental” publicada pelo Ministério da Saúde. In: Site do Conselho Federal de Psicologia, publicado em 08/02/2019. Disponível em: https://site.cfp.org.br/cfp-manifesta-repudioa-nota-tecnica-nova-saude-mental-publicada-peloministerio-da-saude/
A crítica do Conselho Federal de Psicologia à nova política de saúde mental do governo brasileiro poderia encontrar apoio no pensamento liberal clássico