Antes do surgimento do pensar raciona-lfilosófico, os povos antigos possuíam outra forma de
explicação do mundo: o pensamento mítico.Considerando as características do
conhecimento mítico, atente para o que se afirma a
seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com
F o que for falso.( ) A mitologia foi a segunda forma de
explicação sobre o mundo, sucedendo as
explicações fornecidas pelas ciências dos
antigos povos, como a agrimensura e a
astrologia. ( ) Os mitos eram transmitidos por gerações,
principalmente através da forma narrativa
e faziam parte da tradição cultural de um
povo, não sendo originários da criação por
parte de um indivíduo específico.
( ) A mitologia explicava a origem do mundo
e dependia da adesão, pelas pessoas, de
um conjunto de verdades tidas como
inquestionáveis e imunes à crítica.
( ) Baseado, principalmente, nas forças da
natureza – physis –, as mitologias antigas,
ao contrário das religiões que as
sucederam, evitavam o recurso às forças
sobrenaturais como fonte de explicação da
existência.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A — F, V, V, F
Tema central: compreensão do mito como modo de saber nas sociedades antigas — suas características principais (narratividade e tradição, autoridade simbólica, relação com o sobrenatural) e como se distingue do saber científico ou religioso posterior.
Resumo teórico (essencial): o pensamento mítico é narrativo e tradicional: transmite explicações cosmológicas e normativas por meio de histórias sacralizadas, aceitas como verdade pela comunidade. Não nasce tipicamente de um autor individual e não funciona segundo método crítico-racional como a filosofia. Os mitos recorrem frequentemente ao sobrenatural (deuses, poderes) para explicar a origem e sentido do mundo (cf. Mircea Eliade, O Sagrado e o Profano; Walter Burkert, Greek Religion).
Justificativa da sequência F, V, V, F (por afirmação):
1ª — Falso. A mitologia não é “segunda” em relação a ciências práticas antigas: ela é uma forma primária e simultânea de explicação. Mitos antecedem ou coexistem com técnicas como agrimensura e astrologia; não são derivadas delas.
2ª — Verdadeiro. Mitos circulavam oralmente e por tradição coletiva, transmitidos em narrativas e rituais, raramente atribuídos a um único criador; são patrimônio cultural.
3ª — Verdadeiro. Mitos explicam origens e estabelecem verdades normativas que, na tradição, são tomadas como incontestáveis — não submetidas ao exame crítico racional típico da filosofia.
4ª — Falso. Ao contrário do enunciado, mitologias recorrem ao sobrenatural (deuses, forças pessoais) para explicar a existência; não se limitam a uma explicação “naturalista” baseada só em physis.
Análise das alternativas incorretas (por que B, C e D estão erradas):
- B (V, F, V, F): erra na 1ª (marca como V uma proposição que nega a primazia do mito) e na 2ª (inverte a natureza tradicional/oral do mito).
- C (F, V, F, V): erra na 3ª (marca como F a característica da autoridade mítica) e na 4ª (marca como V uma ideia de que mitologias evitavam o sobrenatural).
- D (V, F, F, V): erra na 1ª e confunde a 3ª e 4ª, atribuindo qualidade naturalista e não autoritária ao mito.
Dica de prova: identifique palavras-chave nas afirmações (ex.: “sucedendo”, “individual”, “inquestionáveis”, “evitavam o sobrenatural”) e conecte-as às características conhecidas do mito: tradição, narratividade, sacralidade e presença de deuses. Elimine rapidamente alternativas que contrariem essas características básicas.
Fontes recomendadas: Mircea Eliade — O Sagrado e o Profano; Walter Burkert — Greek Religion.
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