Observe a seguinte frase atribuída a Otto Von Bismarck, estadista e diplomata alemão do século XIX:

“Os tolos dizem que aprendem com os seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos outros”.

Tendo como base a definição estabelecida por Aristóteles, em sua Metafísica, sobre os graduais níveis de conhecimento (sentidos, memória, experiência e ciência), é correto dizer que a frase acima, proferida pelo líder Prussiano, da República de Weimar, representa

Resposta correta: D

Tema central: trata-se da hierarquia aristotélica do conhecimento — sentidos → memória → experiência → ciência — e da identificação do nível de saber expresso na frase atribuída a Bismarck. Conhecer essa escala e o que cada termo significa em Aristóteles é essencial para resolver a questão.

Resumo teórico (essencial): segundo Aristóteles (Metafísica; também ver Ética a Nicômaco e Política), os sentidos fornecem dados brutos; a memória guarda representações singulares; a experiência resulta da repetição de memórias e leva a juízos sobre casos particulares; a ciência (episteme) é conhecimento universal e demonstrativo, que capta causas e princípios e, nas ciências práticas, orienta a ação a partir da compreensão geral das experiências singulares.

Por que a alternativa D é correta: a frase indica que Bismarck aprende não só com um caso isolado nem apenas recorda um erro, mas generaliza das várias experiências alheias para formular um saber político que orienta sua ação. Isso corresponde a um saber científico prático (ciência prática/política), isto é, um conhecimento de caráter universal derivado da integração de experiências singulares — exatamente o que a alternativa D descreve.

Análise das alternativas incorretas:

A: Incorreta — os sentidos fornecem percepção imediata; a frase não descreve percepção sensorial, mas inferência e generalização sobre ações políticas.

B: Incorreta — a memória refere-se à lembrança de eventos particulares; aqui há mais: transformar lembranças alheias em princípios de ação, o que ultrapassa a simples memória.

C: Parcialmente enganosa — experiência envolve acumulação de casos, mas a frase aponta para a formulação de um saber que orienta decisões gerais (caráter universal/prático). Assim, a experiência sozinha não capta o nível de generalidade indicado.

Estratégia de prova: ao ver referências a Aristóteles, mapeie rapidamente os termos técnicos (sentidos, memória, experiência, ciência). Procure palavras-chave nas alternativas: “universal”, “a partir das várias experiências singulares”, “orienta ação” sinalizam ciência prática. Atenção às pegadinhas que confundem experiência e ciência.

Fontes úteis: Aristóteles — Metafísica; Ética a Nicômaco; Política (textos clássicos para consultar a distinção entre experiência e ciência prática).

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