Questõesde UECE 2019 sobre Filosofia

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Foram encontradas 60 questões
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UECE 2019 - Filosofia - Vontade Divina e Liberdade Humana, A Experiência do Sagrado

Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma: “parecia a ti, como dizias, que o livre-arbítrio da vontade não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas servem-se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre devia nos ter sido dada do mesmo modo como nos foi dada a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com retidão”.

                                                                       AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47.

Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da vontade, em Agostinhoé correto afirmar que

A
o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus.
B
o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação moralmente reta.
C
é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu amor pelo homem é maior do que o pecado.
D
a ação justa é aquela que foi praticada com o livre-arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por meio do livre-arbítrio.
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UECE 2019 - Filosofia - São Tomás e a Filosofia Medieval, O Sujeito Moderno

“Portanto, deve-se dizer que como a lei escrita não dá força ao direito natural, assim também não pode diminuir-lhe nem suprimir-lhe a força; pois, a vontade humana não pode mudar a natureza. Portanto, se a lei escrita contém algo contra o direito natural, é injusta e não tem força para obrigar. Pois, só há lugar para o direito positivo, quando, segundo o direito natural, é indiferente que se proceda de uma maneira ou de outra, como já foi explicado acima. Por isso, tais textos não hão de chamar leis, mas corrupções da lei, como já se disse. E portanto, não se deve julgar de acordo com elas.”

                                                       Tomás de Aquino, Suma Teológica, II, Questão 60, Art. 5.

Com base na passagem acima, é correto afirmar que

A
a lei escrita só é legítima se for baseada no direito natural.
B
o direito positivo não é a lei escrita, mas dos costumes.
C
o direito natural só é legítimo se expresso na lei escrita.
D
não há diferença entre direito natural e direito positivo.
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UECE 2019 - Filosofia - A Experiência do Sagrado

O maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Manesou Maniqueu, filósofo cristão do século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.

                                            ”Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Manique%C3%ADsmo.

Contra o maniqueísmo, Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) afirmava que

A
Deus é o Bem absoluto, ao qual se contrapõe o Mal absoluto.
B
as criaturas só são más numa consideração parcial, mas são boas em si mesmas.
C
toda a criação era boa e tornou-se má, pois foi dominada pelo pecado após a Queda.
D
a totalidade da criação é boa em si mesma, mas singularmente há criaturas boas e más.
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UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

Da premissa “Se estudo filosofia, então gosto de ler”, é logicamente correto, segundo o modus tollens, tirar a seguinte conclusão

A
Gosto de ler, portanto estudo filosofia.
B
 Não estudo filosofia, mas gosto de ler.
C
Não gosto de ler, logo não estudo filosofia.
D
Estudo Filosofia, logo gosto de ler.
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UECE 2019 - Filosofia - A Origem da Filosofia, O que é a Filosofia

É no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. A experiência social só pôde tornar-se entre os gregos objetos de uma reflexão positiva, porque se prestava, na cidade, a um debate público de argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros Sábios puseram em discussão a ordem humana, procuraram defini-la em si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis à sua inteligência, aplicar-lhe a norma do número e da medida.”

VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1989, p. 94.



Com base nessa citaçãoé correto afirmar que a filosofia nasce

A
após o declínio das ideias mitológicas, não havendo nenhuma linha de continuidade entre estas últimas e as novas ciências gregas.
B
das representações religiosas míticas que se transpõem nas novas representações cosmológicas jônicas.
C
da experiência do espanto, a maravilha com um mundo ordenado e, portanto, belo.
D
da experiência política grega de debate, argumentação e contra-argumentação, que põe em crise as representações míticas.
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UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

“É um dito corrente que todas as leis silenciam em tempos de guerra, e é verdade, não apenas se falarmos de leis civis, mas também naturais [...] E entendemos que tal guerra é de todos os homens contra todos os homens.

HOBBES, Thomas. Do Cidadão.Trad. Raul Fiker. São Paulo: Edipro, 2016, p. 83s.

O Texto de Hobbes se refere a um estado de guerra de todos contra todos, que enseja, pelo medo da morte, um estado civil. O nome dado por Hobbes a esse estado anterior ao pacto social é

A
Leviatã.
B
Sociedade Civil.
C
Estado de Natureza.
D
Lei Natural.
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UECE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

Se na Ética a Nicômaco Aristóteles visa encaminhar o indivíduo à felicidade, na Política ele tem por finalidade alcançar o bem comum, o bem-viver. Por isso, ele compreende que a origem da polis está na necessidade natural do homem em buscar a felicidade. A comunidade natural mais incipiente é a família, na qual seus membros se unem para facilitar as atividades básicas de sobrevivência. E várias famílias se ligam para formar a aldeia. E as aldeias se juntam para instituir a polis.
Sobre isso, é correto afirmar que

A
o homem não é naturalmente um animal político, mas é, por natureza, um membro da família.
B
a polis não é uma noção artificial, mas natural, pois é o lugar do homem desenvolver as suas potencialidades em vista ao bem-viver.
C
a felicidade do homem está nas condições que permitem sua sobrevivência no âmbito da família.
D
a polis se constitui independente das famílias e das aldeias, pois é a única comunidade natural a que o homem pertence.
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UECE 2019 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

“Quando um cidadão, não por suas crueldades ou outra qualquer intolerável violência, e sim pelo favor dos concidadãos, se torna príncipe de sua pátria o que se pode chamar principado civil (e para chegar a isto não é necessário grandes méritos nem muita sorte, mas antes uma astúcia feliz) , digo que se chega a esse principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos poderosos. É que em todas as cidades se encontram estas duas tendências diversas e isto nasce do fato de que o povo não deseja ser governado nem oprimido pelos grandes, e estes desejam governar e oprimir o povo.”


MAQUIAVEL. O Príncipe. Coleção “Os Pensadores” -adaptado.



Considerando a questão da política em Maquiavel, analise as seguintes afirmações:



I.Maquiavel rompe com a tradição política ao não admitir qualquer fundamento anterior e exterior à política.


II.Maquiavel considera a cidade uma comunidade homogênea nascida da ordem natural ou da razão humana.

III.Maquiavel considera que a política nasce das lutas sociais e é obra da própria sociedade para dar a si mesma unidade e identidade.

É correto o que se afirma em

A
I e II apenas.
B
I e III apenas.
C

II e III apenas.

D
I, II e III.
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UECE 2019 - Filosofia - Mito e Filosofia, Filosofia e a Grécia Antiga

“Como se sabe, a palavra mythos raramente foi empregada por Heródoto (apenas duas vezes). Caracterizar um logos(narrativa) como mythos era para ele um meio claro de rejeitá-lo como duvidoso e inconvincente. [...] Situado em algum lugar além do que é visível, um mythos não pode ser provado.”



HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Brasília, Editora da UnB, 2003, p. 37.


Sobre a diferença entre mythos e logos acima sugerida, é INCORRETO afirmar que

A
o problema do mythos era limitar-se ao que é visível e, por isso, não podia ser pensado.
B
filosofia e história nasceram, na Grécia clássica, com base numa mesma reivindicação do logos contra o mythos.
C
o mythos não poderia ser submetido à clarificação argumentativa e à prova demonstração discursiva.
D
em contraposição ao mythos, o logos era um uso argumentativo da linguagem, capaz de criar as condições do convencimento.
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UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Três pensadores modernos marcaram a reflexão sobre a questão política: Hobbes, Locke e Rousseau. Um ponto comum perpassa o pensamento desses três filósofos a respeito da política: a origem do Estado está no contrato social. Partem do princípio de que o Estado foi constituído a partir de um contrato firmado, entendendo o contrato como um acordo. Portanto, o Estado deve ser gerado a partir do consenso entre as pessoas em torno de alguns elementos essenciais para garantir a existência social. Todavia, há nuances entre eles. Considerando o enunciado acima, atente para o que se diz a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.


( )Em comum, esses pensadores buscavam justificar reformas do Estado para limitar o poder despótico dos monarcas absolutos.
( )Para Hobbes, o contrato social é a renúncia dos direitos individuais ao soberano em nome da paz civil.
( )Para Locke, o contrato social é a renúncia parcial dos direitos naturais em favor da liberdade e da propriedade.

( )Para Rousseau, contrato social é a transferência dos direitos individuais para a vontade geral em favor da liberdade e da igualdade civis.



A sequência correta, de cima para baixo, é:

A
F, V, F, V.
B
V, F, V, F.
C
V, F, F, F.
D
F, V, V, V.
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UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

“Talvez [...] a verdade nada mais seja do que uma certa purificação das paixões e seja, portanto, a temperança, a justiça, a coragem; e a própria sabedoria não seja outra coisa do que esse meio de purificação.”


                                                                                                      PLATÃO. Fédon, 69b-c, adaptado.

Nessa fala de Sócrates, a “purificação” das paixões ocorre na medida em que a alma se afasta do corpo pela “força” da sabedoria. Com base nisso, assinale a afirmação FALSA.

A
As virtudes são a eliminação das paixões através da sabedoria.
B
Temperança, justiça e coragem resultam da purificação das paixões.
C
A sabedoria é a potência da alma pela qual as virtudes se constituem.
D
A alma atinge a verdade através da virtude da sabedoria.
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UECE 2019 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

O florentino Nicolau Maquiavel é considerado pela maioria dos historiadores da política como o primeiro grande pensador moderno a romper com a visão aristotélica sobre o sentido da vida política. Se para o filósofo grego o exercício da vida na polis representava a consumação da natureza racional do homem e a manifestação maior da sua excelência e do bem, Maquiavel, nas palavras de Pierre Manent: “foi o primeiro dos mestres da suspeita... o primeiro a trazer a suspeita para o ponto estratégico da vida dos homens: seu convívio, sua vida política. Se empenhou, Maquiavel, em nos convencer do caráter central ou substancial do mal na coisa pública”.

MANENT, Pierre. História intelectual do liberalismo: dez
lições. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1990.
P. 28-29/ adaptado.

A partir da leitura do trecho acima e levando em consideração o surgimento do pensamento político moderno, em Maquiavel, analise as seguintes proposições:

I. O pensamento político de Maquiavel foi inovador em relação ao pensamento clássico, por considerar que não há um “bem” absoluto em contraposição a um “mal” a ser combatido. Em certas situações, o “bem” advém e é mantido pelo “mal”.

II. Maquiavel e praticamente todos os filósofos da modernidade negavam a existência do bem comum. Uma característica marcante na concepção de política moderna era a de que a conquista e o exercício do poder político era o principal elemento a considerar.

III. Muito influenciado pelas disputas políticas de seu tempo, Maquiavel baseou-se na experiência concreta da coisa pública. Ao contrário dos antigos que viam a política como a realização do fim último da cidadania, ele procurou descrever o processo político de seu tempo.

É correto o que se afirma em

A
I e III apenas.
B
I e II apenas.
C
II e III apenas.
D
I, II e III.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

“Toda a obra de Francis bacon se destina a substituir uma cultura do tipo retórico-literário por uma do tipo técnico-científico. Bacon está perfeitamente consciente de que a realização deste programa de reforma comporta numa ruptura com a tradição. De que tal ruptura diz respeito não só ao modo de pensar, mas também ao modo de viver dos homens. O tipo de discurso filosófico elaborado no mundo clássico pressupõe, segundo Bacon, a superioridade da contemplação sobre as obras, da resignação diante da natureza sobre a conquista da natureza, da reflexão acerca da interioridade sobre a pesquisa voltada para os fatos e as coisas.”

ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas:1400-700. São
Paulo: Companhia das Letras, 1989, p.75/adaptado.

A passagem acima expõe a relação entre o pensamento filosófico moderno, representado por Francis Bacon, e o pensamento filosófico clássico. Sobre essa relação, é correto afirmar que

A
não houve nenhuma mudança substantiva entre a forma como os modernos pensavam o mundo e a forma como os antigos interpretavam a realidade, a não ser no aspecto da adoção de um processo metodológico diferenciado do pensamento.
B
a filosofia dos modernos buscava compreender a forma do pensamento e a partir de um raciocínio dedutivo, ao contrário dos antigos que baseavam o pensamento na forma indutiva e experimental de abordagem da realidade.
C
a mudança da maneira com que os filósofos da modernidade passaram a pensar a realidade foi radical em relação aos antigos, representando uma ruptura com um tipo de saber retórico e a adoção de um pensamento focado na pesquisa sobre os fatos e as coisas.
D
embora ancorada em raciocínio lógico e em um método mais preciso de análise, a filosofia dos modernos mostrava-se inferior ao pensamento antigo, em decorrência tanto de sua dependência excessiva da experiência, como do abandono do raciocínio.
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UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

Atente para a seguinte passagem, que trata do alvorecer da filosofia: “A derrocada do sistema micênico ultrapassa, largamente, em suas consequências, o domínio da história política e social. Ela repercute no próprio homem grego; modifica seu universo espiritual, transforma algumas de suas atitudes psicológicas. A Grécia se reconhece numa certa forma de vida social, num tipo de reflexão que definem a seus próprios olhos sua originalidade, sua superioridade sobre o mundo bárbaro: no lugar do Rei cuja onipotência se exerce sem controle, sem limite, no recesso de seu palácio, a vida política grega pretende ser o objeto de um debate público, em plena luz do Sol, na Ágora, da parte de cidadãos definidos como iguais e de quem o Estado é a questão comum; no lugar das antigas cosmogonias associadas a rituais reais e a mitos de soberania, um pensamento novo procura estabelecer a ordem do mundo em relações de simetria, de equilíbrio, de igualdade entre os diversos elementos que compõem o cosmos”.

VERNANT, J.-P. As
origens do pensamento grego. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1996, p.6/adaptado.

Com base na passagem acima, é correto afirmar que

A
a filosofia decorre fundamentalmente de um longo processo de evolução dos mitos antigos, não havendo relação direta entre seu desenvolvimento e o processo social e político dos povos que deram origem à civilização grega.
B
o poder despótico, característico dos povos da antiguidade, consolidou de forma gradual e constante o surgimento de movimentos sociais de contestação na Grécia antiga, o que foi fundamental para o surgimento da razão filosófica, no período clássico.
C
a mudança de pensamento do povo grego e a originalidade de sua reflexão sobre o cosmo se relacionam às transformações da vida política grega, na qual o debate público por parte de cidadãos iguais substituiu a onipotência do poder real ancorada em mitos de soberania.
D
não há diferenças significativas entre os sistema de organização social dos povos que viveram na Grécia micênica e os processos sociais que vigoraram nos períodos subsequentes, seja no período homérico, seja nos períodos arcaico e período clássico.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

“O silogismo é uma locução em que uma vez certas suposições sejam feitas, alguma coisa distinta delas se segue necessariamente devido à mera presença das suposições como tais. Por ‘devido à mera presença das suposições como tais’ entendo que é por causa delas que resulta a conclusão, e por isso quero dizer que não há necessidade de qualquer termo adicional para tornar a conclusão necessária”

ARISTÓTELES. Órganon: Categorias,
Da interpretação, Analíticos anteriores, Analíticos
posteriores, Tópicos, Refutações sofísticas.
Bauru, SP: EDIPRO, 2010, p. 111.

Considerando o enunciado acima, constante no livro I dos Analíticos anteriores, atente para o que se afirma a seguir, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) Trata-se da definição de silogismo, termo filosófico com o qual Aristóteles designou a conclusão deduzida de premissas, a argumentação lógica perfeita.

( ) Expõe as bases do argumento indutivo com três proposições declarativas (duas premissas e uma conclusão) que se conectam de tal modo que, a partir de premissas, é possível induzir uma conclusão.

( ) Expressa a importância dada por Aristóteles à correção lógica do raciocínio empregado na construção do conhecimento do Ser das coisas.

( ) O silogismo não trata do conteúdo do que se afirma, mas permite se chegar a conclusões verdadeiras, desde que baseadas em princípios gerais verdadeiros.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


A
F, F, V, F.
B
F, V, F, V.
C
V, V, F, F.
D
V, F, V, V.
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UECE 2019 - Filosofia - A Origem da Filosofia

“Aliada ao rompimento das ideias do mundo medieval, rompeu-se também a confiança nos velhos caminhos para a produção do conhecimento: a fé, a contemplação não eram mais consideradas vias satisfatórias para se chegar à verdade. Um novo caminho, um novo método precisava ser encontrado, que permitisse superar as incertezas.”

ANDERY, Maria Amália, et al. Para compreender a
ciência. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988, p.173.

Considerando o surgimento da ciência moderna e sua forma de abordagem da realidade, assinale a opção que completa correta e respectivamente as lacunas do seguinte enunciado:

O ____________1 e o ____________2 foram correntes filosófico-científicas que contribuíram para o surgimento das ciências modernas. O primeiro valoriza o raciocínio como fonte do verdadeiro conhecimento e aborda a realidade a partir do ____________3 . O segundo, por sua vez, valoriza a experiência e procura produzir conhecimentos na lida com os fatos e as coisas humanas e naturais, e analisa a realidade através do ____________ 4 .

A
empirismo1; humanismo2; método dedutivo3; método qualitativo4
B
racionalismo1; empirismo2; método dedutivo3; método indutivo4
C

racionalismo1; empirismo2; método empírico3; método indutivo4

D
empirismo1; racionalismo2; método racional3; método matemático4
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UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Analise as seguintes passagens que se referem ao princípio fundamental do contratualismo — a existência de um pacto social como fundamento da sociedade:

     “As cláusulas desse contrato são de tal modo determinadas pela natureza do ato, que a menor modificação as tornaria vãs e de nenhum efeito. Violando-se o pacto social, cada um volta aos seus primeiros direitos e retoma sua liberdade natural, perdendo a liberdade convencional pela qual renunciara àquela”.

ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. Coleção “Os Pensadores”.

     “E os pactos sem espada não passam de palavras, sem força para dar qualquer segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza (que cada um respeita quando tem vontade de as respeitar e quando o pode fazer com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua própria força e capacidade”.

HOBBES, Thomas. LEVIATÃ ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João P. Monteiro e Maria B. Nizza. 3ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 

Considere as seguintes proposições sobre o conceito de pacto social:

I. Para Rousseau, pelo pacto social, o homem abre mão de sua liberdade, mas, ao fazê-lo, abre espaço ao surgimento da soberania e da lei, e obedecer a lei é obedecer a si mesmo, o que o torna livre novamente.
II. Diferente de Hobbes, Locke não via o estado de natureza dominado pelo egoísmo. O contrato social era necessário para garantir o direito de propriedade que, segundo Locke, era anterior à própria sociabilidade.
III. Hobbes e Rousseau concordavam ser necessário um pacto ou contrato social, que decorria da necessidade humana de controlar os instintos e impedir a guerra de todos contra todos do estado de natureza.

É correto o que se afirma em

A
I, II e III.
B
I e III apenas.
C
I e II apenas.
D
II e III apenas.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Razão: Inata ou Adquirida?

Observe as seguintes citações, que refletem posições divergentes, colocadas por empiristas e racionalistas, sobre o método que deveria ser usado para o estabelecimento do correto processo de conhecimento da realidade: 

     “Primeiramente, considero haver em nós certas noções primitivas, as quais são como originais, sob cujo padrão formamos todos os nossos outros conhecimentos”.

DESCARTES, R. Carta a Elisabeth. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os Pensadores.

     “De onde a mente apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo numa palavra, da experiência. Todo o conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento”.

LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os pensadores.

Considerando o que propunham o empirismo e o racionalismo, atente para o que se afirma a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) O racionalismo é a forma de compreensão do conhecimento que prioriza a razão e recorre à indução como método de análise.
( ) O empirismo, ao contrário do racionalismo, parte da experiência para a construção de afirmações gerais a respeito da realidade.
( ) Para o racionalismo, sobretudo o cartesiano, a verdade deveria ser buscada fora dos sentidos, visto que eles são enganosos e podem nos equivocar em qualquer experiência de percepção.
( ) O empirismo, vertente de compreensão da qual Locke fazia parte, aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas. 

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A
V, F, V, F.
B
V, V, F, V.
C
F, F, F, V.
D
F, V, V, F.
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UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

Leia a seguinte passagem, que relaciona o regramento democrático ao desenvolvimento de uma prática social baseada na razão:

     “A democracia representa exatamente a possibilidade de se resolverem, através do entendimento mútuo, e de leis iguais para todos, as diferenças e divergências existentes em nome de um interesse comum. As decisões serão tomadas por consenso, o que acarreta persuadir, convencer, justificar, explicar. Anteriormente, havia a imposição, a violência, a obediência. A linguagem, o diálogo e a discussão rompem com a violência na medida em que todos os falantes têm, no diálogo, os mesmos direitos (isegoria): interrogar, questionar, contra-argumentar. A razão se sobrepõe à força”.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar Ed.1998. Adaptado.

Considerando a passagem acima, analise as seguintes afirmações: 

I. O surgimento de todas as formas de manifestação cultural, entre elas a filosofia, a arte e a narrativa histórica deve ser entendido a partir do contexto social e histórico no qual determinada sociedade está imersa.
II. O alvorecer da filosofia, no mundo antigo, teve como motivação o desenvolvimento de uma vida social democrática, mais voltada à harmonia e conciliação de interesses diversos, o que requeria o uso do argumento racional.
III O processo democrático na Grécia antiga inaugurou a obediência ao poder de todos e para todos e isso se refletiu no surgimento de um pensamento racional que, embora fosse inovador, continuava prisioneiro de uma visão autoritária de sociedade.

É correto o que se afirma em

A
I e III apenas.
B
I e II apenas.
C
II e III apenas.
D
I, II e III.
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UECE 2019 - Filosofia


A refilmagem, deste ano, do clássico personagem “Coringa” provocou discussões sobre seus significados no plano sociopolítico. Analisando as várias versões inspiradas no HQ da DC Comics, Fabrício Moraes descreve o Coringa como o id, o impulso destrutivo e caótico, mas também criativo e artístico. Batman seria o superego, o juiz punitivo e ordenador da cidade, o arquétipo do guardião que afronta e interpõe limites a um território. O Coringa seria a face da comédia, Batman não se livra da face da tragédia. Neste sentido, o filme Coringa nos mostraria que o aspecto lúdico só tem pleno sentido se coexiste com a vida da sobriedade. Coringa e Batman são indissociáveis.
Ver: MORAES, Fabrício. ‘Coringa’: A raiva de Caliban por se ver no espelho. In Revista Amálgama. Disponível em: https://www.revistaamalgama.com.br/10/2019/resenhacoringa/. 2019.

Considerando a análise acima, é correto dizer que está amparada teoricamente

A
na noção estético-moral de Nietzsche em O nascimento da tragédia, onde ordem e caos se equilibram e fazem nascer o humano: Coringa e Batman são indissociáveis como Dionísio (loucura) e Apolo (razão).
B
na teoria política marxista, que concebe as relações sociais mascaradas pela ideologia de classe, o que necessariamente provoca o conflito social: Coringa e Batman são representações da luta de classes.
C
na definição de arte dos filósofos gregos como Aristóteles, cuja ideia fundamental era a de mímesis, ou seja, de imitação ou representação da realidade: Coringa e Batman são representações do ser e do não ser.
D
na concepção moral agostiniana, na qual o bem e o mal, o pecado e a graça, a cidade dos homens e a cidade de Deus coabitam no interior de cada indivíduo: Coringa e Batman são representações dessa contradição.