“Como se sabe, a palavra mythos raramente foi empregada por Heródoto (apenas duas vezes). Caracterizar um logos(narrativa) como mythos era para ele um meio claro de rejeitá-lo como duvidoso e inconvincente. [...] Situado em algum lugar além do que é visível, um mythos não pode ser provado.”
HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Brasília, Editora da UnB, 2003, p. 37.
Sobre a diferença entre mythos e logos acima sugerida, é INCORRETO afirmar que
“Como se sabe, a palavra mythos raramente foi empregada por Heródoto (apenas duas vezes). Caracterizar um logos(narrativa) como mythos era para ele um meio claro de rejeitá-lo como duvidoso e inconvincente. [...] Situado em algum lugar além do que é visível, um mythos não pode ser provado.”
HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Brasília, Editora da UnB, 2003, p. 37.
Sobre a diferença entre mythos e logos acima sugerida, é INCORRETO afirmar que
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda a diferença entre mythos e logos na Grécia Antiga, fundamental para compreender o surgimento da filosofia e da história como saberes baseados na razão.
Explicação teórica: Mythos refere-se a narrativas tradicionais, muitas vezes com deuses, heróis e forças sobrenaturais, aceitas por tradição e não comprovadas racionalmente. O logos, por outro lado, é o discurso racional e argumentativo, que surge na filosofia, na história e na ciência, buscando explicar fenômenos com base em razão, lógica e evidências — característica marcante do pensamento grego clássico, conforme autores como Jean-Pierre Vernant e Hartog.
Justificativa da alternativa correta (A):
A alternativa A afirma que "o problema do mythos era limitar-se ao que é visível e, por isso, não podia ser pensado". Isso é incorreto. O mythos justamente trata do que está além do visível: deuses, origem do universo, forças invisíveis — explicando o invisível por meio do simbólico. Portanto, dizer que ele se limita ao visível e não permite pensamento está em desacordo com a teoria e o próprio enunciado.
Análise das alternativas incorretas:
B) Correta. Tanto filosofia quanto história nascem na Grécia clássica sobre a base do logos, buscando argumentação racional contra as explicações tradicionais e sobrenaturais (mythos).
C) Correta. Mythos não é submetido a prova ou argumentação racional — não se exige a comprovação discursiva típica do logos.
D) Correta. O logos contrasta com o mythos porque criou as bases da argumentação racional e do convencimento lógico, característica que define a filosofia e a história como saberes.
Dicas de interpretação: Atenção a termos generalizantes ou trocados: na alternativa A, confundir “visível” (mundo sensível) com “pensável” (mundo do pensamento mítico), é uma armadilha frequente em questões sobre mitologia e razão.
Resumo: A alternativa A está errada por atribuir ao mythos uma limitação que ele não tinha. O mythos aborda justamente o que não se pode ver/provar. As demais explicam corretamente o conflito e a transição entre mythos e logos.
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