Questõesde UECE sobre Filosofia

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UECE 2021 - Filosofia

O Artigo Primeiro da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, diz: “Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos”. Essa concepção de que os homens são, por natureza, livres e iguais expressa

A
a visão contratualista de que os indivíduos possuem direitos naturais pré-políticos.
B
a visão grega de que o homem, por natureza, pertence a uma comunidade humana livre.
C
a visão marxista de que a igualdade e a liberdade são naturais e garantidas pelo Estado.
D
a visão medieval de que o direito natural é divino, devendo haver liberdade e igualdade.
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UECE 2021 - Filosofia

“Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação apresenta-se como causa é regra na prática.”

Bacon, F. Novum organum, Livro I, Aforismo I. Trad. brs. José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

Nessa passagem, o filósofo Francis Bacon, considerado o fundador do empirismo, defende

A
uma relação contemplativa com a natureza, com foco no conceito de causa.
B
que é possível dominar a natureza, com base no conhecimento das causas.
C
que é preciso saber obedecer à natureza, mas não conhecê-la ou dominá-la.
D
que a causa não é cognoscível, mas apenas objeto de uma prática costumeira.
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Observe a seguinte passagem do diálogo entre Sócrates e Glauco em A República:

“Sócrates — Não afirmamos ser impossível à parte racional da alma ter opiniões contrárias, ao mesmo tempo, sobre as mesmas coisas?

Glauco — Afirmamos, e com razão.

Sócrates — Portanto, a parte da alma que formula uma opinião à margem da medida não poderá ser a mesma que opina com medida.

Glauco — Com efeito, não.

Sócrates — Mas por certo que a parte que confia na medida e no cálculo é a melhor parte da alma.

Glauco — Sem dúvida.”

Platão. A República, 602d-603a. Trad. port. Maria Helena da Rocha Pereira. – 9ª edição. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001. Adaptado.

No contexto do diálogo acima, o trecho “ser impossível à parte racional da alma ter opiniões contrárias, ao mesmo tempo, sobre as mesmas coisas” expressa

A
a tese psicológica da alma unitária.
B
a exigência ética de não mentir.
C
o princípio lógico da identidade.
D
a impossibilidade do discurso falso.
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Atente para o seguinte trecho sobre a Resolução 194/1948 das Nações Unidas:

“A Resolução 194 da Assembleia Geral das Nações Unidas foi adotada pela ONU em 11 de dezembro de 1948, e tinha como objetivo pôr fim à Guerra ÁrabeIsraelense de 1948 e resolver o problema dos refugiados na Palestina. [...] Também reconhecia o direito de retorno dos refugiados aos seus lares. A guerra civil de 1948, entre as comunidades judia e árabe da Palestina e, depois, a guerra entre Israel e seus vizinhos árabes provocaram o êxodo de 725.000 dos 900.000 árabes palestinos que viviam nos territórios que atualmente formam o Estado de Israel. [...]”

Wikipedia. Resolução 194 da Assembleia Geral das Nações Unidas. Acessado em 29-11-2021.

Com base no trecho acima apresentado e à luz do caráter universal dos direitos humanos estabelecido no preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU em 1948, é correto dizer que

A
o direito dos mais de 725 mil refugiados palestinos e seus descendentes ao retorno aos seus lares pátrios constitui um direito humano independente de serem cidadãos de algum Estado.
B
somente como membros de um Estado Palestino podem os refugiados palestinos retornar à sua pátria e lá ter direito à posse de suas antigas casas e propriedades e a constituir família.
C
o reconhecimento aos palestinos do direito a se constituirem em Estado significaria, necessariamente, a renúncia ao retorno a Israel dos mais de 725 mil refugiados palestinos.
D
é legítimo o direito à soberania de Israel sobre os territórios conquistados na Guerra dos Seis Dias em1967, devendo ser objeto de negociação o retorno dos palestinos à sua terra pátria.
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Em março deste ano completaram 150 anos do acontecimento histórico conhecido como Comuna de Paris. Numa obra em que analisa este acontecimento do qual foi contemporâneo, Karl Marx afirmou: “Mas o proletariado não pode, como fizeram as classes dominantes e suas diversas frações em suas sucessivas horas de triunfo, simplesmente se contentar em apoderar-se do aparelho estatal existente e dirigi-lo como se apresenta para seus próprios fins. A primeira condição para a manutenção do poder político é transformar a máquina existente e destruir este instrumento de dominação de classe”.

Marx, K. A Guerra Civil na França. In: Marx, K. e Engels, F. Textos, vol. I. São Paulo: Edições Sociais, 1986.

Segundo a citação acima acerca da concepção de Marx sobre o Estado na Comuna de Paris (1871), é correto afirmar que

A
o Estado é uma forma de poder político, que está a serviço de qualquer classe social que se assenhorar dela.
B
toda forma de poder político é estatal, por isso o proletariado deve tomar o poder de Estado existente.
C
o proletariado deve manter o Estado burguês, mas transformando-o para que ele expresse seu poder.
D
o proletariado, se tiver o poder político, deve destruir o Estado, instrumento de dominação de classe.
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“Na presente Convenção, entende-se por genocídio qualquer dos seguintes atos, cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal: (a) assassinato de membros do grupo; b) dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo; (c) sujeição intencional do grupo a condições de vida pensadas para provocar sua destruição física total ou parcial; (d) medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; (e) transferência à força de crianças do grupo para outro grupo.”

Convenção da ONU para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, Art. II. Aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 9 de dezembro de 1948.

Com base nesse conceito de genocídio, é correto afirmar que

A
a definição de genocídio somente descreve situações em que a população de um Estado, e somente esta, se encontra prestes a ser dizimada pela ação de outro Estado que invade seu território.
B
ações estatais, governamentais ou de outra natureza que, de modo sistemático, resultem em morte, preferencialmente, de pessoas de uma mesma cor de pele também são genocidas.
C
o extermínio de membros de mesma etnia, cultura ou fé religiosa simplesmente porque são membros desse grupo não é genocídio: tecnicamente, trata-se somente de etnocídio.
D
não é possível aplicar a membros de classes sociais diferentes o conceito de genocídio, pois as identidades de classe são mais importantes do que as identidades nacional, étnica e religiosa, dentre outras.
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“Não existe, para Hegel, o momento em que a arte morre, ou deixa de ser arte. O que ele concebe é apenas o movimento da perda de uma espécie de ‘tarefa’ originária da intuição estética enquanto lugar de plenitude ou de satisfação plena do espírito.”

Gonçalves, Márcia C. F. A morte e a vida da arte. In: Kriterion, vol. 45, nº 109, Jan./Jun. 2004.

Segundo a interpretação acima apresentada, o tema da “morte da arte”, em Hegel, pode ser corretamente entendido da seguinte forma:

A
A arte permanece empiricamente, realmente, mas deixa de dar a conhecer a realidade do espírito.
B
Somente algumas obras de arte, que imitam as originárias, ainda permitem conhecer o espírito.
C
A arte permanece como representação sensível do espírito, mas há formas mais elevadas de conhecimento dele.
D
Face à complexidade da presente vida social, espiritual, esta não pode mais ser representada artisticamente.
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Atente para o seguinte excerto do Tratado teológico-político de Baruch Espinosa: “Tudo o que até agora afirmei resulta da própria Escritura. E em parte alguma eu li que Deus apareceu a Cristo, ou que lhe falou, mas sim que ele foi revelado por Cristo aos apóstolos, que Cristo é o caminho da salvação e, finalmente, que a lei antiga foi anunciada por um anjo e não diretamente por Deus etc. Por conseguinte, enquanto Moisés falava com Deus face a face, tal como um homem fala habitualmente com um seu companheiro (isto é, mediante os seus corpos), Cristo comunicou-se com Deus de mente para mente”.

Espinosa, B. Tratado teológico-político, capítulo I: Da profecia. Trad. bras. Diogo Pires Aurélio. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Considerando os trechos “Moisés falava com Deus face a face” e “Cristo comunicou-se com Deus de mente para mente”, é correto concluir que

A
Moisés teve um conhecimento imaginativo de Deus e Cristo, intuitivo.
B
Moisés teve um conhecimento racional de Deus e Cristo, intuitivo.
C
Moisés teve um conhecimento racional de Deus e Cristo, imaginativo.
D
Moisés teve um conhecimento imaginativo de Deus e Cristo, racional.
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Considere o seguinte trecho da obra de John Burnet sobre o surgimento da filosofia na Grécia:

“Foi somente após se desarticularem a visão tradicional do mundo e as normas costumeiras de vida que os gregos começaram a sentir as necessidades que a filosofia da natureza e da conduta procuram satisfazer”.

Burnet, J. A aurora da filosofia grega. Trad. bras. Vera Ribeiro. Rio de janeiro: Editora PUC-Rio, 2006.

No que diz respeito ao surgimento da filosofia na Grécia, a tese de John Burnet defende que

A
a filosofia rearticula a visão tradicional do mundo e as formas de conduta.
B
há uma ruptura entre a filosofia da natureza e da conduta e a visão tradicional.
C
a filosofia mantém, transmutando-a numa nova forma dircursiva, a mitologia.
D
a filosofia, embora tenha mudado a visão da natureza, mantém a ética anterior.
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UECE 2021 - Filosofia

“Na origem, mythos não se opõe a logos. As duas palavras significam ‘palavra’, ‘relato’, qual seja seu conteúdo. É somente no curso do século V que, entre certos autores, seus campos de aplicação vão se dissociar, mythos passando a designar [...] o que se opõe [...] aos domínios do demonstrado, do verificado, do verossímil, do conveniente”.

Vernant, J.-P. Fronteiras do mito. In: Vernant, J.-P.; Funari, P. P.; Hingley, R. Repensando o mundo antigo. Trad. bras. Renata C. Beleboni e Renata S. Garraffoni. Campinas, SP: IFCH/Unicamp, 2005.

Acerca das relações históricas, filológicas e filosóficas entre mythos e lógos, é correto afirmar, com base em Jean-Pierre Vernant, que 

A
mythos e lógos mantêm o mesmo significado, permanecendo para toda forma de discurso, apesar das tentativas de alguns autores de os diferenciar.
B
mythos e lógos se diferenciam quando surgem a filosofia e a oposição entre verdade e falsidade, com toda a forma de mito recusada como falsa.
C
lógos se diferencia do mythos no processo histórico de constituição da pólis grega, com o aumento de importância da argumentação e da demonstração.
D
mythos antecede e prepara o lógos, de modo que o discurso argumentativo é apenas a forma política das antigas representações narradas de mundo.
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UECE 2021 - Filosofia

Atente para o seguinte excerto da teoria do governo, de Aristóteles, que é a base de sua teoria da justiça: “[N]ão são a mesma coisa o governo despótico e o governo político e [...] nem todas as formas de governo são as mesmas, como alguns dizem. Com efeito, uma das formas de governo exerce-se sobre homens naturalmente livres, a outra sobre escravos. O governo de uma casa (oíkos) é uma monarquia, já que um só governa toda a casa, enquanto o governo político é exercido pelos que são livres e iguais”.

Aristóteles. A política (Edição Bilíngue), 1255b. Trad. port. e notas Antonio Carlos Amaral e Carlos de Carvalho Gomes. Lisboa: Vega, 1998 [Adaptado].

Sobre a teoria do governo de Aristóteles, exposta parcialmente acima, é correto afirmar que

A
o governo político é semelhante ao governo sobre a família (oikía), pois se exerce sobre pessoas iguais.
B
o governo monárquico é a forma de governo político em que aquele que governa é senhor (despotés) dos cidadãos.
C
o governo político, exercido sobre outros homens, se baseia na igualdade entre governantes e governados.
D
o governo despótico, de caráter doméstico, é o governo de um só homem sobre mulher, filhos e escravos.
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UECE 2021 - Filosofia

“O movimento, repleno de contradições, da sociedade capitalista faz-se sentir ao burguês prático de modo mais contundente nos vaivéns do ciclo periódico que a indústria moderna percorre e em seu ponto culminante – a crise geral.”

Marx, Karl. Posfácio à Segunda Edição [1873] de O capital: Crítica da economia política, I/1. Trad. br. Flávio R. Kothe e Régis Barbosa. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 21.

Essa concepção de Marx, de que o capitalismo é um “repleno de contradições”, tem base em uma

A
cosmologia em que tudo muda, nada permanecendo como está.
B
mecânica de oposições entre forças que se chocam, se sobrepõem e se deslocam.
C
contraposição entre os desejos subjetivos e um mundo reificado que nega a subjetividade.
D
negatividade que é imanente à forma histórica particular das relações sociais modernas.
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UECE 2021 - Filosofia

Segundo Diógenes Laércio, “convencido de que o estudo da natureza nada tem a ver conosco, Sócrates passou a discutir questões éticas na praça do mercado, e costumava dizer que o objeto de suas indagações era ‘como se age, se mal ou bem, em casa’”.

Laêrtios, D. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, II, 21. Trad. bras. Mário da Gama Kury. Brasília: Editora da UnB, p. 52 [Adaptado].

Considerando a teoria das virtudes de Sócrates, assinale a afirmação verdadeira.

A
A ética socrática trata dos assuntos da oikonomía (economia), por isso fazia discussões no mercado.
B
Ao situar sua pesquisa sobre a ação humana, Sócrates se conduz da physiología (estudo sobre a natureza) à ēthiké (ética).
C
A discussão das questões morais significa que elas não podem ser, de modo algum, objeto de estudo, como o é a phýsis.
D
O método dos estudos dos physiólogoi, tendo fracassado em sua aplicação à natureza, deve ser usado na Ética.
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UECE 2021 - Filosofia

Considere a seguinte afirmação do pensador indígena Ailton Krenak: “Nas narrativas tradicionais do nosso povo, das nossas tribos, não tem data, é quando foi criado o fogo, é quando foi criada a lua, quando nasceram as estrelas, quando nasceram as montanhas, quando nasceram os rios. Antes, antes, já existia uma memória puxando o sentido das coisas, relacionando o sentido dessa fundação do mundo com a vida, com o comportamento nosso, como aquilo que pode ser entendido como o jeito de viver”.

Krenak, Ailton. Antes o mundo não existia. In: Novaes, Adauto (org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

A afirmação, acima apresentada, se baseia em uma concepção de narrativas tradicionais, segundo a qual elas

A
se fundam numa memória coletiva, constituída na transmissão oral, de geração em geração, dando um sentido ético para a existência natural e social.
B
se originam antes do tempo, são anteriores à história e à vida social, por isso não possuem descrições e explicações argumentadas sobre a realidade.
C
têm uma função ética, orientam a vida comum e a relação com o cosmo, com base numa argumentação válida que, contudo, não é lógica.
D
se opõem à narrativa histórica, pois tratam dos mesmos temas e assuntos, mas desprezam a datação, porque esta é um meio de dominação.
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UECE 2021 - Filosofia

Referindo-se a Walter Benjamin, a filósofa Jeanne Marie Gagnebin afirma que “seu primeiro texto traduzido no Brasil foi A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica. O ensaio introduz hipóteses essenciais para uma teoria da arte contemporânea, marcada, segundo Benjamin, pela ‘reprodutibilidade técnica’, central na fotografia e no cinema, que abole progressivamente ‘aura’ de unicidade e de autenticidade da obra de arte”.

Gagnebin, J. M. Walter Benjamin na era da reprodutibilidade técnica. In: Folha de São Paulo, em 07/10/2012. Disponível em: https://m.folha.uol.com.br/ilustrissima/2012/10/1164782wa lter-benjamin-na-era-da-reprodutibilidade-tecnica.shtml.

Sobre o conceito benjaminiano de reprodutibilidade técnica, é correto afirmar que

A
doravante não podemos mais distinguir, entre as obras imagéticas autorais da tradição, as que são autênticas ou não.
B
as obras, cujas técnicas de reprodução são também técnicas de produção, não possuem mais autores nem contexto histórico.
C
suas obras diferem das da tradição, porque, à diferença destas últimas, não testemunham uma transmissão cultural.
D
se constitui na única possibilidade de obras de arte realmente autênticas na experiência social, cultural e estética atual.
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UECE 2019 - Filosofia - Provas da Existência Divina: Ontologia, Cosmologia e Teleologia, A Experiência do Sagrado

“De fato, a corrupção é nociva, e, se não diminuísse o bem, não seria nociva. Portanto, ou a corrupção nada prejudica – o que não é aceitável – ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem. Isto não admite dúvida. Se, porém, fossem privadas de todo o bem, deixariam inteiramente de existir. [...]. Logo, enquanto existem, são boas. Portanto, todas as coisas que existem são boas, e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois, se fosse substância, seria um bem”.


HIPPONA, Agostinho. Confissões. Coleção “Os Pensadores”.
Livro VII, cap. XII, 1983. – Texto adaptado.


Sobre a questão do mal em Santo Agostinho, considere as seguintes afirmações:


I. O mal não existe sem o bem.
II. O mal diminui o bem, e vice-versa.
III. O mal absoluto pode existir.


É correto o que se afirma em

A
I e III apenas.
B
I e II apenas.
C
II e III apenas.
D
I, II e III.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

“No interior dos grandes períodos históricos, transforma-se com a totalidade do modo de existência das coletividades humanas também o modo de percepção. O modo como a percepção humana se organiza [...] não é apenas condicionado naturalmente, mas historicamente. A época das migrações dos povos [...] possuía não só uma outra arte que a da Antiguidade, como também outra percepção.”


BENJAMIN, Walter. A obra de arte de sua reprodutibilidade
técnica. Tradução de Francisco de Ambrosis Pinheiro
Machado. Porto Alegre: Zouk Editora, 2012, p. 25-27.


Segundo essa tese de Walter Benjamin, é correto afirmar que

A
enquanto a nossa sensibilidade artística é natural, nossa percepção é condicionada histórica e socialmente.
B
as transformações históricas da percepção humana deixam a salvo a arte, pois esta tem um significado universal e eterno.
C
nossa percepção, bem como as artes, se transforma de acordo com as condições materiais e sociais da existência.
D
as transformações artísticas, que acompanham as transformações na percepção, se devem ao seu condicionamento natural.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

“O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada [...] o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, [...] a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas.”

DESCARTES, René. Discurso do método, I. Tradução de J.
Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural,
1979. Coleção Os Pensadores.


Tomando-se por base o que diz Descartes na citação acima, explica-se a diversidade de opiniões em que

I. alguns são mais racionais do que os outros.

II. usamos de modos distintos nossa razão.

III. as emitimos sobre coisas diferentes.


Estão corretas as complementações contidas em

A
I e III apenas.
B
I e II apenas.
C
I, II e III.
D
II e III apenas.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Dos parágrafos XLI ao XLIV de seu Novum Organon: instauratio Magna, o inglês Francis Bacon (1561-1621), considerado o fundador da ciência moderna, enumera os quatro ídolos da sua famosa doutrina dos ídolos. São eles: tribo, caverna, mercado e tetro. Com essa doutrina, Bacon pretende dar meios de depuração da razão para que possamos confiar nos sentidos como meios de conhecimento do mundo. Com isso, podemos nos livrar de falsas compreensões, ideias ilusórias, expectativas individuais e tradições enganosas, para extrair da natureza, através da ciência experimental e da verdadeira indução, as suas leis.


A corrente de pensamento inaugurada por Bacon, com essa doutrina, é denominada

A
Empirismo.
B
Idealismo.
C
Racionalismo.
D
Positivismo.
699d5e5c-ff
UECE 2019 - Filosofia - A Origem da Filosofia, O que é a Filosofia

“A solidariedade que constatamos entre o nascimento do filósofo e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. Na verdade, a cidade realiza no plano das formas sociais esta separação da natureza e da sociedade que pressupõe, no plano das formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a Cidade, a ordem política destacou da organização cósmica; aparece como uma instituição humana que é o objeto de uma indagação inquieta, de uma discussão apaixonada. Nesse debate, que não é somente teórico, mas no qual se afronta a violência de grupos inimigos, a filosofia nascente intervém com plena competência.”

VERNANT, Jean-Pierre. As origens da filosofia. In: Mito e
pensamento entre os gregos. Tradução de Haiganuch
Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 365.



Segundo essa célebre passagem, Jean-Pierre Vernant considera que o surgimento da Filosofia se deve

A
à emergência de um pensamento racional, próprio à separação entre natureza e sociedade humana e, nesta, aos debates da Cidade grega.
B
à separação entre os homens e a Cidade grega, devido à violência dos debates políticos, o que levou o filósofo a retirar-se da Cidade.
C
à identidade entre a Cidade e a natureza, que fez os homens saberem-se parte dela e, portanto, a debaterem na Cidade sobre a organização do cosmo.
D
ao abandono da prática dos discursos e dos argumentos, o que levou a filosofia a ser a única atividade discursiva argumentativa na Cidade grega.