“Ciência e poder do homem coincidem, uma
vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito.
Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe
obedece. E o que à contemplação apresenta-se
como causa é regra na prática.”
Bacon, F. Novum organum, Livro I, Aforismo I. Trad. brs.
José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Abril Cultural,
1984.
Nessa passagem, o filósofo Francis Bacon,
considerado o fundador do empirismo, defende
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: a passagem trata da posição de Francis Bacon (fundador do empirismo moderno) sobre a relação entre conhecimento e poder sobre a natureza — a ideia de que conhecer as causas permite dominar a natureza de modo eficaz.
Resumo teórico: Bacon propõe um método indutivo: observar fatos, descobrir causas e aplicar esse conhecimento para transformar a natureza. Sua máxima — “não se vence a natureza senão obedecendo-a” — significa que a técnica eficaz respeita as leis naturais; conhecer as causas permite prever e controlar efeitos. (Ver: Francis Bacon, Novum Organum; comentários em Stanford Encyclopedia of Philosophy e obras introdutórias de história da filosofia.)
Justificativa da alternativa B: A alternativa afirma que “é possível dominar a natureza, com base no conhecimento das causas”. Isso expressa exatamente a tese baconiana: ciência (conhecimento das causas) correlaciona-se com o poder prático sobre a natureza. A passagem afirma que aquilo que a contemplação mostra como causa serve de regra na prática — isto é, saber causa → saber agir para produzir efeitos desejados.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. A alternativa enfatiza apenas uma “relação contemplativa”; Bacon valoriza a contemplação instrumentalizada pela investigação indutiva e orientada à prática, não uma contemplação desinteressada.
C — Incorreta. Diz que é preciso obedecer à natureza sem conhecê‑la ou dominá‑la. Contradição: para Bacon, obedecer à natureza significa agir segundo seu conhecimento (conhecer leis/causas), o que possibilita o domínio técnico.
D — Incorreta. Afirma que a causa não é cognoscível e que resta apenas prática costumeira. Bacon justamente defende a cognoscibilidade das causas por meio do método científico; rejeita práticas meramente empíricas sem investigação rigorosa.
Estratégia para provas: busque verbos-chave (dominar, conhecer, obedecer, causa) e relacione-os à doutrina do autor. Em questões sobre Bacon, associe “Novum Organum” a método indutivo e finalidade prática da ciência.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!
Estatísticas
Aulas sobre o assunto
- •






