Questõesde UECE sobre Filosofia e a Grécia Antiga

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UECE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

“Como a composição das tragédias mais belas não é simples, mas complexa, e, além disso, deve imitar casos que suscitam o terror e a piedade (porque tal é o próprio fim desta imitação), evidentemente se segue que [nelas] não devem ser representados nem homens muito bons que passem da boa para a má fortuna – caso que não suscita terror nem piedade, mas repugnância – nem homens muito maus, que passem da má para a boa fortuna, pois não há coisa menos trágica, faltando-lhe todos os requisitos para tal efeito; não é conforme aos sentimentos humanos, nem desperta terror ou piedade.”

    ARISTÓTELES. Poética, XIII, 1452b 31. Trad. de Eudoro de

    Souza. São Paulo: Ars Poética, 1993.


    Considerando a concepção de poética de Aristóteles, assinale com V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:


    ( ) Aristóteles concebe que toda poesia trágica é uma imitação (mimese ou mímesis).

    ( ) A imitação trágica deve ser tal que provoque nos espectadores terror e piedade.

    ( ) Para atingir seus fins, a tragédia deve ser conforme aos sentimentos humanos.

    ( ) A tragédia representa homens muito bons que passaram da boa para a má fortuna.


    A sequência correta, de cima para baixo, é:

    A
    F, F, V, V.
    B
    V, V, V, F.
    C
    V, F, F, V.
    D
    F, V, F, F.
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    UECE 2019 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

    Leia, abaixo, uma passagem do diálogo de Platão, intitulado Fédon, em que Sócrates expõe a Símias sua teoria da verdade:


    “SÓCRATES – Quando é que a alma atinge a verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja investigar com a ajuda do corpo qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente.

    SÍMIAS – Dizes uma verdade.

    SÓCRATES – Não é, pois, no ato de raciocinar, e não de outro modo, que a alma apreende, em parte, a realidade de um ser?

    SÍMIAS – Sim”.


    PLATÃO. Fédon, 65b-c. Tradução de Jorge Paleikat e João
    da Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Coleção Os
    Pensadores.


    Com base nessa passagem do diálogo, é correto afirmar que

    A
    o que é verdadeiro para o pensamento é verdadeiro para a sensibilidade.
    B
    o que é verdadeiro para a sensibilidade é verdadeiro no real, no ser.
    C
    o que é verdadeiro para o pensamento é verdadeiro no real, no ser.
    D
    sensibilidade e pensamento atingem ambos a verdade do ser, do real.
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    UECE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

    “Toda polis é uma forma de comunidade. [...] O homem é, por natureza, um ser vivo político (zoon politikon). [...] Além disso, a polis é anterior à família e a cada um de nós, individualmente considerado; é que o todo é, necessariamente, anterior à parte. [...] É evidente que a polis é, por natureza, anterior ao indivíduo; como um indivíduo separado não é autossuficiente, ele permanece em relação à cidade como uma parte em relação ao todo. Quem for incapaz de ser em comunidade ou que não sente essa necessidade por causa de sua autossuficiência será um bicho ou um deus; e não faz parte de qualquer polis”.

    ARISTÓTELES. Política, 1252a1; 1253a5-30 –
    Texto adaptado.

    Com base na citação acima, é correto afirmar que, para Aristóteles,


    A
    a satisfação dos interesses individuais e familiares constituem o fundamento e a finalidade da polis.
    B
    a comunidade política tem como fim último impedir a autossuficiência dos indivíduos e das famílias.
    C
    a vida comum é o fundamento da vida individual e familiar e só ela pode ser autossuficiente.
    D
    embora seja um ser vivo político, o homem pode viver sozinho como os deuses e os bichos.
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    UECE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

    Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das quais todos partem para demonstrar: por exemplo, que todas as coisas devem ser afirmadas ou negadas e que é impossível ser e não ser ao mesmo tempo.”

    ARISTÓTELES. Metafísica, 996b27-30.

    Em sua Metafísica, Aristóteles apresenta um conjunto de princípios lógico-metafísicos que ordenam a realidade e nosso conhecimento acerca dela. Dentre eles está o princípio de não contradição, o qual

    A
    indica que afirmações contraditórias são lógica e metafisicamente aceitáveis, pois a contradição faz parte da realidade.
    B
    estabelece que é possível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
    C
    afirma que é impossível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
    D
    é normativo, ou moral; portanto, deve ser rejeitado como antimetafísico, ou seja, não caracteriza a realidade.
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    UECE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

    Se na Ética a Nicômaco Aristóteles visa encaminhar o indivíduo à felicidade, na Política ele tem por finalidade alcançar o bem comum, o bem-viver. Por isso, ele compreende que a origem da polis está na necessidade natural do homem em buscar a felicidade. A comunidade natural mais incipiente é a família, na qual seus membros se unem para facilitar as atividades básicas de sobrevivência. E várias famílias se ligam para formar a aldeia. E as aldeias se juntam para instituir a polis.
    Sobre isso, é correto afirmar que

    A
    o homem não é naturalmente um animal político, mas é, por natureza, um membro da família.
    B
    a polis não é uma noção artificial, mas natural, pois é o lugar do homem desenvolver as suas potencialidades em vista ao bem-viver.
    C
    a felicidade do homem está nas condições que permitem sua sobrevivência no âmbito da família.
    D
    a polis se constitui independente das famílias e das aldeias, pois é a única comunidade natural a que o homem pertence.
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    UECE 2019 - Filosofia - Mito e Filosofia, Filosofia e a Grécia Antiga

    “Como se sabe, a palavra mythos raramente foi empregada por Heródoto (apenas duas vezes). Caracterizar um logos(narrativa) como mythos era para ele um meio claro de rejeitá-lo como duvidoso e inconvincente. [...] Situado em algum lugar além do que é visível, um mythos não pode ser provado.”



    HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Brasília, Editora da UnB, 2003, p. 37.


    Sobre a diferença entre mythos e logos acima sugerida, é INCORRETO afirmar que

    A
    o problema do mythos era limitar-se ao que é visível e, por isso, não podia ser pensado.
    B
    filosofia e história nasceram, na Grécia clássica, com base numa mesma reivindicação do logos contra o mythos.
    C
    o mythos não poderia ser submetido à clarificação argumentativa e à prova demonstração discursiva.
    D
    em contraposição ao mythos, o logos era um uso argumentativo da linguagem, capaz de criar as condições do convencimento.
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    UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

    “Talvez [...] a verdade nada mais seja do que uma certa purificação das paixões e seja, portanto, a temperança, a justiça, a coragem; e a própria sabedoria não seja outra coisa do que esse meio de purificação.”


                                                                                                          PLATÃO. Fédon, 69b-c, adaptado.

    Nessa fala de Sócrates, a “purificação” das paixões ocorre na medida em que a alma se afasta do corpo pela “força” da sabedoria. Com base nisso, assinale a afirmação FALSA.

    A
    As virtudes são a eliminação das paixões através da sabedoria.
    B
    Temperança, justiça e coragem resultam da purificação das paixões.
    C
    A sabedoria é a potência da alma pela qual as virtudes se constituem.
    D
    A alma atinge a verdade através da virtude da sabedoria.
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    UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

    Atente para a seguinte passagem, que trata do alvorecer da filosofia: “A derrocada do sistema micênico ultrapassa, largamente, em suas consequências, o domínio da história política e social. Ela repercute no próprio homem grego; modifica seu universo espiritual, transforma algumas de suas atitudes psicológicas. A Grécia se reconhece numa certa forma de vida social, num tipo de reflexão que definem a seus próprios olhos sua originalidade, sua superioridade sobre o mundo bárbaro: no lugar do Rei cuja onipotência se exerce sem controle, sem limite, no recesso de seu palácio, a vida política grega pretende ser o objeto de um debate público, em plena luz do Sol, na Ágora, da parte de cidadãos definidos como iguais e de quem o Estado é a questão comum; no lugar das antigas cosmogonias associadas a rituais reais e a mitos de soberania, um pensamento novo procura estabelecer a ordem do mundo em relações de simetria, de equilíbrio, de igualdade entre os diversos elementos que compõem o cosmos”.

    VERNANT, J.-P. As
    origens do pensamento grego. Rio de Janeiro:
    Bertrand Brasil, 1996, p.6/adaptado.

    Com base na passagem acima, é correto afirmar que

    A
    a filosofia decorre fundamentalmente de um longo processo de evolução dos mitos antigos, não havendo relação direta entre seu desenvolvimento e o processo social e político dos povos que deram origem à civilização grega.
    B
    o poder despótico, característico dos povos da antiguidade, consolidou de forma gradual e constante o surgimento de movimentos sociais de contestação na Grécia antiga, o que foi fundamental para o surgimento da razão filosófica, no período clássico.
    C
    a mudança de pensamento do povo grego e a originalidade de sua reflexão sobre o cosmo se relacionam às transformações da vida política grega, na qual o debate público por parte de cidadãos iguais substituiu a onipotência do poder real ancorada em mitos de soberania.
    D
    não há diferenças significativas entre os sistema de organização social dos povos que viveram na Grécia micênica e os processos sociais que vigoraram nos períodos subsequentes, seja no período homérico, seja nos períodos arcaico e período clássico.
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    UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

    Leia a seguinte passagem, que relaciona o regramento democrático ao desenvolvimento de uma prática social baseada na razão:

         “A democracia representa exatamente a possibilidade de se resolverem, através do entendimento mútuo, e de leis iguais para todos, as diferenças e divergências existentes em nome de um interesse comum. As decisões serão tomadas por consenso, o que acarreta persuadir, convencer, justificar, explicar. Anteriormente, havia a imposição, a violência, a obediência. A linguagem, o diálogo e a discussão rompem com a violência na medida em que todos os falantes têm, no diálogo, os mesmos direitos (isegoria): interrogar, questionar, contra-argumentar. A razão se sobrepõe à força”.

    MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar Ed.1998. Adaptado.

    Considerando a passagem acima, analise as seguintes afirmações: 

    I. O surgimento de todas as formas de manifestação cultural, entre elas a filosofia, a arte e a narrativa histórica deve ser entendido a partir do contexto social e histórico no qual determinada sociedade está imersa.
    II. O alvorecer da filosofia, no mundo antigo, teve como motivação o desenvolvimento de uma vida social democrática, mais voltada à harmonia e conciliação de interesses diversos, o que requeria o uso do argumento racional.
    III O processo democrático na Grécia antiga inaugurou a obediência ao poder de todos e para todos e isso se refletiu no surgimento de um pensamento racional que, embora fosse inovador, continuava prisioneiro de uma visão autoritária de sociedade.

    É correto o que se afirma em

    A
    I e III apenas.
    B
    I e II apenas.
    C
    II e III apenas.
    D
    I, II e III.
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    UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

    Leia atentamente os trechos a seguir, que são fragmentos das análises de Platão e Aristóteles sobre os sistemas de governo – suas opiniões sobre a democracia: 

         “A democracia se divide em várias espécies. Nas cidades que se tornaram maiores ela exibe a igualdade absoluta, a lei coloca os pobres no mesmo nível que os ricos e pretende que uns não tenham mais direitos do que os outros. O Estado cai no domínio da multidão indigente. Tal gentalha desconhece que a lei governa, mas onde as leis não têm força pululam os demagogos”.

    ARISTÓTELES. A política. Trad. Roberto L. F. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Adaptado. 

         “A passagem da democracia para a tirania não se fará da mesma forma que a da oligarquia para a democracia? Do desejo insaciável de riquezas? De tão-somente ganhar dinheiro, proveio a ruína da oligarquia. E o que destruiu a democracia, não foi a avidez do bem que ela a si mesma propusera? Qual foi o bem a que ela se propôs? — A liberdade. Da extrema liberdade nasce a mais completa e selvagem servidão”. 

    PLATÃO: as grandes obras. A república. Livro VIII. Tradução Carlos A. Nunes, Maria L. Souza, A. M. Santos. Edição do Kindle, 2019. Adaptado.


    Considerando o trecho acima, e o pensamento político dos dois filósofos da antiguidade, atente para o que se diz a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

    ( ) Para Platão, a melhor forma de governança era a aristocracia, na qual os melhores, por serem mais sábios, deveriam governar; entretanto, esta poderia se corromper e tornar-se uma timocracia.
    ( ) Aristóteles considerava a monarquia a pior das formas de governo. O governo de um só seria errado por corromper a natureza política dos indivíduos, um desvio para o governante. ( ) Diferente de Platão, Aristóteles entendia que a democracia era a melhor forma de governo, desde que não se corrompesse e se transformasse em uma demagogia.
    ( ) Tanto Platão como Aristóteles buscaram estabelecer, cada um a seu modo, os parâmetros de um bom e justo governo. Nenhum deles, entretanto, tinha admiração pela democracia, sobretudo em seu formato puro.

    A sequência correta, de cima para baixo, é:

    A
    V, F, V, F.
    B
    V, F, F, V.
    C
    F, V, F, V.
    D
    F, V, V, F.
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    UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

    A filosofia helenística é profundamente marcada por uma preocupação central com a ética, entendida em um sentido prático, como o estabelecimento de regras do bem viver, da ‘arte de viver’. É ilustrativo disso o famoso Manual de Epicteto, filósofo estoico do período romano.
    Considere as seguintes afirmações sobre a doutrina ética das principais correntes de pensamento helenísticas:

    I. Para se ter uma conduta ética que assegure a felicidade, o estoicismo propõe o agir de acordo com os princípios da natureza, em equilíbrio com o cosmo e em busca da tranquilidade – ataraxia.
    II. Agir eticamente, segundo o epicurismo, significa dar vazão aos desejos naturais de forma intensa e total. A vida ética requer o exercício pleno da paixão que não se opõe à razão, mas a complementa.
    III. A ética estoica influenciou fortemente a ética cristã em virtude de seu caráter determinista e por sua valorização do autocontrole e da submissão.

    É correto o que se afirma em

    A
    I e III apenas.
    B
    I, II e III
    C
    II e III apenas.
    D
    I e II apenas.
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    UECE 2019 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

    O seguinte excerto encerra o mito da caverna, de Platão:

     

        “E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar exatamente essa alegoria ao que dissemos anteriormente. Devemos assimilar o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do fogo que ilumina a caverna à ação do Sol. Quanto à subida e à contemplação do que há no alto, considera que se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível, e não te enganarás sobre minha esperança, já que desejas conhecê-la. Deus sabe se há alguma possibilidade de que ela seja fundada sobre a verdade. Em todo o caso, eis o que me aparece tal como me aparece; nos últimos limites do mundo inteligível aparece-me a ideia do Bem, que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem concluir que ela é a causa de tudo o que há de reto e de belo” 


    PLATÃO. A República (514a-517c): Disponível em: http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/203.pdf 


    Considerando o pensamento platônico, assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

    ( ) As virtudes humanas podem ser adquiridas facilmente por todos os indivíduos, cabendo aos filósofos a missão político-pedagógica de ensinar-lhes o caminho, através da dialética socrática.

    ( ) Para Platão, a virtude resulta do trabalho reflexivo da razão: o bem é, portanto, atingido pelo esforço do conhecimento, pela busca da sabedoria.

    ( ) Seguindo a tradição sofista, Platão propunha que o verdadeiro é tudo que pode ser provado e defendido pelo esforço da razão, afastando-se do domínio da mera opinião – doxa.

    ( ) No pensamento platônico, o processo de descobrimento da verdade é representado por um movimento de libertação de um mundo de realidades parciais e ilusórias.

    A sequência correta, de cima para baixo, é:

    A
    F, F, V, F.
    B
    V, F, F, V.
    C
    F, V, F, V.
    D
    V, V, V, F.
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    UECE 2019 - Filosofia - Mito e Filosofia, Filosofia e a Grécia Antiga

    Antes do surgimento do pensar raciona-lfilosófico, os povos antigos possuíam outra forma de explicação do mundo: o pensamento mítico.
    Considerando as características do conhecimento mítico, atente para o que se afirma a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
    ( ) A mitologia foi a segunda forma de explicação sobre o mundo, sucedendo as explicações fornecidas pelas ciências dos antigos povos, como a agrimensura e a astrologia.
    ( ) Os mitos eram transmitidos por gerações, principalmente através da forma narrativa e faziam parte da tradição cultural de um povo, não sendo originários da criação por parte de um indivíduo específico.
    ( ) A mitologia explicava a origem do mundo e dependia da adesão, pelas pessoas, de um conjunto de verdades tidas como inquestionáveis e imunes à crítica.
    ( ) Baseado, principalmente, nas forças da natureza – physis –, as mitologias antigas, ao contrário das religiões que as sucederam, evitavam o recurso às forças sobrenaturais como fonte de explicação da existência.

    A sequência correta, de cima para baixo, é:

    A
    F, V, V, F.
    B
    V, F, V, F.
    C
    F, V, F, V.
    D
    V, F, F, V.
    cc94b211-9c
    UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

    “Somos amantes da beleza sem extravagâncias e amantes da filosofia sem indolência. Usamos a riqueza mais como uma oportunidade para agir que como um motivo de vanglória; entre nós não há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é não fazer o possível para evitá-la. Ver-se-á em uma mesma pessoa ao mesmo tempo o interesse em atividades privadas e públicas, e em outros entre nós que dão atenção principalmente aos negócios não se verá falta de discernimento em assuntos políticos, pois olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação”.

    TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, Livro II, 40. Trad. de Mario da Gama Kury. Brasília, DF: Editora da Universidade de Brasília, 2001.

    Considerando as teses sobre o surgimento da filosofia na Grécia, essa passagem do famoso discurso do legislador ateniense Péricles, no segundo ano da Guerra do Peloponeso, apresenta elementos que nos remetem à tese de

    A
    John Burnet (1863-1928), para quem a filosofia nasce em completa ruptura com o pensamento tradicional grego, pois teria surgido nas novas cidades gregas na Costa da Ásia Menor – a Jônia.
    B
    Jean-Pierre Vernant (1914-2007), que defende a relação entre o debate público, os discursos argumentativos na pólis grega e a elaboração da linguagem argumentativa na filosofia.
    C
    Francis Cornford (1874-1943), de que há uma continuidade entre as representações religiosas tradicionais, transmitidas pela poesia grega e pelos rituais, e a primeira filosofia grega, na Jônia.
    D
    Rodolfo Mondolfo (1877-1976), que situa exclusivamente no ato psíquico-intelectual da maravilha, no sentido do espanto, a causa e o início da filosofia como investigação sobre os fenômenos da natureza.
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    UECE 2018 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

    Atente para as seguintes citações:


    “Temos assim três virtudes que foram descobertas na nossa cidade: sabedoria, coragem e moderação para os chefes; coragem e moderação para os guardas; moderação para o povo. No que diz respeito à quarta, pela qual esta cidade também participa na virtude, que poderá ser? É evidente que é a justiça” (Platão, Rep., 432b).


    “O princípio que de entrada estabelecemos que se devia observar em todas as circunstâncias quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma de suas formas, a justiça. Ora, nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para a qual a sua natureza é mais adequada” (Platão, Rep., 433a).


    Considerando a teoria platônica das virtudes, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:


    ( ) Nessa teoria das virtudes, cada grupo desenvolve a(s) virtude(s) que lhe é (ou são) própria(s).

    ( ) Só pode ser justa a cidade em que os grupos que dela participam e nela agem o fazem de acordo com sua natureza.

    ( ) Quando sabedoria, coragem e moderação se realizam de modo adequado, temos a justiça.

    ( ) Existe uma relação entre a natureza dos indivíduos, o grupo de que devem fazer parte na cidade, as virtudes que lhes são adequadas e, em consequência, a função que nela devem desempenhar.


    A sequência correta, de cima para baixo, é:

    A
    V, V, V, V.
    B
    V, F, F, V.
    C
    F, F, V, F.
    D
    F, V, F, F.
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    UECE 2018 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

    Leia atentamente a seguinte passagem:


    “A experiência parece um pouco semelhante à ciência (epistéme) e à arte (tékhne). Com efeito, os homens adquirem ciência e arte por meio da experiência. A experiência, como diz Polo, produz a arte, enquanto a inexperiência produz o puro acaso. A arte se produz quando, de muitas observações da experiência, forma-se um juízo geral e único passível de ser referido a todos os casos semelhantes” (Aristóteles, Metafísica, 981a5).


    Com base no texto acima, considere as seguintes afirmações:


    I. Somente a ciência é conhecimento universal, cujos juízos gerais se aplicam a todos os casos semelhantes.

    II. A tékhne é uma forma de conhecimento universal, pois, com base nas experiências, se forma um juízo geral.

    III. Por ser semelhante à experiência, a tékhne não constitui um conhecimento universal.

    IV. A experiência é pressuposto dos conhecimentos universais (tékhné e epistéme), mas não é ainda um conhecimento universal.


    É correto somente o que se afirma em

    A
    I e IV.
    B
    II e III.
    C
    I e III.
    D
    II e IV.