Questõessobre A Política

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UEL 2010 - Filosofia - Filosofia Política e o Pensamento de Walter Benjamin, A Política

Leia os textos a seguir.

[...] seria possível reconstituir a história da arte a partir do confronto de dois pólos, no interior da própria obra de arte, e ver o conteúdo dessa história na variação do peso conferido seja a um pólo, seja a outro. Os dois pólos são o valor de culto da obra e seu valor de exposição. [...] À medida que as obras de arte se emancipam do seu uso ritual, aumentam as ocasiões para que elas sejam expostas. (p. 172).
(BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica - Primeira versão. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Walter Benjamin, é correto afirmar:

A
O resgate da aura artística da obra de arte promovido pela reprodutibilidade técnica amplia sua função potencialmente democratizadora, permitindo o acesso de um número maior de pessoas à sua contemplação.
B
O declínio da aura da obra de arte, decorrente de sua crescente elitização e das novas técnicas de reprodução em série, reforça seu valor tradicional de culto e amplia a percepção estética das coletividades humanas.
C
A arte, na sociedade primitiva, tinha por finalidade atender aos rituais religiosos, por isso possuía um caráter aurático vinculado ao valor de culto, o qual se perde com o avanço da reprodutibilidade técnica, na época moderna.
D
O cinema manifesta-se como uma obra de arte aurática, pois suscita em cada um dos espectadores uma forma singular e única de se relacionar com o objeto artístico no interior do qual mergulha e nele se distrai.
E
O que determina o esvaziamento da aura da obra de arte reproduzida tecnicamente é a sua reclusão e a perda do valor de exposição, o que restringe o acesso das massas, que se tornaram alienadas.
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UEL 2010 - Filosofia - A Política

Leia o texto a seguir.

Na tradição liberal, a ênfase é posta no caráter impessoal das leis e na proteção das liberdades individuais, de tal modo que o processo democrático é compelido pelos (e está a serviço dos) direitos pessoais que garantem a cada indivíduo a liberdade de buscar sua própria realização. Na tradição republicana, a primazia é dada ao processo democrático enquanto tal, entendido como uma deliberação coletiva que conduz os cidadãos à procura do entendimento sobre o bem comum.
(Adaptado de: ARAÚJO, L. B. L. Moral, direito e política. Sobre a Teoria do Discurso de Habermas. In: OLIVEIRA, M.; AGUIAR, O. A.;
SAHD, L. F. N. de A. e S. (Orgs.). Filosofia Política Contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 214-235.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia política na teoria do discurso, é correto afirmar que Habermas

A
privilegia a ideia de Estado de direito em detrimento de uma democracia participativa.
B
concede maior relevância à autonomia pública, opondo-se à autonomia privada.
C
ignora tanto a autonomia privada quanto a pública, substituindo-as pela utilidade das normas morais.
D
enfatiza a compreensão individualista e instrumental do papel do cidadão na lógica privada do mercado.
E
concilia, na mesma base, direitos humanos e soberania popular, reconhecendo-os como distintos, porém complementares.
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UEL 2010 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.

[...] é manifestamente contra a lei da natureza, seja qual for a maneira por que a definamos, uma criança mandar num velho, um imbecil conduzir um sábio, ou um punhado de pessoas regurgitar superfluidades enquanto à multidão faminta falta o necessário.
(ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. L. S. Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1991. p. 282.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a distinção entre homem natural e homem social em Rousseau, é correto afirmar:

I. A necessidade de autopreservação do homem primitivo é contrabalanceada pelo sentimento de piedade, o que o demove de praticar o mal sem necessidade.
II. O homem natural sente medo de tudo o que é desconhecido, mantendo-se, desse modo, ávido para o ataque.
III. O homem social é ambicioso e deseja elevar sua fortuna e posses, menos por necessidade e mais para colocar-se acima dos outros numa expressão de poder e superioridade.
IV. O homem social vive em paz e igualdade, de forma tranquila e harmoniosa com todos os cidadãos.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e III são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
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UEL 2010 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.

Locke divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo de governo: o poder legislativo (que é o fundamental), o executivo (no qual é incluído o judiciário) e o federativo (que é o poder de declarar a guerra, concertar a paz e estabelecer alianças com outras comunidades). Enquanto o governo continuar sendo expressão da vontade livre dos membros da sociedade, a rebelião não é permitida: é injusta a rebelião contra um governo legal. Mas a rebelião é aceita por Locke em caso de dissolução da sociedade e quando o governo deixa de cumprir sua função e se transforma em uma tirania.
(LOCKE, John. In: MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001. V. III. p. 1770.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre John Locke, é correto afirmar:

I. O direito de rebelião é um direito natural e legítimo de todo cidadão sob a vigência da legalidade.
II. O Estado deve cuidar do bem-estar material dos cidadãos sem tomar partido em questões de matéria religiosa.
III. O poder legislativo ocupa papel preponderante.
IV. Na estrutura de poder, dentro de certos limites, o Estado tem o poder de fazer as leis e obrigar que sejam cumpridas.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e III são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
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UFU-MG 2011 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

O desenvolvimento das ciências naturais trouxe impactos sobre a produção tecnológica e chegou até os processos de trabalho, modificando antigos sistemas por máquinas a vapor. Essas mudanças trouxeram resultados também para as relações sociais, como observa Karl Marx (1818-1883) em sua obra: Miséria da filosofia:


As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas. Apoderando-se de novas forças produtivas, os homens mudam seu modo de produção e, mudando o modo de produção, a maneira de ganhar a vida, mudam todas as suas relações sociais. O moinho braçal vos dará a sociedade com o senhor feudal, e o moinho a vapor a sociedade com o capitalista industrial.

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: do romantismo ao empiriocriticismo. São Paulo: Paulus, 2005, p. 195, v. 5. (Coleção Filosofia).


Com base no texto acima e no pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa correta.

A
O trabalho é um meio de produção de bens materiais para prover as necessidades humanas não influenciado pelo progresso tecnológico. Assim, o trabalho deve ser analisado como parte intrínseca da busca pela sobrevivência, não como desenvolvimento das potencialidades humanas.
B
A diferença entre sociedades está ligada à diferença entre os meios de produção que avançaram em tecnologia – que impactam o trabalho – principalmente devido ao desenvolvimento das ciências naturais, a física, a química, entre outras.
C
Karl Marx separa a humanidade do homem e o seu trabalho como coisas que não têm mútua influência, por isso o trabalho na sociedade industrial não pode ser alienante.
D
O desenvolvimento das ciências naturais e o capitalismo foram forças antagônicas que se digladiaram durante as revoluções industriais, pois o desenvolvimento tecnológico – decorrente das ciências – não alterou os processos de trabalho.
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UFU-MG 2011 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

O desenvolvimento das ciências naturais na era moderna influenciou a corrente filosófica denominada empirismo que tem por característica fundamental a ênfase do papel da experiência sensível no conhecimento. Dentre os representantes do empirismo inglês podemos destacar, entre outros nomes, Thomas Hobbes, John Locke e David Hume.


Hobbes, apesar de receber também outras influências filosóficas como o nominalismo, é influenciado pelas ideias empiristas, tanto que a primeira parte de seu livro O Leviatã ou Forma e matéria do Estado é composta por uma teoria do conhecimento baseada nas ideias desta corrente. Um dos resultados desta influência é a concepção de pacto social: para Hobbes, observando o comportamento dos homens podemos conhecer sua natureza, assim, conclui: os pactos sem a espada não passam de palavras.


Com base no texto acima e em seus conhecimentos sobre a filosofia hobbesiana, assinale a alternativa que descreve o significado da expressão: os pactos sem a espada não passam de palavras.

A
O poder do Estado deriva da natureza humana: uma vez que os homens concordem em obedecer a lei, cumprirão integralmente a palavra dada.
B
O poder do Estado se consolida com o uso simbólico da espada no poder legislativo; a expressão palavras representa a lei.
C
A única forma de os homens cumprirem suas promessas é pelo medo da punição caso fujam do compromisso de manter a palavra dada.
D
A frase de Hobbes aplica-se somente ao estado de natureza, sendo desnecessário o uso da força no estado civil, depois do Estado constituído.
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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”.
Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele reproduz suas condições de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência.

(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 241.)


A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx.

A
Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas.
B
Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de sobrevivência.
C
Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial.
D
Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza.
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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Segundo Thomas Hobbes, o estado de natureza é caracterizado pela “guerra de todos contra todos”, porque, não havendo nenhuma regra ou limite, todos têm direito a tudo o que significa que ninguém terá segurança de seus bens e de sua vida. A saída desta situação é o pacto ou contrato social, “uma transferência mútua de direitos”.


HOBBES, T. Leviatã. Coleção Os Pensadores. Trad. João P. Monteiro e Maria B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 78-80.



Com base nestas informações e nos seus conhecimentos sobre a obra de Hobbes, assinale a alternativa que caracteriza o pacto social.

A
Pelo pacto social, cria-se o Estado, que continua sendo uma mera reunião de indivíduos somente com laços de sangue.
B
Pelo pacto social, a multidão de indivíduos passa a constituir um corpo político, uma pessoa artificial: o Estado.
C
Pelo pacto social, cria-se o Estado, mas os indivíduos que o compõem continuam senhores de sua liberdade e de suas propriedades.
D
O pacto social pressupõe que o Estado deverá garantir a segurança dos cidadãos, mas em nenhum momento fará uso da força pública para isso.
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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Leia com atenção o texto abaixo.


A finalidade da política não é, como diziam os pensadores gregos, romanos e cristãos, a justiça e o bem comum, mas, como sempre souberam os políticos, a tomada e manutenção do poder. O verdadeiro príncipe é aquele que sabe tomar e conservar o poder [...].


(CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000, p. 396.)


A respeito das qualidades necessárias ao príncipe maquiaveliano, é correto afirmar:

A
O príncipe precisa ter fé, ser solidário e caridoso, almejando a realização da virtude cristã.
B
O príncipe deve ser flexível às circunstâncias, mudando com elas para dominar a sorte ou fortuna.
C
O príncipe precisa unificar, em todas as suas ações, as virtudes clássicas, como a moderação, a temperança e a justiça.
D
O príncipe deve ser bondoso e gentil, angariando exclusivamente o amor e, jamais, o temor do seu povo.
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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - A Política Grega (A República de Platão e a Política de Aristóteles), A Política

Conforme o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano, Platão emprega a palavra silogismo para definir o raciocínio em geral. Aristóteles, por sua vez, o define como o tipo perfeito de raciocínio dedutivo, “um discurso em que, postas algumas coisas, outras se seguem necessariamente.” Considere que a premissa “Todo atleta treina”, sentença universal e afirmativa, é a premissa maior de um silogismo, cuja conclusão é: “Logo, Maria treina”.


(ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi e Ivone C. Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2003.)



De acordo com tal definição, assinale a alternativa que indica, corretamente, a premissa menor:

A
Maria não é atleta.
B
Maria não treina.
C
Maria é atleta.
D
Maria é atleta, mas não treina.
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UNIOESTE 2017 - Filosofia - A Política Grega (A República de Platão e a Política de Aristóteles), A Política

Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de Platão, há prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que eles não podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força, num processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento). Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via somente mediante sombras. Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante intuição direta. Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das Formas mediante a dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO dizer:

A
para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.
B
o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os seres humanos.
C
as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.
D
a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).
E
a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do Bem.
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ENEM 2019 - Filosofia - A Política

TEXTO I

Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.

KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).


TEXTO II

Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.

FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.


A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:

A
Possibilidade da liberdade e obrigação da ação.
B
Aprioridade do juízo e importância da natureza.
C
Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica.
D
Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
E
Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.
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ENEM 2019 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.

ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).


O texto aponta uma inovação na teoria política na época moderna expressa na distinção entre

A
idealidade e efetividade da moral.
B
nulidade e preservabilidade da liberdade.
C
ilegalidade e legitimidade do governante.
D
verificabilidade e possibilidade da verdade.
E
objetividade e subjetividade do conhecimento.
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UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

No Brasil, na Argentina e em outros países da América Latina, os governos estão promovendo mudanças econômicas e de políticas públicas, mudanças essas conhecidas como liberais ou neoliberais. Nessas mais recentes políticas governamentais, o poder público transfere à economia de mercado a satisfação de determinadas carências dos cidadãos, que devem provê-las a partir do próprio esforço individual em uma economia mais fortemente caracterizada pela concorrência entre os indivíduos e por menos direitos sociais. Em seu tempo, o filósofo contratualista Jean-Jacques Rousseau, em seu Do Contrato Social, afirma que quanto menos felicidade a República é capaz de proporcionar aos cidadãos, mais eles terão que buscar, individualmente, a felicidade. A consequência é uma sociedade cada vez mais egoísta, desinteressada pela política e, por fim, agrilhoada por um déspota qualquer ou pela cobiça.

O texto acima apresenta duas opiniões conflitantes sobre a condução das políticas públicas. Considerando essas opiniões, assinale a afirmação verdadeira.

A
O governo brasileiro defende uma posição socialista, que consiste no provimento estatal daquilo que é necessário para a felicidade geral, enquanto Rousseau apresenta uma ideia liberal de economia e livre-iniciativa.
B
Rousseau é um contumaz representante do marxismo cultural, que produz suas críticas ao governo Bolsonaro com o único objetivo de desestabilizar o Brasil e inviabilizar as reformas econômicas liberalizantes.
C
Rousseau apresenta um argumento contrário ao individualismo liberal, uma vez que o indivíduo, despreocupado com a política e engajado nos ganhos econômicos, se distancia dos assuntos públicos e corre risco de perder sua liberdade.
D
A posição do governo brasileiro, ao apresentar um menor aporte para as universidades públicas, quando amplia a rede de universidades privadas, é condizente com o pensamento de Rousseau, que tem em foco o bem público e não a busca individualizada por felicidade.
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UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Um dos argumentos em favor do direito amplo ao armamento individual é o que afirma que cabe ao próprio indivíduo, e não ao Estado, a proteção de sua vida e de sua propriedade. Esse argumento pode ser entendido, nos termos da filosofia de Thomas Hobbes, como um “direito de natureza”, que o pensador inglês define no seguinte modo: “O direito de natureza é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e consequentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim”.

HOBBES, Thomas. Leviatã, Parte I, cap. XIV. Trad. br. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983 – adaptado.

Com base na definição acima, considere as seguintes afirmações:

I. O direito de natureza não garante a vida de ninguém.

II. O direito de natureza não garante a propriedade individual.

III. O direito de natureza é igual para todos.

É correto o que se afirma em 

A
I e II apenas.
B
I e III apenas.
C
II e III apenas.
D
I, II e III.
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UECE 2019 - Filosofia - A Política

“O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público manifestar repúdio à Nota Técnica Nº 11/2019 intitulada ‘Nova Saúde Mental’, publicada pela Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, na última segunda-feira (4 [de fevereiro de 2019]). O teor do documento aponta um grande retrocesso nas conquistas estabelecidas com a Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216 de 2001), marco na luta antimanicomial ao estabelecer a importância do respeito à dignidade humana das pessoas com transtornos mentais no Brasil. A nota apresenta, entre outras questões que desconstroem a política de saúde mental, a indicação de ampliação de leitos em hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas, dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPs), incentivando assim o retorno à lógica manicomial. O Ministério da Saúde também passa a financiar a compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia.”

CFP manifesta repúdio à nota técnica “Nova Saúde Mental” publicada pelo Ministério da Saúde. In: Site do Conselho Federal de Psicologia, publicado em 08/02/2019. Disponível em: https://site.cfp.org.br/cfp-manifesta-repudioa-nota-tecnica-nova-saude-mental-publicada-peloministerio-da-saude/

A crítica do Conselho Federal de Psicologia à nova política de saúde mental do governo brasileiro poderia encontrar apoio no pensamento liberal clássico

A
na recusa, como demasiados, aos investimentos públicos com saúde, em uma época de crise econômica e de austeridade nos gastos governamentais.
B
ao propor que o Estado não deve posicionar-se sobre os assuntos privados dos cidadãos, como o são a saúde mental e o uso de álcool e drogas.
C
porque considera que só os profissionais da saúde e suas entidades corporativas poderiam estabelecer as diretrizes para uma política pública de saúde mental.
D
pois identifica, na lógica manicomial, com a ampliação de internações e uso de aparelhos de eletroconvulsoterapia, meios de desrespeito aos direitos humanos.
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UFMS 2018 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Leia o texto a seguir.

"Leibniz afirma: “Costumo chamar os escritos de ___________ de vestíbulo da verdadeira filosofia, já que, embora ele não tenha alcançado seu núcleo íntimo, foi quem dele se aproximou mais do que qualquer outro antes dele, com a única exceção de Galileu, do qual oxalá tivéssemos todas as meditações sobre os diversos temas, que o destino adverso reduziu ao silêncio. Quem ler Galileu e ___________ se encontrará em melhores condições de descobrir a verdade do que se houvesse explorado todo o gênero dos autores comuns”. O juízo ponderado de um grande filósofo sobre outro grande filósofo, que dá a medida exata da personalidade de ___________, com toda razão chamado precisamente de pai da filosofia moderna. Com efeito, ele assinalou uma reviravolta radical no campo do pensamento pela crítica a que se submeteu a herança cultural, filosófica e científica da tradição e pelos novos princípios sobre os quais edificou um novo tipo de saber, não mais centrado no ser ou em Deus, mas no homem e na racionalidade humana." 

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: do Humanismo a Descartes. São Paulo: Ed. Paulus, 2004. p. 283.

No texto apresentado, os autores recorrem aos escritos de Leibniz para mostrar o pensamento de uma expressivo filósofo cujo nome foi suprimido do trecho transcrito. Assinale a alternativa correta que contém o nome do pensador descrito no texto:

A
Nicolau Maquiavel.
B
Johannes Kepler.
C
René Descartes.
D
Tomás Morus.
E
Giordano Bruno.
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UEL 2018 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.


Por conseguinte, todo homem, ao consentir com outros em formar um único corpo político sob um governo único, assume a obrigação, perante todos os membros dessa sociedade, de submeter-se à determinação da maioria e acatar a decisão desta. Do contrário, esse pacto original, pelo qual ele, juntamente com outros, se incorpora a uma sociedade, não teria nenhum significado e não seria pacto algum, caso ele fosse deixado livre e sob nenhum outro vínculo além dos que tinha antes no estado de natureza.

LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo.. Trad. Julio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 470.


Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de John Locke, assinale a alternativa correta.

A
O ser humano deve superar o estado de natureza fundando a sociedade civil e o Estado, cedendo seus direitos em prol da paz social.
B
Os indivíduos, no estado de natureza, são juízes de si mesmos, fundam o Estado para garantir segurança e direitos individuais por meio das leis.
C
O poder do Estado deve ser absoluto para a garantia dos direitos naturais da humanidade, como a vida, a liberdade e a propriedade.
D
O pacto ou contrato social é o garantidor das liberdades e direitos, sendo o poder legislativo o menos importante, já que é possível sua revogação por aqueles que participam do poder executivo.
E
O ser humano se realiza como um ser possuidor de bens, sendo sua posse o que garante tolerância religiosa, livreiniciativa econômica e liberdade individual.
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UEL 2018 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.


Por que só o homem é suscetível de tornar-se imbecil? [...] O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. Lourdes Santos Machado, 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. pp. 243; 259.


Com base nos conhecimentos sobre sociedade civil, propriedade e natureza humana no pensamento de Rousseau, assinale a alternativa correta.

A
A instauração da propriedade decorre de um ato legítimo da sociedade civil, na medida em que busca atender às necessidades do homem em estado de natureza.
B
A instauração da propriedade e da sociedade civil cria uma ruptura radical do homem consigo mesmo e de distanciamento da natureza.
C
A fundação da sociedade civil é legitimada pela racionalidade e pela universalidade do ato de instauração da propriedade privada.
D
O sentimento mais primitivo do homem, que o leva a instituir a propriedade, é o reconhecimento da necessidade da propriedade para garantir a subsistência.
E
A sociedade civil e a propriedade são expressões da perfectibilidade humana, ou seja, da sua capacidade de aperfeiçoamento.
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UECE 2018 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política Grega (A República de Platão e a Política de Aristóteles), Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

Observe a seguinte notícia: “O total de pessoas encarceradas no Brasil chegou a 726.712 em junho de 2016. Em dezembro de 2014, era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil pessoas. Cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem condenação judicial. Mais da metade dessa população é de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. [...] Os crimes relacionados ao tráfico de drogas são os que mais levam as pessoas às prisões, com 28% da população carcerária total. Somados, roubos e furtos chegam a 37%. [...] Quanto à escolaridade, 75% da população prisional brasileira não chegaram ao Ensino Médio. Menos de 1% dos presos tem graduação”.

Fonte: AGÊNCIA BRASIL, 08/12-2017. Em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017- 12/populacao-carceraria-do-brasil-sobe-de-622202-para726712-pessoas


As informações apresentadas na notícia acima podem ser pensadas filosoficamente tomando-se por base


I. Foucault e sua teoria dos dispositivos disciplinares do poder.

II. Marx e sua teoria do Estado como instrumento da classe dominante.

III. Maquiavel e sua teoria do poder do príncipe.

IV. Aristóteles e seu conceito de justiça distributiva.


Estão corretas somente as complementações contidas em

A
I e II.
B
II e III.
C
III e IV.
D
I e IV.