Questão 4a4e7538-0a
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Para Maquiavel, quando um homem decide dizer
a verdade pondo em risco a própria integridade física,
tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se
esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios
pessoais não são mais adequados para decidir sobre
ações cujas consequências se tornam tão amplas,
já que o prejuízo não será apenas individual,
mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e
os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor
para o bem comum seja mentir.
ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força.
São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).
O texto aponta uma inovação na teoria política na época
moderna expressa na distinção entre
Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.
ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).
O texto aponta uma inovação na teoria política na época moderna expressa na distinção entre
A
idealidade e efetividade da moral.
B
nulidade e preservabilidade da liberdade.
C
ilegalidade e legitimidade do governante.
D
verificabilidade e possibilidade da verdade.
E
objetividade e subjetividade do conhecimento.
Gabarito comentado
Athos VieiraHistoriador, Mestre em Ciência Política pelo IESP/UERJ e Doutorando em Ciência Política pelo IESP/UERJ
O grande legado de Maquiavel e sua fundamental contribuição para a teoria política se dá devido à sua clara visão quanto às diferenças e prerrogativas recaídas sobre um homem de Estado que não devem ser confundidas com as que recaem sobre um homem comum. Maquiavel ficou famoso ao redor do mundo por uma frase que ele não disse, "o fim justifica os meios", mas que resume seu pensamento político exatamente como na ideia apresentada na questão. Mentir é moralmente reprovável para todos os homens e espera-se, pelo bem coletivo, que diante de uma situação limite, um homem moralmente elevado seja capaz de dizer a verdade e arcar com as consequências, porém, se as consequências atingem outras pessoas, como no caso de um chefe de Estado, então talvez mentir seja a melhor opção, tendo em vista o bem comum. "O fim justifica os meios", ou seja, o bem comum coletivo e pacificado justifica a mentira contada. Há aqui um claro confronto entre a idealidade e a efetividade da moral.
A resposta, portanto, é letra A.
A letra B está errada, pois nada se trata sobre liberdade, nem civil, nem política, nem religiosa, nem mesmo do livre arbítrio.
A letra C está errada, pois ilegalidade e legitimidade de um governante se refere a uma coroa, aos votos de uma república democrática, às leis ou à força pura e simples. Não é a questão.
A letra D está errada, pois a verdade aqui não interessa.
A letra E está errada , pois objetividade e subjetividade do conhecimento se refere à epistemologia da ciência e seus métodos.
A resposta, portanto, é letra A.
A letra B está errada, pois nada se trata sobre liberdade, nem civil, nem política, nem religiosa, nem mesmo do livre arbítrio.
A letra C está errada, pois ilegalidade e legitimidade de um governante se refere a uma coroa, aos votos de uma república democrática, às leis ou à força pura e simples. Não é a questão.
A letra D está errada, pois a verdade aqui não interessa.
A letra E está errada , pois objetividade e subjetividade do conhecimento se refere à epistemologia da ciência e seus métodos.