Questõesde UNEMAT sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 59 questões
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

[...]

Grave, grave, o caso. Premia-nos uma multidão, e estava na área de baixa pressão do ciclone. -“Disse que era, mas que, vendo a humanidade já enlouquecida, e em véspera de mais tresloucar-se, inventara a decisão de se internar, voluntário: assim, quando a coisa se varresse de infernal a pior, já estava garantido ali, com lugar, tratamento e defesa, que, à maioria, cá fora, viriam a fazer falta ... ”- e o Adalgiso, a seguir, nem se culpava de venial descuido, quando no ir querer preencher-lhe a ficha.

- “Você se espanta?” - esquivei-me. De fato, o homem exagerara somente uma teoria antiga: a do professor Dartanhã, que, mesmo a nós, seus alunos, declarava-nos em quarenta por cento casos típicos, larvados; e, ainda, dos restantes, outra boa parte, apenas de mais puxado diagnóstico.

[...]

Reaparecendo o humano e o estranho. O homem. Vejo que ele se vê, tivo de notá-lo. E algo terrível de repente se passou. Ele queria falar, mas a voz esmorecida; e embrulhou-se-lhe a fala. Estava em equilíbrio de razão: isto é, lúcido, nu, pendurado. Pior que lúcido, relucidado; com a cabeça comportada. Acordava! Seu acesso, pois, tivera termo, e, da ideia delirante, via-se dessonambulizado. Desintuído, desinfluído - se não se quando - soprado. Em doente consciente, apenas, detumescera-se, recuando ao real e autônomo, a seu mau pedaço de espaço e tempo, ao sem-fim do comedido.

Aquele pobre homem descoroçoava. E tinha medo e tinha horror - de tão novamente humano. [...] Desprojetava-se, coitado, e tentava agarrar-se, inapto, à Razão Absoluta? Adivinhava isso o desvairar da multidão espaventosa - enlouquecida. Contra ele, que, de algum modo, de alguma maravilhosa continuação, de repente nos frustrava. Portanto, em baixo, alto bramiam.

Feros, ferozes. Ele estava são. Versânicos, queriam linchá-lo. [...]

(ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001)

O conto Darandina , de João Guimarães Rosa, narra o episódio de um homem que, após escapar de um instituto onde havia se internado e tentar alguns pequenos furtos, sobe em uma palmeira no meio de uma praça para escapar à perseguição das pessoas, tirando a própria roupa e provocando aglomeração e desordem. A partir dos trechos acima, que se situam os próximos ao início e ao fim do conto, respectivamente, percebe-se que:

A
a história relativiza os limites entre normalidade e loucura, quando necessário que boa parte da população apresenta um certo grau de loucura e invertido uma forma com que homem e multidão são designados no conto, opondo o homem são e lucido à multidão desvairada.
B
a revolta da multidão se dá por causa do transtorno notificação pelo homem à ordem pública.
C
o retorno do homem à lucidez é tratado como algo positivo, pois revelação uma melhoria em seu estado mental, apesar de se destacar uma nítida sensação de vergonha sentida por ele em face do acontecido.
D
a loucura é tratada como um problema atípico e grave de comportamento que deve ser controlado para que se evitem distúrbios sociais como o que ocorreu no episódio.
E
a declaração do homem, ao se internar, revela-se como uma mentira artificiosa usada para garantir um lugar em que teria abrigo, tratamento e segurança, uma vez que era um homem pobre e sem parentes.
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

[...]

Capitulo IX

Passaram-se semanas. Jerônimo tomava agora, todas as manhãs, uma xícara de café bem grosso, à moda da Ritinha, e trabalhava dedos dois de parati “pr'a cortar a friagem”.


Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazer-se contemplativo e amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam agora os aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos de ambição, para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; tornava-se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que de guardar. [...]


(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 3ª ed. São Paulo: Martin Claret, 2010, p.90)


No romance O Cortiço, o personagem português Jerônimo vai, segundo o narrador, aos poucos, “abrasileirando-se”, afrouxando seus trajes, o que confirma a filiação da obra a corrente filosófica em voga no mundo ocidental, na época (século XIX ), a qual defendia que o ser humano:

A
nasce bom, mas a sociedade o corrompe.
B
só consegue ser feliz refugiado na natureza.
C
é produto do meio em que vive.
D
é produto da sua vontade.
E
já nasce com o destino traçado.
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Millôr Fernandes, morto em 2012, foi um dos mais profícuos intelectuais brasileiros das últimas décadas. Escritor, poeta, tradutor, cartunista, jornalista e dramaturgo, seus escritos e desenhos são a expressão de seu talento humorístico, sua irreverência e sua perspicácia.

São dele as seguintes sentenças:

(1) Quando um quer, dois brigam.
(2) A esperança é a última que mata.
(3) Cão que ladra não morde. Enquanto ladra.

Sobre as sentenças, assinale a alternativa incorreta.

A
Trata-se de aforismos que confrontam ideias de caráter cultural, cristalizadas nos ditados populares.
B
A sentença (1) tem sentido equivalente a “quando um não quer, dois brigam”.
C
Na sentença (3), o autor utiliza uma circunstância temporal para desconstruir o ditado.
D
Na sentença (2), o que altera o efeito moral é o uso de um verbo antônimo ao usado no ditado original.
E
Ao subverter o sentido dos ditados populares, Millôr demonstração que é falho o conhecido pelo senso comum.
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Algumas palavras e expressões funcionam como elementos de coesão no texto. Além de possibilitar uma transição de ideias entre fases e parágrafos, exprimem sentidos que garantem uma progressão temática. 

Observe uma narrativa abaixo:

    O jogo transcorria sem incidentes, até que um atacante do tempo A cometeu uma falta visivelmente grave contra o goleiro do tempo B. O juiz não marcou, porque, segundo ele , o lance foi normal. Logo em seguida, um zagueiro do tempo B, numa dividida banal, derrubou um jogador do tempo A. E o juiz marcou falta! Sem dúvida, o juiz errou, acendendo a ira dos torcedores do tempo B. Inesperadamente, formou-se um verdadeira batalha nas arquibancadas, com as cenas lamentáveis ​​que todos vimos. Algumas pessoas se feriram, sobretudo como que tentavam separar os brigões.


Assinale a alternativa que indica, respectivamente, os sentidos presentes nos termos destacados.

A
Ênfase; esclarecimento; prioridade; consequência; conclusão; surpresa.
B
Ruptura; conformidade; sequência; convicção; imprevisto; predominância.
C
Adição; consequência; temporalidade; propósito; ênfase; esclarecimento.
D
Explicação; conclusão; prioridade; dúvida; surpresa; consequência.
E
Imprevisto; condição; conformidade; ênfase; conflito; exaltação.
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Diante dos argumentos apresentados pelo jornal Folha de São Paulo sobre a crise da água pela qual o estado passa, é correto afirmar que:

Crise da Água
Cantareira bate novo recorde negativo e opera com 3,2% de sua capacidade

    O sistema Cantareira voltou a ter mais um recorde negativo nesta quarta-feira (22). De acordo com dados da Sabesp, o nível do reservatório é de apenas 3,2%, índice considerado o pior da história. Desde a segunda (20), chuvas têm atingido o reservatório, mas sem impedir a queda nos índices.
    
   Mesmo diante da grave crise hídrica, o governo estadual ainda se nega a fazer um racionamento na cidade.

Novo Bônus

    Na terça-feira (21), o Conselho Diretor da Sabesp, responsável pelo abastecimento na Grande São Paulo, aprovou proposta do governo estadual de conceder a redução na conta de água para os que não atingirem o patamar de 20%, necessário para obter o atual desconto de 30%.

    Pelas novas regras, o bônus antigo continua em vigor, mas quem conseguir economizar de 10% a 15%, ganhará uma redução de 10% na conta de água.

    Se o consumo cair de 15% a 20%, o desconto será de 20%.

     A proposta será enviada agora para a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia), que definirá a data para a iniciativa entrar em vigor.

Disponível em: www.1.folha.uol.com.br./cotidiano/2014. Acesso em 22 out. 2014. 
A
o governo estadual aprovou nova proposta de redução do fornecimento de água.
B
o governo estadual concede um desconto de 30% a quem economiza mais de 20% ou mais no consumo de água.
C
o Conselho Diretor da Sabesp definirá quando o novo desconto da tarifa de consumo de água entrará em vigor.
D
o governo estadual aprovou o racionamento de água porque o sistema Cantareira atingiu o nível de 3,2% de sua capacidade.
E
a Agência Reguladora de Saneamento e Energia aprovou a proposta de racionamento de água na Grande São Paulo.
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho “Mesmo diante da grave crise hídrica, o governo estadual ainda se nega a fazer um racionamento na cidade.”, a palavra em destaque:

Crise da Água
Cantareira bate novo recorde negativo e opera com 3,2% de sua capacidade

    O sistema Cantareira voltou a ter mais um recorde negativo nesta quarta-feira (22). De acordo com dados da Sabesp, o nível do reservatório é de apenas 3,2%, índice considerado o pior da história. Desde a segunda (20), chuvas têm atingido o reservatório, mas sem impedir a queda nos índices.
    
   Mesmo diante da grave crise hídrica, o governo estadual ainda se nega a fazer um racionamento na cidade.

Novo Bônus

    Na terça-feira (21), o Conselho Diretor da Sabesp, responsável pelo abastecimento na Grande São Paulo, aprovou proposta do governo estadual de conceder a redução na conta de água para os que não atingirem o patamar de 20%, necessário para obter o atual desconto de 30%.

    Pelas novas regras, o bônus antigo continua em vigor, mas quem conseguir economizar de 10% a 15%, ganhará uma redução de 10% na conta de água.

    Se o consumo cair de 15% a 20%, o desconto será de 20%.

     A proposta será enviada agora para a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia), que definirá a data para a iniciativa entrar em vigor.

Disponível em: www.1.folha.uol.com.br./cotidiano/2014. Acesso em 22 out. 2014. 
A
permite suavizar um argumento que seria contrário ao anteriormente utilizado.
B
relaciona argumentos com o mesmo sentido.
C
permite a exclusão de um argumento em razão do outro.
D
fortalece o argumento de que o racionamento de água na cidade seja necessário.
E
possibilita argumentar que a crise hídrica é o efeito do racionamento de água.
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

T EXTO  I

A menina de lá


    Não que parecesse olhar ou enxergar de propósito. Parava quieta, não queria bruxas de pano, brinquedo nenhum, sempre sentadinha onde se achasse, pouco se mexia. - “Ninguém entende muita coisa que ela fala ...” - dizia o Pai, com certo espanto. Menos pela estranhez das palavras, pois só raro ela perguntava, por exemplo: -“Ele xurugou?” - e, vai ver, quem e o quê, jamais se saberia. Mas, pelo esquisito do juízo ou enfeitado do sentido. Com riso imprevisto: -“Tatu não vê a lua ...”- ela falasse.Ou referia estórias, absurdas, vagas, tudo muito curto: da abelha que se voou para uma nuvem; de uma porção de meninas e meninos sentados a uma mesa de doces, comprida, comprida, por tempo que nem se acabava; ou da precisão de se fazer lista das coisas todas que no dia por dia a gente vem perdendo. Só a pura vida.

[...]

    Dizia que o ar estava com cheiro de lembrança. -“A gente não vê quando o vento se acaba ...”Estava no quintal, vestidinha de amarelo. O que falava, às vezes era comum, a gente é que ouvia exagerado: -“Alturas de urubuir ...”Não, dissera só: - “altura de urubu não ir”. O Dedinho chegava quase no céu. Lembrou-se de: -“Jabuticaba de vem-me-ver ...”Suspirava, depois: - “Eu quero ir pra lá”. - Aonde? -“Não sei”. Aí observou: -“O passarinho desapareceu de cantar ...”


(ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001)


TEXTO II


[...]

    A gente não gostava de explicar como imagens porque explicar afasta como falas da imaginação. 

A gente gostava dos sentidos desarticulados como a conversa dos passarinhos no chão a comer pedaços de mosca.

Certas visões não significavam nada, mas eram passeios verbais.

A gente sempre queria dar brazão às borboletas.

A gente gostava bem das vadiações com as palavras do que das prisões gramaticais.

Quando o menino disse que queria passar para as palavras suas peraltagens até os caracóis apoiaram.

A gente se encostava na tarde como se a tarde fosse um poste.

A gente gostava das palavras quando elas perturbavam os sentidos normais da fala.

Esses meninos faziam parte do arrebol como os passarinhos.


(BARROS, Manoel de. Menino do mato . Leya: São Paulo, 2010)


Observando-se os textos, percebendo-se o uso diferenciado da linguagem verbal, que se deve ao fato de que: 

A
ambos os autores não vinculam a criatividade artística com a normatividade das regras da escrita, porque desconhecem a variante padrão da língua.
B
há predominância da visão de mundo e da informalidade características do ser interiorano no uso da linguagem.
C
ambos os autores são oriundos da mesma região do país e, portanto, o uso diferenciado pode ser entendido como expressão de um traço cultural.
D
todo texto literário tem o intuito de “perturbar os sentidos normais da fala”, atuando sempre como elemento contestador de normas e modelos preestabelecidos para o uso da linguagem.
E
ambos usam como recurso criativo a perspectiva do universo infantil que, nesse caso, representa uma maior liberdade no uso da linguagem como elemento mais lúdico e menos comunicativo e informativo.
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Só os óio

Ao regressar de Mineiros, em Goiás, [...] perdemos a hora de atravessar o Rio dos Bois. Não houve rogos nem promessas que demovessem o balseiro de sua resolução. Eram mais de seis horas e não daria passagem.

Tocamos rastro atrás cinco léguas e fomos pedir pouso em casa de um sertanejo pobre, casa de pau-a-pique [...].

Estávamos em julho e o frio era intenso.
Ao pedir o pouso, o caipira me perguntou:
- Vacê trôxe rede?
- Não.
- Curchuádo?
- Também não.
- E cuberta?
- Também não trouxe.
- Aãã ... Intãoce vacê, de durmi, só troxe os óio?

(PIRES, Cornélio. Patacoadas. Coleção Conversa caipira. Itu, Ottoni Editora, 2002)

Com base no texto e considerando a diversidade da fala dos brasileiros, assinale a correta.

A
O caipira e o narrador do texto possuem as mesmas condições socioculturais e, por isso, podem falar de modo diverso um do outro.
B
O modo de falar do caipira atende ao padrão culto da língua portuguesa.
C
A fala do caipira provoca incompreensão entre os interlocutores.
D
O narrador não emprega elementos da norma padrão da língua portuguesa ao representar uma fala do sertanejo.
E
O diálogo entre o narrador e o caipira implica inadequação linguística, pois eles não conseguem se entender.
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UNEMAT 2015 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe


Disponível em: www.oslevadosdabreca.com. Acesso em: 28 nov. 2014


O termo mesmo, em ambos os quadrinhos, corresponde ao sentido de:

A
portanto, pois, porque.
B
ou, ora, quer.
C
não só, mas também, bem como.
D
ainda que, apesar de, embora.
E
e, antes, agora.
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UNEMAT 2016 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes possessivos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

“Para abordar o direito dos índios a uma educação diferenciada, a Constituição de 1988 se impõe como o grande marco. Foi a partir dela(1) que se reconheceu aos índios o direito de permanecerem índios e terem suas tradições e modos de vida respeitados e protegidos pelo Estado brasileiro. Com a sua(2) promulgação, rompe-se com a tradição legislativa e administrativa que procurava incorporar os índios à comunhão nacional, pois os(3) concebia como categoria étnica e social transitória, a quem(4) cabia um único destino: seu desaparecimento cultural. A Constituição de 1988 inaugurou uma nova fase no relacionamento dos povos indígenas com o Estado e com a sociedade brasileira, reconhecendo suas(5) organizações sociais, costumes, línguas, crenças e tradições, e atribuindo ao Estado o dever de respeitar e proteger as manifestações das culturas indígenas”.

GRUPIONI, Luís Donizete Benzi. Educação em Contexto da Diversidade Étnica: os povos no Brasil. In: RAMOS, Marise N.; ADÃO, Jorge M.; NASCIMENTO, Graciete Maria. Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: Secretaria de Educação Média e tecnológica, 2003.p.115. (adaptado)

Para manter a coerência do texto, alguns elementos de coesão foram empregados na sua escrita, como os termos em negrito. Seguindo a enumeração dada a eles, considera-se que:

A
Dela (1), sua (2) e a quem (4) são elementos coesivos que retomam “Constituição de 1988”.
B
Dela (1) e sua (2) são elementos coesivos que retomam “Constituição de 1988”; os demais termos em negrito se referem e retomam “índios”/”povos indígenas”.
C
Sua (2) e suas (5) são elementos coesivos que retomam “Constituição de 1988”.
D
Sua (2) é um elemento coesivo que se refere a ‘vida’.
E
A quem (4) é elemento coesivo que se refere à “Constituição”.
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UNEMAT 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia


Disponível em: https://www.google.com.br /search?q=charges&espv =2&biw=1366&bih=25252Fcharges%25252Fpage%25252F8%25252 F&source=iu&pf=m&fir=CBth0t-ae Acesso em fev. 2016.


O emprego do verbo “sair” permite duas leituras: uma, dada pelo falante no quadro 1, e outra, compreendida pela personagem no quadro 2, o que se confirma na fala final do quadro 4.


Assinale a alternativa em que acontece o mesmo no emprego dos verbos.

A

“─ Você pode me dizer o endereço?

─ Posso”.

B

“─ Ele gosta de você?

─ Sim, ele gosta muito de mim”.

C

“─ Maria, você quer ir ao cinema?

─ Sim, eu quero.”.

D

“─ Você viu o acidente?

─ Eu vi”.

E

“─ Você estudou para a prova?

─ Estudei”.



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UNEMAT 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A pesquisadora Alicia Kowaltowski mostra-se indignada frente à notícia do investimento em pesquisas sobre a ‘pílula do câncer’ e finaliza assim: “É um desrespeito aos cientistas brasileiros sérios”.

A palavra em destaque, ao ser relacionada com todo o texto, deixa pressuposto que:

“GOVERNO VAI INVESTIR R$ 10 MILHÕES EM ESTUDO DA FOSFOETANOLAMINA

Ministério da Ciência e Tecnologia quer saber se a polêmica ‘pílula do câncer’ realmente é segura e funciona.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vai investir R$ 10 milhões em pesquisas sobre a fosfoetanolamina sintética, para descobrir se a polêmica substância produzida por um laboratório da Universidade de São Paulo (USP) tem mesmo potencial para tratar o câncer. [...] O compromisso foi acertado numa reunião do recém-empossado ministro Celso Pansera com representantes da comunidade científica e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ontem, em Brasília. [...] O pesquisador que orientou a pesquisa inicial, Gilberto Chierice, está aposentado. Ele defende a distribuição da substância, que acredita ser segura, apesar de não ter dados para comprovar isso. Segundo informações do MCTI, um primeiro repasse de R$ 2 milhões já sairá do orçamento da pasta neste ano. O restante será repassado em duas parcelas de R$ 4 milhões, nos próximos dois anos. [...] ‘Absurdo isso’, reagiu a pesquisadora Alicia Kowaltowski, do Instituto de Química da USP em São Paulo, ao ler a notícia nas redes sociais. ‘Atitudes completamente antiéticas por parte de um pesquisador sendo premiado com um ‘caminho paralelo’ de financiamento significativo, enquanto milhares de projetos regulares já aprovados seguem sem pagamento [...] É um desrespeito aos cientistas brasileiros sérios’.” (adaptado)

Disponível em: ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar. Acesso em nov. 2015.
A
O governo não respeita os cientistas brasileiros sérios.
B
Os cientistas brasileiros são sérios, pois vão receber investimentos para suas pesquisas.
C
Alicia também pesquisa a fosfoetanolamina sintética, mas não é respeitada.
D
Alicia é tão séria quanto o pesquisador Gilberto Chierice.
E
Existem cientistas brasileiros que não são sérios.
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UNEMAT 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


Kacio Pacheco. Disponível em www.metropoles.com. Acesso em nov. 2015.

O governo de Dilma Rousseff passou por pressões de alguns partidos políticos que se mobilizaram para pedir seu impeachment. Uma das razões está nas denúncias de corrupção na Petrobrás, empresa petrolífera brasileira. Essa situação é explorada, na figura acima, pelo cartunista Kacio Pacheco. Ao analisar o enunciado “cadê meus peixes” a partir de sua relação com o contexto de fala cultural e a politica brasileira, afirma-se que:

A
O sentido de Peixes diz respeito a políticos do PSDB, representados na charge pelo animal tucano.
B
O sentido de Peixes diz respeito a políticos do PSDB, representados na charge por tubarões.
C
O sentido de Peixes relaciona-se a políticos que, independentemente do partido, apoiaram a presidente.
D
O sentido de Peixes relaciona-se a políticos do PT, representados na charge por tubarões.
E
O sentido de Peixes diz respeito a políticos do PT, representados na charge pelos tucanos.
8061c28e-b0
UNEMAT 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.brilustradacartumcartunsdiari os#2052017 Acesso em maio 2017. 


Em alguns contextos de uso da linguagem, é possível empregar palavras ou expressões que podem exagerar ou suavizar os sentidos que se quer provocar. Na tirinha Malvados, de André Dahmer, o trecho silenciar por um século trata-se de 

A
um eufemismo, pois o autor procura suavizar o efeito de sentido.
B
um paradoxo, pois o autor apresenta uma contradição no sentido transmitido.
C
uma gradação, já que o autor usa uma sequência de adjetivos que intensificam o sentido.
D
uma hipérbole, pois o autor procura transmitir um sentido de exagero.
E
um pleonasmo, pois o autor usa uma repetição para intensificar o sentido.
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UNEMAT 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

     O cego Estrelinho era pessoa de nenhuma vez: sua história poderia ser contada e descontada não fosse seu guia, Gigito Efraim. A mão de Gigito conduziu o desvistado por tempos e idades. Aquela mão era repartidamente comum, extensão de um no outro, siamensal. E assim era quase de nascença. Memória de Estrelinho tinha cinco dedos e eram os de Gigito postos, em aperto, na sua própria mão.
     O cego, curioso, queria saber de tudo. Ele não fazia cerimônia no viver. O sempre lhe era pouco e tudo insuficiente. Dizia, deste modo:
   - Tenho que viver já, senão esqueço-me.
   Gigitinho, porém, o que descrevia era o que não havia.
O mundo que ele minuciava eram fantasias e rendilhados. A imaginação do guia era mais profícua que papaeira. O cego enchia a boca de águas:
   - Que maravilhação esse mundo. Me conte tudo, Gigito!
     A mão do guia era, afinal, o manuscrito da mentira. Gigito Efraim estava como nunca esteve S. Tomé: via para não crer. O condutor falava pela ponta dos dedos. Desfolhava o universo, aberto em folhas. A ideação dele era tal que mesmo o cego, por vezes, acreditava ver. (...)

COUTO, Mia. “O cego Estrelinho”. In: Estórias Abensonhadas. Portugal; Editotial caminho, 1994, pp.29 -30. 

     No excerto acima, retirado do conto “O cego Estrelinho”, é possível afirmar que Mia Couto utiliza de um procedimento estilístico para a construção narrativa, o da intertextualidade, que consiste no estabelecimento de relação com um texto já existente. Assim, Mia Couto traz um diálogo com um ditado popular “Ver para crer”, atribuído a São Tomé, um dos discípulos de Jesus Cristo na tradição cristã, que trazia como prerrogativa acreditar somente em algo concreto, naquilo que poderia ser visto ou constatado por ele. No entanto, Mia Couto traz nesse conto um sentido invertido desse ditado popular, ao invés da afirmação “Ver para crer”. Após sabermos que Gigito descrevia um mundo que não existia para o cego Estrelinho, o narrador afirma que “Gigito Efraim estava como nunca esteve S. Tomé: via para não crer”.

Diante de tal constatação, considera-se que 

A
ao inverter o sentido do ditado popular nesse conto, Mia Couto está radicalmente fazendo uma ruptura com uma tradição popular que não é de origem africana e sim cristã.
B
o uso do procedimento da intertextualidade nessa narrativa vem colocar Mia Couto como um escritor que radicaliza a forma tradicional da escrita do gênero conto.
C
é possível vislumbrar nesse conto dois tipos de visão, uma mais realista e a outra mais inventiva. A primeira se caracteriza pelo relato de uma realidade mais crua e dura, tal qual seria a descrição do mundo em que as personagens viviam, um mundo de miséria, de guerra e, para Estrelinho um mundo de escuridão, de cegueira. A outra visão, responsável pelo mundo inventado por Gigito, seria caracterizado pela representação de um mundo ideal, um mundo que poderia existir se não houvesse guerra.
D
No conto, o significado da inversão de sentido do ditado popular “Ver para crer” em “via para não crer” se refere ao ato do personagem Estrelinho fingir acreditar na descrição do mundo de fantasias que Gigito lhe contava.
E
Mia Couto traz uma crítica negativa a um mundo que “foge da realidade”, pois para ele é necessário viver a vida tal como ela é, viver no mundo como ele está, (mesmo sendo este mundo cheio de miséria e falta), para que o homem não se iluda por um mundo de fantasias que o tiram de sua verdadeira vida.
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UNEMAT 2017 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

POR QUE VOCÊ DEVE TIRAR, AGORA, OS SEUS FILHOS PEQUENOS DO FACEBOOK E DO WHATSAPP

Caso em Mato Grosso envolvendo menina de 9 anos e agressor sexual no WhatsApp é mais comum do que se imagina. É impossível ter controle total do que eles acessam

     “A geração atual de mães e pais de crianças e pré-adolescentes cresceu ouvindo de seus responsáveis a frase: ‘jamais converse com estranhos na rua’. O objetivo era evitar que eles caíssem nas mãos de abusadores e pedófilos. Esses criminosos e doentes continuam existindo e encontraram nas redes sociais ferramentas eficientes para aliciar menores. O exemplo mais recente a se tornar público ocorreu nesta semana na região metropolitana de Cuiabá, em Mato Grosso. Mensagens de assédio encaminhadas por um homem de 47 anos a uma menina de 9 foram descobertas pelo pai dela. Ele avisou a polícia e compareceu, com os policiais, a um encontro que o suspeito havia marcado com a menor na última terça-feira (23). No celular do suspeito, foram encontradas trocas de mensagens similares com cerca de 20 crianças. O delegado responsável pelo caso desconfia que em ao menos um dos casos houve o estupro de fato ...” Bruno Ferrari
Disponível em: http://epoca.globo.com Acesso em maio 2017. 

      No texto acima, considere o seguinte excerto:
    “Ele avisou a polícia e compareceu, com os policiais, a um encontro que o suspeito havia marcado com a menor na última terça-feira (23).”

     O trecho acima corresponde a qual tipo textual?  

A
Descrição, pois apresenta as características das pessoas e do lugar.
B
Dissertação, pois há debate e argumentação sobre um assunto.
C
Narração, pois traz enredo (acontecimentos), personagens e narrador.
D
Descrição, pois há exposição e argumentação sobre um tema.
E
Dissertação, pois o trecho explora o campo sensorial.
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UNEMAT 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para a composição da peça teatral Arena conta Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal e Edu Lobo, foi escolhido como assunto a história de Zumbi dos Palmares, figura histórica que carrega a imagem de resistência do homem negro, escravizado no Brasil. À época, a peça trazia inovações para o teatro brasileiro na sua maneira de contar a história de Zumbi (estreou em 1º de maio de 1965 no Teatro de Arena de São Paulo), a partir do ponto de vista dos próprios escravos, ou seja, a história de Zumbi (ou Zambi) é contada pelas vozes dos escravos, incluindo o próprio Zumbi, e não somente por um narrador em terceira pessoa criado pelo escritor, como era comum nas versões trazidas pela História oficial.

Essa característica pode ser constatada no seguinte trecho da peça:

A
“− A história que o Arena conta
É a epopeia de Zumbi;
tanto pró e tanto contra
juro em Deus que nunca vi.”
B
“Olha o negro recém-chegado. Magote novo, macho e fêmea em perfeito estado de conservação. Só vendo moço e com forças. Para serviço de menos empenho tenho os mais fracos e combalido, pela metade do cobrado. Quinze mil réis o são, sete mil e quinhentos os estropiados. Escravo angolano purinho. Olham o escravo recém-chegado, magote novo, macho e fêmea cantador.”
C
“Eu vivi nas cidades no tempo das desordem. Eu vivi no meio da minha gente de tempo de revolta. Assim passei os tempo que me deram pra vivê. Eu me levantei com minha gente, comi minha comida no meio da batalha. Amei, sem ter cuidado...olhei tudo que via, sem tempo de bem ver (...) A voz da minha gente se levantou e minha voz junto com a dela. Minha voz não pode muito, mas gritá eu bem gritei. (...)”
D
“Negros de todos os lugares procuravam as matas fugindo desesperados. Horror à chibata, ao tronco, às torturas. Buscavam no desconhecido um futuro sem senhor. Enfrentavam todo o perigo. Fome, sede, veneno, flecha dos índios, capitães do mato. Agonia pela liberdade. Idéia de ser livre.”
E
“Adiante cambada, rijo nas pernas que tem caminho. Vocês até que tão com sorte cambada. Vão pras terras de D. Fernando que é homem de bom coração e nem sempre dá o trato que vocês merece. Mas comigo é bom ficar de sobreaviso. Não há escravo ladino que me passe a perna. E de riscar estas costas pretas com bacalhau, tenho até gosto. Adiante cambada, vá.”
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ESCREVO

Posso quase dizer assim:
nesta sala
de cimento armado
escrevo
Com isso
a realidade não me foge
Escrevo
numa ordem discreta
que ninguém vê
à luz do sol
à luz de lâmpadas
escrevo
como se nenhum princípio estivesse
envolto em trevas

Assim
ou mais ou menos assim.

PERSONA, Lucinda Nogueira. Entre uma noite e outra. Cuiabá, MT: Entrelinhas,2014, p.40

Segundo definição do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a metalinguagem é a linguagem que se debruça sobre si mesma “para descrever outra linguagem ou qualquer sistema de significação”. Dessa maneira, podemos afirmar que: 1) o poema acima é metalinguístico, pois está abordando o próprio ato de escrever, e 2) que o eu lírico concebe a escrita

A
como um ato que depende exclusivamente da reclusão do/da poeta em uma sala fechada e protegida (“de cimento armado”).
B
como um ato que começa de dia (“à luz do sol”) e termina à noite (“à luz de lâmpadas”).
C
de modo categórico e preciso, como se “nenhum princípio estivesse envolto em trevas”.
D
como algo não tão preciso, sobre o qual, mesmo apontando algumas noções como a de apreensão da realidade (“a realidade não me foge”), o eu lírico não tem muitas certezas sobre o ato de escrever e no verso final acaba reforçando essa sensação de instabilidade (“assim/ ou mais ou menos assim”).
E
como uma ordem discreta, a fim de não explicitar completamente o conteúdo para o leitor.
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UNEMAT 2017 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes demonstrativos, Pronomes pessoais oblíquos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Em uma produção textual, os pronomes este e lhe são elementos usados para referência, podendo se relacionar a termos já citados ou a termos posteriores a eles. No texto A casa caiu, tais pronomes se referem respectivamente

A CASA CAIU

     O empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, contou ao juiz Sérgio Moro, em depoimento em Curitiba, que o apartamento tríplex, no Guarujá, era do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que este lhe deu ordens para destruir toda a documentação que juntou contendo dados sobre depósitos de propinas. O ex-ministro de Lula e de Dilma Rousseff, Antônio Palocci, se dispôs a fornecer fatos, nomes, endereços e documentos que darão trabalho por pelo menos mais de um ano à força-tarefa da Operação Lava Jato. Ou seja, a casa de Lula caiu e a batata dos ex-presidentes petistas pode queimar mais cedo do que se pensava.
José Nêumanne

Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3, na sexta-feira, 21 de abril de 2007. Disponível em: www.estadao.com.br Acesso em maio 2017. (Adaptado)
A
ao empreiteiro Léo Pinheiro e ao ex-presidente Lula.
B
ao apartamento tríplex e ao ex-presidente Lula.
C
ao ex-presidente Lula e ao juiz Sérgio Moro.
D
ao empreiteiro Léo Pinheiro e ao juiz Sérgio Moro.
E
ao ex-presidente Lula e ao empreiteiro Léo Pinheiro.
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UNEMAT 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



Disponível em: www.humorpolitico.com.br/wp-content/uploads/2017/ 05/OLIVEIRA-220517-Face-580x373 Acesso em maio 2017.


O chargista Oliveira utiliza a expressão popular “A vaca foi pro brejo” fazendo referência

A
à crise financeira em que a JBS se encontra após pagar propina a políticos.
B
ao nome que a Polícia Federal deu à operação que envolve Michel Temer e Aécio Neves.
C
à situação ruim dos políticos acusados de envolvimento no esquema de pagamento de propina pela JBS.
D
ao momento de crise financeira na Friboi, depois da operação “carne fraca”.
E
ao momento de crise hídrica na empresa JBS, prejudicando a engorda do gado.