Questão 42874bb3-f7
Prova:UNEMAT 2015
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho “Mesmo diante da grave crise hídrica, o governo estadual ainda se nega a fazer um racionamento na cidade.”, a palavra em destaque:

Crise da Água
Cantareira bate novo recorde negativo e opera com 3,2% de sua capacidade

    O sistema Cantareira voltou a ter mais um recorde negativo nesta quarta-feira (22). De acordo com dados da Sabesp, o nível do reservatório é de apenas 3,2%, índice considerado o pior da história. Desde a segunda (20), chuvas têm atingido o reservatório, mas sem impedir a queda nos índices.
    
   Mesmo diante da grave crise hídrica, o governo estadual ainda se nega a fazer um racionamento na cidade.

Novo Bônus

    Na terça-feira (21), o Conselho Diretor da Sabesp, responsável pelo abastecimento na Grande São Paulo, aprovou proposta do governo estadual de conceder a redução na conta de água para os que não atingirem o patamar de 20%, necessário para obter o atual desconto de 30%.

    Pelas novas regras, o bônus antigo continua em vigor, mas quem conseguir economizar de 10% a 15%, ganhará uma redução de 10% na conta de água.

    Se o consumo cair de 15% a 20%, o desconto será de 20%.

     A proposta será enviada agora para a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia), que definirá a data para a iniciativa entrar em vigor.

Disponível em: www.1.folha.uol.com.br./cotidiano/2014. Acesso em 22 out. 2014. 

A
permite suavizar um argumento que seria contrário ao anteriormente utilizado.
B
relaciona argumentos com o mesmo sentido.
C
permite a exclusão de um argumento em razão do outro.
D
fortalece o argumento de que o racionamento de água na cidade seja necessário.
E
possibilita argumentar que a crise hídrica é o efeito do racionamento de água.

Gabarito comentado

V
Valeria FloresMonitor do Qconcursos

Tema central: Interpretação de texto, com foco na análise do efeito semântico do advérbio "ainda" como operador argumentativo no contexto dado. O candidato deve identificar como certos termos reforçam ou alteram o sentido de um argumento conforme a norma-padrão da Língua Portuguesa.

Justificativa da alternativa correta (D):
O advérbio "ainda" indica continuidade ou permanência de uma ação, sugerindo que algo já poderia ter mudado, mas persiste. Segundo Cunha e Cintra, trata-se de um advérbio de tempo que indica persistência da situação. Assim, no trecho “o governo estadual ainda se nega...”, há um implicativo de expectativa de que, diante da crise, uma mudança (o racionamento) já deveria ter ocorrido. Dessa forma, fortalece argumentativamente que o racionamento é necessário, pois destaca a gravidade do quadro e o inusitado de continuar a negar a medida esperada.

Análise das alternativas incorretas:

A) É incorreta porque “ainda” não suaviza argumentos; pelo contrário, enfatiza a manutenção de algo inesperado ou inadequado diante do contexto.

B) Errada. “Ainda” não relaciona argumentos de mesmo sentido; destaca a persistência de uma postura contrastando com a expectativa.

C) Também está equivocada, pois o advérbio não exclui argumentos, reforça uma situação já posta.

E) Equivocada porque, conforme o texto, não há racionamento em vigor; não faz sentido atribuir a ele a causa da crise.

Elementos para leitura atenta:
Fique atento ao uso de advérbios em contextos argumentativos: muitos deles, como "ainda", "já", "mesmo", carregam pressuposições e podem transformar a força de um argumento, indo além da simples indicação temporal. Pergunte-se sempre: Há expectativa implícita de mudança? Isso ajuda a evitar pegadinhas!

Ponto central da questão:
“O advérbio ‘ainda’ destaca, por meio da persitência diante da crise, que o racionamento já se faz necessário – fortalece o argumento da urgência.”

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