No trecho “Mesmo diante da grave crise
hídrica, o governo estadual ainda se nega a
fazer um racionamento na cidade.”, a palavra
em destaque:
Crise da Água
Cantareira bate novo recorde negativo e opera
com 3,2% de sua capacidade
O sistema Cantareira voltou a ter mais um
recorde negativo nesta quarta-feira (22). De
acordo com dados da Sabesp, o nível do
reservatório é de apenas 3,2%, índice
considerado o pior da história. Desde a segunda
(20), chuvas têm atingido o reservatório, mas sem
impedir a queda nos índices.
Mesmo diante da grave crise hídrica, o
governo estadual ainda se nega a fazer um
racionamento na cidade.
Novo Bônus
Na terça-feira (21), o Conselho Diretor da
Sabesp, responsável pelo abastecimento na
Grande São Paulo, aprovou proposta do governo
estadual de conceder a redução na conta de
água para os que não atingirem o patamar de
20%, necessário para obter o atual desconto de
30%.
Pelas novas regras, o bônus antigo
continua em vigor, mas quem conseguir
economizar de 10% a 15%, ganhará uma
redução de 10% na conta de água.
Se o consumo cair de 15% a 20%, o
desconto será de 20%.
A proposta será enviada agora para a
Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e
Energia), que definirá a data para a iniciativa
entrar em vigor.
Disponível em: www.1.folha.uol.com.br./cotidiano/2014.
Acesso em 22 out. 2014.
Gabarito comentado
Tema central: Interpretação de texto, com foco na análise do efeito semântico do advérbio "ainda" como operador argumentativo no contexto dado. O candidato deve identificar como certos termos reforçam ou alteram o sentido de um argumento conforme a norma-padrão da Língua Portuguesa.
Justificativa da alternativa correta (D):
O advérbio "ainda" indica continuidade ou permanência de uma ação, sugerindo que algo já poderia ter mudado, mas persiste. Segundo Cunha e Cintra, trata-se de um advérbio de tempo que indica persistência da situação. Assim, no trecho “o governo estadual ainda se nega...”, há um implicativo de expectativa de que, diante da crise, uma mudança (o racionamento) já deveria ter ocorrido. Dessa forma, fortalece argumentativamente que o racionamento é necessário, pois destaca a gravidade do quadro e o inusitado de continuar a negar a medida esperada.
Análise das alternativas incorretas:
A) É incorreta porque “ainda” não suaviza argumentos; pelo contrário, enfatiza a manutenção de algo inesperado ou inadequado diante do contexto.
B) Errada. “Ainda” não relaciona argumentos de mesmo sentido; destaca a persistência de uma postura contrastando com a expectativa.
C) Também está equivocada, pois o advérbio não exclui argumentos, reforça uma situação já posta.
E) Equivocada porque, conforme o texto, não há racionamento em vigor; não faz sentido atribuir a ele a causa da crise.
Elementos para leitura atenta:
Fique atento ao uso de advérbios em contextos argumentativos: muitos deles, como "ainda", "já", "mesmo", carregam pressuposições e podem transformar a força de um argumento, indo além da simples indicação temporal. Pergunte-se sempre: Há expectativa implícita de mudança? Isso ajuda a evitar pegadinhas!
Ponto central da questão:
“O advérbio ‘ainda’ destaca, por meio da persitência diante da crise, que o racionamento já se faz necessário – fortalece o argumento da urgência.”
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