Questão 80687cce-b0
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Para a composição da peça teatral Arena conta
Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal e Edu
Lobo, foi escolhido como assunto a história de Zumbi dos
Palmares, figura histórica que carrega a imagem de
resistência do homem negro, escravizado no Brasil. À
época, a peça trazia inovações para o teatro brasileiro na
sua maneira de contar a história de Zumbi (estreou em
1º de maio de 1965 no Teatro de Arena de São Paulo), a
partir do ponto de vista dos próprios escravos, ou seja, a
história de Zumbi (ou Zambi) é contada pelas vozes dos
escravos, incluindo o próprio Zumbi, e não somente por
um narrador em terceira pessoa criado pelo escritor,
como era comum nas versões trazidas pela História
oficial.
Essa característica pode ser constatada no
seguinte trecho da peça:
Para a composição da peça teatral Arena conta
Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal e Edu
Lobo, foi escolhido como assunto a história de Zumbi dos
Palmares, figura histórica que carrega a imagem de
resistência do homem negro, escravizado no Brasil. À
época, a peça trazia inovações para o teatro brasileiro na
sua maneira de contar a história de Zumbi (estreou em
1º de maio de 1965 no Teatro de Arena de São Paulo), a
partir do ponto de vista dos próprios escravos, ou seja, a
história de Zumbi (ou Zambi) é contada pelas vozes dos
escravos, incluindo o próprio Zumbi, e não somente por
um narrador em terceira pessoa criado pelo escritor,
como era comum nas versões trazidas pela História
oficial.
Essa característica pode ser constatada no
seguinte trecho da peça:
A
“− A história que o Arena conta
É a epopeia de Zumbi;
tanto pró e tanto contra
juro em Deus que nunca vi.”
B
“Olha o negro recém-chegado. Magote novo,
macho e fêmea em perfeito estado de
conservação. Só vendo moço e com forças. Para
serviço de menos empenho tenho os mais fracos
e combalido, pela metade do cobrado. Quinze
mil réis o são, sete mil e quinhentos os
estropiados. Escravo angolano purinho. Olham o
escravo recém-chegado, magote novo, macho e
fêmea cantador.”
C
“Eu vivi nas cidades no tempo das desordem. Eu
vivi no meio da minha gente de tempo de revolta.
Assim passei os tempo que me deram pra vivê.
Eu me levantei com minha gente, comi minha
comida no meio da batalha. Amei, sem ter
cuidado...olhei tudo que via, sem tempo de bem
ver (...) A voz da minha gente se levantou e
minha voz junto com a dela. Minha voz não pode
muito, mas gritá eu bem gritei. (...)”
D
“Negros de todos os lugares procuravam as
matas fugindo desesperados. Horror à chibata,
ao tronco, às torturas. Buscavam no
desconhecido um futuro sem senhor.
Enfrentavam todo o perigo. Fome, sede, veneno,
flecha dos índios, capitães do mato. Agonia pela
liberdade. Idéia de ser livre.”
E
“Adiante cambada, rijo nas pernas que tem
caminho. Vocês até que tão com sorte cambada.
Vão pras terras de D. Fernando que é homem de
bom coração e nem sempre dá o trato que vocês
merece. Mas comigo é bom ficar de sobreaviso.
Não há escravo ladino que me passe a perna. E
de riscar estas costas pretas com bacalhau,
tenho até gosto. Adiante cambada, vá.”