Questõesde UFU-MG sobre Filosofia

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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Em um importante trecho da sua obra Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes termos:

Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da natureza em sua totalidade, mas buscava o universal no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a fixar a atenção nas definições.

Aristóteles. Metafísica, A6, 987b 1-3. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002.


Com base na filosofia de Sócrates e no trecho supracitado, assinale a alternativa correta.

A
O método utilizado por Sócrates consistia em um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio reconhecimento da própria ignorância −, e levá-lo a formular conceitos de validade universal (definições).
B
Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza. Para ele, a investigação filosófica é a busca pela “Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por isso, o método socrático era idêntico aos utilizados pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
C
O método socrático era empregado simplesmente para ridicularizar os homens, colocando-os diante da própria ignorância. Para Sócrates, conceitos universais são inatingíveis para o homem; por isso, para ele, as definições são sempre relativas e subjetivas, algo que ele confirmou com a máxima “o Homem é a medida de todas as coisas”.
D
Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por meio da investigação filosófica. Para ele, isso implica não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o filósofo, o fundamento da vida moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o que é o bem para o indivíduo num dado momento de sua existência.
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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - Mito e Filosofia, Filosofia e a Grécia Antiga

A relação entre mito e filosofia é objeto de polêmica entre muitos estudiosos ainda hoje. Para alguns, a filosofia nasceu da ruptura com o pensamento mítico (teoria do “milagre grego”); para outros, houve uma continuidade entre mito e filosofia, ou seja, de alguma forma os mitos continuaram presentes – seja como forma, seja como conteúdo – no pensamento filosófico.
A partir destas informações, assinale a alternativa que NÃO contenha um exemplo de pensamento mítico no pensamento filosófico.

A
Parmênides afirma: “Em primeiro lugar, criou (a divindade do nascimento ou do amor) entre todos os deuses, a Eros...”
B
Platão propõe algumas teses como a teoria da reminiscência e a transmigração das almas.
C
Heráclito afirma: “As almas aspiram o aroma do Hades”.
D
Aristóteles divide a ciência em três ramos: o teorético, o prático e o poético.
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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - Provas da Existência Divina: Ontologia, Cosmologia e Teleologia, A Experiência do Sagrado

A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão).


PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77.



Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças.

A
Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.
B
Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos.
C
Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.
D
Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.
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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - A Política Grega (A República de Platão e a Política de Aristóteles), A Política

Conforme o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano, Platão emprega a palavra silogismo para definir o raciocínio em geral. Aristóteles, por sua vez, o define como o tipo perfeito de raciocínio dedutivo, “um discurso em que, postas algumas coisas, outras se seguem necessariamente.” Considere que a premissa “Todo atleta treina”, sentença universal e afirmativa, é a premissa maior de um silogismo, cuja conclusão é: “Logo, Maria treina”.


(ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi e Ivone C. Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2003.)



De acordo com tal definição, assinale a alternativa que indica, corretamente, a premissa menor:

A
Maria não é atleta.
B
Maria não treina.
C
Maria é atleta.
D
Maria é atleta, mas não treina.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - Mito e Filosofia, Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos, Filosofia e a Grécia Antiga

Nietzsche escreveu:

E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo!

NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38.

Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo.

A
O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno primordial.
B
O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas.
C
O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa.
D
O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não objetivada.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos

Leia a citação a seguir.

A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles.

KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarüng). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64.

A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da razão. Essa condição evidencia a ausência

A
do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais.
B
da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem.
C
da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento.
D
da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

A respeito do método de Sócrates, assinale a alternativa que apresenta a definição correta de maiêutica.

A
Um método sintético, que ignora a argumentação dos interlocutores e prontamente define o que é o objeto em discussão.
B
Uma estratégia sofística, que é empregada para educar a juventude na prática da retórica, visando apenas ao ornamento do discurso.
C
Um método analítico, que interroga a respeito daquilo que é tido como a verdadeira justiça, o verdadeiro belo, o verdadeiro bem.
D
Uma iluminação divina, que deposita na mente do filósofo o conhecimento profundo das coisas da natureza.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Em uma situação hipotética da saída dos homens do estado de natureza, o pacto social, firmado por um grupo de indivíduos, implica a renúncia ao direito individual absoluto, o qual será transferido para um soberano encarregado de promover a paz, e que merecerá desse grupo a obediência total – salvo na situação em que esse soberano se tornar impotente para a manutenção da paz e da prosperidade.
Essas afirmações estão contidas no pensamento político de um filósofo contratualista moderno.
Assinale a alternativa que nomeia o filósofo em questão.

A
Jean-Jacques Rousseau
B
Jean Bodin
C
John Locke
D
Thomas Hobbes
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UFU-MG 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Razão: Inata ou Adquirida?

Leia o fragmento da obra Lógica para principiantes, de Pedro Abelardo.

Uma palavra universal, entretanto, é aquela que é apta pela sua descoberta para ser predicada singularmente de muitos seres, tal como este nome homem, que se pode ligar com os nomes particulares dos homens segundo a natureza das coisas sujeitas (substâncias) às quais foi imposto.

ABELARDO, P. Lógica para principiantes. Tradução de Ruy Afonso da Costa Nunes. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 230. Coleção “Os pensadores” – grifos do autor.

Para Abelardo, a palavra universal

A
sempre tem existência real e ela própria é a mais autêntica realidade, pois emana do mundo inteligível e contrasta com o mundo sensível.
B
é tão só uma emissão da voz humana, que designa unicamente a coleção dos seres criados por Deus e que estão dispostos na natureza.
C
é uma mera ideia abstrata, sem vínculo algum com a realidade corpórea das coisas existentes na natureza.
D
por si mesma, não existe, mas se refere a seres reais e designa uma pluralidade de indivíduos semelhantes, o que é constatado no nome homem.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - O Conhecimento Humano e o Conhecimento Divino, A Experiência do Sagrado

Hume descreveu a confiança que o entendimento humano deposita na probabilidade dos resultados dos eventos observados na natureza. Ele comparou essa convicção ao lançamento de dados, cujas faces são previamente conhecidas, porém, nas palavras do filósofo:

[...] verificando que maior número de faces aparece mais em um evento do que no outro, o espírito [o entendimento humano] converge com mais frequência para ele e o encontra muitas vezes ao considerar as várias possibilidades das quais depende o resultado definitivo.

HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 93. Coleção “Os Pensadores”.

Esse tipo de raciocínio, descrito por Hume, conduz o entendimento humano a uma situação distinta da certeza racional, uma espécie de “falha”, representada pelo(a)

A
verdade da fantasia, que é superior à certeza racional.
B
crença, que ocupa o lugar da certeza racional.
C
sentido visual, que é mais verídico que a certeza sensível.
D
ideia inata, que atua como o a priori da razão humana.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - O Conhecimento Humano e o Conhecimento Divino, A Experiência do Sagrado

Leia o fragmento de autoria de Heráclito.

Deus é dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, abundância e fome. Mas toma formas variadas assim como o fogo, quando misturado com essências, toma o nome segundo o perfume de cada uma delas.

BORNHEIM, G. (Org.). Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1998, p. 40.

Conforme o exposto, “Deus”, no pensamento de Heráclito, significa:

A
A unidade dos contrários.
B
O fundamento da religião monoteísta do período arcaico.
C
Uma abstração para refutar o logos.
D
A impossibilidade da harmonia no mundo.
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UFU-MG 2018, UFU-MG 2018 - Filosofia

Na obra Discurso do método, o filósofo francês Renê Descartes descreve as quatro regras que, segundo ele, podem levar ao conhecimento de todas as coisas de que o espírito é capaz de conhecer.

Quanto a uma dessas regras, ele diz que se trata de “dividir cada dificuldade que examinasse em tantas partes quantas possíveis e necessárias para melhor resolvê-las”.

Descartes. Discurso do método,I-II, citado por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução de Marcus Penchel.

Essa regra, transcrita acima, é denominada

A
regra da análise.
B
regra da síntese.
C
regra da evidência.
D
regra da verificação.
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UFU-MG 2018, UFU-MG 2018 - Filosofia

De acordo com o pensamento do filósofo Immanuel Kant (1724-1804), os juízos a priori são todos analíticos e os juízos a posteriori são todos sintéticos.

Assinale a alternativa que define corretamente as noções de juízo analítico e juízo sintético.

A
O juízo analítico é uma proposição que não pode ser pensada sem ser simultaneamente acompanhada de sua necessidade, já o juízo sintético não é uma proposição necessária.
B
No juízo analítico, o sujeito está contido no conceito do predicado, mas, no juízo sintético, o predicado advém da experiência.
C
No juízo analítico, o predicado pertence ao sujeito como algo que está contido nele, já no juízo sintético, o predicado está totalmente fora do conceito do sujeito.
D
O juízo analítico é uma proposição necessária, já no juízo sintético, o predicado vai além do conceito do sujeito, acrescentando algo a esse.
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UFU-MG 2018, UFU-MG 2018 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Ontologia e a Natureza do ser

    Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea, do escritor e filósofo francês Jean Paul Sartre (1889-1980).

    “O essencial é a contingência. O que quero dizer é que, por definição, a existência não é a necessidade. Existir é simplesmente estar presente; os entes aparecem, deixam que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los. Creio que há pessoas que compreenderam isso. Só que tentaram superar essa contingência inventando um ser necessário e causa de si próprio. Ora, nenhum ser necessário pode explicar a existência: a contingência não é uma ilusão, uma aparência que se pode dissipar; é o absoluto, por conseguinte, a gratuidade perfeita.”

SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. Tradução de Rita Braga, citado por: MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.

    Nesse trecho, vemos uma exemplificação ou uma referência ao existencialismo sartriano que se apresenta como

A
recusa da noção de que tudo é contingente.
B
fundamentado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo é contingente.
C
denúncia da noção de má fé, que nos leva a admitir a existência de um ser necessário para aplacar o sentimento de angústia.
D
crítica à metafísica essencialista.
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UFU-MG 2018, UFU-MG 2018 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

“O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes para cada uma dessas afecções. Por exemplo, no caso da pergunta “O que é a raiva?”, o dialético dirá que se trata de um desejo de vingança, ou algo deste tipo; o filósofo natural dirá que se trata de um aquecimento do sangue ou de fluidos quentes do coração. Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a definição. A definição é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta precisa da matéria.”

Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010.

Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma, de Aristóteles (384-322 a.C.), assinale a alternativa que nomeia corretamente a doutrina aristotélica em questão.

A
Teoria das categorias.
B
Teoria do ato-potência.
C
Teoria das causas.
D
Teoria do eudaimonismo.