Questõesde UNEAL 2013 sobre Português

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Foram encontradas 28 questões
8ac8794d-63
UNEAL 2013 - Português

“Quando vim de minha terra, se é que vim de minha terra (não estou morto por lá?), a correnteza do rio me sussurrou vagamente que eu havia de quedar lá donde me despedia. [...] Quando vim de minha terra não vim, perdi-me no espaço na ilusão de ter saído. Ai de mim, nunca saí.” Nesse poema, Carlos Drummond de Andrade

A
discute a permanente frustração do desejo de migrar do campo para a cidade.
B
reflete sobre o sentimento paradoxal do migrante em face de sua identidade regional.
C
expõe a tragédia familiar do migrante quando se desloca do interior para a cidade.
D
aborda o problema das migrações originárias das regiões ribeirinhas para as grandes cidades.
E
comenta as expectativas e esperanças do migrante em relação ao lugar de destino.
64dfdd62-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

[...] Na poesia o ano de 1930 é impressionante, Nele aparecem: Remate de males, o livro em que Mário de Andrade reúne os versos escritos depois de 1924, superando a fase anterior pela pesquisa lírica em profundidade; Libertinagem, reunindo a produção de Manuel Bandeira, posterior, também a 1924, e representando a fase máxima de sua experimentação; Alguma poesia, com que Carlos Drummond de Andrade estreia em volume, e que enfeixa os versos compostos desde 1925; Poemas, o primeiro livro de Murilo Mendes, com poesias do mesmo período, denotando um modernismo que vai desde a piada de Oswald de Andrade até a um aproveitamento original do surrealismo.

Esta admirável safra lírica marca um divisor de águas, para cada um dos seus autores e para a poesia brasileira [...]” (Antonio Candido e Aderaldo Castelo – Presença da literatura brasileira). Dados os itens abaixo,

I. [...] Um homem vai devagar./ Um cachorro vai devagar./ Um burro vai devagar./ Devagar... janelas olham./ Eta vida besta, meu Deus.

II. stop a vida parou ou foi o automóvel?

III. Quando nasci, um anjo torto/ desses que vivem na sombra/ disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.

IV. Alguns anos vivi em Itabira. / Principalmente, nasci em Itabira. / Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. / Noventa por cento de ferro nas calçadas. / Oitenta por cento de ferro nas almas. / E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

V. De tudo, ao meu amor serei atento/ Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto/ Que mesmo em face do maior encanto/ De se encante mais meu pensamento.

Qual(is) contém(êm) apenas trechos de poemas com as características peculiares a Carlos Drummond de Andrade (valorização do cotidiano, do simples, da monotonia da vida; versos livres, sem rima; desajustamento do indivíduo, versos intimistas e visão crítica do homem e sua inquietação diante da vida)?

A
I, II, III e IV, apenas.
B
I, apenas.
C
I, II, III, IV e V.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III, apenas.
62107344-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre o poema “Remissão”, transcrito abaixo, publicado no livro Fazendeiro do ar, do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade,

Remissão

Tua memória, pasto de poesia,

tua poesia, pasto dos vulgares,

vão se engastando numa coisa fria

a que tu chamas: vida e seus pesares.

Mas pesares de quê? perguntaria,

se esse travo de angústia nos cantares,

se o que dorme na base da elegia

vai correndo e secando pelos ares,

e nada resta, mesmo, do que escreves

e te forçou ao exílio das palavras,

senão contentamento de escrever,

enquanto o tempo, em suas formas breves

ou longas, que sutil interpretavas,

se evapora no fundo de teu ser?


ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,

2002.



é correto dizer:

A
é um soneto dividido em dois quartetos e dois tercetos, cujo tema é a angústia decorrente da perda da mulher amada, que morreu muito cedo.
B
o uso do soneto é típico do Modernismo brasileiro da década de 20, que questiona as rígidas normas de elaboração literária.
C
trata-se de um metapoema, um poema que tematiza o fazer poético, algo recorrente na obra drummondiana, como se verifica pelo uso de diversas expressões e palavras.
D
é um soneto, com versos decassílabos, no qual o sujeito poético afirma que não há nenhuma relação entre memória e poesia, como se verifica no primeiro quarteto.
E
este soneto aborda a relação do sujeito poético com a poesia de modo categórico, sem elaborar nenhuma pergunta, como se depreende da leitura do segundo quarteto e do último terceto.
60b0e30c-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um dos pontos marcantes na obra – dessa autora – é o diálogo entre a realização do amor e o processo de criação artística. Seja na poesia ou na prosa, a autora tece uma linguagem metalinguística para exprimir seu duelo com a escrita literária, utilizando para isso um jogo entre palavras e sentimentos. Essa luta pela realização é vista tanto do ponto de vista da relação amorosa como do fazer poético. O texto permite essas duas leituras, como se pode observar em "Maria Flor". (Simone Cavalcante – Literatura em Alagoas – adaptação).

O texto acima se refere à autora alagoana de Marechal Deodoro, que, dentre tantas obras, escreveu também: Eu, em versos e prosa; Recados; Dos destroços, o regate; Farpa, Fantasia e avesso e Grande baú – a infância.

A
Vera Romariz
B
Heliônia Ceres
C
Teomirtes de Barros Malta
D
Arriete Vilela
E
Lúcia Guiomar
59ebc21e-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O romance Os sertões, de Euclides da Cunha, foi publicado em 1902. Ainda hoje essa obra é considerada fundamental para se compreender o sertão brasileiro e o modo como este é representado em nossa literatura. A obra, dividida em três partes, cujos títulos, respectivamente, são “A terra”, “O homem” e “A luta”, aborda um acontecimento da nossa história. Com base na leitura do trecho abaixo do romance euclidiano, assinale a opção que apresenta informações corretas sobre o acontecimento narrado.

“Decididamente era indispensável que a campanha de Canudos tivesse um objetivo superior à função estúpida e bem pouco gloriosa de destruir um povoado dos sertões. Havia um inimigo mais sério a combater, em guerra mais demorada e digna. Toda aquela campanha seria um crime inútil e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à artilharia para uma propaganda tenaz, contínua e persistente, visando trazer para o nosso tempo e incorporar à nossa existência aqueles rudes compatriotas retardatários”
CUNHA, Euclides da. Os sertões. São Paulo: Cultrix/Brasília: INL, 1975, p. 342.

A
A Guerra de Canudos, ocorrida em Minas Gerais, no século XVIII, que tinha como principal objetivo questionar o poder da Coroa Portuguesa e promover a independência do Brasil.
B
A Guerra de Canudos, ocorrida no final do século XVIII, no interior de Goiás, caracterizada pela presença de uma comunidade conduzida por líderes religiosos e carismáticos.
C
A Guerra de Canudos, ocorrida no sertão cearense, que reuniu uma população carente em torno de um líder religioso que era venerado pelos seus seguidores.
D
A Guerra de Canudos, ocorrida em 1822, que teve como principais agentes grandes fazendeiros baianos que eram favoráveis à manutenção da monarquia no Brasil e contra a República.
E
A Guerra de Canudos, que ocorreu no sertão da Bahia no final do século XIX e teve como principal líder Antônio Conselheiro.
5b444cd8-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Ao longo do século XVI – e já de início com a Carta de Pero Vaz de Caminha – foi sendo produzida na Colônia uma literatura que visava a fornecer à Metrópole o perfil da nova descoberta. Eram relatórios, tratados, histórias, diários ou discussões de problemas de catequização produzidos pelos portugueses, jesuítas ou leigos, que de alguma forma aqui aportaram. Dentre a produção extensa que o período legou, há que destacar, além de Caminha, ___________, a História da província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil, o Tratado da terra do Brasil, ambos de Pero Magalhães Gândavo, o Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa e os Tratados da Terra e da Gente do Brasil, de Fernão Cardim (Amauri Sanchez – Panorama da literatura no Brasil – adaptação).

Qual opção completa corretamente a lacuna do texto acima?

A
Os Lusíadas, de Luis de Camões.
B
Sermões de Santo Antonio aos peixes e Sermão da sexagésima, ambos do Padre Antonio Vieira.
C
Obras poéticas, de Claudio Manuel da Costa.
D
Liras de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.
E
Diálogo sobre a conversão do gentio, do Padre Manuel da Nóbrega.
573cd72d-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Machado de Assis é um dos mais importantes escritores brasileiros, especialmente no que concerne à produção de contos e romances. Entre os seus romances mais significativos, destacam-se Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. No início de Memórias póstumas de Brás Cubas, lê-se:

“Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinquenta, nem vinte, quando muito, dez. Dez? talvez cinco.”
ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Editores, 1970, p. 9

A partir desse trecho, pode-se concluir que

A
o narrador assume uma postura irônica em relação a si mesmo e à literatura, desde o início, pois apresenta o livro como algo que não irá agradar ao leitor da época.
B
o defunto-autor, Brás Cubas, adota uma postura distanciada e objetiva, a partir da qual se limita a tecer considerações filosóficas sobre o sentido da existência e do amor.
C
Brás Cubas escreve o livro para celebrar seus autores preferidos, como Stendhal, que atua no romance como uma das personagens centrais.
D
Brás Cubas situa-se no espaço-tempo da morte, para narrar exclusivamente suas aventuras amorosas com Marcela e com seu grande amor, Virgília, com quem se casa.
E
o narrador protagonista, Bento Santiago, amigo de Brás Cubas, narra as suas memórias, a fim de compreender a sua esposa, Capitu, e o sentido de sua existência.
54963705-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O livro Laços de família foi escrito por Clarice Lispector e publicado em 1960. É formado por 13 contos, entre os quais está o conto “Amor”, que assim termina: “E, se atravessara o amor e o seu inferno, penteava-se agora diante do espelho, por um instante sem nenhum mundo no coração. Antes de se deitar, como se apagasse uma vela, soprou a pequena flama do dia”.
LISPECTOR, Clarice. Laços de família. 6. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1974, p. 30.

Dadas as assertivas seguintes sobre a escrita de Clarice Lispector, como se pode perceber no fragmento acima,

I. Caracterizada pela presença de uma visão subjetiva, a partir da qual são apresentados o tempo, o espaço, as personagens, as ações e o tempo da narrativa.

II. Direta e objetiva, sem uso de metáforas ou comparações inovadoras, no âmbito da narrativa brasileira do século XX.

III. Marcada por associações inusitadas, que rompem com a noção de causalidade e renovam a tradição narrativa brasileira.

IV. Típica da literatura regionalista nordestina da década de 30, tanto pela temática abordada, quanto pela linguagem utilizada, o que a aproxima de Rachel de Queiroz.

verifica-se que estão corretas apenas

A
I e III.
B
I, III e IV.
C
I e IV.
D
III e IV.
E
II e III.
107726b4-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

A última oração “e o livro anda devagar”, do período abaixo, expressa, dentro do contexto,

“O maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar” (Machado de Assis).

A
um sentido essencialmente de adição de ideias.
B
uma adversidade, uma oposição de ideias.
C
uma circunstância temporal.
D
a ideia de finalidade.
E
um complemento verbal.
0f19d25f-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos

Leia o fragmento do poema de Patativa do Assaré, a fim de responder a questão 19.

No verdô da minha idade
mode acalentá meu choro
minha vovó de bondade
falava em grandes tesôro
era históra de reinado
prencesa, prinspe, incantado
com feiticêra e condão
essas históra ingraçada
tá selada e carimbada
dentro do meu coração.
[...]

(Patativa do Assaré. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escrituras Editora, 2001. p. 15)

A respeito do fragmento poético de Patativa do Assaré, é incorreto dizer:

A
há interesse de aproximar a fala e a escrita, com o uso de vocábulos que representam a linguagem regional coloquial.
B
o poeta tem consciência da importância de se preservar e registrar a linguagem do povo, além de valorizar costumes e cenários da cultura nordestina.
C
no verso “essas históra ingraçada”, somente o pronome “essas” está no plural. Isso, em termos de comunicação, provoca prejuízos semânticos.
D
o eu lírico faz uma descrição de sua infância, empregando a coloquialidade.
E
as palavras do poema (acalentá, tesôro, históra, prencesa, prinspe, incantado, feiticêra, ingraçada) não foram grafadas e/ou acentuadas de acordo com a norma padrão, porque é um registro da poesia oral.
0daeaceb-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos

Ao comparar o som de um piano ao som produzido pelos elementos da Natureza, o eu lírico tem por objetivo, principalmente,

O texto a seguir é referência para as questões.

XI
Aquela senhora tem um piano
Que é agradável, mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...
Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.

PESSOA, Fernando. O guardador de rebanhos. Poemas completos de Alberto Caeiro.
In:GALHOZ, Maria Aliete. Fernando Pessoa: obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999. p. 213 (Fragmento).

A
comentar as diversas formas de lazer.
B
criticar aqueles que não sabem conviver com a natureza e apreciá-la e que, por isso, buscam outras formas de lazer.
C
registrar, através de versos modernistas, o comportamento das pessoas.
D
condenar as pessoas que gostam das coisas materiais, a exemplo, possuir um piano.
E
marcar o uso da subjetividade.
0c4b5c7f-64
UNEAL 2013 - Português - Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos, Uso dos conectivos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Sintaxe, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)

Entre as análises abaixo, acerca do texto,

I. Caso trocássemos o verbo “fazer” (3º verso, 1ª estrofe) para o pretérito perfeito do indicativo composto (Nem o murmúrio que as árvores têm feito), haveria mudança de sentido, uma vez que expressa uma ação habitual, que se repete.

II. A forma nominal que aparece no 2º verso da 1ª estrofe (“o correr”) é infinitivo impessoal, equivale a um substantivo (corrida).

III. Há, no poema, três formas nominais no infinitivo (correr, ter e amar); entretanto, duas delas equivalem a substantivo.

IV. No verso “Aquela senhora tem um piano”, o verbo “ter” ficaria no futuro do pretérito do indicativo, se o fato fosse uma suposição ou hipótese (Aquela mulher teria um piano).

V. No 2º verso (1ª estrofe), aparecem dois conectores, os quais servem de elementos articuladores entre as orações. Um deles, expressa ideia de adversidade, oposição.

estão corretos os itens

O texto a seguir é referência para as questões.

XI
Aquela senhora tem um piano
Que é agradável, mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...
Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.

PESSOA, Fernando. O guardador de rebanhos. Poemas completos de Alberto Caeiro.
In:GALHOZ, Maria Aliete. Fernando Pessoa: obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999. p. 213 (Fragmento).

A
I e III, apenas.
B
I, II, III, IV e V.
C
II e IV, apenas.
D
II, IV e V, apenas.
E
II, III e IV, apenas.
0ae53826-64
UNEAL 2013 - Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE

Nos versos acima, o poeta Fernando Pessoa explora vários recursos da língua portuguesa a fim de dar maior organicidade ao pensamento, dentre eles a utilização do vocábulo “que”. Há, na primeira estrofe, duas ocorrências desse vocábulo. Sobre isso, é correto dizer que

O texto a seguir é referência para as questões.

XI
Aquela senhora tem um piano
Que é agradável, mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...
Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.

PESSOA, Fernando. O guardador de rebanhos. Poemas completos de Alberto Caeiro.
In:GALHOZ, Maria Aliete. Fernando Pessoa: obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999. p. 213 (Fragmento).

A
ambos, nas duas ocorrências, são pronomes relativos e exercem a mesma função sintática: a de sujeito.
B
tanto o primeiro quanto o segundo “que” são pronomes relativos e desempenham a função sintática de objeto direto.
C
o primeiro “que” é pronome relativo e introduz uma oração subordinada adjetiva; o segundo, é conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva.
D
ambos são elementos articuladores. O primeiro “que” é conjunção coordenativa explicativa e o segundo, pronome relativo.
E
os dois “quês” são recursos de coesão referencial, fazem referência aos antecedentes (“um piano” e “o murmúrio”), respectivamente, e encabeçam orações subordinadas adjetivas.
097c5349-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos

No fragmento de romance abaixo,

“O rumor crescia, condensando-se; o zum-zum de todos os dias acentuava-se; já não se destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço” (O Cortiço – Aluízio Azevedo).

o autor

A
estabelece um aglomerado disperso, no qual cada voz é definida pela sua especificidade.
B
delimita o campo visual em perspectiva, chamando a atenção do leitor para a monotonia dos espaços marginais.
C
apresenta um aglomerado que se determina em função de seu alarido compacto.
D
apresenta um quadro urbano destituído de referenciais inerentes a aglomerados periféricos.
E
evidencia um mundo distante, alheio à dinâmica das comunidades periféricas.
081e2d9d-64
UNEAL 2013 - Português - Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Nas opções abaixo, somente há uma análise correta acerca da concordância verbal das orações retiradas do texto.

Assinale-a.

O texto a seguir é referência para as questões.

                       O Brasil nunca sofrerá um grande terremoto?

            Não dá para descartar uma megatragédia desse tipo, mas
a possibilidade é muito pequena. Pelo menos enquanto a gente
estiver vivo. “Já devem ter ocorridos grandes terremotos no
Brasil há centenas de milhões de anos. Mas, nos dados
sismológicos coletados desde o século 18, não há registro de
tremor forte em nosso território”, afirma o geólogo João Carlos
Dourado, especialista em sismologia da UNESP de Rio Claro (SP).
A certeza de que o Brasil era uma terra abençoada por Deus e
imune de terremotos, porém, foi abalada no início de
dezembro, quando um tremor de 4,9 graus na escala Richter no
vilarejo de Caraíbas (MG) causou a primeira morte no país. De
fato, o Brasil tem pelo menos 48 falhas pequenas sob sua crosta
– uma delas teria causado o chacoalhão fatal.
            Mas a imagem de um país remendado não é para assustar.
Primeiro, porque o Brasil fica no meio de uma placa tectônica, a
Sul-Americana, longe das instáveis regiões de contato entre
placas. Segundo, porque as fraturas daqui geram no máximo
terremotos médios como o de Caraíbas. Mesmo que um abalo
atinja uma cidade grande, provavelmente os efeitos não serão
devastadores. “As casas do vilarejo desabaram por serem
construções muito simples, sem suporte estrutural. Em áreas
urbanas, as estruturas são reforçadas e mais resistentes a
tremores dessa intensidade”, diz João Carlos.

RATIER, Rodrigo. Superinteressante,
São Paulo, n. 248, p. 42, jan. 2008 (Fragmento
).
A
Em: “Já devem ter ocorridos grandes terremotos no Brasil...”, o verbo auxiliar encontra-se pluralizado para concordar com o sujeito “terremotos”.
B
O verbo “haver” no período: “...no Brasil há centenas de milhões de anos”, poderia ser substituído por “fazem”.
C
Na oração: “...não há registro de tremor forte em nosso território”, passando para o plural a palavra destacada, teríamos que alterar a forma verbal.
D
O verbo “ser” na oração: “...provavelmente os efeitos não serão devastadores”, deveria estar no singular em concordância com o termo “provavelmente”.
E
No período: “Em áreas urbanas, as estruturas são reforçadas...”, o verbo “ser” está pluralizado, concordando com o sujeito “áreas urbanas”.
06b54c9e-64
UNEAL 2013 - Português - Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas..., Morfologia, Orações subordinadas adverbiais: Causal, Comparativa, Consecutiva, Concessiva, Condicional...

No trecho “Segundo, porque as fraturas daqui geram no máximo terremotos médios como o de Caraíbas. Mesmo que um abalo atinja uma cidade grande, provavelmente os efeitos não serão devastadores”, foram destacadas conjunções.
Considerando-se o valor semântico representado por elas, bem como a classificação das orações que encabeçam, em qual opção abaixo há um erro de análise?

O texto a seguir é referência para as questões.

                       O Brasil nunca sofrerá um grande terremoto?

            Não dá para descartar uma megatragédia desse tipo, mas
a possibilidade é muito pequena. Pelo menos enquanto a gente
estiver vivo. “Já devem ter ocorridos grandes terremotos no
Brasil há centenas de milhões de anos. Mas, nos dados
sismológicos coletados desde o século 18, não há registro de
tremor forte em nosso território”, afirma o geólogo João Carlos
Dourado, especialista em sismologia da UNESP de Rio Claro (SP).
A certeza de que o Brasil era uma terra abençoada por Deus e
imune de terremotos, porém, foi abalada no início de
dezembro, quando um tremor de 4,9 graus na escala Richter no
vilarejo de Caraíbas (MG) causou a primeira morte no país. De
fato, o Brasil tem pelo menos 48 falhas pequenas sob sua crosta
– uma delas teria causado o chacoalhão fatal.
            Mas a imagem de um país remendado não é para assustar.
Primeiro, porque o Brasil fica no meio de uma placa tectônica, a
Sul-Americana, longe das instáveis regiões de contato entre
placas. Segundo, porque as fraturas daqui geram no máximo
terremotos médios como o de Caraíbas. Mesmo que um abalo
atinja uma cidade grande, provavelmente os efeitos não serão
devastadores. “As casas do vilarejo desabaram por serem
construções muito simples, sem suporte estrutural. Em áreas
urbanas, as estruturas são reforçadas e mais resistentes a
tremores dessa intensidade”, diz João Carlos.

RATIER, Rodrigo. Superinteressante,
São Paulo, n. 248, p. 42, jan. 2008 (Fragmento
).
A
A conjunção “porque” introduz uma explicação sobre o motivo de os terremotos no Brasil virem a ser mais brandos, caso ocorram (coordenada sindética explicativa).
B
A conjunção “porque” expressa uma causa sobre o motivo de os terremotos no Brasil virem a ser mais brandos, caso ocorram (subordinada adverbial causal).
C
A conjunção “como” estabelece uma comparação entre o tipo de terremoto de Caraíbas, no Brasil, e os outros terremotos do mundo (subordinada adverbial comparativa).
D
A locução conjuntiva “mesmo que”, no contexto em que aparece, poderia ser substituída pela conjunção “conquanto”; ambas apresentam, pois, o mesmo valor semântico.
E
A locução conjuntiva “mesmo que” expressa uma concessão ou permissão, ou seja, os efeitos dos terremotos serão pequenos, mesmo ocorrendo em cidades grandes (subordinada adverbial concessiva).
05519cbd-64
UNEAL 2013 - Português - Interpretação de Textos

Tendo em vista o texto, dadas as seguintes afirmativas,

I. Grandes cataclismos como terremotos dificilmente serão vistos no Brasil pelo fato de esse território estar situado no centro de uma grande placa tectônica.

II. Um caso inédito teria, na época, motivado a publicação desse texto: uma pessoa morreu após um abalo sísmico ocorrido no interior de Minas Gerais.

III. O geólogo citado no texto consegue minimizar a preocupação dos leitores, afirmando que, se houver terremotos no Brasil, as consequências não serão graves, pois eles ocorrerão em escalas menores.

IV. O geólogo não minimiza a preocupação dos leitores e ratifica que, se houver terremotos em áreas urbanas, provavelmente os efeitos serão devastadores, uma vez que as fraturas daqui geram máximos tremores, por ser na junção entre placas, em que elas se movimentam.

verifica-se que somente

O texto a seguir é referência para as questões.

                       O Brasil nunca sofrerá um grande terremoto?

            Não dá para descartar uma megatragédia desse tipo, mas
a possibilidade é muito pequena. Pelo menos enquanto a gente
estiver vivo. “Já devem ter ocorridos grandes terremotos no
Brasil há centenas de milhões de anos. Mas, nos dados
sismológicos coletados desde o século 18, não há registro de
tremor forte em nosso território”, afirma o geólogo João Carlos
Dourado, especialista em sismologia da UNESP de Rio Claro (SP).
A certeza de que o Brasil era uma terra abençoada por Deus e
imune de terremotos, porém, foi abalada no início de
dezembro, quando um tremor de 4,9 graus na escala Richter no
vilarejo de Caraíbas (MG) causou a primeira morte no país. De
fato, o Brasil tem pelo menos 48 falhas pequenas sob sua crosta
– uma delas teria causado o chacoalhão fatal.
            Mas a imagem de um país remendado não é para assustar.
Primeiro, porque o Brasil fica no meio de uma placa tectônica, a
Sul-Americana, longe das instáveis regiões de contato entre
placas. Segundo, porque as fraturas daqui geram no máximo
terremotos médios como o de Caraíbas. Mesmo que um abalo
atinja uma cidade grande, provavelmente os efeitos não serão
devastadores. “As casas do vilarejo desabaram por serem
construções muito simples, sem suporte estrutural. Em áreas
urbanas, as estruturas são reforçadas e mais resistentes a
tremores dessa intensidade”, diz João Carlos.

RATIER, Rodrigo. Superinteressante,
São Paulo, n. 248, p. 42, jan. 2008 (Fragmento
).
A
I e IV são verdadeiras.
B
II e IV são verdadeiras.
C
I e III são verdadeiras.
D
IV é verdadeira.
E
I, II e III são verdadeiras.
03f171d7-64
UNEAL 2013 - Português - Funções morfossintáticas da palavra SE

O “se”, sublinhado nos versos abaixo, de Fernando Pessoa, inicia, em cada período, oração

“Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
Se me falta crepúsculo espiritual, ponto de apoio na inteligência”

A
adverbial de caráter condicional.
B
coordenada.
C
subordinada com função de complemento verbal.
D
adjetiva.
E
substantiva.
0297c2f8-64
UNEAL 2013 - Português - Análise sintática, Sintaxe, Redação - Reescritura de texto, Morfologia

Observe o texto abaixo.

“E para dar um efeito de cor à pele, já há protetores que vêm com tonalizante, outros que contêm estimulante natural de bronzeado e os que têm partículas iluminadoras na fórmula” (Contigo, nov. 2012).

Considerando os aspectos estruturais e significativos da língua, é correto afirmar:

A
o trecho “já há protetores” não aceita a forma “já existem protetores”.
B
o trecho “vêm com tonalizante” pode ser reescrito da seguinte forma: “tem tonalizante”.
C
a primeira parte do texto “E para dar um efeito de cor à pele” evidencia uma causa.
D
pluralizando a palavra pele, em “efeito de cor à pele”, resta da sentença a seguinte escrita: “efeito de cor à peles”.
E
no trecho “os que têm partículas iluminadoras”, a palavra sublinhada não é um artigo definido.
013680b8-64
UNEAL 2013 - Português - Regência, Análise sintática, Sintaxe

Veja como o dicionário Aurélio apresenta o vocábulo pegar. PEGAR. [Do latim picare, ‘untar de pez’.] V. t. d. 1. Fazer aderir; colar, grudar... 2. Agarrar, prender, segurar... 3. Adquirir (enfermidade) por contágio, por debilidade orgânica, etc.

Quanto ao uso desse vocábulo no excerto “Bibiana sentiu que alguém lhe pegava do braço”, é incorreto afirmar:

O texto a seguir é referência para as questões.

          O texto a seguir é referência para as questões de 7 a 9.
[...]
Os outros admiravam-se da serenidade de Rodrigo, que
encarava Bento a sorrir. E quando falou, dirigiu-se aos que o
cercavam:
  – Vosmecês estão vendo. Esse moço está me
provocando...
Insolente, Bento Amaral botou as mãos na cintura e disse:
  – Pois ainda não tinha compreendido?
  Bibiana sentiu que alguém lhe pegava do braço e arrastava
para longe dos dois rivais, abrindo caminho por entre os
convivas. Não ergueu os olhos, mas sentiu que esse alguém era
seu pai.
        – Vamos lá pra dentro resolver isso como cavalheiros... –
sugeriu Joca Rodrigues, batendo timidamente no ombro de
Bento.
        – Não vejo nenhum cavalheiro na minha frente – retrucou
este, mais moderado do que pronunciando as palavras. – Vejo é
um patife!
        O sangue subiu à cabeça de Rodrigo, que teve de fazer um
esforço desesperado para não saltar sobre o outro.
[...]

VERÍSSIMO, Érico. Um certo capitão Rodrigo.
São Paulo: Globo, 1991. p. 93 (Fragmento)
.
A
sendo o verbo “pegar” transitivo direto, é mais comum a construção: ...alguém lhe pegava o braço. Nesse caso, o uso da preposição “de” (do braço) é expletivo.
B
o verbo “pegar” é transitivo direto e a preposição “de” (do braço) pode sair da frase sem prejuízos semânticos. O termo “o braço” é o objeto direto.
C
o pronome “lhe”, que se encontra perto do verbo “pegar”, substitui o pronome possessivo “seu” ao acompanhar o substantivo “braço”, indicando posse.
D
o pronome “lhe” não é complemento do verbo “pegar” e desempenha função sintática de adjunto adnominal.
E
está em desacordo com o padrão, pois, segundo a classificação (V.t.d.), não deveria estar acompanhado da preposição “de”, tampouco aparecer com o complemento indireto (lhe).