Questõesde PUC - Campinas 2010 sobre Português

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Foram encontradas 56 questões
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PUC - Campinas 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As referências a bagaceira e senhor de engenho indicam tratar-se de um romance em que  

Para responder à questão, considere o texto abaixo.


    − É o que lhe digo, seu Laurentino. Você mora na vila. Soube valorizar o seu ofício. A minha desgraça foi esta história de bagaceira. É verdade que senhor de engenho nunca me botou canga. Vivo nesta casa como se fosse dono. Ninguém dá valor a oficial de beira de estrada. Se estivesse em Itabaiana, estava rico. Não é lastimar, não. Ninguém manda no mestre José Amaro. Aqui moro para mais de trinta anos.

(José Lins do Rego. Fogo morto. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956. p. 32) 

A
a vida cultural e os temas folclóricos ocupam o primeiro plano das ações narradas.
B
se assinala o contraste entre o processo industrial urbano e o atraso rural.
C
é tomado como tema o rápido desenvolvimento de parte do norte brasileiro.
D
jagunços e cangaceiros provocam a decadência econômica de uma parte do nordeste.
E
um ciclo econômico se mostra indissoluvelmente ligado à vida dos habitantes da região.
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Nesse trecho, o personagem Mestre Amaro, um dos protagonistas de Fogo morto, revela-se para o leitor como um

Para responder à questão, considere o texto abaixo.


    − É o que lhe digo, seu Laurentino. Você mora na vila. Soube valorizar o seu ofício. A minha desgraça foi esta história de bagaceira. É verdade que senhor de engenho nunca me botou canga. Vivo nesta casa como se fosse dono. Ninguém dá valor a oficial de beira de estrada. Se estivesse em Itabaiana, estava rico. Não é lastimar, não. Ninguém manda no mestre José Amaro. Aqui moro para mais de trinta anos.

(José Lins do Rego. Fogo morto. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956. p. 32) 

A
agregado da casa grande, íntimo do velho patriarca e saudoso do seu tempo de professor.
B
profissional ao mesmo tempo livre e dependente do grande proprietário.
C
pobre mestre de ofício, desempregado e deslocado na periferia da cidade.
D
pequeno proprietário de terras, ameaçado pela usina que tomará conta das plantações de cana.
E
vaqueiro de ofício, ora submetido a penosas jornadas de trabalho na roça.
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Considerando-se os aspectos técnicos empregados nesse fragmento de poema, vê-se que o poeta recorreu a

Para responder à questão, considere o poema abaixo.


Espanha da liberdade,

Não a Espanha da opressão.

Espanha republicana:

A Espanha de Franco, não.

(...)

Espanha da livre crença,

Jamais a da Inquisição.

(...)

Espanha que se batia

Contra o corso Napoleão!

(Manuel Bandeira. 50 poemas escolhidos pelo autor. S. Paulo: Cosac Naify, 2006. p. 60)

A
versos brancos, para acentuar a espontaneidade da fala.
B
decassílabos, para imprimir à linguagem um tom heroico.
C
redondilhas maiores, para acentuar o ritmar de seu protesto.
D
versos livres, para acentuar o caráter libertário da mensagem.
E
rimas preciosas, para valorizar a acusação em que se empenha.
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Nesses versos, o poeta

Para responder à questão, considere o poema abaixo.


Espanha da liberdade,

Não a Espanha da opressão.

Espanha republicana:

A Espanha de Franco, não.

(...)

Espanha da livre crença,

Jamais a da Inquisição.

(...)

Espanha que se batia

Contra o corso Napoleão!

(Manuel Bandeira. 50 poemas escolhidos pelo autor. S. Paulo: Cosac Naify, 2006. p. 60)

A
apura o caráter lírico de sua poesia, numa confidência pessoal.
B
vale-se da memória remota para fugir das vicissitudes do presente.
C
usa recursos da vanguarda modernista para valorizar sua época.
D
apura as características da linguagem épica, essencial em sua poesia.
E
usa a linguagem poética ao manifestar posicionamento ideológico.
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Um dos recursos utilizados pelos poetas concretos Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari se faz presente no poema de José Paulo Paes,

Para responder à questão, considere o poema abaixo.


Vila Rica, Vila Rica,

Cofre de muita riqueza:

Ouro de lei no cascalho,

Diamantes à flor do chão.

Num golpe só de bateia,

Nosso bem ou perdição.


(...)


Vila Rica, Vila Rica,

Forja de muito covarde:

Só o corpo mutilado

De um bravo e simples alferes

Te salva e te justifica

Vila Rica vil e rica.


(José Paulo Paes, Poesia completa. S. Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 91-92) 

A
na figura literária Cofre de muita riqueza.
B
na sintaxe de Num golpe só de bateia / Nosso bem ou perdição.
C
na apóstrofe Vila Rica, Vila Rica.
D
na antítese de Nosso bem ou perdição.
E
no jogo verbal Vila rica vil e rica.
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Esses versos de José Paulo Paes ressoam, pelo tema e por certas semelhanças estilísticas,

Para responder à questão, considere o poema abaixo.


Vila Rica, Vila Rica,

Cofre de muita riqueza:

Ouro de lei no cascalho,

Diamantes à flor do chão.

Num golpe só de bateia,

Nosso bem ou perdição.


(...)


Vila Rica, Vila Rica,

Forja de muito covarde:

Só o corpo mutilado

De um bravo e simples alferes

Te salva e te justifica

Vila Rica vil e rica.


(José Paulo Paes, Poesia completa. S. Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 91-92) 

A
o poema Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.
B
os sonetos neoclássicos do inconfidente Cláudio Manuel da Costa.
C
as crônicas Confissões de Minas, de Carlos Drummond de Andrade.
D
as passagens épicas de Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
E
as Cartas Chilenas, do inconfidente Tomás Antônio Gonzaga.
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Deve-se depreender da leitura desse trecho que o narrador machadiano

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Nas poucas vezes em que o narrador de Machado de Assis abordou diretamente o tema da escravidão, foi contundente e incisivo, a seu modo. Em vez de acusar os horrores da condição e dos castigos que se impunham ao escravo, preferia tratá-los com irônica candura, como se fossem trivialidades aceitáveis. Colocava no mesmo pé a razão de fuga do escravo e a de quem tinha como ofício capturá-lo sob recompensa, isto é, movido por uma necessidade, razão não menos nobre... Na estratégia machadiana, apresentar como natural a brutalidade humana é um modo eficaz de acentuar a barbárie e provocar a indignação do leitor.
(Celso de Oliveira, de um estudo inédito) 
A
afirma o sentido exclusivo e rigoroso do que entende como um ato de nobreza.
B
mostra-se compreensivo com as razões pelas quais se assume um ofício pouco dignificante.
C
abomina as ações que implicam violência desnecessária contra o escravo.
D
relata com repulsa a forma pela qual os escravos fugidos eram recapturados.
E
considera que a ordem social pode ser comprometida pela desordem jurídica.
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Atente para este pequeno poema do livro Pau Brasil, de Oswald de Andrade.


Escapulário

No Pão de Açúcar

De Cada Dia

Dai-nos Senhor

A Poesia

De Cada Dia


Nesses versos, 

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Do primitivismo de Pau-Brasil, saiu em 1927 o movimento Antropófago, chefiado por Oswald de Andrade, com Tarsila do Amaral, Raul Bopp, Antônio de Alcântara Machado e outros. A posição anterior é aí requintada em sentido mitológico e simbólico mais amplo, com uma verdadeira filosofia embrionária da cultura. Oswald propugnava uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com as suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico.
(Antonio Candido e José Aderaldo Castello, Presença da Literatura Brasileira − Modernismo. 6. ed. Rio de Janeiro/S. Paulo: Difel, 1977. p. 16) 
A
mesclam-se o estilo alto da linguagem religiosa e o efeito de uma notação bem-humorada.
B
processa-se uma paródia do nacionalismo típico dos primeiros românticos.
C
a conversão religiosa é tratada com simplicidade poética e verdade de sentimento.
D
mostra-se que a realização da poesia lírica está na capacidade da mais alta transcendência.
E
faz-se piada da fracassada intenção modernista de associar poesia e experiência religiosa.
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PUC - Campinas 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O trecho acima releva uma singular reação do narrador machadiano, diante da escravidão: a ênfase na

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Nas poucas vezes em que o narrador de Machado de Assis abordou diretamente o tema da escravidão, foi contundente e incisivo, a seu modo. Em vez de acusar os horrores da condição e dos castigos que se impunham ao escravo, preferia tratá-los com irônica candura, como se fossem trivialidades aceitáveis. Colocava no mesmo pé a razão de fuga do escravo e a de quem tinha como ofício capturá-lo sob recompensa, isto é, movido por uma necessidade, razão não menos nobre... Na estratégia machadiana, apresentar como natural a brutalidade humana é um modo eficaz de acentuar a barbárie e provocar a indignação do leitor.
(Celso de Oliveira, de um estudo inédito) 
A
tese abolicionista.
B
indignação política.
C
naturalização da violência.
D
valorização da irracionalidade.
E
defesa da justiça social.
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PUC - Campinas 2010 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O que nesse trecho se afirma pode ser adequadamente ilustrado com esta passagem de Oswald de Andrade:

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Do primitivismo de Pau-Brasil, saiu em 1927 o movimento Antropófago, chefiado por Oswald de Andrade, com Tarsila do Amaral, Raul Bopp, Antônio de Alcântara Machado e outros. A posição anterior é aí requintada em sentido mitológico e simbólico mais amplo, com uma verdadeira filosofia embrionária da cultura. Oswald propugnava uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com as suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico.
(Antonio Candido e José Aderaldo Castello, Presença da Literatura Brasileira − Modernismo. 6. ed. Rio de Janeiro/S. Paulo: Difel, 1977. p. 16) 
A
Todo e qualquer sentimento, toda e qualquer verdade, toda e qualquer intenção não consegue se tornar beleza, se não se transformar nesse sentimento técnico que lhes dá a forma.
B
Nesta fase se desenvolve um gênero em que sempre tivemos bons escritores, desde os folhetinistas do tempo do Império: a crônica, livre e ocasional, aderente aos fatos
C
Quando abandonaremos a parte inútil e decorativa do nosso ser? Quando nos aproximaremos com fervor da nossa essência, partindo nosso pobre pão com o Hóspede que está no céu?
D
Para esta ilha não se levará bíblia nem se carregarão discos. Algum amigo que saiba contar histórias está naturalmente convidado. Bem como alguma amiga de voz doce ou quente.
E
Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.
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O texto de Celso de Oliveira pode remeter a uma das fases da história do movimento das bandeiras. Sobre esse movimento, é correto afirmar que os bandeirantes ao ultrapassarem constantemente a linha de Tordesilhas provocaram conflitos entre espanhóis e portugueses, como o de 1680 na região

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Nas poucas vezes em que o narrador de Machado de Assis abordou diretamente o tema da escravidão, foi contundente e incisivo, a seu modo. Em vez de acusar os horrores da condição e dos castigos que se impunham ao escravo, preferia tratá-los com irônica candura, como se fossem trivialidades aceitáveis. Colocava no mesmo pé a razão de fuga do escravo e a de quem tinha como ofício capturá-lo sob recompensa, isto é, movido por uma necessidade, razão não menos nobre... Na estratégia machadiana, apresentar como natural a brutalidade humana é um modo eficaz de acentuar a barbárie e provocar a indignação do leitor.
(Celso de Oliveira, de um estudo inédito) 
A
do Acre, quando aos espanhóis pretendendo conquistar áreas anteriormente pertencentes aos portugueses, promoveram a revolta dos brasileiros e um confronto fronteiriço.
B
da Colônia do Sacramento, quando os espanhóis procuraram expandir seus domínios nas terras onde viviam os índios Guaranis, contrariando o previsto no Tratado de Madri.
C
de Sete Povos das Missões, quando os portugueses obrigaram os indígenas da região a se transferirem para as terras dominadas pelos espanhóis, no atual Rio Grande do Sul.
D
do Rio Oiapoque, quando os portugueses penetraram em terras espanholas e provocaram uma guerra pela definição da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.
E
do Prata, quando procurando ampliar os seus domínios, os portugueses fundaram a cidade de Nova Colônia do Santíssimo Sacramento, no atual Uruguai.
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Assinale a afirmação que explica a intensificação, no século XVII, da atividade de captura a que o texto de Celso de Oliveira faz referência.

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Nas poucas vezes em que o narrador de Machado de Assis abordou diretamente o tema da escravidão, foi contundente e incisivo, a seu modo. Em vez de acusar os horrores da condição e dos castigos que se impunham ao escravo, preferia tratá-los com irônica candura, como se fossem trivialidades aceitáveis. Colocava no mesmo pé a razão de fuga do escravo e a de quem tinha como ofício capturá-lo sob recompensa, isto é, movido por uma necessidade, razão não menos nobre... Na estratégia machadiana, apresentar como natural a brutalidade humana é um modo eficaz de acentuar a barbárie e provocar a indignação do leitor.
(Celso de Oliveira, de um estudo inédito) 
A
Exercida exclusivamente pelo espírito de aventura, os colonos paulistas, vinculados à elite proprietária vicentina, organizaram expedições para atacar as missões jesuíticas e fornecer mão de obra escrava à região açucareira.
B
Muito valorizado, em razão de capturar escravos negros e índios fugidos, o trabalho dos paulistas tinha principalmente o objetivo de servir para intimidar escravos, desestimular as novas fugas e a formação de núcleos de quilombos.
C
A pressão metropolitana sobre o comércio ilegal de escravos indígenas contribuiu para que os colonos paulistas se aventurassem na procura e caça de escravos e para a expansão e conquista do território para além da linha das Tordesilhas.
D
Profundos conhecedores dos sertões e habilitados na luta contra o gentio, muitos paulistas passaram a ser contratados pelas autoridades e senhores de fazendas para combater os índios resistentes aos brancos e os negros dos quilombos.
E
O estabelecimento de aldeamentos indígenas em áreas territoriais de interesse metropolitano incentivou os proprietários de terra a contratar muitos paulistas para capturar negros e nativos para o trabalho escravo nas lavouras de cana.
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A consolidação do poder monárquico luso a que o texto faz referência deve ser compreendida historicamente no contexto da formação dos Estados Nacionais na Europa, durante a época moderna. Dentre as ideias que embasaram esse processo, no caso português, pode-se citar: 

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

    O padre Antonio Vieira, ao contrário de um Gregório de Matos saudoso do “Antigo Estado”, sabia que a máquina mercante da colonização viera para ficar, irreversível, inexorável. E que, sendo inútil lamentar a sua intrusão nos portos da Colônia, importava dominá-la imitando seus mecanismos e criando, na esfera do poder monárquico luso, uma estrutura similar que pudesse vencê-la na concorrência entre os impérios. Esse projeto o situa no centro nervoso da política colonial. Enquanto conselheiro de D. João IV, inspira ao rei a fundação de uma Companhia das Índias Ocidentais assentada principalmente em capitais judaicos.
(Alfredo Bosi, Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 120) 
A
o fortalecimento do poder da Igreja Católica diante da concepção do direito divino do monarca, o nacionalismo e a adoção de medidas liberais para desenvolver e expandir a economia nacional.
B
a elaboração de leis nacionais sintetizadas numa Carta Magna, a afirmação da soberania por meio de guerras de expansão, e a aliança entre clero, monarquia e nobreza para conter os interesses e a atuação da burguesia.
C
o despotismo esclarecido, a concepção de que o Estado deveria ser empreendedor e alimentado pela arrecadação de impostos, a formação de um exército forte e autônomo e o rompimento com os valores feudais.
D
a organização do governo em três poderes (executivo, legislativo e judiciário), a afirmação da nacionalidade em oposição à cultura estrangeira e a defesa da liberdade individual e do “estado de natureza”.
E
a defesa da monarquia absolutista, o projeto de integração nacional através da unidade territorial, linguística e monetária, e o incentivo estatal ao desenvolvimento mercantilista.
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Nesse trecho, o historiador da literatura deixa ver que

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

    O padre Antonio Vieira, ao contrário de um Gregório de Matos saudoso do “Antigo Estado”, sabia que a máquina mercante da colonização viera para ficar, irreversível, inexorável. E que, sendo inútil lamentar a sua intrusão nos portos da Colônia, importava dominá-la imitando seus mecanismos e criando, na esfera do poder monárquico luso, uma estrutura similar que pudesse vencê-la na concorrência entre os impérios. Esse projeto o situa no centro nervoso da política colonial. Enquanto conselheiro de D. João IV, inspira ao rei a fundação de uma Companhia das Índias Ocidentais assentada principalmente em capitais judaicos.
(Alfredo Bosi, Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 120) 
A
a poesia barroca é um gênero literário mais eficaz na denúncia política do que os sermões de um padre da Ilustração.
B
homens de letras não deixam de repercutir, em suas obras ou ações, valores de algum posicionamento político.
C
o estilo barroco foi determinante para que poetas ou sermonistas manifestassem repulsa ao processo colonial.
D
as preocupações políticas prejudicam o valor literário tanto dos poetas como dos prosadores.
E
as relações comerciais entre a colônia e a coroa foram decisivas para a fixação do estilo barroco entre nós.
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A fundação da Companhia a que o texto faz referência ocorreu

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

    O padre Antonio Vieira, ao contrário de um Gregório de Matos saudoso do “Antigo Estado”, sabia que a máquina mercante da colonização viera para ficar, irreversível, inexorável. E que, sendo inútil lamentar a sua intrusão nos portos da Colônia, importava dominá-la imitando seus mecanismos e criando, na esfera do poder monárquico luso, uma estrutura similar que pudesse vencê-la na concorrência entre os impérios. Esse projeto o situa no centro nervoso da política colonial. Enquanto conselheiro de D. João IV, inspira ao rei a fundação de uma Companhia das Índias Ocidentais assentada principalmente em capitais judaicos.
(Alfredo Bosi, Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 120) 
A
simultaneamente à criação da Companhia de Comércio das Índias Orientais que havia sido fundada pelos holandeses e vinha se expandindo consideravelmente, ameaçando o Império português.
B
como resultado dos acordos econômicos firmados entre Portugal e Espanha, no contexto da União Ibérica, e com o objetivo de estender o monopólio ibérico à Índia e ao Oriente Médio.
C
por iniciativa da Igreja Católica, cujo objetivo era atrair os judeus para que se convertessem ao cristianismo e aplicassem seu capital no projeto colonizador português, num momento de crise deste império.
D
nos moldes da companhia holandesa voltada à América e outras regiões do Atlântico, composta por acionistas que investiam em incursões militares a fim de garantir o comércio com aquela região e obter altas margens de lucro.
E
após a derrota e a expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, dentre os quais os judeus eram maioria, como forma de apropriação do capital desses invasores em benefício do Império formado por Espanha e Portugal.
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A devoração ritual dos valores europeus se estendia a determinados cânones artísticos europeus herdados do Renascimento. Nesse período da história europeia (séculos XV e XVI), houve

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Do primitivismo de Pau-Brasil, saiu em 1927 o movimento Antropófago, chefiado por Oswald de Andrade, com Tarsila do Amaral, Raul Bopp, Antônio de Alcântara Machado e outros. A posição anterior é aí requintada em sentido mitológico e simbólico mais amplo, com uma verdadeira filosofia embrionária da cultura. Oswald propugnava uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com as suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico.
(Antonio Candido e José Aderaldo Castello, Presença da Literatura Brasileira − Modernismo. 6. ed. Rio de Janeiro/S. Paulo: Difel, 1977. p. 16) 
A
a reinterpretação dos valores vigentes na cultura grecolatina, bem como a valorização de um certo ideal de beleza e de razão, numa perspectiva humanista.
B
a retomada da tradição naturalista e da concepção de que o homem, como criação divina, estava integrado perfeitamente ao Cosmos, sendo dever dos artistas retratar essa harmonia mística.
C
a celebração coletiva do hedonismo, numa busca incessante pelo sublime mediante a crença na utopia da realização plena: afetiva, material e religiosa.
D
o questionamento das interpretações dogmáticas baseadas no antropocentrismo uma vez que, desde a Idade Média, se afirmava que o Sol não era o centro do universo.
E
a reprodução, em larga escala e de forma monumental, do conjunto de obras do Classicismo, com o objetivo de provar que a técnica era mais importante que o talento ou a perfeição.
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O significado original da antropofagia para as sociedades indígenas no Brasil pode ser relacionado

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Do primitivismo de Pau-Brasil, saiu em 1927 o movimento Antropófago, chefiado por Oswald de Andrade, com Tarsila do Amaral, Raul Bopp, Antônio de Alcântara Machado e outros. A posição anterior é aí requintada em sentido mitológico e simbólico mais amplo, com uma verdadeira filosofia embrionária da cultura. Oswald propugnava uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com as suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico.
(Antonio Candido e José Aderaldo Castello, Presença da Literatura Brasileira − Modernismo. 6. ed. Rio de Janeiro/S. Paulo: Difel, 1977. p. 16) 
A
à ideia de sacrifício humano presente, com idêntico sentido, nas culturas Inca e Asteca, por meio do qual o sangue humano deveria ser derramado para apaziguar a fúria dos deuses e evitar tragédias coletivas.
B
ao sincretismo religioso proveniente do contato intenso com o catolicismo do colonizador português, que gradativamente transformou essa prática na repartição simbólica da carne e do sangue de Cristo.
C
ao ritual que sucedia o aprisionamento de um guerreiro inimigo, a quem, por suas qualidades, era concedida a honra de servir de alimento aos vencedores, que assim incorporariam sua bravura e seus melhores atributos.
D
ao rito de passagem a que eram submetidos os jovens guerreiros após sua primeira batalha bem sucedida: estes deveriam celebrar sua bravura aprisionando inimigos e oferecendo, à tribo, um banquete cerimonial.
E
à prática do canibalismo, revestida de significado mítico e disseminada em momentos de penúria, quando as tribos indígenas organizavam rituais coletivos para satisfazer suas necessidades e dissipar sortilégios.
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No final da década de 20 os modernistas sofreram o impacto da quebra da bolsa de valores de Nova York. Esse acontecimento resultou, para o Brasil,

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

     Do primitivismo de Pau-Brasil, saiu em 1927 o movimento Antropófago, chefiado por Oswald de Andrade, com Tarsila do Amaral, Raul Bopp, Antônio de Alcântara Machado e outros. A posição anterior é aí requintada em sentido mitológico e simbólico mais amplo, com uma verdadeira filosofia embrionária da cultura. Oswald propugnava uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com as suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico.
(Antonio Candido e José Aderaldo Castello, Presença da Literatura Brasileira − Modernismo. 6. ed. Rio de Janeiro/S. Paulo: Difel, 1977. p. 16) 
A
no gradual aumento das exportações de café para países europeus, uma vez que os Estados Unidos mergulharam numa profunda crise econômica, da qual se recuperariam somente após a II Guerra Mundial.
B
na elaboração de um projeto político de substituição de importações, influenciado pelo keynesianismo, política que apregoava o Estado do Bem-Estar Social.
C
na adoção de política semelhante ao New Deal, que implicou garantias de subsídio estatal aos cafeicultores, evitando a falência massiva e a crise generalizada. 
D
no aumento do número de imigrantes estrangeiros, à medida em que a crise ganhava proporções internacionais, obrigando os trabalhadores empobrecidos a buscarem empregos em países menos afetados.
E
na bancarrota dos latifundiários que dependiam dos empréstimos norte-americanos para manter suas exportações, e que passaram a culpar o Estado e a aderir fervorosamente aos valores liberais.
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Depreende-se desse fragmento crítico que a poesia de Gregório de Matos, ao contrário

Para responder à questão, considere o texto abaixo.

    O padre Antonio Vieira, ao contrário de um Gregório de Matos saudoso do “Antigo Estado”, sabia que a máquina mercante da colonização viera para ficar, irreversível, inexorável. E que, sendo inútil lamentar a sua intrusão nos portos da Colônia, importava dominá-la imitando seus mecanismos e criando, na esfera do poder monárquico luso, uma estrutura similar que pudesse vencê-la na concorrência entre os impérios. Esse projeto o situa no centro nervoso da política colonial. Enquanto conselheiro de D. João IV, inspira ao rei a fundação de uma Companhia das Índias Ocidentais assentada principalmente em capitais judaicos.
(Alfredo Bosi, Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 120) 
A
do que ocorre com Antonio Vieira, mostra a nostalgia de antigas situações do processo colonial.
B
do que ocorria na oratória do padre sermonista, não se preocupava com o que havia de mecânico no estilo barroco.
C
dos sermões de Antonio Vieira, expressava o desejo do poeta de ver extinto o processo colonial.
D
dos sermões do missionário barroco, empenha-se mais na crítica da política colonial do que na missão catequética.
E
do que ocorre com Antonio Vieira, procura divulgar o ideário colonial imposto pelo governo de D. João IV.
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No texto, o crítico faz ver que o indianismo de José de Alencar

Para responder à questão, considere o texto abaixo.


     Creio que a posição de José de Alencar, quanto ao processo de colonização, é clara. No último capítulo de Iracema, quando Poti se converte, o narrador se regozija: “Germinou a palavra do Deus verdadeiro na terra selvagem; e o bronze sagrado ressoou nos vales onde rugia o maracá”. A frase diz tudo: não há relativismo religioso em Alencar: Tupã é o deus falso; o deus dos cristãos é o deus verdadeiro. E a civilização cristã é, já pelo fato de ser cristã, superior.

(Paulo Franchetti, “Apresentação” a Iracema, de José de Alencar. S.Paulo: Ateliê Editorial, 2006. p. 82) 

A
é de tal modo idealizado que chega a fazer frente às culturas mais sofisticadas do ocidente.
B
padece de alguma falsidade, quando simula equiparar os valores pagãos à moralidade cristã.
C
contempla as especificidades de diferentes culturas, analisando-as com isenção e objetividade.
D
não admite qualquer traço de submissão dos dogmas cristãos às crenças praticadas pelos silvícolas.
E
dá voz ao lamento de um escritor que vê como injusta a supremacia da fé do colonizador sobre a do colonizado.