Questõesde UFU-MG sobre Interpretação de Textos
Levando-se em consideração as obras selecionadas e seus personagens, é correto afirmar
que
Em sua última viagem aos Estados Unidos como primeira-ministra, Margaret Tatcher revelou
a George Bush: “Antes de nomear um ministro, peço-lhe para decifrar um enigma. A Geoffrey Howe,
por exemplo, perguntei: Se é filho de seu pai e não é seu irmão, quem é então? Geoffrey Howe
respondeu: Sou eu. E lhe dei o cargo de chanceler”.
Impressionado, Bush resolveu testar o método com seu vice, Don Quayle. Propôs o mesmo
enigma. Quayle pediu um tempo para pensar. Depois, telefonou ansioso para Henry Kissinger, que
lhe ensinou:
– A resposta é “eu”.
Quayle voltou a Bush com ar de triunfo:
– A resposta é Kissinger.
Bush bradou, contrariado:
– Não, é Geoffrey Howe.
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. Campinas, SP: Mercado de Letras,
1998.
A piada baseia-se na solução de um enigma. Depois de ser apresentado a um político inglês,
Geoffrey Howe, o enigma é apresentado aos políticos estadunidenses George Bush, Don Quayle e
Henry Kissinger. Do ponto de vista linguístico, o efeito humorístico dessa piada deve-se ao fato de
que a referência do pronome pessoal na resposta ao enigma é interpretada equivocadamente por
Em sua última viagem aos Estados Unidos como primeira-ministra, Margaret Tatcher revelou a George Bush: “Antes de nomear um ministro, peço-lhe para decifrar um enigma. A Geoffrey Howe, por exemplo, perguntei: Se é filho de seu pai e não é seu irmão, quem é então? Geoffrey Howe respondeu: Sou eu. E lhe dei o cargo de chanceler”.
Impressionado, Bush resolveu testar o método com seu vice, Don Quayle. Propôs o mesmo enigma. Quayle pediu um tempo para pensar. Depois, telefonou ansioso para Henry Kissinger, que lhe ensinou:
– A resposta é “eu”.
Quayle voltou a Bush com ar de triunfo:
– A resposta é Kissinger.
Bush bradou, contrariado:
– Não, é Geoffrey Howe.
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1998.
A piada baseia-se na solução de um enigma. Depois de ser apresentado a um político inglês,
Geoffrey Howe, o enigma é apresentado aos políticos estadunidenses George Bush, Don Quayle e
Henry Kissinger. Do ponto de vista linguístico, o efeito humorístico dessa piada deve-se ao fato de
que a referência do pronome pessoal na resposta ao enigma é interpretada equivocadamente por
Em suas obras, Machado de Assis faz questionamentos de várias teorias de sua época,
como a darwinista, a evolucionista e a positivista.
Além de críticas, em Quincas Borba, Machado faz uma caricatura do
Em suas obras, Machado de Assis faz questionamentos de várias teorias de sua época, como a darwinista, a evolucionista e a positivista.
Além de críticas, em Quincas Borba, Machado faz uma caricatura do
Em relação às características que marcam Gregor Samsa, em Metamorfose, destaca-se a
Em relação aos contos da obra Felicidade clandestina, de Clarice Lispector, é correto afirmar
que, no conto
Levando-se em consideração a leitura dos contos de Clarice Lispector e o conceito de
EPIFANIA, isto é, o instante de revelação, a súbita percepção ou a transformação na consciência,
assinale a alternativa que exemplifica um desses momentos.
Capítulo XLIV
Não vades crer que a dor aqui foi mais verdadeira que a cólera; foram iguais em si mesmas,
os efeitos é que foram diversos. A cólera deu em nada; a humilhação debulhou-se em lágrimas
legítimas. E contudo não faltaram a esta senhora ímpetos de estrangular Sofia, calcá-la aos pés,
arrancar-lhe o coração aos pedaços, dizendo-lhe na cara os nomes crus que atribuía ao marido...
Tudo imaginações! Crede-me: há tiranos de intenção. Quem sabe? Na alma desta senhora passou
agora um tênue fio de Calígula...
ASSIS, Machado. Quincas Borba. São Paulo: Editora Globo, 1997. p. 53.
Levando-se em consideração a leitura de Quincas Borba e o capítulo, em que há referência
a D. Tonica, identifica(m)-se, nesse capítulo,
Capítulo XLIV
Não vades crer que a dor aqui foi mais verdadeira que a cólera; foram iguais em si mesmas, os efeitos é que foram diversos. A cólera deu em nada; a humilhação debulhou-se em lágrimas legítimas. E contudo não faltaram a esta senhora ímpetos de estrangular Sofia, calcá-la aos pés, arrancar-lhe o coração aos pedaços, dizendo-lhe na cara os nomes crus que atribuía ao marido... Tudo imaginações! Crede-me: há tiranos de intenção. Quem sabe? Na alma desta senhora passou agora um tênue fio de Calígula...
ASSIS, Machado. Quincas Borba. São Paulo: Editora Globo, 1997. p. 53.
Levando-se em consideração a leitura de Quincas Borba e o capítulo, em que há referência
a D. Tonica, identifica(m)-se, nesse capítulo,
Por que Raduan Nassar parou de escrever? Essa pergunta com ares novelescos continua
um enigma inexplicado. Depois de se preparar por 20 anos, a consagração veio junto com a estréia
no lançamento do romance "Lavoura Arcaica" (1975), seguido de outro êxito atordoante, a novela
"Um Copo de Cólera" (1978). No auge de uma carreira recém-começada, as traduções de vento
em popa, quando seus leitores antecipam proezas ainda maiores que estavam por vir, de repente
o escritor paulista anunciou que passava a arar outras terras, trocava a literatura pela agricultura
[...].
FRIAS FILHO, O. O silêncio de Raduan. Folha de S. Paulo, 10 out. 1996. Disponível em:<https://goo.gl/8Q8oyN> .
Acesso em: 30 mar. 2018.
Na coluna publicada no jornal Folha de São Paulo em outubro de 1996, a informação sobre
o abandono da literatura pelo escritor Raduan Nassar
Por que Raduan Nassar parou de escrever? Essa pergunta com ares novelescos continua um enigma inexplicado. Depois de se preparar por 20 anos, a consagração veio junto com a estréia no lançamento do romance "Lavoura Arcaica" (1975), seguido de outro êxito atordoante, a novela "Um Copo de Cólera" (1978). No auge de uma carreira recém-começada, as traduções de vento em popa, quando seus leitores antecipam proezas ainda maiores que estavam por vir, de repente o escritor paulista anunciou que passava a arar outras terras, trocava a literatura pela agricultura [...].
FRIAS FILHO, O. O silêncio de Raduan. Folha de S. Paulo, 10 out. 1996. Disponível em:<https://goo.gl/8Q8oyN>
Uma das principais teorias sobre a chegada dos primeiros humanos às Américas é de que
eles teriam migrado da Ásia, usando uma rota pela costa do Pacífico durante o final da última era
glacial. O nível do mar caiu, e isso pode ter revelado ligações terrestres entre os dois continentes,
que nossos antepassados aproveitaram para ir de um ao outro. Apesar de ser uma teoria bastante
plausível, ela tinha um problema: não havia nada que a comprovasse. Até agora.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Victoria (Canadá) e publicado nesta
quarta-feira, 28, na revista científica Plos One, mostrou que 29 pegadas de 13 mil anos foram
encontradas sob sedimentos em uma ilha da Columbia Britânica, na costa canadense do Oceano
Pacífico. Considerando-se que a era glacial entrou em declínio há 11,2 mil anos, tanto a idade
quanto a localização das pegadas batem exatamente com a teoria da migração.
Disponível em: <https://goo.gl/Z5TZ1Y> . Acesso em: 30 mar. 2018.
Publicado em uma revista de vulgarização científica, o texto foi produzido com o objetivo
de
Uma das principais teorias sobre a chegada dos primeiros humanos às Américas é de que eles teriam migrado da Ásia, usando uma rota pela costa do Pacífico durante o final da última era glacial. O nível do mar caiu, e isso pode ter revelado ligações terrestres entre os dois continentes, que nossos antepassados aproveitaram para ir de um ao outro. Apesar de ser uma teoria bastante plausível, ela tinha um problema: não havia nada que a comprovasse. Até agora.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Victoria (Canadá) e publicado nesta quarta-feira, 28, na revista científica Plos One, mostrou que 29 pegadas de 13 mil anos foram encontradas sob sedimentos em uma ilha da Columbia Britânica, na costa canadense do Oceano Pacífico. Considerando-se que a era glacial entrou em declínio há 11,2 mil anos, tanto a idade quanto a localização das pegadas batem exatamente com a teoria da migração.
Disponível em: <https://goo.gl/Z5TZ1Y>
O último quadro da tirinha apresenta um uso pronominal bastante comum na modalidade
oral do português brasileiro, independentemente do grau de escolaridade, da região ou da classe
social do falante.
Assinale a alternativa que apresenta o uso pronominal equivalente à modalidade escrita e
cujo registro seja formal.
O último quadro da tirinha apresenta um uso pronominal bastante comum na modalidade oral do português brasileiro, independentemente do grau de escolaridade, da região ou da classe social do falante.
Assinale a alternativa que apresenta o uso pronominal equivalente à modalidade escrita e
cujo registro seja formal.
Se quer medir forças, sei que eu me garanto,
Sem conversa frouxa, sem me olhar de canto,
Fecha a boca, ouça, eu não tô brincando,
Sua estratégia é fraca, já vou chegar te derrubando.
CONKA, Karol. Karol Conka. Download digital, 2001.
Karol Conka é uma rapper brasileira reconhecida por canções que exaltam a mulher. No
refrão de Me garanto, de sua autoria, a forma tô
Se quer medir forças, sei que eu me garanto,
Sem conversa frouxa, sem me olhar de canto,
Fecha a boca, ouça, eu não tô brincando,
Sua estratégia é fraca, já vou chegar te derrubando.
CONKA, Karol. Karol Conka. Download digital, 2001.
Karol Conka é uma rapper brasileira reconhecida por canções que exaltam a mulher. No refrão de Me garanto, de sua autoria, a forma tô
Há uma pequena árvore na porta de um bar, todos passam e dão uma beliscada na
desprotegida árvore. Alguns arrancam folhas, alguns só puxam e outros, às vezes, até arrancam
um galho. O homem que vive na periferia é igual a essa pequena árvore, todos passam por ele e
arrancam-lhe algo de valor. A pequena árvore é protegida pelo dono do bar, que põe em sua volta
uma armação de madeira; assim, ela fica segura, mas sua beleza é escondida. O homem que vive
na periferia, quando resolve buscar o que lhe roubaram, é posto atrás das grades pelo sistema.
Tentam proteger a sociedade dele, mas também escondem sua beleza.
FERRÉZ. Capão Pecado. São Paulo: Labortexto, 2000.
Tomada, isoladamente, a proposição “Tentam proteger a sociedade dele” poderia ser
considerada ambígua. Para explicitar o sentido que essa oração assume no contexto em que foi
empregada, a expressão “a sociedade dele” deve ser substituída por
Há uma pequena árvore na porta de um bar, todos passam e dão uma beliscada na desprotegida árvore. Alguns arrancam folhas, alguns só puxam e outros, às vezes, até arrancam um galho. O homem que vive na periferia é igual a essa pequena árvore, todos passam por ele e arrancam-lhe algo de valor. A pequena árvore é protegida pelo dono do bar, que põe em sua volta uma armação de madeira; assim, ela fica segura, mas sua beleza é escondida. O homem que vive na periferia, quando resolve buscar o que lhe roubaram, é posto atrás das grades pelo sistema. Tentam proteger a sociedade dele, mas também escondem sua beleza.
FERRÉZ. Capão Pecado. São Paulo: Labortexto, 2000.
Tomada, isoladamente, a proposição “Tentam proteger a sociedade dele” poderia ser considerada ambígua. Para explicitar o sentido que essa oração assume no contexto em que foi empregada, a expressão “a sociedade dele” deve ser substituída por
Fernanda é tudo que sobrou do que sempre me ensinaram. A sombra dos quarenta graus à
sombra. Procurem os gestos no vocabulário, olhem Fernanda: estão todos lá. Sua vida é um palco
iluminado. À direita as gambiarras do perfeccionismo. À esquerda os praticáveis do impossível. Em
cima o urdimento geral de uma tentativa de enredo a ser refeita todas as noites, toda a vida. Atrás
os bastidores, o mistério essencial. Embaixo, o porão, que torna viáveis os mágicos e onde, faz
tanto tempo!, se ocultava o ponto. Em frente o diálogo, que é uma fé, e comove montanhas.
Disponível em:<https://goo.gl/ww4RDN> . Acesso em: 01 abr. 2018.
Na seção Retratos 3x4 de seu site, Millôr Fernandes escreve sobre alguns de seus amigos,
dentre eles, a atriz Fernanda Montenegro.
Assinale o recurso em torno do qual o texto sobre a atriz foi construído.
Fernanda é tudo que sobrou do que sempre me ensinaram. A sombra dos quarenta graus à sombra. Procurem os gestos no vocabulário, olhem Fernanda: estão todos lá. Sua vida é um palco iluminado. À direita as gambiarras do perfeccionismo. À esquerda os praticáveis do impossível. Em cima o urdimento geral de uma tentativa de enredo a ser refeita todas as noites, toda a vida. Atrás os bastidores, o mistério essencial. Embaixo, o porão, que torna viáveis os mágicos e onde, faz tanto tempo!, se ocultava o ponto. Em frente o diálogo, que é uma fé, e comove montanhas.
Disponível em:<https://goo.gl/ww4RDN>
Parado, com a colher suspensa sobre a bancada de aço inox, o sujeito atravancava minha
passagem. Ia enfiá-la no pote de ervilhas, arremeteu, pousou-a na bandeja de beterrabas, levantou
uma rodela, soltou-a, duas gotas vermelhas respingaram no talo de uma couve-flor. Fosse mais
para trás, lá pela travessa do agrião, eu poderia ultrapassá-lo e chegar aos molhos a tempo de
colocar azeite e vinagre antes que ele se aproximasse, mas da beterraba aos temperos é um passo
e então seria eu a atrapalhar sua cadência. (Segundo a etiqueta não escrita dos restaurantes por
quilo, a ultrapassagem só é permitida se não for reduzir a velocidade do ultrapassado – o que seria
equivalente a furar a fila).
Tudo é movimento, dizia Heráclito; o mundo gira, a lusitana roda, anunciava a televisão: só
eu não me mexia, preso diante da cumbuca de grãos de bico com atum. Fiquei irritado. Aquele
homem hesitante estava travando o fluxo de minha vida, dali para frente todos os eventos estariam
quinze segundos atrasados: da entrega desta crônica ao meu último suspiro.
PRATA, A. A zona do agrião. Estadão, 23 dez. 2008. Disponível em: <https://goo.gl/oE4E42>. Acesso em: 30 mar.
2018.
Narrada na primeira pessoa do singular, a crônica parte de um evento corriqueiro na fila de
um restaurante por quilo para elaborar uma reflexão sobre a passagem do tempo. No texto, a função
metalinguística da linguagem é evidenciada no fragmento
Parado, com a colher suspensa sobre a bancada de aço inox, o sujeito atravancava minha passagem. Ia enfiá-la no pote de ervilhas, arremeteu, pousou-a na bandeja de beterrabas, levantou uma rodela, soltou-a, duas gotas vermelhas respingaram no talo de uma couve-flor. Fosse mais para trás, lá pela travessa do agrião, eu poderia ultrapassá-lo e chegar aos molhos a tempo de colocar azeite e vinagre antes que ele se aproximasse, mas da beterraba aos temperos é um passo e então seria eu a atrapalhar sua cadência. (Segundo a etiqueta não escrita dos restaurantes por quilo, a ultrapassagem só é permitida se não for reduzir a velocidade do ultrapassado – o que seria equivalente a furar a fila).
Tudo é movimento, dizia Heráclito; o mundo gira, a lusitana roda, anunciava a televisão: só eu não me mexia, preso diante da cumbuca de grãos de bico com atum. Fiquei irritado. Aquele homem hesitante estava travando o fluxo de minha vida, dali para frente todos os eventos estariam quinze segundos atrasados: da entrega desta crônica ao meu último suspiro.
PRATA, A. A zona do agrião. Estadão, 23 dez. 2008. Disponível em: <https://goo.gl/oE4E42>
Muitos paquistaneses acreditam que a mídia local e internacional promove a jovem ativista
de forma exagerada e desnecessária. Partidos de direita afirmam que a "campanha" para promovê-la
é a prova de que há um "lobby internacional" por trás de tudo isso. [...]
Os defensores da ganhadora do Nobel da Paz acusam os "odiadores de Malala" de
campanha de difamação contra ela. Até que a mentalidade das pessoas mude, argumentam, a
jovem não poderá viver em sua terra natal de forma permanente.
Disponível em:<https://goo.gl/abhkYN>. Acesso em: 30 mar. 2018.
No texto sobre o retorno de Malala Yousafzai ao Paquistão pela primeira vez desde que foi
baleada pelo Talibã, o emprego das aspas em "odiadores de Malala" tem o efeito de
Muitos paquistaneses acreditam que a mídia local e internacional promove a jovem ativista de forma exagerada e desnecessária. Partidos de direita afirmam que a "campanha" para promovê-la é a prova de que há um "lobby internacional" por trás de tudo isso. [...]
Os defensores da ganhadora do Nobel da Paz acusam os "odiadores de Malala" de campanha de difamação contra ela. Até que a mentalidade das pessoas mude, argumentam, a jovem não poderá viver em sua terra natal de forma permanente.
Disponível em:<https://goo.gl/abhkYN>