Há uma pequena árvore na porta de um bar, todos passam e dão uma beliscada na
desprotegida árvore. Alguns arrancam folhas, alguns só puxam e outros, às vezes, até arrancam
um galho. O homem que vive na periferia é igual a essa pequena árvore, todos passam por ele e
arrancam-lhe algo de valor. A pequena árvore é protegida pelo dono do bar, que põe em sua volta
uma armação de madeira; assim, ela fica segura, mas sua beleza é escondida. O homem que vive
na periferia, quando resolve buscar o que lhe roubaram, é posto atrás das grades pelo sistema.
Tentam proteger a sociedade dele, mas também escondem sua beleza.
FERRÉZ. Capão Pecado. São Paulo: Labortexto, 2000.
Tomada, isoladamente, a proposição “Tentam proteger a sociedade dele” poderia ser
considerada ambígua. Para explicitar o sentido que essa oração assume no contexto em que foi
empregada, a expressão “a sociedade dele” deve ser substituída por
Há uma pequena árvore na porta de um bar, todos passam e dão uma beliscada na desprotegida árvore. Alguns arrancam folhas, alguns só puxam e outros, às vezes, até arrancam um galho. O homem que vive na periferia é igual a essa pequena árvore, todos passam por ele e arrancam-lhe algo de valor. A pequena árvore é protegida pelo dono do bar, que põe em sua volta uma armação de madeira; assim, ela fica segura, mas sua beleza é escondida. O homem que vive na periferia, quando resolve buscar o que lhe roubaram, é posto atrás das grades pelo sistema. Tentam proteger a sociedade dele, mas também escondem sua beleza.
FERRÉZ. Capão Pecado. São Paulo: Labortexto, 2000.
Tomada, isoladamente, a proposição “Tentam proteger a sociedade dele” poderia ser considerada ambígua. Para explicitar o sentido que essa oração assume no contexto em que foi empregada, a expressão “a sociedade dele” deve ser substituída por