Se quer medir forças, sei que eu me garanto,
Sem conversa frouxa, sem me olhar de canto,
Fecha a boca, ouça, eu não tô brincando,
Sua estratégia é fraca, já vou chegar te derrubando.
CONKA, Karol. Karol Conka. Download digital, 2001.
Karol Conka é uma rapper brasileira reconhecida por canções que exaltam a mulher. No
refrão de Me garanto, de sua autoria, a forma tô
Se quer medir forças, sei que eu me garanto,
Sem conversa frouxa, sem me olhar de canto,
Fecha a boca, ouça, eu não tô brincando,
Sua estratégia é fraca, já vou chegar te derrubando.
CONKA, Karol. Karol Conka. Download digital, 2001.
Karol Conka é uma rapper brasileira reconhecida por canções que exaltam a mulher. No refrão de Me garanto, de sua autoria, a forma tô
Gabarito comentado
Tema central da questão: Variação linguística e relação entre fala e escrita em gêneros textuais populares, destacando a presença de elementos de oralidade na escrita de uma letra de rap.
A alternativa correta é a C. Vamos entender o porquê:
Justificativa:
No rap de Karol Conka, o uso de "tô" (redução coloquial de “estou”) evidencia o trânsito entre fala e escrita. Conforme estudiosos como Marcuschi (“Fala e escrita: uma visão não dicotômica”), a separação rígida entre fala (informalidade, espontaneidade) e escrita (formalidade, planejamento) não reflete a realidade dos múltiplos gêneros textuais: muitos, como letras de música, misturam recursos das duas. O rap, produto de cultura oral, circula em espaços públicos e na mídia, mas também é registrado por escrito, mantendo marcas orais como “tô”, que aproximam o texto do público por meio da identificação cultural e linguística.
Ou seja, a alternativa C acerta ao afirmar que a letra do rap desmistifica a dicotomia entre fala e escrita, utilizando-se tanto do meio sonoro (a canção) quanto do discursivo gráfico (a letra como texto escrito).
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta. Letras de música popular NÃO exigem formalidade rígida: pelo contrário, a linguagem oral é proposital e adequada a esse gênero.
B) Incorreta. Associa estigma social ao uso linguístico. O rap valoriza e legitima a oralidade de comunidades marginalizadas, mas não cabe dizer que somente por isso o uso é um “estigma”. O foco da letra é expressivo, artístico e reivindicatório.
D) Incorreta. O texto da letra de rap não é formal e o uso de “tô” é típico da oralidade, não havendo inclusão desse uso na norma padrão.
Dica para provas: Ao analisar gêneros híbridos como letras de música ou textos publicitários, considere sempre o contexto e a função social do texto. Palavras coloquiais, gírias ou formas populares são adequadas se o gênero/texto busca proximidade com a fala e identidade cultural.
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