Questõesde PUC - Campinas 2015 sobre Literatura

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Foram encontradas 28 questões
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Modernismo, Escolas Literárias

Comparando-se a linguagem, o meio social retratado e os temas frequentados, poucos pontos comuns há entre Clarice Lispector e Guimarães Rosa, entre eles

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção brasileira, enquadramentos como estes:

I. romances de tensão mínima: as personagens não se destacam visceralmente da estrutura social e da paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.

II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e resiste agonicamente às pressões da natureza e da exploração social. Exemplos, os romances de Graciliano Ramos.

III. romances de tensão transfigurada: o herói procura ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente pela transmutação mítica ou metafísica da realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

                         (Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970) 

A
a tendência para situar as narrativas no espaço urbano.
B
a análise psicológica que suspende a progressão das ações.
C
a fidelidade às linhas centrais da estética modernista de 22.
D
a criação de um estilo surpreendente e inconfundível.
E
a preocupação em argumentar em favor de teses sociológicas.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Na literatura de Graciliano Ramos, a luta contra as pressões da natureza e da exploração social ocorre de modo exemplar em

I. Sagarana, em que a violência do meio e dos homens traz também consigo um voto de esperança na regeneração do espírito, tal como ocorre com os protagonistas.

II. Caetés, romance em que o autor, retomando a dicção do indianismo romântico, dispõe-se a narrar a saga de uma tribo oprimida.

III. Vidas secas, romance “em quadros”, como já foi classificado, no qual se relata o esforço de sobrevivência de Fabiano e de sua família.

Atende ao enunciado o que está APENAS em

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção brasileira, enquadramentos como estes:

I. romances de tensão mínima: as personagens não se destacam visceralmente da estrutura social e da paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.

II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e resiste agonicamente às pressões da natureza e da exploração social. Exemplos, os romances de Graciliano Ramos.

III. romances de tensão transfigurada: o herói procura ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente pela transmutação mítica ou metafísica da realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

                         (Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970) 

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo: Concretismo, Escolas Literárias

Ao lado de Jorge Amado, outros escritores incumbiram-se de retratar aspectos marcantes da historia e da cultura da região em que nasceram. Entre eles, destaca-se o nome de José Lins do Rego,

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção brasileira, enquadramentos como estes:

I. romances de tensão mínima: as personagens não se destacam visceralmente da estrutura social e da paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.

II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e resiste agonicamente às pressões da natureza e da exploração social. Exemplos, os romances de Graciliano Ramos.

III. romances de tensão transfigurada: o herói procura ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente pela transmutação mítica ou metafísica da realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

                         (Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970) 

A
cuja obra-prima, o conjunto das novelas de Corpo de baile, retrata a aliança entre jagunços e trabalhadores rurais no Centro-Oeste brasileiro.
B
cujo romance maior, Fogo morto, espelha as personalidades de três protagonistas que vivem diferentes experiências nas terras marcadas pela economia açucareira. 
C
cuja obra recupera a saga de poderosas famílias gaúchas, envolvidas em permanentes conflitos e disputas pelo poder político local.
D
cujas caraterísticas como escritor aproximam-no do experimentalismo romanesco cultivado por Oswald de Andrade, em Memórias sentimentais de João Miramar.
E
cuja obra, apesar do cenário tosco e primitivo das pequenas vilas mineiras, afirma-se como profunda análise psicológica de seus angustiados protagonistas.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo: Concretismo, Escolas Literárias

O anseio pela renovação da linguagem poética ao longo da década de 50, presente tanto na poesia de Ferreira Gullar como na dos poetas concretos, manifestou-se sobretudo como um empenho em

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      A década de 1950 foi marcada pelo anseio de modernização do país, cujos reflexos se fazem sentir também no plano da cultura. É de se notar o amadurecimento da poesia de João Cabral, poeta que se rebelou contra o que considerava nosso sentimentalismo, nosso “tradicional lirismo lusitano”, bem como o surgimento de novas tendências experimentalistas, observáveis na linguagem renovadora de Ferreira Gullar e na radicalização dos poetas do Concretismo. As linhas geométricas da arquitetura de Brasília e o apego ao construtivismo que marca a criação poética parecem, de fato, tendências próximas e interligadas.

                                                                                             (MOUTINHO, Felipe, inédito) 

A
reforçar o aspecto discursivo do verso, por meio da valorização dos nexos sintáticos.
B
espacializar as palavras, reconhecendo em cada uma a autonomia de um signo.
C
dotar os versos da musicalidade expressiva dos modernos simbolistas europeus.
D
engajar as palavras num discurso de denúncia e de combate político.
E
experimentar novas formas fixas de poema, combatendo assim a livre discursividade.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Constituem exemplo do construtivismo e do rigor da poesia de João Cabral os seguintes versos:

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      A década de 1950 foi marcada pelo anseio de modernização do país, cujos reflexos se fazem sentir também no plano da cultura. É de se notar o amadurecimento da poesia de João Cabral, poeta que se rebelou contra o que considerava nosso sentimentalismo, nosso “tradicional lirismo lusitano”, bem como o surgimento de novas tendências experimentalistas, observáveis na linguagem renovadora de Ferreira Gullar e na radicalização dos poetas do Concretismo. As linhas geométricas da arquitetura de Brasília e o apego ao construtivismo que marca a criação poética parecem, de fato, tendências próximas e interligadas.

                                                                                             (MOUTINHO, Felipe, inédito) 

A

A falta que me fazes não é tanto à hora de dormir

Quando dizias “Deus te abençoe”, e a noite abria em sonho.

É quando, ao despertar, revejo a um canto

A noite acumulada de meus dias (...)

B

Preso à minha classe e a algumas roupas,

vou de branco pela rua cinzenta.

Melancolias, mercadorias espreitam-me.

C

Catar feijão se limita com escrever:

joga-se os grãos na água do alguidar

e as palavras na da folha de papel;

e depois, joga-se fora o que boiar.

D

Quando o enterro passou

Os homens que se achavam no café

Tiraram o chapéu maquinalmente

E

O arranha-céu sobe no ar puro lavado pela chuva

e desce refletido na poça de lama do pátio.

Entre a realidade e a imagem, no chão seco que as separa,

quatro pombas passeiam.

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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

No imediato pós-guerra, precisamente no ano de 1945, um grupo de poetas − a chamada geração de 45 − acabou se caracterizando por abraçar

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      No fim de 1944 estávamos em regime de ditadura no Brasil, como todos sabem. Uma ditadura que já se ia dissolvendo, porque o ditador de então começara a acertar o passo com as chamadas Potências do Eixo; mas quando os Estados Unidos entraram na guerra e pressionaram no mesmo sentido os seus dependentes, ele não só passou para o outro lado, como teve de concordar que o país interviesse efetivamente na luta, como aliás pedia a opinião pública, às vezes em manifestações de massa que foram as primeiras a quebrar a rotina disciplinada de tranquilidade aparente nas grandes cidades.

            (CÂNDIDO, Antonio. Teresina etc. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 107-108) 

A
uma recomposição de valores estéticos clássicos e tradicionais, em reação a teses centrais do Modernismo de 22.
B
manifestos e programas de tendências várias da vanguarda europeia.
C
uma nova onda nacionalista, da qual emergiriam grupos como o dos poetas concretos e o da poesia Praxis.
D
a missão claramente ideológica de promover a conscientização política das camadas populares.
E
certo proselitismo religioso, recuperando a tradição medieval da poesia mística e dos hinos de fé.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O tema da II Guerra esteve presente na obra de alguns poetas brasileiros. Em alguns casos, a tendência política ou mesmo partidária do autor se deixava mostrar, tal como nestes versos de Carlos Drummond de Andrade:

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      No fim de 1944 estávamos em regime de ditadura no Brasil, como todos sabem. Uma ditadura que já se ia dissolvendo, porque o ditador de então começara a acertar o passo com as chamadas Potências do Eixo; mas quando os Estados Unidos entraram na guerra e pressionaram no mesmo sentido os seus dependentes, ele não só passou para o outro lado, como teve de concordar que o país interviesse efetivamente na luta, como aliás pedia a opinião pública, às vezes em manifestações de massa que foram as primeiras a quebrar a rotina disciplinada de tranquilidade aparente nas grandes cidades.

            (CÂNDIDO, Antonio. Teresina etc. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 107-108) 

A

O bonde passa cheio de pernas

pernas brancas pretas amarelas.

B

Tenho apenas duas mãos

e o sentimento do mundo.

C

Que fazer, exausto,

em país bloqueado,

enlace de noite,

raiz e minério?

D

A fuga do real,

ainda mais longe, a fuga do feérico,

mais longe de tudo, a fuga de si mesmo.

E

Ai tempo de ódio e mãos descompassadas.

Como lutar, sem armas, penetrando

com o russo em Berlim?

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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A tendência de se aprofundar o conhecimento do Brasil, numa linha nacionalista e tropical, no período referido no texto, está indiciada já em expressões que identificam obras e grupos literários, tais como

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém, alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um eldorado sul-americano?

                                              (BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137) 

A
Vamos caçar papagaios e Verde-amarelismo.
B
A frauta de Pã e Tropicália.
C
Os sertões e Pós-modernismo.
D
A cinza das horas e Futurismo.
E
Sentimento do mundo e Neoliberalismo.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A razão pela qual o escritor Mário de Andrade dedicou a Paulo Prado seu romance Macunaíma é sugerida no próprio texto, uma vez que nesse romance o autor pretende

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém, alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um eldorado sul-americano?

                                              (BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137) 

A
romper com as amarras desse gênero da ficção, apostando numa narração caótica e puramente experimental.
B
historiar a saga da família Prado, identificando-a com a história dos chamados barões do café da Pauliceia.
C
criar um protagonista cuja história espelhe e transfigure a diversidade e a busca de identidade cultural do povo brasileiro.
D
denunciar o nacionalismo das tendências artísticas que retratam o Brasil como se fosse o centro do universo.
E
lamentar o atraso de nosso país, enquanto sugere que nosso futuro está na modernização e na tecnologia.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O “espírito destruidor” que costuma atuar num movimento de vanguarda está presente e bem tipificado nesta formulação de um manifesto estético do Modernismo:

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às influências internacionais, que permitiu o florescimento das inovações estéticas. O café pesou mais do que as indústrias. Os velhos troncos paulistas, ameaçados em face da burguesia e da imigração, se juntaram aos artistas numa grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de Andrade. Segundo ele, “foi da proteção desses salões literários [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.

(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 11)

A
Das tuas águas tão verdes não havemos de nos afastar.
B
Sê como o sândalo, que perfuma o machado que o fere.
C
Ainda se rebelam na Hélade os engenheiros de nossa reconstrução.
D
Penetra surdamente no reino das palavras.
E
É preciso expulsar o espírito bragantino e as ordenações.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre o movimento a que o texto se refere é correto afirmar que, além de ter sido uma manifestação intelectual e artística,

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às influências internacionais, que permitiu o florescimento das inovações estéticas. O café pesou mais do que as indústrias. Os velhos troncos paulistas, ameaçados em face da burguesia e da imigração, se juntaram aos artistas numa grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de Andrade. Segundo ele, “foi da proteção desses salões literários [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.

(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 11)

A
foi um movimento político de contestação à ordem social vigente, na medida em que rompeu com o conservadorismo elitista dominante nas artes.
B
expressou a pujança do movimento operário e sua oposição à dominação oligárquica ao utilizar as novas maneiras de encarar as artes.
C
foi um movimento de protesto em relação às formas de expressão primitivista, que até então predominavam nas artes plásticas e na literatura.
D
reafirmou os valores artísticos do Brasil rural e patriarcal, assim como a permanência da estética naturalista e simplista da arte nacional.
E
transformou-se num marco de resistência artística à política tradicional da República Velha e ao modernismo norte-americano dominante.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Também em prosadores românticos do século XIX encontram-se exemplos de tipos da sociedade fluminense, que protagonizam situações também típicas de uma exemplar sociedade burguesa. É o que se constata, por exemplo, no romance

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas.

                                                                                           (TÁVOLA, Bernardim da, inédito) 

A
O Guarani, de José de Alencar, no qual se consagram os ideais de coragem e lealdade, com profundas raízes na aristocracia medieval.
B

Senhora, de José de Alencar, no qual se confrontam os interesses materiais e os ideais sublimes dos personagens envolvidos numa caprichosa trama.

C
Inocência, do Visconde de Taunay, cuja protagonista é a encarnação da mulher idealizada segundo os códigos sociais da época.
D
Memorial de Aires, de Machado de Assis, quando o autor, ainda jovem, aplica-se na análise dos costumes da Corte.
E
Esaú e Jacó, de Machado de Assis, no qual o memorialismo de um velho diplomata recupera figuras da antiga sociedade do Rio de Janeiro.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O Modernismo de 22 caracterizou-se, de fato, por algumas contradições, entre as quais a que o texto aponta:

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às influências internacionais, que permitiu o florescimento das inovações estéticas. O café pesou mais do que as indústrias. Os velhos troncos paulistas, ameaçados em face da burguesia e da imigração, se juntaram aos artistas numa grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de Andrade. Segundo ele, “foi da proteção desses salões literários [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.

(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 11)

A
Os mentores modernistas promoveram ideais estéticos para agradar burgueses e aristocratas.
B
Uma economia voltada para a industrialização propiciou o desenvolvimento da produção rural.
C
Membros da aristocracia paulista renunciaram a seu gosto estético em nome da arte popular.
D
Membros da recém-formada burguesia impuseram seu gosto estético aos aristocratas.
E
Um setor da economia rural estimulou um movimento cultural de raiz urbana e moderna.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Atente para os seguintes segmentos do romance Dom Casmurro:

I. “Vendeu as fazendolas e os escravos, comprou alguns que pôs ao ganho ou alugou, uma dúzia de prédios, certo número de apólices, e deixou-se estar na rua de Matacavalos (...)”

II. “Tinha o dom de se fazer aceito e necessário; davase por falta dele, como de pessoa da família. (...) Minha mãe dava-lhe de quando em quando alguns cobres.”

Esses segmentos retratam tipos sociais, aqui representados, respectivamente,

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas.

                                                                                           (TÁVOLA, Bernardim da, inédito) 

A
pela proprietária D. Glória e pelo agregado José Dias.
B
pelo seminarista Bentinho e pelo funcionário Pádua.
C
pelo conselheiro Aires e pelo advogado Tio Cosme.
D
pelo capitalista Jacobina e pelo agregado Escobar.
E
pela viúva D. Severina e pelo político Rubião.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Passagens muito representativas da tendência literária da segunda metade do século XIX, referida no texto, encontram-se em obras de Castro Alves e de Bernardo Guimarães, respectivamente

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão.

(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37) 

A
nos versos ríspidos das Cartas chilenas e no prefácio a Iracema.
B
nas sátiras contra a aristocracia baiana e nos Contos fluminenses.
C
nos versos em tom épico de Os escravos e no romance A escrava Isaura.
D
nas estrofes líricas de Espumas flutuantes e nos contos de Noite na taverna.
E
nos poemas de feição neoclássica e no romance Casa de pensão.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Arcadismo

Manifestações socioculturais do período de que trata o texto assumem grande importância para o crítico Afrânio Coutinho na medida em que

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Também no Brasil o século XVIII é momento da maior importância, fase de transição e preparação para a Independência. Demarcada, povoada, defendida, dilatada a terra, o século vai lhe dar prosperidade econômica, organização política e administrativa, ambiente para a vida cultural, terreno fecundo para a semente da liberdade. (...) A literatura produzida nos fins do século XVIII reflete, de modo geral, esse espírito, podendo-se apontar a obra de Tomás Antônio Gonzaga como a sua expressão máxima.

(COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: EDLE, 1972, 7. Ed. p. 127 e p. 138) 

A
representaram a libertação de nossa literatura dos vínculos estéticos com a tradição europeia.
B
exprimiram um sentimento nativista que iria desembocar num nacionalismo libertário.
C
deram voz a correntes superiores de pensamento, ligadas ao movimento da Contrarreforma.
D
documentaram o primeiro estágio do complexo processo de colonização do Brasil.
E
reagiram contra a derrocada do império português, que não interessava ao país naquele momento.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Arcadismo

Considera-se um aspecto importante da poesia arcádica e neoclássica de Tomás Antonio Gonzaga no seguinte segmento crítico:

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Também no Brasil o século XVIII é momento da maior importância, fase de transição e preparação para a Independência. Demarcada, povoada, defendida, dilatada a terra, o século vai lhe dar prosperidade econômica, organização política e administrativa, ambiente para a vida cultural, terreno fecundo para a semente da liberdade. (...) A literatura produzida nos fins do século XVIII reflete, de modo geral, esse espírito, podendo-se apontar a obra de Tomás Antônio Gonzaga como a sua expressão máxima.

(COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: EDLE, 1972, 7. Ed. p. 127 e p. 138) 

A
na Lira dos vinte anos, combinam-se magistralmente as tendências lírica e satírica do poeta.
B
sua arte religiosa exalta a intuição anímica, identificada como uma visão dos olhos da alma.
C
seus poemas mais característicos devem ser elencados entre os da mais alta expressão dos ideais românticos.
D
seus versos sofridos evocam o remorso do monge devorado pelos mais abjetos impulsos carnais.
E
persiste nos versos de Marília de Dirceu um ânimo sossegado, o equilíbrio iluminista de uma felicidade caseira.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Entende-se do texto que o Indianismo, no Brasil, identificou-se como um movimento romântico que

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão.

(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37) 

A
se dedicou a expressar com fidedignidade o processo de aculturação dos nativos brasileiros.
B
traduziu os aspectos típicos e essenciais da cultura indígena, exaltando-os em si mesmos.
C
se opôs aos rumos tomados pela Abolição, uma vez que se considerava prioritária a atenção aos indígenas.
D
idealizou o caráter dos indígenas, tomando-o como paradigma de moralidade a ser seguido.
E
valorizou a bravura dos nossos indígenas, para melhor sublinhar as fraquezas da cultura civilizada.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O conceito de carnavalização, aplicado às artes e aos processos culturais, indica uma operação que o dicionário define como subversão ou marginalização de padrões ou regras (sociais, morais, ideológicas) em favor de conteúdos mais ligados aos instintos e aos sentidos, ao riso, à sensualidade. O poeta Manuel Bandeira, ao publicar seu segundo livro, Carnaval (1919), fez ver que desejava

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Personagem frequente dos carros alegóricos, d. Pedro surgia, nos anos 1880, ora como Pedro Banana ou como Pedro Caju, numa alusão à sua falta de participação nos últimos anos do Império. Mas é só com a queda da monarquia que se passa a eleger um rei do Carnaval. Com efeito, o rei Momo é uma invenção recente, datada de 1933. No século XIX ele não era rei, mas um deus grego: zombeteiro, pândego e amante da galhofa. Nos anos 30 vira Rei Momo e logo depois cidadão. Novos tempos, novos termos.

(SCHWARCZ, Lilian Mortiz. As barbas do Imperador: Dom Pedro II , um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 281) 

A
moderar os excessos libidinosos que marcaram a poesia de Libertinagem.
B
se libertar do aspecto depressivo que dava o tom aos versos de A cinza das horas.
C
denunciar as festas momescas, alinhando-se com o espiritualismo de Murilo Mendes e Jorge de Lima.
D
dissolver a disciplina do verso clássico, prestigiando a voga pré-modernista do poema em prosa.
E
reagir à opressão política que caracterizou a sociedade brasileira dos anos 1910.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Quinhentismo, Escolas Literárias

Se no século XVI a presença de mitos e do imaginário fantástico se fazia notar nas artes e na literatura europeia, como em Os Lusíadas, de Camões, no Brasil isso não ocorria porque

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      (...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu quatrocentista”.

(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498- 1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197) 

A
as tendências literárias mais sistemáticas no país privilegiavam as formas clássicas.
B
predominava entre nós a inclinação para as teses do Indianismo.
C
nossas manifestações literárias consistiam em descrições informativas e textos religiosos.
D
os jesuítas opunham-se a qualquer divulgação de literatura calcada em mitos pagãos.
E
não era do interesse do colonizador permitir a difusão da alta cultura europeia entre nós.