A razão pela qual o escritor Mário de Andrade dedicou a
Paulo Prado seu romance Macunaíma é sugerida no próprio texto, uma vez que nesse romance o autor pretende
Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de
Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma),
é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém,
alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931.
O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país
que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra
tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um
eldorado sul-americano?
(BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém, alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um eldorado sul-americano?
(BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137)
Gabarito comentado
Tema central da questão: A questão aborda identidade cultural brasileira através da relação entre “Macunaíma”, de Mário de Andrade, e “Retrato do Brasil”, de Paulo Prado. O foco é entender como a literatura busca representar a diversidade e a identidade nacional.
Comentário didático: O Modernismo brasileiro, especialmente em “Macunaíma” (1928), teve como um de seus principais objetivos investigar o “ser brasileiro”. Mário de Andrade, influenciado por Paulo Prado, constrói um protagonista misto, que reúne elementos indígenas, africanos e europeus, simbolizando nossa pluralidade cultural. O romance usa mitos, lendas e linguagens vindas de várias regiões do país, numa espécie de fusão cultural que reflete a busca do Brasil por sua própria identidade.
Justificativa da alternativa correta (C): O texto de apoio sugere que, tal como Prado analisou a complexidade nacional, Mário de Andrade criou um protagonista cuja história reflete e transforma a diversidade cultural do brasileiro. “Macunaíma” não é só um personagem, mas um símbolo da tentativa de entender, representar e reinventar nossa identidade nacional—tema central do modernismo, como mostram autores como Alfredo Bosi e Antonio Candido em seus estudos clássicos.
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta. Apesar de moderno e inovador, “Macunaíma” não tem narração caótica ou apenas experimental. A obra tem estrutura bem pensada, com características do modernismo, mas não rompe totalmente com o gênero.
B) Incorreta. O romance não trata da família Prado ou dos barões do café. Isso seria um desvio temático do livro, cuja preocupação é cultural e nacional, não genealógica.
D) Incorreta. “Macunaíma” não é uma denúncia ao nacionalismo, mas sim uma reflexão sobre o que compõe e caracteriza o Brasil.
E) Incorreta. O foco do romance não é lamentar o atraso ou pregar modernização tecnológica, mas, sim, explorar nossas raiz cultural e diversidade.
Estratégia de interpretação: Atenção à palavra-chave “identidade cultural” e à citação direta de influência. Evite errar por associações superficiais com temas como tecnologia, genealogia e experimentalismo formal, muito usuais em pegadinhas.
Portanto, alternativa C é a correta: ela expressa tanto a intenção da obra quanto o diálogo com Paulo Prado.
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