Se no século XVI a presença de mitos e do imaginário
fantástico se fazia notar nas artes e na literatura europeia,
como em Os Lusíadas, de Camões, no Brasil isso não
ocorria porque
Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
(...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não
foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia
durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa,
“parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado
o seu universo fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel
análogo no imaginário do europeu quatrocentista”.
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas,
projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498-
1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
(...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu quatrocentista”.
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498- 1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197)
Gabarito comentado
TEMA CENTRAL: O tema aborda a natureza da produção literária no Brasil colonial (século XVI), comparando-a à literatura europeia da mesma época, especialmente quanto à presença do imaginário fantástico, como o encontrado em Os Lusíadas.
EXPLICAÇÃO TEÓRICA: No Brasil do século XVI, a produção literária era predominantemente informativa ou religiosa. Escrita principalmente por cronistas, administradores coloniais e jesuítas, sua finalidade era documentar as terras descobertas, relatar aspectos do cotidiano e evangelizar os povos indígenas. Não havia espaço para a exploração dos mitos ou do universo fantástico típico da literatura europeia renascentista.
Diferentemente da Europa, onde obras como Os Lusíadas de Camões mesclavam história e mitologia, a literatura produzida aqui se prendia ao pragmatismo: registro, catequese, instrução e administração.
RESOLUÇÃO E JUSTIFICATIVA: A alternativa C é correta porque indica que "nossas manifestações literárias consistiam em descrições informativas e textos religiosos". Essa característica é amplamente discutida em manuais como Literatura Brasileira: dos primeiros cronistas ao Romantismo (Massaud Moisés), reforçando que a literatura do período era descritiva, factual e religiosa — não havia ambiente para o imaginário fantástico europeu.
ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS INCORRETAS:
A) Errada: O Classicismo não foi dominante no Brasil do século XVI. Nossa produção era orientada pela necessidade de relato e evangelização.
B) Errada: O Indianismo só surge no Romantismo (séc. XIX). Não faz sentido na literatura colonial inicial.
D) Errada: Os jesuítas se preocupavam mais com catequese do que com banir mitos pagãos da literatura — a proibição literal não é documentada.
E) Errada: Não é correto afirmar que havia clara oposição à difusão da cultura europeia, e sim ausência de interesse por literatura artística e mitológica.
ESTRATÉGIA PARA QUESTÕES SEMELHANTES: Atenção aos marcos históricos e características dominantes de cada período. Não confunda épocas e movimentos! Palavras como "Indianismo" devem ser associadas ao Romantismo, jamais ao período colonial.
CONCLUSÃO: No Brasil colonial, prevaleceram textos informativos e religiosos, sem literatura fantástica como na Europa do século XVI. Saber identificar as marcas de cada fase é essencial para acertar esse tipo de questão!
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