O Modernismo de 22 caracterizou-se, de fato, por algumas
contradições, entre as quais a que o texto aponta:
Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais europeizada
da aristocracia rural de São Paulo, aberta às influências
internacionais, que permitiu o florescimento das inovações estéticas. O café pesou mais do que as indústrias. Os velhos troncos
paulistas, ameaçados em face da burguesia e da imigração,
se juntaram aos artistas numa grande “orgia intelectual”, conforme
a definição de Mário de Andrade. Segundo ele, “foi da
proteção desses salões literários [promovidos pela aristocracia
rural] que se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento
modernista.”
(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província.
São Paulo: Editora 34, 2011, p. 11)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às influências internacionais, que permitiu o florescimento das inovações estéticas. O café pesou mais do que as indústrias. Os velhos troncos paulistas, ameaçados em face da burguesia e da imigração, se juntaram aos artistas numa grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de Andrade. Segundo ele, “foi da proteção desses salões literários [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.”
(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 11)
Gabarito comentado
Tema central: A contradição no Modernismo de 22: o apoio de uma elite agrária paulista (café) ao florescimento de um movimento cultural urbano e de ruptura estética.
Explicação teórica: O Modernismo brasileiro surge na Semana de Arte Moderna (1922), marcado por propostas radicais de inovação e valorização do nacional, rejeitando padrões acadêmicos europeus. No entanto, para se viabilizar, contou com o patrocínio da aristocracia rural paulista, que mesmo sendo tradicional e ligada à economia do café, apoiou intelectuais urbanos abertos ao novo. Essa dissonância – movimento moderno, apoio rural – é a contradição cobrada pela questão.
Justificativa da alternativa correta (E):
"Um setor da economia rural estimulou um movimento cultural de raiz urbana e moderna." O texto aponta claramente que foi o patrocínio da aristocracia rural (o “café”) que permitiu o florescimento do movimento modernista, que era essencialmente urbano, inquieto e oposto ao tradicionalismo. O conceito-chave aqui é a tensão estrutural: uma classe econômica tradicional (rural) viabilizando um movimento artístico de ruptura e forte marca urbana, como analisado por Ivan Marques e por estudiosos de literatura brasileira (Luciana Stegagno Picchio, Marlyse Meyer).
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta. Os modernistas não buscavam agradar a burgueses/aristocratas; sua proposta era justamente romper com seus valores.
B) Incorreta. Industrialização favoreceu a cidade, não a produção rural.
C) Incorreta. Não houve renúncia do gosto estético da elite rural; ela apenas financiou o movimento por outros interesses.
D) Incorreta. Não foi uma imposição da burguesia, mas um apoio da aristocracia rural ao movimento inovador.
Estratégia para questões semelhantes: Atente-se a palavras de oposição (urbano/rural, moderno/tradicional), a contextos e relações de causa e efeito. Fique atento a pegadinhas que trocam os papéis dos sujeitos históricos, sugerem “conciliação” estética ou generalizam comportamentos de classe.
Resumo: O Modernismo brotou graças a interesses e recursos de uma elite rural, apesar de seu espírito essencialmente urbano e inovador. Saber identificar essas contradições históricas e sociais é essencial em provas!
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