Questõesde UNESP sobre Período Colonial: produção de riqueza e escravismo
A exploração do ouro, na região das Minas Gerais durante
o século XVIII, implicou um conjunto de transformações no
perfil geral da América portuguesa, tais como
O consumo dos alimentos nas propriedades de monocultura de cana-de-açúcar estava […] baseado no que se podia
produzir nas brechas de um grande sistema subordinado ao
mercado externo, resultando em uma grande quantidade de
farinha de mandioca, feijões de diversos tipos, batata-doce,
milho e cará comidos com pouco rigor, além de uma cultura do
doce, cristalizada na mistura das frutas com açúcar refinado e
simbolizada, popularmente, pela rapadura.
(Paula Pinto e Silva. “Sabores da colônia”. In: Luciano Figueiredo (org).
História do Brasil para ocupados, 2013.)
O texto caracteriza formas de alimentação no Brasil colonial
e revela
A produção de açúcar no Brasil colonial era parte de um conjunto de processos e relações que ultrapassavam os limites
da colônia e incluíam
Em um estudo publicado em 2005, o historiador Gustavo Acioli
Lopes vale-se, no quadro da economia colonial, da expressão
“primo pobre” para se referir ao produto derivado das lavouras mencionadas por Antônio Vieira em sua carta. No contexto
histórico em que foi escrita a carta, o “primo rico” seria
No fim da carta de que V. M.1 me fez mercê me manda V. M. diga meu parecer sobre a conveniência de haver neste estado ou dois capitães-mores ou um só governador.
Eu, Senhor, razões políticas nunca as soube, e hoje as sei muito menos; mas por obedecer direi toscamente o que me parece.
Digo que menos mal será um ladrão que dois; e que mais dificultoso serão de achar dois homens de bem que um. Sendo propostos a Catão dois cidadãos romanos para o provimento de duas praças, respondeu que ambos lhe descontentavam: um porque nada tinha, outro porque nada lhe bastava. Tais são os dois capitães-mores em que se repartiu este governo: Baltasar de Sousa não tem nada, Inácio do Rego não lhe basta nada; e eu não sei qual é maior tentação, se a 1 , se a 2 . Tudo quanto há na capitania do Pará, tirando as terras, não vale 10 mil cruzados, como é notório, e desta terra há-de tirar Inácio do Rego mais de 100 mil cruzados em três anos, segundo se lhe vão logrando bem as indústrias.
Tudo isto sai do sangue e do suor dos tristes índios, aos quais trata como tão escravos seus, que nenhum tem liberdade nem para deixar de servir a ele nem para poder servir a outrem; o que, além da injustiça que se faz aos índios, é ocasião de padecerem muitas necessidades os portugueses e de perecerem os pobres. Em uma capitania destas confessei uma pobre mulher, das que vieram das Ilhas, a qual me disse com muitas lágrimas que, dos nove filhos que tivera, lhe morreram em três meses cinco filhos, de pura fome e desamparo; e, consolando-a eu pela morte de tantos filhos, respondeu-me: “Padre, não são esses os por que eu choro, senão pelos quatro que tenho vivos sem ter com que os sustentar, e peço a Deus todos os dias que me os leve também.”
São lastimosas as misérias que passa esta pobre gente das Ilhas, porque, como não têm com que agradecer, se algum índio se reparte não lhe chega a eles, senão aos poderosos; e é este um desamparo a que V. M. por piedade deverá mandar acudir.
Tornando aos índios do Pará, dos quais, como dizia, se serve quem ali governa como se foram seus escravos, e os traz quase todos ocupados em seus interesses, principalmente no dos tabacos, obriga-me a consciência a manifestar a V. M. os grandes pecados que por ocasião deste serviço se cometem.
(Sérgio Rodrigues (org.). Cartas brasileiras, 2017. Adaptado.)
1V. M.: Vossa Majestade.
A vinda da Corte portuguesa para o Brasil, ocorrida em 1808 e
citada no texto, foi provocada, sobretudo,
Com a vinda da Corte, pela primeira vez, desde o início da colonização, configuravam-se nos trópicos portugueses preocupações próprias de uma colônia de povoamento e não apenas de exploração ou feitoria comercial, pois que no Rio teriam que viver e, para sobreviver, explorar “os enormes recursos naturais” e as potencialidades do Império nascente, tendo em vista o fomento do bem-estar da própria população local.
(Maria Odila Leite da Silva Dias.
A interiorização da metrópole e outros estudos, 2005.)
A alteração na relação entre o governo português e o Brasil,
mencionada no texto, pode ser notada, por exemplo
Com a vinda da Corte, pela primeira vez, desde o início da colonização, configuravam-se nos trópicos portugueses preocupações próprias de uma colônia de povoamento e não apenas de exploração ou feitoria comercial, pois que no Rio teriam que viver e, para sobreviver, explorar “os enormes recursos naturais” e as potencialidades do Império nascente, tendo em vista o fomento do bem-estar da própria população local.
(Maria Odila Leite da Silva Dias.
A interiorização da metrópole e outros estudos, 2005.)
O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de maio, quando se celebra a invenção
da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por
nós, e por esta causa pôs nome à terra que se encontrava
descoberta de Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu
todo o domínio que tinha sobre os homens, receando perder
também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que
se esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por
causa de um pau assim chamado de cor abrasada e vermelha com que tingem panos [...].
(Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza.
O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
O texto revela que
O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de
funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade
foram suas principais características. [...]
Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante,
os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados
impunham seus interesses à população livre.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota.
História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto
Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade foram suas principais características. [...]
Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante, os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados impunham seus interesses à população livre.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto
De acordo com o texto,
As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
Quanto à organização da vida e do trabalho no engenho
colonial, o texto
Quanto à relação do engenho colonial com as áreas externas
a ele, o texto
Os colonos que emigram, recebendo dinheiro adiantado,
tornam-se, pois, desde o começo, uma simples propriedade
de Vergueiro & Cia. E em virtude do espírito de ganância,
para não dizer mais, que anima numerosos senhores de escravos,
e também da ausência de direitos em que costumam
viver esses colonos na província de São Paulo, só lhes resta
conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples
mercadorias ou como escravos.
(Thomas Davatz. Memórias de um colono no Brasil (1850), 1941.)
O texto aponta problemas enfrentados por imigrantes europeus
que vieram ao Brasil para
Os colonos que emigram, recebendo dinheiro adiantado, tornam-se, pois, desde o começo, uma simples propriedade de Vergueiro & Cia. E em virtude do espírito de ganância, para não dizer mais, que anima numerosos senhores de escravos, e também da ausência de direitos em que costumam viver esses colonos na província de São Paulo, só lhes resta conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples mercadorias ou como escravos.
(Thomas Davatz. Memórias de um colono no Brasil (1850), 1941.)
O texto aponta problemas enfrentados por imigrantes europeus que vieram ao Brasil para
O conceito de “guerra justa” foi empregado, durante a colonização
portuguesa do Brasil, para
Leia o texto para responder à questão.
Prova da barbárie e, para alguns, da natureza não humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”.
Nesse contexto, um dos autores renascentistas que escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean de Léry, morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1550 e quase vítima dos massacres do Dia de São Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto das guerras de religião na França, compara a violência dos tupinambás com a dos católicos franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em alguns casos, devoraram seus compatriotas protestantes:
“E o que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? Sou francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração e outras partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é preciso ir à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão monstruosas”.
(Luís Felipe Alencastro. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”.
Folha de S.Paulo, 12.10.1991. Adaptado.)
Indique a alternativa, que pode ser confirmada pelos dados apresentados na tabela.

Analise o mapa.
Do arquipélago colonial ao território do estado

A partir do mapa, são feitas as seguintes afirmações:
I. Imensa colônia de um pequeno Estado europeu, o território
do Brasil colonial foi resultado da partilha de 1494
entre as duas potências ibéricas.
II. O Brasil colonial não era uma construção contínua, uma
vez que as capitanias, relativamente independentes umas
das outras, mantinham um laço direto com a metrópole.
III. A localização de quatro áreas de evangelização de indígenas
pelos jesuítas estavam distribuídas na fronteira dos territórios
portugueses e espanhóis.
IV. A característica do relevo sul-americano possibilitou o rápido avanço populacional tanto do lado Atlântico como
do Pacífico, o que evitou, na região central do continente,
vazios demográficos desde 1650.
Estão corretas as afirmações
Do arquipélago colonial ao território do estado

A partir do mapa, são feitas as seguintes afirmações:
I. Imensa colônia de um pequeno Estado europeu, o território do Brasil colonial foi resultado da partilha de 1494 entre as duas potências ibéricas.
II. O Brasil colonial não era uma construção contínua, uma vez que as capitanias, relativamente independentes umas das outras, mantinham um laço direto com a metrópole.
III. A localização de quatro áreas de evangelização de indígenas pelos jesuítas estavam distribuídas na fronteira dos territórios portugueses e espanhóis.
IV. A característica do relevo sul-americano possibilitou o rápido avanço populacional tanto do lado Atlântico como do Pacífico, o que evitou, na região central do continente, vazios demográficos desde 1650.
Estão corretas as afirmações
Entre as características da sociedade da região das Minas Gerais
no período da extração de ouro, no século XVIII, podemos citar:
Entre as formas de resistência negra à escravidão, durante o período colonial brasileiro, podemos citar,
Nas primeiras três décadas que se seguiram à passagem
da armada de Cabral, além das precárias guarnições das feitorias
[...], apenas alguns náufragos [...] e “lançados” atestavam
a soberania do rei de Portugal no litoral americano do
Atlântico Sul.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil:
uma interpretação, 2008.)
Os lançados citados no texto eram
Nas primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral, além das precárias guarnições das feitorias [...], apenas alguns náufragos [...] e “lançados” atestavam a soberania do rei de Portugal no litoral americano do Atlântico Sul.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
Os lançados citados no texto eram