A alteração na relação entre o governo português e o Brasil,
mencionada no texto, pode ser notada, por exemplo
Com a vinda da Corte, pela primeira vez, desde o início da
colonização, configuravam-se nos trópicos portugueses preocupações próprias de uma colônia de povoamento e não apenas
de exploração ou feitoria comercial, pois que no Rio teriam que
viver e, para sobreviver, explorar “os enormes recursos naturais” e as potencialidades do Império nascente, tendo em vista o
fomento do bem-estar da própria população local.
(Maria Odila Leite da Silva Dias.
A interiorização da metrópole e outros estudos, 2005.)
Com a vinda da Corte, pela primeira vez, desde o início da colonização, configuravam-se nos trópicos portugueses preocupações próprias de uma colônia de povoamento e não apenas de exploração ou feitoria comercial, pois que no Rio teriam que viver e, para sobreviver, explorar “os enormes recursos naturais” e as potencialidades do Império nascente, tendo em vista o fomento do bem-estar da própria população local.
(Maria Odila Leite da Silva Dias.
A interiorização da metrópole e outros estudos, 2005.)
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
1. Tema central: a questão trata da mudança na política portuguesa após a vinda da Corte ao Rio (1808): passagem de uma colônia de exploração para ações típicas de povoamento e administração direta — isto é, investimento em infraestrutura interna, comunicações e defesa para garantir a sobrevivência e bem‑estar da população local.
2. Resumo teórico: Com a transferência da Corte, o governo português teve que transformar o território em espaço de moradia e administração contínua. Isso gerou medidas de interiorização: abertura de estradas, maior atenção às comunicações entre capitanias (correios, vias) e fortalecimento do aparato militar/policial para assegurar ordem e defesa. (Ver: Maria Odila Leite da Silva Dias, A interiorização da metrópole, 2005; decretos de 1808 sobre organização administrativa).
3. Justificativa da alternativa D: D expressa precisamente essa mudança de foco — obras viárias, melhoria das comunicações interprovinciais e aparelhamento das forças de segurança — medidas coerentes com a necessidade de governar e proteger um território que deixara de ser apenas ponto de exploração. Essas ações permitiam administrar, integrar e defender a colônia transformada em sede da monarquia.
4. Por que as outras alternativas estão erradas:
A — fala em “redução de impostos sobre exportação” e “reforço do sistema colonial”: errado porque a presença da Corte rompeu a lógica estrita do sistema colonial; a tendência foi maior autonomia comercial (abertura dos portos em 1808) e não um reforço do antigo pacto colonial.
B — mistura ideias falsas: não houve estreitamento diplomático com os EUA como eixo, nem instalação de modelo federalista (o Brasil tornou‑se Reino Unido a Portugal) — portanto incompatível com o contexto.
C — contém um elemento correto (reurbanização do Rio), mas erra ao afirmar “redução do contingente do funcionalismo público” (na verdade ampliou‑se a administração) e exagera a prioridade no comércio com o Rio da Prata naquele momento.
E — traz itens verdadeiros parcialmente (criação de instituições financeiras como o Banco do Brasil em 1808; cabotagem evoluiu), mas fala em “restabelecimento de laços comerciais com França e Inglaterra” de forma imprecisa (a abertura favoreceu sobretudo a Inglaterra) e mistura medidas externas com internas sem captar a ênfase em povoamento/defesa indicada pelo enunciado.
Dica de prova: ao ler enunciados que falam em “povoamento” ou “viver no território”, foque em alternativas que mencionem infraestrutura, comunicações e segurança interna — são pistas do tipo de ação governamental buscada.
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