Questõessobre Sócrates e a Maiêutica
Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem
nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las
como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto
os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não
pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes.
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia.
São Paulo: Ática, 2005.
Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto
indica que a vida virtuosa está associada à
Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes.
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.
Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto
indica que a vida virtuosa está associada à
A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar
que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica
ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência
dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam
sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição
dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que
poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)
De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia
respeito
A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)
De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito
Leia, abaixo, uma passagem do diálogo de
Platão, intitulado Fédon, em que Sócrates expõe a
Símias sua teoria da verdade:
“SÓCRATES – Quando é que a alma atinge a
verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja
investigar com a ajuda do corpo qualquer questão
que seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente.
SÍMIAS – Dizes uma verdade.
SÓCRATES – Não é, pois, no ato de raciocinar, e não
de outro modo, que a alma apreende, em parte, a
realidade de um ser?
SÍMIAS – Sim”.
PLATÃO. Fédon, 65b-c. Tradução de Jorge Paleikat e João
da Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Coleção Os
Pensadores.
Com base nessa passagem do diálogo, é correto
afirmar que
A partir da charge apresentada e dos conhecimentos acerca da maiêutica, método de análise científica criado por Sócrates, pode-se
afirmar que esse método tem como objetivo principal
A partir da charge apresentada e dos conhecimentos acerca da maiêutica, método de análise científica criado por Sócrates, pode-se
afirmar que esse método tem como objetivo principal
Sobre o filósofo Sócrates, considere as afirmativas abaixo e assinale o que for INCORRETO.
“Talvez [...] a verdade nada mais seja do que uma certa purificação das paixões e seja, portanto, a temperança, a justiça, a coragem; e a própria sabedoria não seja outra coisa do que esse meio de purificação.”
PLATÃO. Fédon, 69b-c, adaptado.Nessa fala de Sócrates, a “purificação” das paixões ocorre na medida em que a alma se afasta do corpo pela “força” da sabedoria. Com base nisso, assinale a afirmação FALSA.
“Talvez [...] a verdade nada mais seja do que uma certa purificação das paixões e seja, portanto, a temperança, a justiça, a coragem; e a própria sabedoria não seja outra coisa do que esse meio de purificação.”
Nessa fala de Sócrates, a “purificação” das paixões ocorre na medida em que a alma se afasta do corpo pela “força” da sabedoria. Com base nisso, assinale a afirmação FALSA.
É comum se afirmar que Sócrates era um filósofo dado ao diálogo e que se encontrar com ele para debater era sempre
uma atividade de risco. Isso porque a forma dialogal preferida desse pensador consistia em colocar em prática a sua
Maiêutica, cuja primeira parte era a Ironia. Essa Ironia Socrática deve ser interpretada como
A respeito da célebre frase “só sei que nada sei”, atribuída ao filósofo grego Sócrates, marque com V as interpretações
adequadas e com F as inadequadas.
( ) Trata-se de uma afirmação que demonstra o descompromisso de Sócrates com o saber da época.
( ) Representa o descontentamento de Sócrates com os sofistas que afirmavam certezas sobre a origem do cosmos.
( ) Representa a atitude humilde de quem, mesmo sendo considerado um sábio, reconhece a própria ignorância, isto é,
reconhece que aquilo que sabe é muito pouco ou quase nada em relação a tudo que não sabe.
( ) Dela podemos extrair uma lição segundo a qual o ponto de partida para o conhecimento é a tomada de consciência
da própria ignorância, na medida em que aquele que sabe que não sabe, está mais perto do saber do que aquele
que julga saber tudo.
Assinale a alternativa correta.
( ) Representa o descontentamento de Sócrates com os sofistas que afirmavam certezas sobre a origem do cosmos.
( ) Representa a atitude humilde de quem, mesmo sendo considerado um sábio, reconhece a própria ignorância, isto é, reconhece que aquilo que sabe é muito pouco ou quase nada em relação a tudo que não sabe.
( ) Dela podemos extrair uma lição segundo a qual o ponto de partida para o conhecimento é a tomada de consciência da própria ignorância, na medida em que aquele que sabe que não sabe, está mais perto do saber do que aquele que julga saber tudo.
Sócrates é considerado um dos filósofos mais importantes de todos os tempos. Na Grécia Antiga, por volta do século
V, ele mudou o foco da filosofia, que se ocupava com o estudo da natureza para o conhecimento do homem. Ele
adotou para a sua prática filosófica a inscrição do portal do Oráculo de Delfos, templo dedicado ao deus Apolo:
“Conheça-te a ti mesmo e conhecerás o mundo e os deuses”. Desse modo, considerou o conhecimento de si pelo
homem uma perspectiva fundamental para o desenvolvimento do pensamento científico, pois, no seu entendimento,
o sujeito que busca conhecer a natureza precisa antes conhecer a sua própria natureza. Nesse sentido, uma das
perguntas mais importantes e também mais complexas passou a ser: Quem sou eu? A formação da nossa
identidade é um ato filosófico, porquanto a filosofia nos assegura o pensamento rigoroso e reflexivo.
Seguindo essa linha de entendimento, encontramos definições sobre o que o homem é. Para Aristóteles, por
exemplo, o ser humano é
Sócrates é considerado um dos filósofos mais importantes de todos os tempos. Na Grécia Antiga, por volta do século V, ele mudou o foco da filosofia, que se ocupava com o estudo da natureza para o conhecimento do homem. Ele adotou para a sua prática filosófica a inscrição do portal do Oráculo de Delfos, templo dedicado ao deus Apolo: “Conheça-te a ti mesmo e conhecerás o mundo e os deuses”. Desse modo, considerou o conhecimento de si pelo homem uma perspectiva fundamental para o desenvolvimento do pensamento científico, pois, no seu entendimento, o sujeito que busca conhecer a natureza precisa antes conhecer a sua própria natureza. Nesse sentido, uma das perguntas mais importantes e também mais complexas passou a ser: Quem sou eu? A formação da nossa identidade é um ato filosófico, porquanto a filosofia nos assegura o pensamento rigoroso e reflexivo.
Seguindo essa linha de entendimento, encontramos definições sobre o que o homem é. Para Aristóteles, por exemplo, o ser humano é
Sócrates, já na antiguidade, lançava mão de um
conceito familiar aos tempos modernos, algo como
uma estética funcionalista, ao associar o belo ao útil
pois, para ele, sempre que um objeto cumpria sua
função era belo. Desta forma, o filósofo refletia, em
parte, o pensamento artístico grego.
— Imagina o seguinte. Se um homem descesse de novo
para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao
regressar subitamente da luz do Sol? E se lhe fosse necessário
julgar daquelas sombras em competição com os que tinham
estado sempre prisioneiros acaso não causaria o riso, e não
diriam dele que por ter subido ao mundo superior, estragara a
vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e
matá-lo, não o matariam?
(Platão. A república, 1993. Adaptado.)
O texto, uma passagem da “Alegoria da Caverna”, pode estar
se referindo, implicitamente, ao julgamento e execução de
Sócrates na cidade de Atenas. A passagem descreve o retorno à caverna do homem que, liberto, conheceu a verdadeira
realidade. Esse homem representa, metaforicamente, o filósofo na pólis como um indivíduo
Sócrates buscou verdades absolutas, enquanto os sofistas, por sua vez, afirmaram que a verdade era construída pela linguagem, logo, para eles, todo conhecimento era relativo. “Embora em sua época tenha sido confundido com os sofistas, Sócrates travou uma polêmica profunda com estes filósofos. Ele procurava um fundamento último para as interrogações humanas (O que é o bem? O que é a virtude? O que é a justiça?)”.COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 284
Com base nas considerações e no excerto acima, diz-se que Sócrates buscava
principalmente
Com base nas considerações e no excerto acima, diz-se que Sócrates buscava principalmente
Sócrates foi julgado e condenado à morte pelo tribunal da cidade
de Atenas por volta do ano de 399 a.C. O filósofo fez a sua
defesa no tribunal ateniense, procurando refutar seus acusadores:
Cidadãos atenienses, eu vos respeito e vos amo, mas
enquanto eu respirar e estiver na posse de minhas faculdades, não deixarei de filosofar e de vos exortar ou de instruir
cada um, dizendo-lhe, como é meu costume: – Ótimo homem,
tu que és cidadão de Atenas, da cidade maior e mais famosa
pelo saber e pelo poder, não te envergonhas de fazer caso das
riquezas, para guardares quanto mais puderes e da glória e
das honrarias, e de não fazer caso da sabedoria, da verdade e
da alma?
(Platão. Apologia de Sócrates, 1969. Adaptado.)
O sentido que Sócrates dava à razão pode ser relacionado, no
aspecto político, com a implantação, em Atenas, da
Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente
ele quem interpela as pessoas na rua, os jovens no
ginásio, perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o
encarregou disso, é sua missão, e ele não a abandonará,
mesmo no momento em que for ameaçado de morte.
Ele é certamente o homem que cuida do cuidado dos
outros: esta é a posição particular do filósofo.
FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2004.
O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia
socrática, presente em sua ação dialógica:
“Com efeito, eu (tal como os outros Helenos) tenho os atenienses na conta de sábios. Ora, bem vejo que quando nos reunimos na
Assembleia, sempre que for preciso que a cidade realize algo na área da construção civil são convocados os arquitetos, para se
pronunciarem sobre o assunto. E, quando é na área da construção naval, os armadores, e assim com todas as matérias que se creem
susceptíveis de serem ensinadas e aprendidas. Mas, se alguma outra pessoa, que eles não consideram como sendo especialista,
pretender pronunciar-se nestas matérias, por mais belo, rico ou nobre que seja, não lhe aceitam qualquer opinião e ainda fazem troça e
barulho, até que aquele que tencionava falar tome a iniciativa de se calar, face ao barulho, ou até que os archeiros o arrastem e o
prendam, por ordem do magistrado presidente. É assim que eles procedem, tratando-se de matérias que consideram técnicas. Pelo
contrário, sempre que for preciso resolver algo relativo ao governo da cidade, sobre essa matéria levanta-se e dá a sua opinião,
indiferentemente, carpinteiro, ferreiro ou curtidor, mercador ou marinheiro, rico ou pobre, nobre ou plebeu, e ninguém lhes põe as
objecções dos casos anteriores: nunca aprendeu ou nunca ninguém lhe ensinou nada sobre a matéria em que tenciona dar opinião. É
óbvio que não creem que essa arte possa ser ensinada”. (PLATÃO, Protágoras, 319b-d. Disponível em:
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/protagoras/index.htm. Acesso em: 04/out/2016).
Na citação do “Protágoras” de Platão, o filosofo Sócrates descreve o funcionamento da democracia ateniense.
Neste sentido, considera-se que:
“Difícil caracterizar o estilo de Sócrates. Os próprios antigos lhe forjaram uma palavra sob medida, eirôn
(de onde vem a palavra ironia), que deixa o tradutor moderno tão perplexo quanto o etimologista antigo.
Traduzamos, para simplificar, por ‘aquele que se pretende ignorante’, que ‘diz menos do que parece
pensar’; portanto, ‘finório’, se tomarmos pelo lado pior, como Aristófanes, ou ‘reservado’, se seguirmos
Platão e Aristóteles. Mas também ‘ingênuo’, se admitirmos sem discussão o que ele diz de si mesmo, ou
‘dissimulado’, se não acreditarmos nisso” (WOLF, F. Sócrates – O sorriso da razão. São Paulo: Editora
Brasiliense, 1987).
Analise as alternativas e assinale a INCORRETA.
“Difícil caracterizar o estilo de Sócrates. Os próprios antigos lhe forjaram uma palavra sob medida, eirôn (de onde vem a palavra ironia), que deixa o tradutor moderno tão perplexo quanto o etimologista antigo. Traduzamos, para simplificar, por ‘aquele que se pretende ignorante’, que ‘diz menos do que parece pensar’; portanto, ‘finório’, se tomarmos pelo lado pior, como Aristófanes, ou ‘reservado’, se seguirmos Platão e Aristóteles. Mas também ‘ingênuo’, se admitirmos sem discussão o que ele diz de si mesmo, ou ‘dissimulado’, se não acreditarmos nisso” (WOLF, F. Sócrates – O sorriso da razão. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987).
Analise as alternativas e assinale a INCORRETA.