Questõessobre Sócrates e a Maiêutica

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UPE 2021 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Sócrates de Atenas foi e ainda é um dos nomes mais importantes da filosofia. Viveu durante o período clássico da civilização grega. Ele tinha um modo bastante peculiar para produzir sua filosofia, transitava pela cidade questionando seus concidadãos. A formulação de suas questões é fundamental para entendermos como funciona a filosofia, pois Sócrates não questionava se determinada coisa é bela ou justa, mas o que é a beleza ou o que é a justiça.

Assinale a alternativa que corresponde à importância desse modo de questionar.

A
A filosofia não está preocupada com a opinião que temos sobre as coisas, mas com a essência ou verdade delas.
B
Para a filosofia, a verdade é produzida por um embate entre diversas opiniões.
C
A essência das coisas só pode ser obtida por meio da análise de diversas opiniões sobre um mesmo assunto.
D
Existem diversas verdades sobre um mesmo assunto, e a filosofia é apenas uma delas.
E
Para que um pensamento seja considerado filosófico, é necessário que ele seja questionado pelo maior número de opiniões possíveis.
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ENEM 2020 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes.


XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.


Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto indica que a vida virtuosa está associada à

A
aceitação do sofrimento como gênese da felicidade suprema.
B
moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma.
C
contemplação da physis como fonte de conhecimento.
D
satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia.
E
persecução da verdade como forma de agir corretamente.
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UNESP 2021 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos.

(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)


De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito

A
ao entendimento de que o verdadeiro conhecimento baseava-se no exercício da retórica.
B
à desvalorização da pluralidade de opiniões e de posicionamentos político-ideológicos.
C
ao prevalecimento das técnicas discursivas nas decisões da Assembleia acerca dos rumos das cidades-Estado.
D
ao predomínio de líderes pouco sábios e com poucas virtudes na composição da Assembleia.
E
à defesa de formas tirânicas de exercício do poder desenvolvida pela retórica convincente.
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UECE 2019 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Leia, abaixo, uma passagem do diálogo de Platão, intitulado Fédon, em que Sócrates expõe a Símias sua teoria da verdade:


“SÓCRATES – Quando é que a alma atinge a verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja investigar com a ajuda do corpo qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente.

SÍMIAS – Dizes uma verdade.

SÓCRATES – Não é, pois, no ato de raciocinar, e não de outro modo, que a alma apreende, em parte, a realidade de um ser?

SÍMIAS – Sim”.


PLATÃO. Fédon, 65b-c. Tradução de Jorge Paleikat e João
da Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Coleção Os
Pensadores.


Com base nessa passagem do diálogo, é correto afirmar que

A
o que é verdadeiro para o pensamento é verdadeiro para a sensibilidade.
B
o que é verdadeiro para a sensibilidade é verdadeiro no real, no ser.
C
o que é verdadeiro para o pensamento é verdadeiro no real, no ser.
D
sensibilidade e pensamento atingem ambos a verdade do ser, do real.
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UNICENTRO 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica


A partir da charge apresentada e dos conhecimentos acerca da maiêutica, método de análise científica criado por Sócrates, pode-se afirmar que esse método tem como objetivo principal

A
possibilitar ao homem a busca do conhecimento ainda latente dentro de si mesmo.
B
promover a reflexão e a compreensão do que é irreal.
C
responder e analisar perguntas, sem apoio lógico, de maneira sucessiva até se chegar à verdade.
D
ratificar o pensamento icônico por ele formulado: penso, logo existo.
E
evidenciar o paradoxo socrático: “eu só sei que nada sei”.
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UNICENTRO 2017 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Sobre o filósofo Sócrates, considere as afirmativas abaixo e assinale o que for INCORRETO.

A
Sócrates, ao criticar o saber dogmático, não quis com isso dizer que ele próprio é detentor de um saber. Despertava as consciências adormecidas, não como um “farol” que ilumina, mas afirmava que o caminho novo deve ser construído pela discussão e pela busca das soluções.
B
Sócrates foi considerado subversivo pois desnorteou e perturbou a ordem vigente, o que incomodou aos poderosos de Atenas.
C
Embora Sócrates tenha difundido o método da maiêutica e da ironia, não foi ele autor dessa metodologia, mas sim seu discípulo, Platão.
D
A Sócrates atribui-se a máxima “só sei que nada sei”.
E
A ironia, método utilizado por Sócrates, consistia em perguntar, simulando não saber. Desse modo, o interlocutor expõe sua opinião, à qual Sócrates contrapõe argumentos que o fazem perceber a ilusão do conhecimento.
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UECE 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

“Talvez [...] a verdade nada mais seja do que uma certa purificação das paixões e seja, portanto, a temperança, a justiça, a coragem; e a própria sabedoria não seja outra coisa do que esse meio de purificação.”


                                                                                                      PLATÃO. Fédon, 69b-c, adaptado.

Nessa fala de Sócrates, a “purificação” das paixões ocorre na medida em que a alma se afasta do corpo pela “força” da sabedoria. Com base nisso, assinale a afirmação FALSA.

A
As virtudes são a eliminação das paixões através da sabedoria.
B
Temperança, justiça e coragem resultam da purificação das paixões.
C
A sabedoria é a potência da alma pela qual as virtudes se constituem.
D
A alma atinge a verdade através da virtude da sabedoria.
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UNICENTRO 2018 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

É comum se afirmar que Sócrates era um filósofo dado ao diálogo e que se encontrar com ele para debater era sempre uma atividade de risco. Isso porque a forma dialogal preferida desse pensador consistia em colocar em prática a sua Maiêutica, cuja primeira parte era a Ironia. Essa Ironia Socrática deve ser interpretada como

A
uma postura de deboche e desconsideração em relação ao saber popular da época.
B
uma etapa do método socrático segundo o qual o saber dos filósofos pitagóricos precisava ser ironizado para demonstrar sua fragilidade e inconsistência.
C
um método criado por Sófocles e adotado por Sócrates para provar a existência de seres superiores, também chamados deuses.
D
uma prática discursiva criada pelos sofistas e adotada por Sócrates para defender a importância da filosofia crítica.
E
uma etapa do método socrático que consiste em utilizar-se de perguntas com o objetivo de levar o interlocutor a reconhecer a impropriedade de seu saber e, assim, torná-lo apto a construir um novo saber a partir das ideias inatas.
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UNICENTRO 2018 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

A respeito da célebre frase “só sei que nada sei”, atribuída ao filósofo grego Sócrates, marque com V as interpretações adequadas e com F as inadequadas.

( ) Trata-se de uma afirmação que demonstra o descompromisso de Sócrates com o saber da época.
( ) Representa o descontentamento de Sócrates com os sofistas que afirmavam certezas sobre a origem do cosmos.
( ) Representa a atitude humilde de quem, mesmo sendo considerado um sábio, reconhece a própria ignorância, isto é, reconhece que aquilo que sabe é muito pouco ou quase nada em relação a tudo que não sabe.
( ) Dela podemos extrair uma lição segundo a qual o ponto de partida para o conhecimento é a tomada de consciência da própria ignorância, na medida em que aquele que sabe que não sabe, está mais perto do saber do que aquele que julga saber tudo.

Assinale a alternativa correta.

A
F, V, V e V.
B
F, F, F e V.
C
V, V, F e F.
D
F, F, V e V.
E
V, F, F e F.
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Unimontes - MG 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Sócrates é considerado um dos filósofos mais importantes de todos os tempos. Na Grécia Antiga, por volta do século V, ele mudou o foco da filosofia, que se ocupava com o estudo da natureza para o conhecimento do homem. Ele adotou para a sua prática filosófica a inscrição do portal do Oráculo de Delfos, templo dedicado ao deus Apolo: “Conheça-te a ti mesmo e conhecerás o mundo e os deuses”. Desse modo, considerou o conhecimento de si pelo homem uma perspectiva fundamental para o desenvolvimento do pensamento científico, pois, no seu entendimento, o sujeito que busca conhecer a natureza precisa antes conhecer a sua própria natureza. Nesse sentido, uma das perguntas mais importantes e também mais complexas passou a ser: Quem sou eu? A formação da nossa identidade é um ato filosófico, porquanto a filosofia nos assegura o pensamento rigoroso e reflexivo.

Seguindo essa linha de entendimento, encontramos definições sobre o que o homem é. Para Aristóteles, por exemplo, o ser humano é

A
imagem e semelhança de Deus.
B
apenas um corpo e uma alma.
C
um “animal racional” e um “animal político”.
D
um animal infinitamente racional e antissocial.
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UEM 2011 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Sócrates, já na antiguidade, lançava mão de um conceito familiar aos tempos modernos, algo como uma estética funcionalista, ao associar o belo ao útil pois, para ele, sempre que um objeto cumpria sua função era belo. Desta forma, o filósofo refletia, em parte, o pensamento artístico grego.

“A Estética, enquanto reflexão filosófica, busca compreender, num primeiro momento, o que é beleza, o que é belo. A preocupação com o belo, com a arte e com a sensibilidade” é própria da reflexão estética. Não se trata de “uma discussão de preferências, simplesmente com o fim de uniformizar os gostos. Então, ela não poderá ser normativa, determinando o que deve ser, obrigatoriamente, apreciado por todos.” (Filosofia. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006, p. 272). Ainda assim, a tentativa de uma definição do belo vem acompanhando a História da Arte há muito tempo, sendo correto afirmar que
C
Certo
E
Errado
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UEA 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

— Imagina o seguinte. Se um homem descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol? E se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros acaso não causaria o riso, e não diriam dele que por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?

(Platão. A república, 1993. Adaptado.)

O texto, uma passagem da “Alegoria da Caverna”, pode estar se referindo, implicitamente, ao julgamento e execução de Sócrates na cidade de Atenas. A passagem descreve o retorno à caverna do homem que, liberto, conheceu a verdadeira realidade. Esse homem representa, metaforicamente, o filósofo na pólis como um indivíduo

A
magnânimo, interessado na justa solução de rivalidades entre grupos políticos.
B
orgulhoso, voltado para a exposição pública de saberes elevados.
C
incômodo socialmente, orientado por conhecimentos arduamente adquiridos.
D
inativo economicamente, dedicado à contemplação religiosa da luz do Sol.
E
sábio, compenetrado na missão de preparar os futuros líderes da democracia.
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UFU-MG 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Sócrates buscou verdades absolutas, enquanto os sofistas, por sua vez, afirmaram que a verdade era construída pela linguagem, logo, para eles, todo conhecimento era relativo.
“Embora em sua época tenha sido confundido com os sofistas, Sócrates travou uma polêmica profunda com estes filósofos. Ele procurava um fundamento último para as interrogações humanas (O que é o bem? O que é a virtude? O que é a justiça?)”.
COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 284

Com base nas considerações e no excerto acima, diz-se que Sócrates buscava principalmente

A
valores relativos.
B
verdades morais.
C
domínio retórico.
D
ensinar dogmas.
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Faculdade Cultura Inglesa 2014 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Sócrates foi julgado e condenado à morte pelo tribunal da cidade de Atenas por volta do ano de 399 a.C. O filósofo fez a sua defesa no tribunal ateniense, procurando refutar seus acusadores:
Cidadãos atenienses, eu vos respeito e vos amo, mas enquanto eu respirar e estiver na posse de minhas faculdades, não deixarei de filosofar e de vos exortar ou de instruir cada um, dizendo-lhe, como é meu costume: – Ótimo homem, tu que és cidadão de Atenas, da cidade maior e mais famosa pelo saber e pelo poder, não te envergonhas de fazer caso das riquezas, para guardares quanto mais puderes e da glória e das honrarias, e de não fazer caso da sabedoria, da verdade e da alma?
(Platão. Apologia de Sócrates, 1969. Adaptado.)

O sentido que Sócrates dava à razão pode ser relacionado, no aspecto político, com a implantação, em Atenas, da

A
Oligarquia.
B
Teocracia.
C
Tirania.
D
Democracia
E
Talassocracia.
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ENEM 2019, ENEM 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente ele quem interpela as pessoas na rua, os jovens no ginásio, perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o encarregou disso, é sua missão, e ele não a abandonará, mesmo no momento em que for ameaçado de morte. Ele é certamente o homem que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição particular do filósofo.
FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia socrática, presente em sua ação dialógica:

A
Examinar a própria vida.
B
Ironizar o seu oponente.
C
Sofismar com a verdade.
D
Debater visando a aporia.
E
Desprezar a virtude alheia.
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UFGD 2016 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

“Com efeito, eu (tal como os outros Helenos) tenho os atenienses na conta de sábios. Ora, bem vejo que quando nos reunimos na Assembleia, sempre que for preciso que a cidade realize algo na área da construção civil são convocados os arquitetos, para se pronunciarem sobre o assunto. E, quando é na área da construção naval, os armadores, e assim com todas as matérias que se creem susceptíveis de serem ensinadas e aprendidas. Mas, se alguma outra pessoa, que eles não consideram como sendo especialista, pretender pronunciar-se nestas matérias, por mais belo, rico ou nobre que seja, não lhe aceitam qualquer opinião e ainda fazem troça e barulho, até que aquele que tencionava falar tome a iniciativa de se calar, face ao barulho, ou até que os archeiros o arrastem e o prendam, por ordem do magistrado presidente. É assim que eles procedem, tratando-se de matérias que consideram técnicas. Pelo contrário, sempre que for preciso resolver algo relativo ao governo da cidade, sobre essa matéria levanta-se e dá a sua opinião, indiferentemente, carpinteiro, ferreiro ou curtidor, mercador ou marinheiro, rico ou pobre, nobre ou plebeu, e ninguém lhes põe as objecções dos casos anteriores: nunca aprendeu ou nunca ninguém lhe ensinou nada sobre a matéria em que tenciona dar opinião. É óbvio que não creem que essa arte possa ser ensinada”. (PLATÃO, Protágoras, 319b-d. Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/protagoras/index.htm. Acesso em: 04/out/2016).

Na citação do “Protágoras” de Platão, o filosofo Sócrates descreve o funcionamento da democracia ateniense. Neste sentido, considera-se que:

A
Somente os cidadãos com competências técnicas susceptíveis de ser ensinadas podiam ocupar-se da política.
B
Qualquer cidadão ateniense, independentemente da sua profissão ou riqueza, podia participar do processo de tomada de decisões sobre o governo da cidade.
C
Os atenienses acreditavam que a virtude política pudesse ser ensinada, limitando-se a ouvir unicamente quem a tivesse aprendido.
D
Somente os ricos podiam ocupar-se de política excluído os pobres e os escravos dos debates sobre o governo da cidade.
E
Os atenienses acreditavam que o governo da cidade fosse responsabilidade exclusiva do monarca.
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UNICENTRO 2010 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

“Difícil caracterizar o estilo de Sócrates. Os próprios antigos lhe forjaram uma palavra sob medida, eirôn (de onde vem a palavra ironia), que deixa o tradutor moderno tão perplexo quanto o etimologista antigo. Traduzamos, para simplificar, por ‘aquele que se pretende ignorante’, que ‘diz menos do que parece pensar’; portanto, ‘finório’, se tomarmos pelo lado pior, como Aristófanes, ou ‘reservado’, se seguirmos Platão e Aristóteles. Mas também ‘ingênuo’, se admitirmos sem discussão o que ele diz de si mesmo, ou ‘dissimulado’, se não acreditarmos nisso” (WOLF, F. SócratesO sorriso da razão. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987).


Analise as alternativas e assinale a INCORRETA.

A
A ironia é escárnio e sarcasmo. Marcas de um método destrutivo, a ironia socrática é conhecida pelo nome de maiêutica: “dar à luz” novas ideias. Verdadeiramente vaidosa, essa atitude filosófica em Sócrates não pode ser separada da franca hipocrisia, como atesta, seu emblemático “só sei que nada sei”.
B
A ironia é distanciamento. Para poder filosofar, para colocar entre si e o mundo a barreira profilática do questionamento e da reflexão, é preciso reconhecer que a cada conhecimento obtido, uma nova ignorância se abre diante de nós. O conhecimento não é um estado, mas um processo, uma busca, uma procura pela verdade.
C
Ironia: verdade e fingimento, ao mesmo tempo. Nem hipócrita, nem verdadeiramente franca, diz a verdade parecendo dizer o seu contrário. Realmente Sócrates diz a verdade: ele nada sabe, pois só ele sabe que, às questões que ele põe, não há nenhum saber constituído que possa responder. A ironia é refutação, com a finalidade de romper a solidez aparente dos preconceitos.
D
Ironia é zombaria: o diálogo socrático vai justamente dissolver o saber irrefletido de seu interlocutor e reduzir a nada suas pretensões normativas. Curiosa inversão irônica: o “eu nada sei” (daquilo que acreditas que sei), mas tu sabes (o que tu não pensas que sabes)” se duplica num “tu nada sabes” (daquilo que acreditas saber).
E
Ironia é espantar-se com o que já não espanta. Os momentos fugidios, roubados pela ironia à seriedade das coisas e à aderência da existência, são momentos preciosos: são momentos de consciência.
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UNICENTRO 2010 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

De acordo com muitos interpretes, Sócrates (470-399 a.C.) é considerado o primeiro filósofo da ética. Qual das alternativas abaixo NÃO caracteriza corretamente seu pensamento.

A
Sócrates transporta a antiga especulação racional para o terreno ateniense da moralidade, tentando superar a crise dos valores de Atenas para dar novamente à sua moral um fundamento sólido porque pessoal (não-Estatal) e racional (não-religioso).
B
De física, nossa interpretação torna-se moral, de meditação solitária, torna-se diálogo. Assim, Sócrates, filósofo urbano, vai onde estão os atenienses: nos banquetes, no ginásio, sobretudo na ágora, coração da cidade e centro de encontros.
C
Com Sócrates a moral se torna uma questão de Estado. Vivendo o apogeu da cidade de Atenas, em pleno século V a.C., Sócrates faz de Atenas a “civilização do discurso político”, lugar onde todo projeto, toda decisão importante, passa pela discussão pública em comum.
D
Para a moral grega – que era outrora uma questão de crenças, que fazia parte das coisas indiscutíveis –, Sócrates busca um fundamento mais estável do que os costumes relativos e as normas efêmeras: um fundamento racional, baseado na interrogação e discussão individual.
E
Sócrates domina a arte sutil do diálogo, a dialética, jogo de espírito e de finura, feito de fintas e de esquivas, torneio de argumentadores pleno de subentendidos e de alusões. Nesse terreno, o da interrogação moral, interessa a Sócrates apenas isto: o que os homens dizem acerca do que fazem e como justificam o que querem.
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UFU-MG 2010, UFU-MG 2010, UFU-MG 2010 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Em um importante trecho da sua obra Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes termos:

Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da natureza em sua totalidade, mas buscava o universal no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a fixar a atenção nas definições.

Aristóteles. Metafísica, A6, 987b 1-3. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002.


Com base na filosofia de Sócrates e no trecho supracitado, assinale a alternativa correta.

A
O método utilizado por Sócrates consistia em um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio reconhecimento da própria ignorância −, e levá-lo a formular conceitos de validade universal (definições).
B
Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza. Para ele, a investigação filosófica é a busca pela “Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por isso, o método socrático era idêntico aos utilizados pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
C
O método socrático era empregado simplesmente para ridicularizar os homens, colocando-os diante da própria ignorância. Para Sócrates, conceitos universais são inatingíveis para o homem; por isso, para ele, as definições são sempre relativas e subjetivas, algo que ele confirmou com a máxima “o Homem é a medida de todas as coisas”.
D
Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por meio da investigação filosófica. Para ele, isso implica não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o filósofo, o fundamento da vida moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o que é o bem para o indivíduo num dado momento de sua existência.
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UEL 2017 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

Sócrates, Giordano Bruno e Galileu foram pensadores que defenderam a liberdade de pensamento frente às restrições impostas pela tradição. Na Apologia de Sócrates, a acusação contra o filósofo é assim enunciada:

Sócrates [...] é culpado de corromper os moços e não acreditar nos deuses que a cidade admite, além de aceitar divindades novas (24b-c).

Ao final do escrito de Platão, Sócrates diz aos juízes:

Mas, está na hora de nos irmos: eu, para morrer; vós, para viver. A quem tocou a melhor parte, é o que nenhum de nós pode saber, exceto a divindade. (42a).
(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001. p. 122-23; 147.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a disputa entre filosofia e tradição presente na condenação de Sócrates, assinale a alternativa correta.

A
O desprezo socrático pela vida, implícito na resignação à sua pena, é reforçado pelo reconhecimento da soberania do poder dos juízes.
B
A aceitação do veredito dos juízes que o condenaram à morte evidencia que Sócrates consentiu com os argumentos dos acusadores.
C
A acusação a Sócrates pauta-se na identificação da insuficiência dos seus argumentos, e a corrupção que provoca resulta das contradições do seu pensamento.
D
A crítica de Sócrates à tradição sustenta-se no repúdio às instituições que devem ser abandonadas em benefício da liberdade de pensamento.
E
A sentença de morte foi aceita por Sócrates porque morrer não é um mal em si e o livre pensar permite apreender essa verdade.