Sócrates, já na antiguidade, lançava mão de um
conceito familiar aos tempos modernos, algo como
uma estética funcionalista, ao associar o belo ao útil
pois, para ele, sempre que um objeto cumpria sua
função era belo. Desta forma, o filósofo refletia, em
parte, o pensamento artístico grego.
“A Estética, enquanto reflexão filosófica, busca
compreender, num primeiro momento, o que é beleza, o
que é belo. A preocupação com o belo, com a arte e com
a sensibilidade” é própria da reflexão estética. Não se
trata de “uma discussão de preferências, simplesmente
com o fim de uniformizar os gostos. Então, ela não
poderá ser normativa, determinando o que deve ser,
obrigatoriamente, apreciado por todos.” (Filosofia.
Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006, p. 272). Ainda
assim, a tentativa de uma definição do belo vem
acompanhando a História da Arte há muito tempo, sendo
correto afirmar que
Gabarito comentado
Resposta correta: C — Certo
Tema central: a relação entre o belo e a utilidade na filosofia grega, especialmente na postura atribuída a Sócrates. Esse conhecimento exige entender o sentido grego de kalon (belo/nobre/útil) e como os filósofos antigos vinculavam estética, moral e função.
Resumo teórico: na tradição grega antiga, o termo kalon integrou ideias de beleza, bondade e adequação à função. Sócrates, nos diálogos platônicos, discute beleza ligada ao bem e à ordem — frequentemente o que é próprio, correto ou eficaz tende a ser considerado belo. Assim, há uma tendência funcionalista: um objeto ou ação que cumpre sua função adequadamente é percebido como tendo valor estético ligado à sua adequação.
Justificativa da alternativa C:
- Sócrates, conforme os relatos dos diálogos (Platão) e a interpretação histórica, associa frequentemente o belo ao que é bom e próprio — o que aproxima beleza de utilidade/adequação.
- O enunciado aponta uma "estética funcionalista": atribuir beleza àquilo que cumpre sua função. Essa leitura é compatível com a sensibilidade grega antiga e com passagens socráticas que ligam ordem, finalidade e valor estético-moral.
- Fontes de apoio: o material didático citado no enunciado (Filosofia. Vários autores. SEED-PR, 2006) e estudos sobre a noção de kalon na literatura grega e nos diálogos platônicos (por ex., leituras de Platão que destacam a relação entre o belo e o bem/útil).
Dica de prova — como interpretar o enunciado:
- Procure palavras-chave: “associar”, “útil”, “belo”. Elas indicam vinculação conceitual, não uma equivalência rígida.
- Evite anacronismos: não confundir a estética moderna (autônoma e não normativa) com a visão integrada grega entre ética, função e beleza.
- Quando a alternativa apresenta uma leitura plausível da tradição antiga (mesmo que simplificada), e há apoio em fontes clássicas, escolha “Certo”.
Leitura recomendada: Platão (diálogos como República e Banquete) e introduções sobre estética grega; materiais didáticos de história da filosofia (por exemplo, compilações escolares e manuais acadêmicos sobre o conceito de kalon).
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






