É comum se afirmar que Sócrates era um filósofo dado ao diálogo e que se encontrar com ele para debater era sempre
uma atividade de risco. Isso porque a forma dialogal preferida desse pensador consistia em colocar em prática a sua
Maiêutica, cuja primeira parte era a Ironia. Essa Ironia Socrática deve ser interpretada como
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: trata-se da Ironia Socrática, primeira fase da maiêutica — técnica dialógica de Sócrates. É tema recorrente em provas de filosofia porque combina método, eticidade intelectual e crítica ao saber popular/sofista.
Resumo teórico (claro e progressivo): a Ironia socrática é a postura em que Sócrates finge ignorância (aporia) e faz perguntas estratégicas para expor contradições no discurso do interlocutor. Isso prepara o terreno para a maiêutica propriamente dita:, mediante questionamento, o sujeito toma consciência das limitações do próprio saber e passa a recolher (segundo Platão, anamnesis) ou a construir um saber mais seguro.
Por que a alternativa E está correta: ela descreve exatamente essa dinâmica: uso de perguntas para levar o interlocutor a reconhecer a impropriedade de seu saber e torná‑lo apto a reconstruir o conhecimento (conceito alinhado às descrições em Platão — Mênon, Apologia — e em Xenofonte).
Análise das alternativas incorretas:
A — confunde Ironia com mero deboche. Embora Ironia possa desconcertar, não é desprezo gratuito; é instrumento pedagógico reflexivo.
B — afirma alvo exclusivo (pitagóricos) e intenção de provar fragilidade; é específico e incorreto historicamente: a Ironia era método geral de investigação, não ataque direcionado a um grupo.
C — atribui a criação a Sófocles e propósitos teístas; inválido: Sófocles é dramaturgo, e a Ironia socrática não serve para “provar deuses”.
D — diz que sofistas criaram a prática e Sócrates a adotou. Sofistas e sofística são distintos; Sócrates criticava a retórica sofista. A Ironia é uma estratégia socrática, não herança sofística.
Dicas de prova / interpretação: procure palavras-chave: “perguntas”, “reconhecer impropriedade do saber”, “construir novo saber”, “maiêutica”. Desconfie de alternativas que confundem Ironia com zombaria, ou que atribuem origem/objetivo errado.
Fontes recomendadas: Platão (Apologia, Mênon), Xenofonte (Memoráveis).
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