Sócrates é considerado um dos filósofos mais importantes de todos os tempos. Na Grécia Antiga, por volta do século
V, ele mudou o foco da filosofia, que se ocupava com o estudo da natureza para o conhecimento do homem. Ele
adotou para a sua prática filosófica a inscrição do portal do Oráculo de Delfos, templo dedicado ao deus Apolo:
“Conheça-te a ti mesmo e conhecerás o mundo e os deuses”. Desse modo, considerou o conhecimento de si pelo
homem uma perspectiva fundamental para o desenvolvimento do pensamento científico, pois, no seu entendimento,
o sujeito que busca conhecer a natureza precisa antes conhecer a sua própria natureza. Nesse sentido, uma das
perguntas mais importantes e também mais complexas passou a ser: Quem sou eu? A formação da nossa
identidade é um ato filosófico, porquanto a filosofia nos assegura o pensamento rigoroso e reflexivo.
Seguindo essa linha de entendimento, encontramos definições sobre o que o homem é. Para Aristóteles, por
exemplo, o ser humano é
Sócrates é considerado um dos filósofos mais importantes de todos os tempos. Na Grécia Antiga, por volta do século V, ele mudou o foco da filosofia, que se ocupava com o estudo da natureza para o conhecimento do homem. Ele adotou para a sua prática filosófica a inscrição do portal do Oráculo de Delfos, templo dedicado ao deus Apolo: “Conheça-te a ti mesmo e conhecerás o mundo e os deuses”. Desse modo, considerou o conhecimento de si pelo homem uma perspectiva fundamental para o desenvolvimento do pensamento científico, pois, no seu entendimento, o sujeito que busca conhecer a natureza precisa antes conhecer a sua própria natureza. Nesse sentido, uma das perguntas mais importantes e também mais complexas passou a ser: Quem sou eu? A formação da nossa identidade é um ato filosófico, porquanto a filosofia nos assegura o pensamento rigoroso e reflexivo.
Seguindo essa linha de entendimento, encontramos definições sobre o que o homem é. Para Aristóteles, por exemplo, o ser humano é
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: a questão exige identificar a concepção aristotélica do homem — ponto-chave da antropologia na Grécia Antiga após a virada socrática, que deslocou o foco da natureza para o estudo do homem e da vida política e ética.
Resumo teórico progressivo: Sócrates valorizou o autoconhecimento; Aristóteles sistematizou a natureza humana dizendo que o homem é, simultaneamente, dotado de razão e voltado para a vida em comunidade. Nos textos aristotélicos, encontramos a expressão grega ζῷον λόγον ἔχον (zôion logon echon — "animal que possui razão") e ζῷον πολιτικόν (zôion politikon — "animal político" ou social). Veja: Aristóteles, Política, Livro I e referências em Ética a Nicômaco.
Por que a letra C está correta: ela sintetiza exatamente a formulação aristotélica: o homem é um "animal racional" (capacidade de logos — linguagem, razão, reflexão) e um "animal político" (ser naturalmente orientado à polis, à vida social e à organização coletiva). Essa dupla característica explica por que a ética e a política são centrais para Aristóteles.
Análise das alternativas incorretas:
A — imagem e semelhança de Deus. Errada porque é uma formulação teológica judaico-cristã (Gênesis), não uma definição aristotélica ou grega clássica.
B — apenas um corpo e uma alma. Rejeitada: embora a ideia de corpo e alma apareça na tradição platônica e em discussões antigas, a palavra "apenas" empobrece a posição aristotélica, que detalha funções (razão prática e teórica) e a sociabilidade humana — não basta reduzi‑lo a um dualismo simplório.
D — um animal infinitamente racional e antissocial. Incorreta: Aristóteles reconhece a racionalidade, mas não como "infinita"; e sobretudo afirma a sociabilidade do homem (é um animal político), não a antissocialidade.
Dica de interpretação para provas: ao ver "Aristóteles" ou termos como "animal" + adjetivo, lembre-se dos termos técnicos (zoon logikon / zoon politikon). Exclua alternativas com vocabulário anacrônico (teológico) ou exageros absolutos ("apenas", "infinitamente", "antissocial").
Fontes/leituras rápidas: Aristóteles — Política, Livro I; Ética a Nicômaco — para a dimensão racional/prática.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






