Questõesde INSPER 2015 sobre Português

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11c0f123-d8
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na última oração do primeiro parágrafo, a seleção vocabular caracteriza‐se por

O FUNDO DO POÇO

    O primeiro sinal veio em 2004. Foi nesse ano que a Sabesp, empresa de abastecimento de São Paulo, renovou a autorização para administrar a água na cidade. Mastinha alguma coisa errada: a estrutura dos reservatórios parecia insuficiente para dar conta de tanta demanda e seria preciso realizar obras para aumentar a capacidade de armazenamento de água. De acordo com os planos da Sabesp, a cidade de São Paulo ficaria bastante dependente do Sistema Cantareira, o que era preocupante. Se a água dos tanques do sistema acabasse, seria o caos. E foi. Em julho de 2014, o volume útil da Cantareira, que atende 8,8 milhões de pessoas na Grande SP, esgotou. Com o esvaziamento do reservatório e as previsões pessimistas de falta de chuva, São Paulo se afogou na maior crise hídrica dos últimos 80 anos.
    (...) Para diminuir o problema, em maio, a Sabesp decidiu usar o volume morto, uma reserva de 400 bilhões de litros que fica abaixo das comportas que retiram água do Sistema Cantareira. Foram feitas obras para bombear mais de 180 bilhões de litros dessa reserva. (...)

A
denotação.
B
formalismo.
C
regionalismo.
D
jargões da mídia.
E
expressividade.
af2e0a7d-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Pelo que se depreende do posicionamento assumido pelo autor no excerto, suas “convicções começam a esvair-se” porque ele

Resmungos gramaticais
Não tenho, obviamente, a intenção de aborrecer o leitor com minhas manias. Aliás, se dependesse de mim, só
escreveria crônicas divertidas em vez de resmungos, graçolas. Mas é que sofro de manias e uma delas é de chatear-
me com certas expressões, que vão se tornando comuns e que me parecem erradas. Está bem, está bem, já sei que
não existem erros no uso do idioma, pelos menos, essa é a opinião dos linguistas, e a última coisa que quero é ser
considerado por eles um sujeito ultrapassado e ranheta. Mas que posso fazer? Se o cara, referindo-se à semana em
que estamos, diz "essa" em vez de "esta", tenho vontade de lhe mostrar a língua. (...)
Como disse, não estou querendo encher a paciência dos leitores, mas já repararam como alguns comentaristas
de futebol usam certos verbos? Sabemos que o futebol tem um universo verbal próprio, bastante pitoresco, aliás,
contra o qual nada tenho a opor, muito pelo contrário. Acho até divertido quando o pessoal se refere a "essa" bola.
Nunca dizem, por exemplo, "ele podia ter chutado a bola" e, sim, ter chutado "essa" bola. O jogador nunca "perdeu a
bola" e, sim, "perdeu o domínio". São modos de falar muito pitorescos. O que me incomoda, porém, é quando dizem
"Ronaldo machucou". Machucou o que? O pé, o tornozelo? Não, querem dizer que ele "se machucou", mas
decretaram o fim do modo reflexivo do verbo machucar. (...)
Mas ao folhear um volume de Machado de Assis, deparo-me com a seguinte expressão: "A família Batista foi
aposentada em casa de Santos". Como aposentada na casa? Mas logo percebo que ele se refere aos aposentos que
constituem uma casa, ou seja, a família Batista passou a ocupar um aposento da casa de Santos e, por isso, ficou
"aposentada" ali. Descubro que a acepção atual é que é metafórica e decorrente daquela. E aí minhas convicções de
patrulheiro vernacular começam a esvair-se.

Ferreira Gullar, Folha de S. Paulo, 15.06.08

A
constata que os linguistas têm razão de tachá-lo de ultrapassado.
B
se revela incapaz de produzir crônicas divertidas, que não aborrecem o leitor.
C
se depara, em um trecho de autor clássico, com evidências da transformação da linguagem.
D
compreende que o universo da linguagem dos comentaristas de futebol é pitoresco.
E
sofre inutilmente com os descuidos de linguagem cometidos por jornalistas esportivos.
9b844ef4-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os versos a seguir, extraídos de “Linguagem do morro”, de Padeirinho e Ferreira dos Santos, tratam do modo de falar nos morros cariocas.
Outro fato muito importante
E também interessante
É a linguagem de lá
Baile lá no morro é fandango
Nome de carro é carango
Discussão é bafafá
Briga de uns e outros
Dizem que é burburim
Velório no morro é gurufim
Erro lá no morro chamam de vacilação
Grupo do cachorro em dinheiro é um cão
Papagaio é rádio, Grinfa é mulher
Nome de otário é Zé Mané.

Faixa 3. Chico Buarque de Mangueira. BMG, 1998.

A letra dessa canção demonstra que uma língua varia

A
regional e socialmente.
B
apenas historicamente.
C
apenas geograficamente.
D
só no interior da língua culta.
E
apenas nas classes populares.
97aef9a5-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

COMO ERA BOM
o tempo em que marx explicava o mundo
tudo era luta de classes
como era simples
o tempo que freud explicava
que édipo tudo explicava
tudo era clarinho limpinho explicadinho
tudo era mais asséptico
do que era quando eu nasci
hoje rodado sambado pirado
descobri que é preciso
aprender a nascer todo dia

Chacal, Belvedere [1971-2007].

Nesse poema, o contraste entre passado e presente assume uma perspectiva pessimista que revela

A
a crença absoluta nas explicações das teorias sociológicas e psicológicas do passado.
B
a constatação de que a felicidade independe das explicações filosóficas.
C
o ceticismo em teorias que tentam explicar toda a realidade social e individual.
D
o desinteresse em buscar no futuro novas possibilidades de teorias científicas.
E
a descoberta de que seu nascimento ganhou contornos de uma tragédia grega.
9a21bee0-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A estrofe a seguir, extraída da canção “Maria do Socorro”, de Edu Krieger, foi gravada por Maria Rita no disco Samba meu.

Maria do Socorro
Suas pernas torneadas
Pelas ladeiras do morro
Ela vai no baile funk
De shortinho, top e gorro
É afim do zé galinha
Mas namora o zé cachorro (...).
Disponível em: http://www.maria-rita.com/blog/index.php/audios-samba- meu/maria-do-socorro/. Acesso em 01.08.14.

O motivo que leva a personagem a ter as pernas torneadas sugere que

A
não existem meios de a população mais pobre vencer as dificuldades impostas pela ocupação desordenada do espaço urbano.
B
o único objetivo dela é melhorar a aparência, uma vez que isso é uma necessidade para seu grupo social, frequentador de bailes “funk”.
C
as roupas usadas pelas pessoas do morro as obrigam a cuidar do corpo, o que é sempre feito com acompanhamento de especialistas.
D
as ladeiras, que poderiam ser apenas uma dificuldade para os moradores do morro, acabaram se tornando um modo de exercitar-se.
E
a beleza da personagem é tão notável que existem vários homens dispostos a disputar a atenção e o amor da “Maria do Socorro”.
98e73db5-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos

Tuiteratura, neologismo criado por meio da fusão das palavras “twitter” e “literatura”, define esta nova modalidade literária que veio à tona neste mês de maio, através de uma mostra cultural realizada no Sesc Santo Amaro, em São Paulo.
Sob curadoria da agitadora cultural Giselle Zamboni e assistência do escritor Reni Adriano, contos e poesias com até 140 letras ganham vida em telas interativas, onde várias obras de autores consagrados e outros em ascensão dividem as audiências, com muita cor, som e ideias.
A Poeme-se está lá, representada pelo amigo Felipe Carriço e seus microcontos (contos com até 140 letras).

Disponível em: http://blog.poemese.com/1a-mostra-nacional-de-tuiteratura/. Acesso em 01.08.14

Inserida no contexto das tecnologias de informação e comunicação da sociedade moderna, a tuiteratura é considerada um novo gênero textual, cuja relevância está

A
na capacidade interativa na qual os internautas tornam-se autores.
B
na concisão adotada como regra devido ao limite de caracteres.
C
na presença frequente dos neologismos em poemas.
D
no emprego de palavras típicas das mídias eletrônicas.
E
na rejeição das formas literárias tradicionais.
8ecc08e6-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos

Pressupostos são ideias que, apesar de não estarem expressas no texto de forma explícita, podem ser identificadas pelo leitor a partir do emprego de certas palavras ou expressões. Na passagem “O problema é que nem no hospital o cliente estaria a salvo” a palavra em destaque estabelece o mesmo pressuposto presente em

A ciência gordurosa
Vou ao supermercado e fico pasmo com os produtos nas prateleiras. Não falo da quantidade de iogurtes, bolachas, pastas dentifrícias ou papel higiênico que me transformam no famoso burro de Buridan – o asno do paradoxo filosófico que morre de fome por não saber qual dos pedaços de feno escolher. De fato, tanta variedade paralisa qualquer um.
Falo de outro fenômeno igualmente agônico: a quantidade de produtos alimentares que parecem
diretamente saídos de um consultório médico.
Um iogurte não é um iogurte, com um determinado sabor e uma determinada textura. É quase um remédio de farmácia que promete diminuir o colesterol e controlar 50 outros indicadores orgânicos igualmente importantes para a saúde do sujeito.
E quem fala em iogurtes, fala em sucos (com seu cortejo de vitaminas), batatas fritas (com reduções
heroicas na quantidade de sal) e até chocolates (alguns deles prometem melhorar o fluxo arterial). Como se chegou a isto?
Verdade: com a "morte de Deus" e o fim de uma vida transcendente, cuidar do corpo transformou-se na única religião dos homens modernos. De tal forma que nem a gastronomia está a salvo: antes do prazer ou da mera fome, está primeiro a saúde.
Hoje, não se come mais para viver. Come-se para viver até aos cem – uma importante revolução
civilizacional.
Honestamente, nem sei por que motivo não se abrem restaurantes em hospitais, com refeições cozinhadas por médicos e servidas por enfermeiros. No final, o cliente faria análises ao sangue e só pagaria a conta se tivesse o número certo de triglicerídeos.
O problema é que nem no hospital o cliente estaria a salvo. Desde logo porque é cada vez mais difícil saber o que comer: existem estudos, publicados a um ritmo demencial, que dizem uma coisa e o seu contrário. Às vezes, na mesma semana – ou até no mesmo dia.
A carne vermelha é má, defendem uns. A carne vermelha é ótima, garantem outros. Sobre os laticínios, há opiniões para todos os gostos: são puro veneno; são simplesmente insubstituíveis. E até as gorduras, que deveriam ser um inimigo consensual, parece que não são tão inimigas assim.
A revista "Time", aliás, dedicou matéria especial ao fenômeno: durante décadas, o país declarou guerra às gorduras (...) Os americanos foram dizendo adeus ao lixo, optando por aves, leite magro ou cereais. Infelizmente, a mudança na dieta não os tornou mais saudáveis. Pelo contrário: o país está mais doente do que nunca. (...)
Explicações?
Não, a gordura não é o papão que se imaginava, explica a revista. Não entro em termos técnicos, até
porque eles são demasiado gordurosos para mim. Mas parece que a gordura do peixe e dos vegetais é boa para o coração. E até a gordura "suspeita" de um bom filé (cozinhado com manteiga, claro) tem vantagens respeitáveis na limpeza do mau colesterol.
Os verdadeiros inimigos, hoje, são os carboidratos presentes nos açúcares, nos doces, nos farináceos. Isso, claro, enquanto não surgir um novo estudo a defender precisamente o contrário – ou, pelo menos, a colocar as coisas nas suas devidas proporções.
E eu? Que fazer perante essa selva de alarmes contraditórios?

João Pereira Coutinho
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/172598-...
gordurosa.shtml. Acesso em 31.07.14

A
“É quase um remédio de farmácia”.
B
“... e até chocolates (alguns deles prometem melhorar o fluxo arterial)”.
C
“... e pagaria a conta se tivesse o número certo de triglicerídeos”.
D
“ até porque eles são demasiado gordurosos para mim”.
E
“Isso, claro, enquanto não surgir um novo estudo.”
9005ffbc-ab
INSPER 2015 - Português - Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Muito útil, o corretor ortográfico e gramatical de programas de edição de texto é uma ferramenta que sinaliza eventuais problemas de grafia e de construção. Na tela do computador, o trecho “nem sei por que motivo não se abrem restaurantes em hospitais” o verbo “abrir” aparece destacado. Essa sinalização indica

A ciência gordurosa
Vou ao supermercado e fico pasmo com os produtos nas prateleiras. Não falo da quantidade de iogurtes, bolachas, pastas dentifrícias ou papel higiênico que me transformam no famoso burro de Buridan – o asno do paradoxo filosófico que morre de fome por não saber qual dos pedaços de feno escolher. De fato, tanta variedade paralisa qualquer um.
Falo de outro fenômeno igualmente agônico: a quantidade de produtos alimentares que parecem
diretamente saídos de um consultório médico.
Um iogurte não é um iogurte, com um determinado sabor e uma determinada textura. É quase um remédio de farmácia que promete diminuir o colesterol e controlar 50 outros indicadores orgânicos igualmente importantes para a saúde do sujeito.
E quem fala em iogurtes, fala em sucos (com seu cortejo de vitaminas), batatas fritas (com reduções
heroicas na quantidade de sal) e até chocolates (alguns deles prometem melhorar o fluxo arterial). Como se chegou a isto?
Verdade: com a "morte de Deus" e o fim de uma vida transcendente, cuidar do corpo transformou-se na única religião dos homens modernos. De tal forma que nem a gastronomia está a salvo: antes do prazer ou da mera fome, está primeiro a saúde.
Hoje, não se come mais para viver. Come-se para viver até aos cem – uma importante revolução
civilizacional.
Honestamente, nem sei por que motivo não se abrem restaurantes em hospitais, com refeições cozinhadas por médicos e servidas por enfermeiros. No final, o cliente faria análises ao sangue e só pagaria a conta se tivesse o número certo de triglicerídeos.
O problema é que nem no hospital o cliente estaria a salvo. Desde logo porque é cada vez mais difícil saber o que comer: existem estudos, publicados a um ritmo demencial, que dizem uma coisa e o seu contrário. Às vezes, na mesma semana – ou até no mesmo dia.
A carne vermelha é má, defendem uns. A carne vermelha é ótima, garantem outros. Sobre os laticínios, há opiniões para todos os gostos: são puro veneno; são simplesmente insubstituíveis. E até as gorduras, que deveriam ser um inimigo consensual, parece que não são tão inimigas assim.
A revista "Time", aliás, dedicou matéria especial ao fenômeno: durante décadas, o país declarou guerra às gorduras (...) Os americanos foram dizendo adeus ao lixo, optando por aves, leite magro ou cereais. Infelizmente, a mudança na dieta não os tornou mais saudáveis. Pelo contrário: o país está mais doente do que nunca. (...)
Explicações?
Não, a gordura não é o papão que se imaginava, explica a revista. Não entro em termos técnicos, até
porque eles são demasiado gordurosos para mim. Mas parece que a gordura do peixe e dos vegetais é boa para o coração. E até a gordura "suspeita" de um bom filé (cozinhado com manteiga, claro) tem vantagens respeitáveis na limpeza do mau colesterol.
Os verdadeiros inimigos, hoje, são os carboidratos presentes nos açúcares, nos doces, nos farináceos. Isso, claro, enquanto não surgir um novo estudo a defender precisamente o contrário – ou, pelo menos, a colocar as coisas nas suas devidas proporções.
E eu? Que fazer perante essa selva de alarmes contraditórios?

João Pereira Coutinho
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/172598-...
gordurosa.shtml. Acesso em 31.07.14

A
a ocorrência de uma falha de concordância, já que o verbo deve concordar com o sujeito “motivo”.
B
a presença de um deslize na colocação pronominal, uma vez que, nesse caso, exige-se a ênclise.
C
um equívoco do corretor, que não reconheceu as regras de concordância em verbos na voz passiva.
D
um alerta sobre uma falha de regência verbal, pois o verbo “abrir” não pode ser pronominal.
E
um erro na conjugação verbal, uma vez que o verbo não poderia estar no modo subjuntivo.
8d7fb823-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Adjetivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Morfologia

No título, o termo “gordurosa” revela pistas sobre o ponto de vista defendido pelo autor. Com base nas ideias expostas ao longo do texto, é correto afirmar que esse adjetivo foi empregado no sentido de

A ciência gordurosa
Vou ao supermercado e fico pasmo com os produtos nas prateleiras. Não falo da quantidade de iogurtes, bolachas, pastas dentifrícias ou papel higiênico que me transformam no famoso burro de Buridan – o asno do paradoxo filosófico que morre de fome por não saber qual dos pedaços de feno escolher. De fato, tanta variedade paralisa qualquer um.
Falo de outro fenômeno igualmente agônico: a quantidade de produtos alimentares que parecem
diretamente saídos de um consultório médico.
Um iogurte não é um iogurte, com um determinado sabor e uma determinada textura. É quase um remédio de farmácia que promete diminuir o colesterol e controlar 50 outros indicadores orgânicos igualmente importantes para a saúde do sujeito.
E quem fala em iogurtes, fala em sucos (com seu cortejo de vitaminas), batatas fritas (com reduções
heroicas na quantidade de sal) e até chocolates (alguns deles prometem melhorar o fluxo arterial). Como se chegou a isto?
Verdade: com a "morte de Deus" e o fim de uma vida transcendente, cuidar do corpo transformou-se na única religião dos homens modernos. De tal forma que nem a gastronomia está a salvo: antes do prazer ou da mera fome, está primeiro a saúde.
Hoje, não se come mais para viver. Come-se para viver até aos cem – uma importante revolução
civilizacional.
Honestamente, nem sei por que motivo não se abrem restaurantes em hospitais, com refeições cozinhadas por médicos e servidas por enfermeiros. No final, o cliente faria análises ao sangue e só pagaria a conta se tivesse o número certo de triglicerídeos.
O problema é que nem no hospital o cliente estaria a salvo. Desde logo porque é cada vez mais difícil saber o que comer: existem estudos, publicados a um ritmo demencial, que dizem uma coisa e o seu contrário. Às vezes, na mesma semana – ou até no mesmo dia.
A carne vermelha é má, defendem uns. A carne vermelha é ótima, garantem outros. Sobre os laticínios, há opiniões para todos os gostos: são puro veneno; são simplesmente insubstituíveis. E até as gorduras, que deveriam ser um inimigo consensual, parece que não são tão inimigas assim.
A revista "Time", aliás, dedicou matéria especial ao fenômeno: durante décadas, o país declarou guerra às gorduras (...) Os americanos foram dizendo adeus ao lixo, optando por aves, leite magro ou cereais. Infelizmente, a mudança na dieta não os tornou mais saudáveis. Pelo contrário: o país está mais doente do que nunca. (...)
Explicações?
Não, a gordura não é o papão que se imaginava, explica a revista. Não entro em termos técnicos, até
porque eles são demasiado gordurosos para mim. Mas parece que a gordura do peixe e dos vegetais é boa para o coração. E até a gordura "suspeita" de um bom filé (cozinhado com manteiga, claro) tem vantagens respeitáveis na limpeza do mau colesterol.
Os verdadeiros inimigos, hoje, são os carboidratos presentes nos açúcares, nos doces, nos farináceos. Isso, claro, enquanto não surgir um novo estudo a defender precisamente o contrário – ou, pelo menos, a colocar as coisas nas suas devidas proporções.
E eu? Que fazer perante essa selva de alarmes contraditórios?

João Pereira Coutinho
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/172598-...
gordurosa.shtml. Acesso em 31.07.14

A
vacilante.
B
saudável.
C
enfadonha.
D
impositiva.
E
inócua.
84e37bcd-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos

Ao tratar da popularidade dos memes, o texto revela as características dessa nova forma de expressão midiática. Considerando seus traços marcantes, a expressão que melhor descreve o caráter viral dos memes é

Se o chamado "meme" fosse uma doença, certamente seria um vírus, dada sua capacidade de proliferação. Pode ser uma ideia, comportamento ou estilo que, num piscar de olhos, viraliza (em jargão publicitário que reforça a deia de epidemia) e passa a circular de maneira espontânea dentro de uma dada cultura, em particular a virtual.
Por excelência irônico e bem-humorado, trata-se de uma piada de vida curta mas intensa, normalmente de cunho cifrado e dependente de um contexto específico a ser compartilhado pelos internautas. Já aconteceu de essas gracinhas virtuais – que podem assumir a forma de vídeos, animações, imagens, textos, etc. – romperem os muros da web e respingarem em mídias tradicionais (TV, rádio, etc.), das quais, por sua vez, haviam tirado inspiração. (...)
O termo nasceu no livro O Gene Egoísta (1976), de Richard Dawkins, como sinônimo de informação que se propaga e multiplica de cerébro para cérebro. Assim, não se preocupe se alguma frase ou expressão repetida à exaustão na internet parecer enigmática. Você está diante de um meme.

Edgard Murano. Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/97/
piada-virtual-300995-1.asp. Acesso em 07.08.14

A
num piscar de olhos.
B
piada de vida curta.
C
cunho cifrado.
D
essas gracinhas virtuais.
E
multiplica de cérebro para cérebro.
87508db7-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nesse fragmento há várias expressões que, no contexto, remetem à beleza de Marcela e a seu poder de atração sobre o narrador. Entre essas expressões, NÃO se pode citar

No fragmento a seguir, extraído do capítulo XIV das Memórias póstumas de Brás Cubas, o narrador
conta como ele conheceu Marcela, que viria a ser o primeiro amor de sua vida.

Via-a, pela primeira vez, no Rossio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da
independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dous rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Via-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. – Segue-me, disse ela ao pajem. E eu seguia-a, tão pajem como o outro,
como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela", lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto. (...)

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

A
arrebatamentos da juventude.
B
airosa e vistosa.
C
corpo esbelto.
D
alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras.
E
tão pajem como o outro.
7c3c2128-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética.

No terceiro parágrafo do texto, o modo como as reflexões são feitas pelo articulista – usando interrogações, exclamações e diversas marcas de oralidade – indica que, em relação às funções da linguagem, o texto

Geopolítica do coração

Existem duas Copas paralelas: aquela em que o Brasil joga – e você sofre, grita, esperneia – e aquela em que as outras seleções jogam – e você pode se dar ao luxo de assistir tranquilamente do seu sofá, encantado com as belezas e surpresas do esporte bretão. O único problema dessa segunda modalidade de fruição desportiva é que nem sempre é fácil escolher o time para o qual torcer.
Tendo sido criado por um torcedor fiel do Linense, com moderadas convicções de esquerda, cresci
acreditando que uma das graças do futebol é ver o mais fraco vencer. Chile e Espanha, portanto, foi bico: colonizados contra colonizadores, atuais campeões do mundo contra um time que jamais ganhou uma Copa. Até fui a um restaurante chileno, gritei "Chi-chi-chi-le-le-le" e fiquei com os olhos marejados na hora do hino.
Diante de Holanda e Austrália, porém, minha opção preferencial pelos pobres subiu no telhado. Como não querer ver a máquina que havia metido cinco na Espanha funcionando perfeitamente, de novo? Entre Robben e a retranca, ficaria com a retranca? Tive que me submeter a um rápido tour de force para aceitar meus pendores alaranjados: a Holanda é um país liberal, pensei, os caras esconderam a Anne Frank dos nazistas durante anos, que coisa linda é “A Noite Estrelada", do Van Gogh. Ótimo:
mas aos 21 minutos do primeiro tempo, quando Cahill pegou na veia e mandou pro fundo da rede, abandonei imediatamente a laranja mecânica e abracei a esquadra amarela. Que Holanda, que nada! Eles liberam o consumo de maconha, mas não o plantio, incentivando o tráfico em outros países! Entregaram a Anne Frank pros nazistas! O Van Gogh morreu sem orelha e na miséria! Go, Aussies! (...)

Antonio Prata. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/... geopolitica-do-coracao.shtml. Acesso em 25.06.14.
A
recorre apenas à função fática, para que o leitor acompanhe o paradoxal raciocínio do autor do texto.
B
faz perguntas retóricas, sobretudo para mostrar que o receptor da mensagem está sendo desconsiderado.
C
valoriza a função referencial, uma vez que narra como foi o primeiro gol da Austrália contra a Holanda.
D
utiliza a metalinguagem, na medida em que mostra a preocupação de explicar que Van Gogh é um pintor holandês.
E
mistura as funções emotiva e conativa, chegando a se referir aos australianos como receptores da mensagem.
7b05dc1b-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As justificativas que levam o articulista a torcer por uma ou outra seleção

Geopolítica do coração

Existem duas Copas paralelas: aquela em que o Brasil joga – e você sofre, grita, esperneia – e aquela em que as outras seleções jogam – e você pode se dar ao luxo de assistir tranquilamente do seu sofá, encantado com as belezas e surpresas do esporte bretão. O único problema dessa segunda modalidade de fruição desportiva é que nem sempre é fácil escolher o time para o qual torcer.
Tendo sido criado por um torcedor fiel do Linense, com moderadas convicções de esquerda, cresci
acreditando que uma das graças do futebol é ver o mais fraco vencer. Chile e Espanha, portanto, foi bico: colonizados contra colonizadores, atuais campeões do mundo contra um time que jamais ganhou uma Copa. Até fui a um restaurante chileno, gritei "Chi-chi-chi-le-le-le" e fiquei com os olhos marejados na hora do hino.
Diante de Holanda e Austrália, porém, minha opção preferencial pelos pobres subiu no telhado. Como não querer ver a máquina que havia metido cinco na Espanha funcionando perfeitamente, de novo? Entre Robben e a retranca, ficaria com a retranca? Tive que me submeter a um rápido tour de force para aceitar meus pendores alaranjados: a Holanda é um país liberal, pensei, os caras esconderam a Anne Frank dos nazistas durante anos, que coisa linda é “A Noite Estrelada", do Van Gogh. Ótimo:
mas aos 21 minutos do primeiro tempo, quando Cahill pegou na veia e mandou pro fundo da rede, abandonei imediatamente a laranja mecânica e abracei a esquadra amarela. Que Holanda, que nada! Eles liberam o consumo de maconha, mas não o plantio, incentivando o tráfico em outros países! Entregaram a Anne Frank pros nazistas! O Van Gogh morreu sem orelha e na miséria! Go, Aussies! (...)

Antonio Prata. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/... geopolitica-do-coracao.shtml. Acesso em 25.06.14.
A
levam em consideração critérios objetivos, como “ver o mais fraco vencer”, o que é esperado num texto de natureza jornalística.
B
não são sempre as mesmas, pois ele mostra, numa crônica marcada pela subjetividade, que sua postura diante do futebol é emocional.
C
podem alterar-se ao longo de um jogo, dependendo apenas das informações que se conhecem sobre cada país e cada seleção.
D
mostram que existem argumentos para torcer por qualquer equipe, o que é compatível com a natureza dissertativa dos editoriais.
E
não devem ser levadas a sério, pois um artigo de humor não precisa se preocupar com a coerência da mesma forma que uma notícia.
76156804-ab
INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos

Nesse fragmento, revelam-se etapas do método científico de investigação. Para convencer o leitor de que, de fato, esse texto está no universo do discurso científico, são usadas várias estratégias argumentativas, entre as quais se pode citar

As criadoras do passômetro

As formigas Cataglyphis sempre sabem onde estão. Quando saem para se alimentar, caminham em zigue-
zague, distanciando-se do formigueiro. Ao encontrarem alimento, dão meia-volta, se orientam na direção da entrada
do formigueiro e voltam ao seu buraco em linha reta. Isso significa que elas sabiam exatamente onde estavam. Nós
também somos capazes dessa proeza, mas só se estivermos aparelhados com mapa e bússola. Sem eles, a única
maneira de voltarmos ao local de onde partimos é percorrendo o mesmo caminho, fazendo o mesmo zigue-zague da
ida. Ainda assim, é preciso que nos lembremos do caminho ou que tenhamos deixado marcas de orientação.
Visto que as formigas só saem à noite e numa paisagem onde não há informações visuais, de que forma elas
se orientam era um mistério. Há alguns anos se descobriu que as formigas são capazes de determinar a direção em
que caminham recorrendo à imagem das estrelas, informação, porém, insuficiente, pois elas precisam saber a
distância que percorreram em cada direção. Conhecendo cada direção do zigue-zague e quantos metros caminharam
em cada uma dessas direções, elas poderiam calcular sua localização exata. Se fosse esse o caso, então as formigas
deveriam ter um meio de medir distâncias, uma espécie de hodômetro interno, semelhante aos que existem nos
carros. Sugerido inicialmente em 1904, esse hodômetro agora foi descoberto.
Os cientistas suspeitaram que as formigas determinam a distância que percorrem contando passos. Para
testar essa hipótese, fizeram um experimento simples e engenhoso. Imaginaram que se alterassem o comprimento
dos passos das formigas seriam capazes de induzi-las a errar a conta da distância.
As formigas iam sendo capturadas pelos cientistas assim que elas encontravam o alimento e iniciavam a
volta ao formigueiro. Num primeiro grupo, o comprimento das patas das formigas foi aumentado colando-se nelas
uma espécie de perna de pau feita de pelo de porco. Com passos mais longos, as formigas desse grupo erravam a
conta e ultrapassavam o buraco do formigueiro. Em outro grupo de formigas, os cientistas diminuíram o
comprimento das patas através de uma amputação parcial. Por causa dos passos curtos, essas formigas paravam
antes de chegar ao formigueiro.
E, por último, os cientistas colocaram a “perna de pau” em formigas que acabavam de sair do formigueiro.
Nesse caso, como elas contavam os passos maiores tanto na ida quanto na volta, o efeito da perna de pau se anulava
e elas eram capazes de voltar com precisão ao formigueiro.
A conclusão foi que o mecanismo de orientação das formigas é capaz de contar passos e integrar esse dado
ao da direção em que elas caminharam. Nada mau para o cérebro relativamente simples de uma formiga.
(REINACH, F. A longa marcha dos grilos canibais e outras crônicas sobre a vida no planeta Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.)
A
o emprego do nome científico da formiga em questão.
B
a valorização de termos coloquiais, como “zigue-zague”.
C
o uso sistemático da primeira pessoa do discurso.
D
a explicação detalhada sobre como funciona um hodômetro.
E
o uso de termos que suscitam certeza absoluta, como “suspeitaram”.
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INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No relato da preparação das atletas olímpicas, o texto recorre a palavras e ideias que enfatizam a sincronia da dupla como elemento fundamental para seu desempenho. Que trecho confirma essa ideia?

Quando o vento sopra as velas e as ondas lambem o casco, Martine Grael e Kahena Kunze encontram o equilíbrio. Martine é popa, dá a direção. Kahena é proa, faz o barco andar. Uma sem a outra não chegam a lugar nenhum. Juntas, orientadas pelos ótimos resultados em regatas internacionais, as parceiras traçam rotas rumo à vaga olímpica. Até lá, se depender da crescente concorrência, a previsão do tempo não anuncia dias de calmaria. (...)
Engana-se quem pensa que elas apenas pilotam, delegando os afazeres mecânicos a outras pessoas. As meninas circulam por aí com suas ferramentas e ficam encantadas diante de vitrines que exibam um alicate ou uma chave allen, enquanto muitas amigas (e esta repórter) mal sabem a diferença entre prego e parafuso. Isso porque, quando o vento não colabora com os treinos, a dupla passa horas arrumando cabos e velas e miudezas fundamentais para o desempenho na água. (...)
Não há dúvida de que bons ventos sopram na direção de Martine e Kahena. Tomara que elas não
precisem desviar de um sofá, como já aconteceu, para navegar rumo à medalha de ouro
.

Disponível em: http://www.istoe2016.com.br/posts/mar-de-rosas. Acesso em 15.07.14.

A
“Martine é popa, dá a direção. Kahena é proa, faz o barco andar.”
B
“...em regatas internacionais, as parceiras traçam rotas rumo à vaga olímpica.”
C
“As meninas circulam por aí com suas ferramentas...”
D
“Não há dúvida de que bons ventos sopram na direção de Martine e Kahena.”
E
“...para navegar rumo à medalha de ouro.”
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INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

A passagem “... unidos pelo sinal analógico e o bombril na antena” contém uma expressão

Por que seu vizinho grita GOL antes de você?

Em tempos de Copa do Mundo, poucas coisas são tão irritantes como ver o atacante armando uma jogada fulminante na sua televisão enquanto o chato do vizinho já está se esgoelando com o gol.
O problema acontece em razão das diferentes formas de transmissão disponíveis hoje – antigamente todos torciam unidos pelo sinal analógico e o bombril na antena que supostamente o turbinava. As transmissões digitais, mais lentas, acabaram com a sincronia da gritaria.
Os atrasos acontecem porque o sinal digital passa por um processo de codificação, compressão e decodificação, fazendo com que leve mais tempo para chegar às casas.
No analógico, as imagens e o áudio dos jogos são entregues quase diretamente ao telespectador.
Entre os meios digitais, também há diferenças. Imagens em HD, por exemplo, são mais "pesadas", por
isso demoram mais para chegar.
Em 2012, um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas para Matemática e Ciências da Computação da Holanda afirmou que pode haver até cinco segundos de atraso entre os diferentes tipos de transmissão (...)
Em testes realizados pela Folha durante o jogo do Brasil desta segunda-feira (23), a transmissão pela
internet da Rede Globo estava cerca de 25 segundos atrasada em relação à TV a cabo.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/172660-po...
seu-vizinho-grita-gol-antes-de-voce.shtml. Acesso em 10.07.14

A
metafórica, por apresentar uma comparação implícita entre as formas de transmissão.
B
metonímica, por substituir um termo por outro numa relação de contiguidade.
C
hiperbólica, por exprimir evidente exagero na associação dos termos empregados.
D
paradoxal, por apresentar a conciliação de elementos aparentemente opostos.
E
pleonástica, por intensificar o significado de elementos que são equivalentes.
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INSPER 2015 - Português - Pontuação, Uso da Vírgula

Se as vírgulas fossem eliminadas no trecho “as transmissões digitais, mais lentas, acabaram com a sincronia da gritaria”, isso

Por que seu vizinho grita GOL antes de você?

Em tempos de Copa do Mundo, poucas coisas são tão irritantes como ver o atacante armando uma jogada fulminante na sua televisão enquanto o chato do vizinho já está se esgoelando com o gol.
O problema acontece em razão das diferentes formas de transmissão disponíveis hoje – antigamente todos torciam unidos pelo sinal analógico e o bombril na antena que supostamente o turbinava. As transmissões digitais, mais lentas, acabaram com a sincronia da gritaria.
Os atrasos acontecem porque o sinal digital passa por um processo de codificação, compressão e decodificação, fazendo com que leve mais tempo para chegar às casas.
No analógico, as imagens e o áudio dos jogos são entregues quase diretamente ao telespectador.
Entre os meios digitais, também há diferenças. Imagens em HD, por exemplo, são mais "pesadas", por
isso demoram mais para chegar.
Em 2012, um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas para Matemática e Ciências da Computação da Holanda afirmou que pode haver até cinco segundos de atraso entre os diferentes tipos de transmissão (...)
Em testes realizados pela Folha durante o jogo do Brasil desta segunda-feira (23), a transmissão pela
internet da Rede Globo estava cerca de 25 segundos atrasada em relação à TV a cabo.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/172660-po...
seu-vizinho-grita-gol-antes-de-voce.shtml. Acesso em 10.07.14

A
demonstraria que essa marca textual está relacionada a fatores de ordem estilística.
B
alteraria somente o ritmo da leitura, de maneira a torná-la mais ágil.
C
passaria a expressar a ideia de que a lentidão é característica inexorável das transmissões digitais.
D
revelaria o uso facultativo desse sinal de pontuação em textos de caráter informativo.
E
permitiria concluir que existem transmissões digitais mais lentas que outras.
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INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O público-alvo dessa reportagem e seu objetivo específico são, respectivamente,

Megabit x Megabyte: qual a real velocidade da minha conexão?

Não é raro encontrar pessoas com dúvidas sobre os planos de banda larga fixa. Em geral, as reclamações e
questões surgem por conta das baixas velocidades fornecidas. De fato, existe grande incoerência sobre as taxas de
download, pois, mesmo contratando um plano de 15 mega, a velocidade máxima parece ser até 10 vezes inferior ao
contratado.
Do ponto de vista do cliente, a lógica é bem simples. Estou pagando por uma conexão de 10 mega, portanto
meu plano permitirá downloads em uma taxa de 10 mega. Na prática, a história é um pouco diferente, pois mesmo
com uma internet como essa, você vai ver os arquivos baixando a 1 MB/s — ou, às vezes, até bem menos do que isso.
(...)

Um probleminha com unidades de medida

Existem diferentes formas de representar o tamanho de um arquivo. Uma música MP3, por exemplo, pode ter
5 megabytes, 5.120 kilobytes ou 5.242.880 bytes. Esses números representam a mesma coisa, sendo que o único
ponto que realmente se altera é a forma de expressar a grandeza. O “kilo” representa 1.024 bytes, e o “mega”
representa 1.024 kilobytes.
A ideia desses prefixos é facilitar a representação dos tamanhos, afinal ninguém fala que uma MP3 tem 5
milhões de bytes. Entretanto, no caso das conexões de internet, esses “megas” parecem dificultar a compreensão das
grandezas. (...)
Por uma questão de marketing, as operadoras usam os bits, e não bytes, em suas propagandas (...). E qual a
diferença entre um byte e um bit? Bom, o bit é a menor unidade de informação. Um bit pode assumir os valores 0 e 1,
algarismos usados como base para o sistema binário. Quando colocamos 8 bits juntos, obtemos 1 byte. (...)

A operadora é obrigada a oferecer o mínimo

Descobrir tudo isso é muito importante, pois você não fica iludido com a esperança de baixar nada com
velocidades absurdamente altas. Contudo, devemos salientar que existe outro detalhe a ser observado nessa história.
Durante todo o tempo, falamos apenas das velocidades máximas que sua conexão pode atingir. Entretanto,
sua operadora é obrigada a garantir apenas 20% do contratado. (...)

Disponível em: http://www.tecmundo.com.br/banda-larga/32749-megabit-x-megabyte-qual-a-real-velocidade-da-minha-conexao-.htm. Acesso em 21.07.14.

A
profissionais de tecnologia e comentar como funciona a internet em celulares.
B
clientes de telefonia móvel e mostrar como as operadoras enganam os clientes.
C
usuários de internet discada e criticar a baixa qualidade das conexões.
D
interessados em tecnologia e analisar o mercado de telefonia fixa no Brasil.
E
usuários de banda larga fixa e explicar a velocidade real das conexões.
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INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As ressalvas que são feitas, no segundo parágrafo do texto, em relação à “capacidade de armazenamento de informações do bloco de vidro”, servem para mostrar que

Brasileiros desenvolvem material com enorme
capacidade de armazenamento de dados


Um novo material para armazenamento de informações digitais que promete substituir os já quase
antiquados DVDs e CDs (discos de gravação) está sendo desenvolvido no Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, por pesquisadores do Grupo de Materiais Fotônicos. Trata-se de um bloco de vidro composto por altas concentrações de óxido de tungstênio que realiza gravações em três dimensões, ao contrário dos discos, que trabalham apenas
com duas.
Segundo os químicos Marcelo Nalin, pós-doutorando do Instituto de Física da Universidade de Campinas (Unicamp), e Gaël Poirier, pós-doutorando do Instituto de Química da Unesp, é difícil precisar a capacidade de armazenamento de informações do bloco de vidro, que depende da qualidade do equipamento utilizado na gravação e da modulação das propriedades ópticas do vidro Porém, estima-se que o limite de armazenamento seja de 1,6 terabyte por cm³ (cerca de 1.600 gigabytes). Os DVDs mais avançados encontrados no mercado hoje conseguem guardar dados de 20
gigabytes, enquanto os CDs, apenas 700 megabytes. (...)


Disponível em: http://bibliotech7.blogspot.com.br/2005/10/memria-em-cubos.html. Acesso em 23.07.14.




A
a nova tecnologia é, no mínimo, 160 vezes mais eficiente do que as já existentes.
B
o limite de armazenamento dos blocos de vidro por enquanto foi apenas estimado.
C
os blocos de vidro são mais eficientes que os CDs e menos do que os DVDs.
D
o que mais influencia essa capacidade é a modulação das propriedades do vidro.
E
físicos e químicos discordam sobre o quanto essa tecnologia pode ser eficiente.
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INSPER 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Uma família que vive numa zona em que há riscos de deslizamento de terra, ao ler esse boletim no momento em que ele foi publicado, pode concluir que

Tempo estável e ar seco na Cidade
01.08.14 16:19 – Sexta-feira

A sexta-feira (01) segue ensolarada na Capital paulista. A massa de ar seco inibe a formação de nuvens e colabora para a queda dos índices de umidade do ar. De acordo com as estações meteorológicas automáticas do CGE os termômetros marcam 27°C no Tucuruvi, na Zona Norte, e 25°C em São Mateus, na Leste. A umidade relativa do ar nesses locais é de 35% e 42%, respectivamente. Hoje, a média das máximas na Cidade chegou a 26,6°C, e o menor índice de umidade atingiu 34%.
Os aeroportos de Campo de Marte, na Zona Norte e Cumbica, no município de Guarulhos, reportam
26°C e umidade relativa do ar de 32%. Em Congonhas, na Zona Sul, 26°C e umidade de 30%.
O tempo permanece seco e estável nas próximas horas. A partir do início da noite, a temperatura entra em declínio e a umidade relativa do ar sobe gradualmente. Não há previsão de chuva. (...
)

Disponível em: http://www.cgesp.org/v3/noticias.jsp?id=16642. Acesso em 01.08.14.
A
é impossível que chova nas horas seguintes à divulgação da informação.
B
a baixa umidade do ar é uma garantia de que não haverá deslizamentos.
C
o dia ensolarado e a temperatura alta asseguram que não choverá.
D
o risco de haver deslizamentos de terra nas próximas horas é pequeno.
E
não é possível prever nada sobre deslizamentos apenas por essas informações.