Questõesde UNESP sobre Filosofia
Texto 1
O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em
potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte
de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os
conceitos não são necessariamente formas, achados ou
produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina
que consiste em criar conceitos.
(Gilles Deleuze e Félix Guattari. O que é a filosofia?, 2007.)
Texto 2
A língua é um “como” se pensa, enquanto que a cultura é
“o quê” a sociedade faz e pensa. A língua, como meio, molda
o pensamento na medida em que pode variar livremente. A
língua é o molde dos pensamentos.
(Rodrigo Tadeu Gonçalves.
Perpétua prisão órfica ou Ênio tinha três corações, 2008. Adaptado.)
Os textos levantam questões que permitem identificar uma
característica importante da reflexão filosófica, qual seja, que
Texto 1
Nos últimos tempos, reservou-se (e, com isso, popularizou-se) o termo fake news para designar os relatos pretensamente factuais que inventam ou alteram os fatos que narram
e que são disseminados, em larga escala, nas mídias sociais,
por pessoas interessadas nos efeitos que eles poderiam
produzir.
(Wilson S. Gomes e Tatiana Dourado. “Fake news, um fenômeno de
comunicação política entre jornalismo, política e democracia”.
Estudos em Jornalismo e Mídia, no
2, vol. 16, 2019.)
Texto 2
As vacinas foram os principais alvos de fake news entre
todas as publicações monitoradas pelo Ministério da Saúde
em 2018. Cerca de 90% dos focos de mentiras identificados
pelo órgão tinham como alvo a vacinação. Reconhecido internacionalmente, o programa de imunização brasileiro viu
doenças como sarampo e poliomielite voltarem a ameaçar
o país em 2018 após os índices de cobertura vacinal caírem
em 2017.
(Fabiana Cambricoli. “Ministério da Saúde identifica 185 focos de fake news
e reforça campanhas”. https://saude.estadao.com.br, 20.09.2018. Adaptado.)
Os textos tratam de uma prática que é contrária ao princípio
da fundamentação racional sustentado por Descartes, que
propôs a
Texto 1
Provavelmente o marco mais importante que lançou a semente científica da sensciência, nível mais simples de consciência animal, foi a obra A expressão da emoção no homem
e nos animais, de Charles Darwin, que demonstra que os
animais apresentam as mesmas expressões que os homens.
O maior paradoxo é que, embora a ciência utilize os animais
como modelo biológico na medicina desde a década de 1950,
há negligência no que concerne à avaliação e ao tratamento
da dor em animais, em especial os de laboratório.
(Caroline Marques Maia. “Quanta dor os animais sentem?”.
www.comciencia.br, 27.03.2020. Adaptado.)
Texto 2
A capacidade de sentir prazer, dor e medo não é exclusiva dos seres humanos. Ela é, na verdade, vital para a sobrevivência de seres de várias espécies. […] A biologia evolutiva
e as ciências do comportamento e do cérebro têm demonstrado que o sistema nervoso dos humanos tem semelhanças
impressionantes com o de alguns animais, especialmente de
outros mamíferos.
(www.bbc.com, 04.03.2019.)
Os textos levantam questões que dizem respeito
Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que
não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem
corpos alguns; me persuadi também, portanto, de que eu não
existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu
me persuadi ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum,
não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que
emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há
pois dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais
que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada
seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que,
após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente
verdadeira, todas as vezes que a enuncio […].
(René Descartes. Meditações, 1973.)
Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de
Descartes que o levou ao cogito (“penso, logo sou”) foi
Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns; me persuadi também, portanto, de que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente verdadeira, todas as vezes que a enuncio […].
(René Descartes. Meditações, 1973.)
Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de Descartes que o levou ao cogito (“penso, logo sou”) foi
É relativamente consensual que uma era biotecnológica se aproxima. Em um futuro cenário de desenvolvimento
biotecnológico, que será instaurado com o progresso tecnológico no século XXI, alterar-se-á um dos mais tradicionais
dilemas da moralidade. Em vez de enfrentarmos a questão
de que atitudes e deveres morais temos para com os seres
compreendidos atualmente como animais não humanos (por
exemplo, gato, cachorro, cavalo etc.), a questão será que
obrigações teremos com outro tipo de não humano, isto é, os
chamados pós-humanos. A pós-humanidade seria alcançada
por meio da aplicação de técnicas de manipulação, instrumentalização e artificialização da vida, do patrimônio biológico do humano. O humano, por iniciativa própria e com vistas
ao melhoramento da sua natureza, deixaria de ser humano.
(Murilo Mariano Vilaça e Maria Clara Marques Dias. “Transumanismo e o
futuro (pós-)humano”. Physis – Revista de Saúde Coletiva, 2014.
Adaptado.)
Ao tratar de aspectos da bioética, o texto propõe uma reflexão sobre
É relativamente consensual que uma era biotecnológica se aproxima. Em um futuro cenário de desenvolvimento biotecnológico, que será instaurado com o progresso tecnológico no século XXI, alterar-se-á um dos mais tradicionais dilemas da moralidade. Em vez de enfrentarmos a questão de que atitudes e deveres morais temos para com os seres compreendidos atualmente como animais não humanos (por exemplo, gato, cachorro, cavalo etc.), a questão será que obrigações teremos com outro tipo de não humano, isto é, os chamados pós-humanos. A pós-humanidade seria alcançada por meio da aplicação de técnicas de manipulação, instrumentalização e artificialização da vida, do patrimônio biológico do humano. O humano, por iniciativa própria e com vistas ao melhoramento da sua natureza, deixaria de ser humano.
(Murilo Mariano Vilaça e Maria Clara Marques Dias. “Transumanismo e o futuro (pós-)humano”. Physis – Revista de Saúde Coletiva, 2014. Adaptado.)
Ao tratar de aspectos da bioética, o texto propõe uma reflexão sobre
A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar
que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica
ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência
dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam
sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição
dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que
poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)
De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia
respeito
A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)
De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito
Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro
filósofo, seja preciso que ele percorra todas as gradações
nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e
devem permanecer firmes: ele deve ter sido crítico, cético,
dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista
e vidente e “espírito livre”, tudo enfim para poder percorrer
o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e
poder lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos baixios
para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar
da sua incumbência. Seu destino exige outra coisa: a criação
de valores.
(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.)
No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve
Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro filósofo, seja preciso que ele percorra todas as gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e devem permanecer firmes: ele deve ter sido crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista e vidente e “espírito livre”, tudo enfim para poder percorrer o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e poder lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos baixios para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar da sua incumbência. Seu destino exige outra coisa: a criação de valores.
(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.)
No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve
Diariamente somos inundados por inúmeras promessas
de curas milagrosas, métodos de leitura ultrarrápidos, dietas
infalíveis, riqueza sem esforço. Basta abrir o jornal, ver televisão, escutar o rádio, ou simplesmente abrir a caixa de correio eletrônico. A grande maioria desses milagres cotidianos
é vestida com alguma roupagem científica: linguagem um
pouco mais rebuscada, aparente comprovação experimental,
depoimentos de “renomados” pesquisadores, utilização em
grandes universidades. São casos típicos do que se costuma
definir como “pseudociência”.
(Marcelo Knobel. “Ciência e pseudociência”.
In: Física na escola, vol. 9, no
1, 2008.)
Pode-se elaborar a crítica filosófica aos conhecimentos pseudocientíficos por meio
Diariamente somos inundados por inúmeras promessas de curas milagrosas, métodos de leitura ultrarrápidos, dietas infalíveis, riqueza sem esforço. Basta abrir o jornal, ver televisão, escutar o rádio, ou simplesmente abrir a caixa de correio eletrônico. A grande maioria desses milagres cotidianos é vestida com alguma roupagem científica: linguagem um pouco mais rebuscada, aparente comprovação experimental, depoimentos de “renomados” pesquisadores, utilização em grandes universidades. São casos típicos do que se costuma definir como “pseudociência”.
(Marcelo Knobel. “Ciência e pseudociência”. In: Física na escola, vol. 9, no 1, 2008.)
Pode-se elaborar a crítica filosófica aos conhecimentos pseudocientíficos por meio
A grande síntese da ciência moderna, estabelecendo as
leis físicas do movimento por meio de equações matemáticas
e respondendo a todas as questões surgidas com a cosmologia de Copérnico, foi obra de Isaac Newton. Com ela, a física
adquiriu um caráter de previsibilidade capaz de impressionar
o homem moderno. A evolução do pensamento científico, iniciada por Galileu e Descartes, em direção à concepção de
uma natureza descrita por leis matemáticas chegava, assim,
a seu grande desabrochar.
(Claudio M. Porto e Maria Beatriz D. S. M. Porto. “A evolução do
pensamento cosmológico e o nascimento da ciência moderna”.
In: Revista brasileira de ensino de física,
vol. 30, no
4, 2008. Adaptado.)
A base da grande síntese newtoniana foi, de certa forma, preparada pelo humanismo renascentista, que
A grande síntese da ciência moderna, estabelecendo as leis físicas do movimento por meio de equações matemáticas e respondendo a todas as questões surgidas com a cosmologia de Copérnico, foi obra de Isaac Newton. Com ela, a física adquiriu um caráter de previsibilidade capaz de impressionar o homem moderno. A evolução do pensamento científico, iniciada por Galileu e Descartes, em direção à concepção de uma natureza descrita por leis matemáticas chegava, assim, a seu grande desabrochar.
(Claudio M. Porto e Maria Beatriz D. S. M. Porto. “A evolução do
pensamento cosmológico e o nascimento da ciência moderna”.
In: Revista brasileira de ensino de física,
vol. 30, no 4, 2008. Adaptado.)
A base da grande síntese newtoniana foi, de certa forma, preparada pelo humanismo renascentista, que
Do nascimento do Estado moderno até a Revolução
Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século XVIII,
a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de
suas teses, devido às mudanças ocorridas naquele período.
O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a
filosofia em uma configuração contrária aos dogmas políticos
que reforçavam a crença em uma autoridade divina.
(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas
de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”.
In: Historiæ, vol. 3, no
3, 2012. Adaptado.)
O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das
leis, criticou o absolutismo e propôs
Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século XVIII, a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido às mudanças ocorridas naquele período. O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em uma configuração contrária aos dogmas políticos que reforçavam a crença em uma autoridade divina.
(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas
de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”.
In: Historiæ, vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.)
O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs
Texto 1
Com a falta de evidência do conceito de arte, e com a
evidência de sua historicidade, ficam em questão não só a
criação artística produzida no presente e a herança cultural
clássica ou moderna, mas também a relação problemática
entre a arte e as várias modalidades de produção de imagens e de ofertas de entretenimento que surgiram a partir do
século XX.
(Pedro Süssekind. Teoria do fim da arte, 2017. Adaptado.)
Texto 2
A discussão sobre o grafite como arte ou como vandalismo reflete o modo como cada gestão pública entende essas
intervenções urbanas. Até 2011, o grafite em edifícios públicos era considerado crime ambiental e vandalismo em São
Paulo. A partir daquele ano, somente a pichação continuou
sendo crime. De um modo geral, a pichação é considerada
uma intervenção agressiva e que degrada a paisagem da cidade. O grafite, por sua vez, é considerado arte urbana.
(Lais Modelli. “De crime a arte: a história do grafite nas ruas de São Paulo”.
www.bbc.com, 28.01.2017. Adaptado.)
No contexto filosófico sobre o conceito de arte, os dois textos
concordam em relação à
Texto 1
Com a falta de evidência do conceito de arte, e com a evidência de sua historicidade, ficam em questão não só a criação artística produzida no presente e a herança cultural clássica ou moderna, mas também a relação problemática entre a arte e as várias modalidades de produção de imagens e de ofertas de entretenimento que surgiram a partir do século XX.
(Pedro Süssekind. Teoria do fim da arte, 2017. Adaptado.)
Texto 2
A discussão sobre o grafite como arte ou como vandalismo reflete o modo como cada gestão pública entende essas intervenções urbanas. Até 2011, o grafite em edifícios públicos era considerado crime ambiental e vandalismo em São Paulo. A partir daquele ano, somente a pichação continuou sendo crime. De um modo geral, a pichação é considerada uma intervenção agressiva e que degrada a paisagem da cidade. O grafite, por sua vez, é considerado arte urbana.
(Lais Modelli. “De crime a arte: a história do grafite nas ruas de São Paulo”.
www.bbc.com, 28.01.2017. Adaptado.)
No contexto filosófico sobre o conceito de arte, os dois textos concordam em relação à
Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula,
que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de uma partícula
elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo padrão, segundo a qual o bóson de
Higgs seria a partícula elementar responsável pela origem da
massa de todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”.
In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no
2, 2013. Adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o conceito de
arqué, desenvolvido pelos primeiros pensadores pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito
Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de uma partícula elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo padrão, segundo a qual o bóson de Higgs seria a partícula elementar responsável pela origem da massa de todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”.
In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no 2, 2013. Adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o conceito de
arqué, desenvolvido pelos primeiros pensadores pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito
The General Data Protection Regulation (GDPR), which
came into force in 2018, was the biggest shake-up to data
privacy in 20 years. A slew of recent high-profile breaches has
brought the issue of data security to public attention. Claims
surfaced last year that the political consultancy Cambridge
Analytica used data harvested from millions of Facebook
users without their consent. People are increasingly realizing
that their personal data is not just valuable to them, but hugely
valuable to others. Now the law on data protection is about to
catch up with technological changes.
(Clive Coleman. “GDPR: Are you ready for the EU’s huge data
privacy shake-up?”. www.bbc.com, 20.04.2018. Adaptado.)
O texto permite abordar um problema filosófico contemporâneo, que está relacionado
The General Data Protection Regulation (GDPR), which came into force in 2018, was the biggest shake-up to data privacy in 20 years. A slew of recent high-profile breaches has brought the issue of data security to public attention. Claims surfaced last year that the political consultancy Cambridge Analytica used data harvested from millions of Facebook users without their consent. People are increasingly realizing that their personal data is not just valuable to them, but hugely valuable to others. Now the law on data protection is about to catch up with technological changes.
(Clive Coleman. “GDPR: Are you ready for the EU’s huge data
privacy shake-up?”. www.bbc.com, 20.04.2018. Adaptado.)
O texto permite abordar um problema filosófico contemporâneo, que está relacionado
A República Islâmica do Irã abençoa e incentiva operações
de troca de sexo, em nome de uma política que considera todo
cidadão não heterossexual como espírito nascido no corpo errado. Com ao menos 50 cirurgias por ano, o país é recordista
mundial em mudança de sexo, após a Tailândia. Oficialmente,
gays não existem no país. Ficou famosa a frase do presidente
Mahmoud Ahmadinejad dita a uma plateia de estudantes nos
EUA em 2007, de que “não há homossexuais no Irã”. A homossexualidade nem consta da lei. Mas sodomia é passível de execução. […] Uma transexual operada confidenciou um sentimento
amplamente compartilhado em silêncio: “Não teria mutilado
meu corpo se a sociedade tivesse me aceitado do jeito que eu
nasci”.
(Samy Adghirny. Operação antigay. Folha de S.Paulo, 13.01.2013.)
O incentivo a cirurgias de troca de sexo no Irã é motivado por
Hoje, a melhor ciência informa que as etnias são variações
cosméticas do núcleo genético humano, incapazes sozinhas de
determinar a superioridade de um indivíduo ou grupo sobre outros. Segundo o médico Sérgio Pena, não somos todos iguais,
somos igualmente diferentes. É uma beleza, do ponto de vista da
antropologia genética, esperar que, um dia, ela ajude a desvendar o enigma clássico da condição humana que é a eterna desconfiança do outro, do diferente, do estrangeiro. O DNA nada
sabe desse sentimento. No seu coração genético, a espécie humana é tão mais forte e sadia quanto mais variações apresenta.
(Fábio Altman. Unidos pelo futebol … e pelo DNA.
Veja, 09.06.2010. Adaptado.)
Esta reportagem aborda o tema das diferenças entre as etnias
humanas sob um ponto de vista contrastante em relação a outras abordagens vigentes ao longo da história. Em termos éticos,
trata-se de uma abordagem promissora, pois
Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se,
em virtude da transformação estética, representar, no destino
exemplar dos indivíduos, a predominante ausência de liberdade,
rompendo assim com a realidade social mistificada e petrificada e abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica que
a literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe
trabalhadora ou para a “revolução”. O potencial político da
arte baseia-se apenas na sua própria dimensão estética. A sua
relação com a práxis (ação política) é inexoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais imediatamente política for a obra
de arte, mais reduzidos são seus objetivos de transcendência e
mudança. Nesse sentido, pode haver mais potencial subversivo
na poesia de Baudelaire e Rimbaud que nas peças didáticas de
Brecht.
(Herbert Marcuse. A dimensão estética, s/d.)
Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra de arte caracteriza-se por
Texto 1
Sobre o estupro coletivo de uma estudante de 23 anos em
Nova Déli, o advogado que defende os suspeitos declarou:
“Até o momento eu não vi um único exemplo de estupro de
uma mulher respeitável”. Sobre esta declaração, o advogado
garantiu que não tentou difamar a vítima. “Eu só disse que as
mulheres são respeitadas na Índia, sejam mães, irmãs, amigas,
mas diga-me que país respeita uma prostituta?!”
(Advogado de acusados de estupro na Índia denuncia confissão forçada.
http://noticias.uol.com.br. Adaptado.)
Texto 2
Na Índia, a violência contra as mulheres tomou uma nova e
mais perversa forma, a partir do cruzamento de duas linhas: as
estruturas patriarcais tradicionais e as estruturas capitalistas
emergentes. Precisamos pensar nas relações entre a violência do
sistema econômico e a violência contra as mulheres.
(Vandana Shiva, filósofa indiana. No continuum da violência.
O Estado de S.Paulo, 12.01.2013. Adaptado.)
Os textos referem-se ao fato ocorrido na Índia em dezembro de
2012. Pela leitura atenta dos textos, podemos afirmar que:
Texto 1
Sobre o estupro coletivo de uma estudante de 23 anos em Nova Déli, o advogado que defende os suspeitos declarou: “Até o momento eu não vi um único exemplo de estupro de uma mulher respeitável”. Sobre esta declaração, o advogado garantiu que não tentou difamar a vítima. “Eu só disse que as mulheres são respeitadas na Índia, sejam mães, irmãs, amigas, mas diga-me que país respeita uma prostituta?!”
(Advogado de acusados de estupro na Índia denuncia confissão forçada.
http://noticias.uol.com.br. Adaptado.)
Texto 2
Na Índia, a violência contra as mulheres tomou uma nova e mais perversa forma, a partir do cruzamento de duas linhas: as estruturas patriarcais tradicionais e as estruturas capitalistas emergentes. Precisamos pensar nas relações entre a violência do sistema econômico e a violência contra as mulheres.
(Vandana Shiva, filósofa indiana. No continuum da violência.
O Estado de S.Paulo, 12.01.2013. Adaptado.)
Os textos referem-se ao fato ocorrido na Índia em dezembro de
2012. Pela leitura atenta dos textos, podemos afirmar que:
Por que as pessoas fazem o bem? A bondade está programada no nosso cérebro ou se desenvolve com a experiência?
O psicólogo Dacher Keltner, diretor do Laboratório de Interações Sociais da Universidade da Califórnia, em Berkeley,
investiga essas questões por vários ângulos e apresenta resultados surpreendentes.
Keltner – O nervo vago é um feixe neural que se origina no
topo da espinha dorsal. Quando ativo, produz uma sensação de
expansão confortável no tórax, como quando estamos emocionados com a bondade de alguém ou ouvimos uma bela música.
Pessoas com alta ativação dessa região cerebral são mais propensas a desenvolver compaixão, gratidão, amor e felicidade.
Mente & Cérebro – O que esse tipo de ciência o faz pensar?
Keltner – Ela me traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e privilegie satisfações
sociais como diversão, toque, felicidade que, do ponto de vista
evolucionário, são as fontes mais antigas de prazer. Vejo essa
nova ciência em quase todas as áreas da vida. Ensina-se meditação em prisões e em centros de detenção de menores. Executivos
aprendem que inteligência emocional e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do que se ela for focada
apenas em lucros.
(www.mentecerebro.com.br. Adaptado.)
De acordo com a abordagem do cientista entrevistado, as virtudes morais e sentimentos agradáveis
Por que as pessoas fazem o bem? A bondade está programada no nosso cérebro ou se desenvolve com a experiência? O psicólogo Dacher Keltner, diretor do Laboratório de Interações Sociais da Universidade da Califórnia, em Berkeley, investiga essas questões por vários ângulos e apresenta resultados surpreendentes.
Keltner – O nervo vago é um feixe neural que se origina no topo da espinha dorsal. Quando ativo, produz uma sensação de expansão confortável no tórax, como quando estamos emocionados com a bondade de alguém ou ouvimos uma bela música. Pessoas com alta ativação dessa região cerebral são mais propensas a desenvolver compaixão, gratidão, amor e felicidade.
Mente & Cérebro – O que esse tipo de ciência o faz pensar?
Keltner – Ela me traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e privilegie satisfações sociais como diversão, toque, felicidade que, do ponto de vista evolucionário, são as fontes mais antigas de prazer. Vejo essa nova ciência em quase todas as áreas da vida. Ensina-se meditação em prisões e em centros de detenção de menores. Executivos aprendem que inteligência emocional e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do que se ela for focada apenas em lucros.
(www.mentecerebro.com.br. Adaptado.)
De acordo com a abordagem do cientista entrevistado, as virtudes morais e sentimentos agradáveis