Questõesde UNESP sobre Filosofia

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Foram encontradas 72 questões
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UNESP 2021 - Filosofia - O que é a Filosofia

A filosofia não é mais um porto seguro, mas não é, tampouco, um continente de ideias esquecidas que merece ser visitado apenas por curiosidade. Muitas pessoas supõem que a ciência e a tecnologia, especialmente a física e a neurociência, engolirão a filosofia nas próximas décadas, sem saberem que, ao defender esse ponto de vista, estão implicitamente apoiando uma posição filosófica discutível. Certamente, muitas questões da filosofia contemporânea passaram a ser discutidas pelas ciências. Mas há outras, no campo da ética, da política e da religião, cuja discussão ainda engatinha e para as quais a ciência não tem, até agora, fornecido nenhuma solução.

(João de Fernandes Teixeira. Por que estudar filosofia?, 2016.)


De acordo com o texto, a filosofia

A
mostra-se incapaz de lidar com os dilemas das ciências.
B
contribui para os questionamentos e debates científicos.
C
impede o progresso científico e tecnológico.
D
evita desenvolver pesquisas e estudos em parceria com cientistas.
E
pretende oferecer respostas absolutas aos problemas da ciência.
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UNESP 2021 - Filosofia

Texto 1

O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos.

(Gilles Deleuze e Félix Guattari. O que é a filosofia?, 2007.)


Texto 2

A língua é um “como” se pensa, enquanto que a cultura é “o quê” a sociedade faz e pensa. A língua, como meio, molda o pensamento na medida em que pode variar livremente. A língua é o molde dos pensamentos.

(Rodrigo Tadeu Gonçalves.
Perpétua prisão órfica ou Ênio tinha três corações, 2008. Adaptado.)


Os textos levantam questões que permitem identificar uma característica importante da reflexão filosófica, qual seja, que

A
a mutabilidade da linguagem amplia o conhecimento do mundo.
B
a cultura é constituída a partir da especulação teórica.
C
o conhecimento evolui a partir do desenvolvimento tecnológico.
D
a filosofia estabelece as balizas e diretrizes do fazer científico.
E
os conceitos são permanentes e derivados de verdades preestabelecidas.
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UNESP 2021 - Filosofia

Texto 1

Nos últimos tempos, reservou-se (e, com isso, popularizou-se) o termo fake news para designar os relatos pretensamente factuais que inventam ou alteram os fatos que narram e que são disseminados, em larga escala, nas mídias sociais, por pessoas interessadas nos efeitos que eles poderiam produzir.

(Wilson S. Gomes e Tatiana Dourado. “Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e democracia”. Estudos em Jornalismo e Mídia, no 2, vol. 16, 2019.)


Texto 2

As vacinas foram os principais alvos de fake news entre todas as publicações monitoradas pelo Ministério da Saúde em 2018. Cerca de 90% dos focos de mentiras identificados pelo órgão tinham como alvo a vacinação. Reconhecido internacionalmente, o programa de imunização brasileiro viu doenças como sarampo e poliomielite voltarem a ameaçar o país em 2018 após os índices de cobertura vacinal caírem em 2017.

(Fabiana Cambricoli. “Ministério da Saúde identifica 185 focos de fake news e reforça campanhas”. https://saude.estadao.com.br, 20.09.2018. Adaptado.)


Os textos tratam de uma prática que é contrária ao princípio da fundamentação racional sustentado por Descartes, que propôs a

A
busca por um conhecimento seguro proveniente do ato de duvidar.
B
construção da compreensão a partir da lógica dialética.
C
eliminação da subjetividade na produção do conhecimento.
D
fundamentação das certezas a partir da experiência sensível.
E
percepção da realidade por meio da associação entre fé e razão.
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UNESP 2021 - Filosofia

Texto 1

Provavelmente o marco mais importante que lançou a semente científica da sensciência, nível mais simples de consciência animal, foi a obra A expressão da emoção no homem e nos animais, de Charles Darwin, que demonstra que os animais apresentam as mesmas expressões que os homens. O maior paradoxo é que, embora a ciência utilize os animais como modelo biológico na medicina desde a década de 1950, há negligência no que concerne à avaliação e ao tratamento da dor em animais, em especial os de laboratório.

(Caroline Marques Maia. “Quanta dor os animais sentem?”.
www.comciencia.br, 27.03.2020. Adaptado.)


Texto 2

A capacidade de sentir prazer, dor e medo não é exclusiva dos seres humanos. Ela é, na verdade, vital para a sobrevivência de seres de várias espécies. […] A biologia evolutiva e as ciências do comportamento e do cérebro têm demonstrado que o sistema nervoso dos humanos tem semelhanças impressionantes com o de alguns animais, especialmente de outros mamíferos.

(www.bbc.com, 04.03.2019.)


Os textos levantam questões que dizem respeito

A
ao futuro da evolução dos seres vivos.
B
aos investimentos em pesquisa sobre o comportamento animal.
C
à adoção de condutas éticas no trato com animais.
D
aos debates conceituais sobre fisiologia animal.
E
à preservação dos diversos ecossistemas.
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UNESP 2021 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

    Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns; me persuadi também, portanto, de que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente verdadeira, todas as vezes que a enuncio […].

(René Descartes. Meditações, 1973.)


Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de Descartes que o levou ao cogito (“penso, logo sou”) foi 

A
a análise das partes.
B
a síntese das partes analisadas.
C
o prevalecimento da alma sobre o raciocínio.
D
o reconhecimento de um Deus enganador.
E
a arte da persuasão grega.
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UNESP 2021 - Filosofia

É relativamente consensual que uma era biotecnológica se aproxima. Em um futuro cenário de desenvolvimento biotecnológico, que será instaurado com o progresso tecnológico no século XXI, alterar-se-á um dos mais tradicionais dilemas da moralidade. Em vez de enfrentarmos a questão de que atitudes e deveres morais temos para com os seres compreendidos atualmente como animais não humanos (por exemplo, gato, cachorro, cavalo etc.), a questão será que obrigações teremos com outro tipo de não humano, isto é, os chamados pós-humanos. A pós-humanidade seria alcançada por meio da aplicação de técnicas de manipulação, instrumentalização e artificialização da vida, do patrimônio biológico do humano. O humano, por iniciativa própria e com vistas ao melhoramento da sua natureza, deixaria de ser humano.

(Murilo Mariano Vilaça e Maria Clara Marques Dias. “Transumanismo e o futuro (pós-)humano”. Physis – Revista de Saúde Coletiva, 2014. Adaptado.)


Ao tratar de aspectos da bioética, o texto propõe uma reflexão sobre

A
os conflitos atuais entre os humanos e os seres pós- -humanos.
B
a procedência de recursos empregados nas pesquisas tecnológicas.
C
os limites técnicos das pesquisas em biotecnologia.
D
a amoralidade do esforço de imaginar e prever o futuro humano.
E
a necessidade futura de redefinição do conceito de humanidade.
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UNESP 2021 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos.

(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)


De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito

A
ao entendimento de que o verdadeiro conhecimento baseava-se no exercício da retórica.
B
à desvalorização da pluralidade de opiniões e de posicionamentos político-ideológicos.
C
ao prevalecimento das técnicas discursivas nas decisões da Assembleia acerca dos rumos das cidades-Estado.
D
ao predomínio de líderes pouco sábios e com poucas virtudes na composição da Assembleia.
E
à defesa de formas tirânicas de exercício do poder desenvolvida pela retórica convincente.
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UNESP 2021 - Filosofia - O que é a Filosofia, O Fazer Filosófico

Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro filósofo, seja preciso que ele percorra todas as gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e devem permanecer firmes: ele deve ter sido crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista e vidente e “espírito livre”, tudo enfim para poder percorrer o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e poder lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos baixios para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar da sua incumbência. Seu destino exige outra coisa: a criação de valores.

(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.)


No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve

A
assegurar e manter os poderes políticos do governante.
B
conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na sociedade.
C
privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes críticas perante a vida e os humanos.
D
restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma verdade absoluta.
E
retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca de sua liberdade de natureza.
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UNESP 2019 - Filosofia

    Diariamente somos inundados por inúmeras promessas de curas milagrosas, métodos de leitura ultrarrápidos, dietas infalíveis, riqueza sem esforço. Basta abrir o jornal, ver televisão, escutar o rádio, ou simplesmente abrir a caixa de correio eletrônico. A grande maioria desses milagres cotidianos é vestida com alguma roupagem científica: linguagem um pouco mais rebuscada, aparente comprovação experimental, depoimentos de “renomados” pesquisadores, utilização em grandes universidades. São casos típicos do que se costuma definir como “pseudociência”.


(Marcelo Knobel. “Ciência e pseudociência”. In: Física na escola, vol. 9, no 1, 2008.)



Pode-se elaborar a crítica filosófica aos conhecimentos pseudocientíficos por meio

A
da imposição de novos sistemas ideológicos.
B
da confiança em teorias fundamentadas no senso comum.
C
da ampla divulgação de ideias individuais.
D
da preservação de saberes populares.
E
da demonstração de ausência de evidências empíricas.
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UNESP 2019 - Filosofia

    A grande síntese da ciência moderna, estabelecendo as leis físicas do movimento por meio de equações matemáticas e respondendo a todas as questões surgidas com a cosmologia de Copérnico, foi obra de Isaac Newton. Com ela, a física adquiriu um caráter de previsibilidade capaz de impressionar o homem moderno. A evolução do pensamento científico, iniciada por Galileu e Descartes, em direção à concepção de uma natureza descrita por leis matemáticas chegava, assim, a seu grande desabrochar.


(Claudio M. Porto e Maria Beatriz D. S. M. Porto. “A evolução do

pensamento cosmológico e o nascimento da ciência moderna”.

In: Revista brasileira de ensino de física,

vol. 30, no 4, 2008. Adaptado.)



A base da grande síntese newtoniana foi, de certa forma, preparada pelo humanismo renascentista, que

A
estabelece uma perspectiva dualista da realidade, fundamentada na filosofia grega.
B
restringe o entendimento da natureza, tornando-a objeto de investigação somente da física.
C
recupera teorias da Antiguidade para explicar a natureza, com ênfase em uma perspectiva mitológica.
D
resgata o racionalismo da Antiguidade, valorizando o homem no debate científico.
E
mantém o quadro geral de conhecimentos teológicos, tais como os utilizados durante a Idade Média.
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UNESP 2019 - Filosofia - A Política

Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século XVIII, a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido às mudanças ocorridas naquele período. O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em uma configuração contrária aos dogmas políticos que reforçavam a crença em uma autoridade divina.


(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas

de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”.

In: Historiæ, vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.)



O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs

A
a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário.
B
a restauração de critérios metafísicos para a escolha de governantes.
C
a justificativa do despotismo em nome da paz social.
D
a obediência às leis costumeiras de origem feudal.
E
a retirada do poder político do povo.
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UNESP 2019 - Filosofia

Texto 1


    Com a falta de evidência do conceito de arte, e com a evidência de sua historicidade, ficam em questão não só a criação artística produzida no presente e a herança cultural clássica ou moderna, mas também a relação problemática entre a arte e as várias modalidades de produção de imagens e de ofertas de entretenimento que surgiram a partir do século XX.


(Pedro Süssekind. Teoria do fim da arte, 2017. Adaptado.)



Texto 2


    A discussão sobre o grafite como arte ou como vandalismo reflete o modo como cada gestão pública entende essas intervenções urbanas. Até 2011, o grafite em edifícios públicos era considerado crime ambiental e vandalismo em São Paulo. A partir daquele ano, somente a pichação continuou sendo crime. De um modo geral, a pichação é considerada uma intervenção agressiva e que degrada a paisagem da cidade. O grafite, por sua vez, é considerado arte urbana.


(Lais Modelli. “De crime a arte: a história do grafite nas ruas de São Paulo”.

www.bbc.com, 28.01.2017. Adaptado.)



No contexto filosófico sobre o conceito de arte, os dois textos concordam em relação à

A
necessidade de engajamento político no processo autoral.
B
ausência de critério consensual na legitimação artística.
C
carência de investimento privado na formação artística.
D
atuação de legislação pública no cenário criativo.
E
exigência de embasamento tradicional na produção cultural.
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UNESP 2019 - Filosofia

    Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de uma partícula elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo padrão, segundo a qual o bóson de Higgs seria a partícula elementar responsável pela origem da massa de todas as outras partículas elementares.


(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”.

In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no 2, 2013. Adaptado.)



O que se descreve no texto possui relação com o conceito de arqué, desenvolvido pelos primeiros pensadores pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito

A
à retórica utilizada pelos sofistas para convencimento dos cidadãos na pólis.
B
a uma explicação da origem do cosmos fundamentada em pressupostos mitológicos.
C
à investigação sobre a constituição do cosmos por meio de um princípio fundamental da natureza.
D
ao desenvolvimento da lógica formal como habilidade de raciocínio.
E
à justificação ética das ações na busca pelo entendimento sobre o bem.
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UNESP 2019 - Filosofia

    The General Data Protection Regulation (GDPR), which came into force in 2018, was the biggest shake-up to data privacy in 20 years. A slew of recent high-profile breaches has brought the issue of data security to public attention. Claims surfaced last year that the political consultancy Cambridge Analytica used data harvested from millions of Facebook users without their consent. People are increasingly realizing that their personal data is not just valuable to them, but hugely valuable to others. Now the law on data protection is about to catch up with technological changes.


(Clive Coleman. “GDPR: Are you ready for the EU’s huge data

privacy shake-up?”. www.bbc.com, 20.04.2018. Adaptado.)



O texto permite abordar um problema filosófico contemporâneo, que está relacionado

A
à necessidade de limitação do avanço científico.
B
a discussões sobre condutas morais no ambiente digital.
C
ao aumento das desigualdades sociais.
D
à consolidação da democracia representativa.
E
à ausência de experiência estética nas redes sociais.
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UNESP 2013 - Filosofia

A República Islâmica do Irã abençoa e incentiva operações de troca de sexo, em nome de uma política que considera todo cidadão não heterossexual como espírito nascido no corpo errado. Com ao menos 50 cirurgias por ano, o país é recordista mundial em mudança de sexo, após a Tailândia. Oficialmente, gays não existem no país. Ficou famosa a frase do presidente Mahmoud Ahmadinejad dita a uma plateia de estudantes nos EUA em 2007, de que “não há homossexuais no Irã”. A homossexualidade nem consta da lei. Mas sodomia é passível de execução. […] Uma transexual operada confidenciou um sentimento amplamente compartilhado em silêncio: “Não teria mutilado meu corpo se a sociedade tivesse me aceitado do jeito que eu nasci”.


(Samy Adghirny. Operação antigay. Folha de S.Paulo, 13.01.2013.)



O incentivo a cirurgias de troca de sexo no Irã é motivado por

A
tabus sexuais decorrentes do fundamentalismo religioso hegemônico naquele país.
B
critérios de natureza científica que definem o que é uma “sexualidade normal”.
C
uma política governamental fundamentada em princípios liberais de cidadania.
D
influências ocidentais ocasionadas pelo processo de globalização cultural pela internet.
E
pressões exercidas pelos movimentos sociais homossexuais pelo direito à cirurgia.
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UNESP 2013 - Filosofia

Hoje, a melhor ciência informa que as etnias são variações cosméticas do núcleo genético humano, incapazes sozinhas de determinar a superioridade de um indivíduo ou grupo sobre outros. Segundo o médico Sérgio Pena, não somos todos iguais, somos igualmente diferentes. É uma beleza, do ponto de vista da antropologia genética, esperar que, um dia, ela ajude a desvendar o enigma clássico da condição humana que é a eterna desconfiança do outro, do diferente, do estrangeiro. O DNA nada sabe desse sentimento. No seu coração genético, a espécie humana é tão mais forte e sadia quanto mais variações apresenta.


(Fábio Altman. Unidos pelo futebol … e pelo DNA.
Veja, 09.06.2010. Adaptado.)



Esta reportagem aborda o tema das diferenças entre as etnias humanas sob um ponto de vista contrastante em relação a outras abordagens vigentes ao longo da história. Em termos éticos, trata-se de uma abordagem promissora, pois

A
opõe-se às teorias antropológicas que criticaram o etnocentrismo ocidental em seu papel de justificação ideológica do colonialismo.
B
apresenta argumentos científicos que provam o caráter prejudicial da miscigenação para o progresso da humanidade.
C
fornece uma fundamentação científica para justificar estereótipos racistas presentes no pensamento cotidiano e no senso comum.
D
permite um questionamento radical dos ideais universalistas inspiradores de políticas de preservação dos direitos humanos.
E
estabelece uma ruptura com teorias eugenistas que defenderam a purificação racial como meio de aperfeiçoamento da humanidade.
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UNESP 2013 - Filosofia

Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se, em virtude da transformação estética, representar, no destino exemplar dos indivíduos, a predominante ausência de liberdade, rompendo assim com a realidade social mistificada e petrificada e abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica que a literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe trabalhadora ou para a “revolução”. O potencial político da arte baseia-se apenas na sua própria dimensão estética. A sua relação com a práxis (ação política) é inexoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais imediatamente política for a obra de arte, mais reduzidos são seus objetivos de transcendência e mudança. Nesse sentido, pode haver mais potencial subversivo na poesia de Baudelaire e Rimbaud que nas peças didáticas de Brecht.


(Herbert Marcuse. A dimensão estética, s/d.)


Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra de arte caracteriza-se por

A
apresentar conteúdos ideológicos de caráter conservador da ordem burguesa.
B
comprometer-se com as necessidades de entretenimento dos consumidores culturais.
C
estabelecer uma relação de independência frente à conjuntura política imediata.
D
subordinar-se aos imperativos políticos e materiais de transformação da sociedade.
E
contemplar as aspirações políticas das populações economicamente excluídas.
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UNESP 2013 - Filosofia

Texto 1


Sobre o estupro coletivo de uma estudante de 23 anos em Nova Déli, o advogado que defende os suspeitos declarou: “Até o momento eu não vi um único exemplo de estupro de uma mulher respeitável”. Sobre esta declaração, o advogado garantiu que não tentou difamar a vítima. “Eu só disse que as mulheres são respeitadas na Índia, sejam mães, irmãs, amigas, mas diga-me que país respeita uma prostituta?!”


(Advogado de acusados de estupro na Índia denuncia confissão forçada.

http://noticias.uol.com.br. Adaptado.)



Texto 2


Na Índia, a violência contra as mulheres tomou uma nova e mais perversa forma, a partir do cruzamento de duas linhas: as estruturas patriarcais tradicionais e as estruturas capitalistas emergentes. Precisamos pensar nas relações entre a violência do sistema econômico e a violência contra as mulheres.


(Vandana Shiva, filósofa indiana. No continuum da violência.

O Estado de S.Paulo, 12.01.2013. Adaptado.)



Os textos referem-se ao fato ocorrido na Índia em dezembro de 2012. Pela leitura atenta dos textos, podemos afirmar que:

A
segundo a filósofa, fatos como esse explicam-se pela confluência de fatores históricos e econômicos de exclusão social.
B
para a filósofa, a violência contra as mulheres na Índia deve-se exclusivamente ao neoliberalismo econômico.
C
as duas interpretações sugerem que a prevenção de tais atos violentos depende do resgate de valores religiosos.
D
sob a ótica do advogado, esse fato ocorreu em virtude do desrespeito aos direitos humanos.
E
as duas interpretações limitam-se a reproduzir preconceitos de gênero socialmente hegemônicos naquele país.
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UNESP 2013 - Filosofia

    Por que as pessoas fazem o bem? A bondade está programada no nosso cérebro ou se desenvolve com a experiência? O psicólogo Dacher Keltner, diretor do Laboratório de Interações Sociais da Universidade da Califórnia, em Berkeley, investiga essas questões por vários ângulos e apresenta resultados surpreendentes.

     Keltner – O nervo vago é um feixe neural que se origina no topo da espinha dorsal. Quando ativo, produz uma sensação de expansão confortável no tórax, como quando estamos emocionados com a bondade de alguém ou ouvimos uma bela música. Pessoas com alta ativação dessa região cerebral são mais propensas a desenvolver compaixão, gratidão, amor e felicidade.         

      Mente & Cérebro – O que esse tipo de ciência o faz pensar?

    Keltner – Ela me traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e privilegie satisfações sociais como diversão, toque, felicidade que, do ponto de vista evolucionário, são as fontes mais antigas de prazer. Vejo essa nova ciência em quase todas as áreas da vida. Ensina-se meditação em prisões e em centros de detenção de menores. Executivos aprendem que inteligência emocional e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do que se ela for focada apenas em lucros.


(www.mentecerebro.com.br. Adaptado.)


De acordo com a abordagem do cientista entrevistado, as virtudes morais e sentimentos agradáveis

A
dependem de uma integração holística com o universo.
B
dependem de processos emocionais inconscientes.
C
são adquiridos por meio de uma educação religiosa.
D
são qualidades inatas passíveis de estímulo social.
E
estão associados a uma educação filosófica racionalista.
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UNESP 2013 - Filosofia - O Sujeito Moderno

A produção de mercadorias e o consumismo alteram as percepções não apenas do eu como do mundo exterior ao eu; criam um mundo de espelhos, de imagens insubstanciais, de ilusões cada vez mais indistinguíveis da realidade. O efeito refletido faz do sujeito um objeto; ao mesmo tempo, transforma o mundo dos objetos numa extensão ou projeção do eu. É enganoso caracterizar a cultura do consumo como uma cultura dominada por coisas. O consumidor vive rodeado não apenas por coisas como por fantasias. Vive num mundo que não dispõe de existência objetiva ou independente e que parece existir somente para gratificar ou contrariar seus desejos.

(Christopher Lasch. O mínimo eu, 1987. Adaptado.)




Sob o ponto de vista ético e filosófico, na sociedade de consumo, o indivíduo

A
estabelece com os produtos ligações que são definidas pela separação entre razão e emoção.
B
representa a realidade mediante processos mentais essencialmente objetivos e conscientes.
C
relaciona-se com as mercadorias considerando prioritariamente os seus aspectos utilitários.
D
relaciona-se com objetos que refletem ilusoriamente seus processos emocionais inconscientes.
E
comporta-se de maneira autônoma frente aos mecanismos publicitários de persuasão.