Texto 1
Nos últimos tempos, reservou-se (e, com isso, popularizou-se) o termo fake news para designar os relatos pretensamente factuais que inventam ou alteram os fatos que narram
e que são disseminados, em larga escala, nas mídias sociais,
por pessoas interessadas nos efeitos que eles poderiam
produzir.
(Wilson S. Gomes e Tatiana Dourado. “Fake news, um fenômeno de
comunicação política entre jornalismo, política e democracia”.
Estudos em Jornalismo e Mídia, no
2, vol. 16, 2019.)
Texto 2
As vacinas foram os principais alvos de fake news entre
todas as publicações monitoradas pelo Ministério da Saúde
em 2018. Cerca de 90% dos focos de mentiras identificados
pelo órgão tinham como alvo a vacinação. Reconhecido internacionalmente, o programa de imunização brasileiro viu
doenças como sarampo e poliomielite voltarem a ameaçar
o país em 2018 após os índices de cobertura vacinal caírem
em 2017.
(Fabiana Cambricoli. “Ministério da Saúde identifica 185 focos de fake news
e reforça campanhas”. https://saude.estadao.com.br, 20.09.2018. Adaptado.)
Os textos tratam de uma prática que é contrária ao princípio
da fundamentação racional sustentado por Descartes, que
propôs a
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A
Tema central: A questão relaciona a prática das fake news com um princípio filosófico de Descartes. É preciso identificar qual aspecto do pensamento cartesiano é confrontado por informações falsas e não fundamentadas.
Resumo teórico: René Descartes defende a dúvida metódica — duvidar sistematicamente para eliminar crenças incertas e alcançar fundamentos indubitáveis do conhecimento. Da dúvida nasce o ponto seguro: o cogito ("penso, logo existo"). Fontes: Discourse on Method (1637) e Meditations (1641); ver também Stanford Encyclopedia of Philosophy (entry: Descartes).
Por que A está correta: A alternativa fala em "busca por um conhecimento seguro proveniente do ato de duvidar", que é exatamente a essência da metodologia cartesiana. Fake news atacam a exigência de fundamentação racional, porque propagam afirmações sem crítica nem verificação, o oposto da dúvida metódica.
Análise das incorretas:
B — "lógica dialética": refere-se ao método dialético (Hegel, e antes no marxismo), não a Descartes. Cartesiano não funda o conhecimento por contradição dialética.
C — "eliminação da subjetividade": Descartes inicia pelo sujeito pensante (cogito); não elimina a subjetividade, antes a torna ponto de partida crítico.
D — "certezas a partir da experiência sensível": é posição empirista (Bacon, Locke). Descartes desconfia dos sentidos por serem enganadores.
E — "associação entre fé e razão": remete à escolástica ou à teologia; Descartes busca certeza pela razão crítica, não por fé como fundamento inicial.
Estratégia para provas: ao ver nomes (Descartes) associe rapidamente: dúvida metódica, cogito, busca de certezas racionais. Descarte opções ligadas a empirismo, dialética e fé quando o enunciado menciona explicitamente o pensamento cartesiano.
Leitura recomendada: Descartes — Discourse on Method; Meditations; Stanford Encyclopedia of Philosophy (Descartes).
'Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!'
Estatísticas
Aulas sobre o assunto
- •






