Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula,
que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de uma partícula
elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo padrão, segundo a qual o bóson de
Higgs seria a partícula elementar responsável pela origem da
massa de todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”.
In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no
2, 2013. Adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o conceito de
arqué, desenvolvido pelos primeiros pensadores pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito
Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de uma partícula elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo padrão, segundo a qual o bóson de Higgs seria a partícula elementar responsável pela origem da massa de todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”.
In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no 2, 2013. Adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o conceito de
arqué, desenvolvido pelos primeiros pensadores pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: a noção de arché (ἀρχή) nos pré‑socráticos jônicos — busca por um princípio único ou fundamento que explique a origem e a constituição do cosmos. É relevante porque marca a passagem do mito ao logos: explicações racionais e naturais sobre o mundo.
Resumo teórico: os primeiros filósofos de Jônia (Thales, Anaximandro, Anaxímenes, Heraclito, Anaxágoras, Empédocles etc.) procuraram um princípio material ou racional que torne inteligível a multiplicidade das coisas. Exemplos clássicos: Thales → água; Anaximandro → ápeiron (o indefinido); Anaxímenes → ar; Heraclito → logos; Anaxágoras → nous (mente). Essa investigação visa explicar a constituição e as mudanças do cosmos por meio de um princípio fundamental — mesma ideia conceitual aproximada no enunciado sobre uma partícula que explica a origem da massa.
Justificativa da alternativa C: C afirma que a arqué é "a investigação sobre a constituição do cosmos por meio de um princípio fundamental da natureza" — corresponde exatamente ao sentido histórico‑filosófico do termo entre os pré‑socráticos. A analogia com o bóson de Higgs (uma entidade que explicaria a origem da massa) ilustra bem a função explicativa do arché.
Análise das alternativas incorretas:
A (retórica dos sofistas) — incorreta: sofistas são posteriores e centrados em linguagem, persuasão e relativismo moral/político, não na busca por um princípio natural do cosmos.
B (explicação mitológica) — incorreta: a arqué representa a ruptura com explicações míticas; é precisamente a tentativa de substituir mito por explicação racional/natural.
D (desenvolvimento da lógica formal) — incorreta: a lógica formal é obra sobretudo de Aristóteles; os pré‑socráticos pensavam natureza e princípio, não a lógica formal como disciplina.
E (justificação ética sobre o bem) — incorreta: é tema da ética clássica (Sócrates, Platão, Aristóteles), diferente da questão cosmológica que a arqué aborda.
Estratégias para resolver: procure no enunciado palavras‑chave (“origem”, “princípio”, “constituição do cosmos”); identifique a época/objetivo (pré‑socráticos = explicação natural do mundo); elimine alternativas que tratam de retórica, ética ou lógica formal, áreas de outros autores/períodos.
Fontes recomendadas: Stanford Encyclopedia of Philosophy (entry “Pre‑Socratic Philosophy”); Kirk, Raven & Schofield, The Presocratic Philosophers — ótimos para aprofundamento.
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