Questõessobre A Política

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Foram encontradas 147 questões
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UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Analise as seguintes passagens que se referem ao princípio fundamental do contratualismo — a existência de um pacto social como fundamento da sociedade:

     “As cláusulas desse contrato são de tal modo determinadas pela natureza do ato, que a menor modificação as tornaria vãs e de nenhum efeito. Violando-se o pacto social, cada um volta aos seus primeiros direitos e retoma sua liberdade natural, perdendo a liberdade convencional pela qual renunciara àquela”.

ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. Coleção “Os Pensadores”.

     “E os pactos sem espada não passam de palavras, sem força para dar qualquer segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza (que cada um respeita quando tem vontade de as respeitar e quando o pode fazer com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua própria força e capacidade”.

HOBBES, Thomas. LEVIATÃ ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João P. Monteiro e Maria B. Nizza. 3ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 

Considere as seguintes proposições sobre o conceito de pacto social:

I. Para Rousseau, pelo pacto social, o homem abre mão de sua liberdade, mas, ao fazê-lo, abre espaço ao surgimento da soberania e da lei, e obedecer a lei é obedecer a si mesmo, o que o torna livre novamente.
II. Diferente de Hobbes, Locke não via o estado de natureza dominado pelo egoísmo. O contrato social era necessário para garantir o direito de propriedade que, segundo Locke, era anterior à própria sociabilidade.
III. Hobbes e Rousseau concordavam ser necessário um pacto ou contrato social, que decorria da necessidade humana de controlar os instintos e impedir a guerra de todos contra todos do estado de natureza.

É correto o que se afirma em

A
I, II e III.
B
I e III apenas.
C
I e II apenas.
D
II e III apenas.
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UECE 2019 - Filosofia - Do que Trata a Política?, A Política

Relacione, corretamente, as definições sobre o papel do poder político ou do Estado, com seus respectivos pensadores, numerando os parênteses abaixo, de acordo com a seguinte indicação:
1. Karl Marx
2. John Locke
3. Thomas Hobbes
4. Agostinho de Hipona
( ) Poder político do Estado, como resultante de um pacto de consentimento, constituído para consolidar os direitos naturais e individuais de cada homem.
( ) Poder do Estado, como poder de origem espiritual, voltado às necessidades mundanas e à vigilância da retidão dos indivíduos.
( ) Poder político do Estado, originário da necessidade de um grupo manter seu domínio econômico, pelo domínio político, sobre outros grupos.
( ) Poder político do Estado, com poder absoluto, fruto da renúncia de direitos naturais originários e garantidores da paz.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A
3, 1, 4, 2.
B
2, 3, 4, 1.
C
2, 4, 1, 3.
D
4, 1, 3, 2.
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UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia atentamente o seguinte trecho do texto Hobbesiano, que se refere a um pacto entre “contratantes” em estado de natureza: 


     “Quando se faz um pacto em que ninguém cumpre imediatamente sua parte, e uns confiam nos outros, na condição de simples natureza (que é uma condição de guerra de todos os homens contra todos os homens), a menor suspeita razoável torna nulo este pacto. Mas se houver um poder comum situado acima dos contratantes, com direito e força suficientes para impor seu cumprimento, ele não é nulo”. 

HOBBES, Thomas. LEVIATÃ ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João P. Monteiro e Maria B. Nizza. 3ª Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

No que diz respeito ao estado de natureza, como mencionado, considere as seguintes afirmações: 

I. Entre o estado de natureza e o estado civil (ou estado de sociedade), há uma relação de contraposição, pois o estado de sociedade surge como antítese corretiva ao estado de natureza.
II. A passagem do estado de natureza ao estado de sociedade ocorre espontaneamente, ou seja, como decorrência do processo de propensão natural dos indivíduos ao consenso.
III. O estado de natureza é um estado cujos elementos constitutivos são os indivíduos singulares, livres e iguais, mas que vivem uma vida solitária, cruel e animalesca, da qual precisam escapar.

É correto o que se afirma em

A
I e III apenas.
B
II e III apenas.
C
I e II apenas.
D
I, II e III.
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UECE 2019 - Filosofia - Do que Trata a Política?, A Política

O trecho que se apresenta a seguir trata da passagem da democracia política – garantidora de direitos políticos fundamentais – para a democracia social, no mundo contemporâneo:
     
     “O processo de alargamento da democracia na sociedade contemporânea não ocorre apenas através da integração da democracia representativa com a democracia direta, mas também e, sobretudo, através da extensão da democratização com a passagem da democracia na esfera política, isto é, na esfera em que o indivíduo é considerado como cidadão, para a democracia na esfera social, onde o indivíduo é considerado na multiplicidade de seu status, na extensão das formas de poder ascendente”.

BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: para uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Adaptado.

Sobre esse processo histórico, é correto afirmar que 

A
a construção do estado democrático moderno foi capaz de assegurar direitos inalienáveis aos cidadãos, mas falhou em ampliar tais direitos ao longo dos séculos XIX e XX.
B
os estados democráticos estabeleceram, logo em seu início, formas bem amplas de participação dos indivíduos, sendo este um diferencial importante identificado, por exemplo, na América do Norte.
C
a conquista de direitos sociais foi gradual e se verificou à medida que os modelos formais de participação foram sendo ampliados com o surgimento de novas formas de participação.
D
O reconhecimento da existência de direitos humanos só se estabeleceu a partir da superação do mero exercício dos direitos políticos, com a ampliação da democracia na contemporaneidade.
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UENP 2017 - Filosofia - A Política

Voltaire foi um dos mais famosos pensadores do Iluminismo.
Com base na filosofia de Voltaire e nas críticas que estabeleceu, assinale a alternativa correta.

A
Criticou a intolerância religiosa e a prepotência dos poderosos.
B
Criticou a monarquia que respeitava as liberdades individuais.
C
Criticou a possibilidade da liberdade de pensamento dos cidadãos
D
Criticou a liberdade de expressão e a tolerância como virtude.
E
Criticou Diderot e o trabalho deste com a organização da Enciclopédia.
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UEG 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

A filosofia política, de Hobbes a Rousseau, sempre tematizou a questão da passagem do estado de natureza para o estado civil. No entanto, esses pensadores produziram distintas concepções sobre esse processo. A partir dessas elaborações dos filósofos políticos, verifica-se que:

A
o estado de natureza nunca existiu, pois o Homem é um ser social e, como tal, sempre esteve unido numa ordem moral e ética benéfica para todos, tal como colocou Hobbes.
B
o estado de natureza se caracterizava pela harmonia universal, mas foi substituído pela competição a partir da criação da propriedade privada, tal como disse Maquiavel.
C
o estado civil cumpre um papel histórico de extrema importância ao proporcionar uma maior liberdade individual com a instituição da propriedade privada, como afirmou Locke.
D
o estado de natureza era marcado pela luta pela sobrevivência, na qual todos lutavam contra todos e foi isso que fez emergir um estado absolutista, de acordo com Rousseau.
E
o estado civil é um processo de evolução natural da humanidade, pois a história social reconstitui a história individual, no sentido de uma maior maturidade, segundo Montesquieu.
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UNESP 2019 - Filosofia - A Política

Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século XVIII, a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido às mudanças ocorridas naquele período. O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em uma configuração contrária aos dogmas políticos que reforçavam a crença em uma autoridade divina.


(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas

de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”.

In: Historiæ, vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.)



O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs

A
a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário.
B
a restauração de critérios metafísicos para a escolha de governantes.
C
a justificativa do despotismo em nome da paz social.
D
a obediência às leis costumeiras de origem feudal.
E
a retirada do poder político do povo.
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UEG 2019 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

Uma das questões fundamentais da filosofia é a natureza humana, tema abordado pela “antropologia filosófica”. A ideia de natureza humana emerge na filosofia antiga e ganha desdobramentos na filosofia moderna. Diversas concepções de natureza humana foram produzidas, tais como as de Hobbes e Rousseau, duas das mais conhecidas. Outra concepção de natureza humana é a de Karl Marx, segundo a qual o ser humano é

A
essencialmente egoísta, o que se comprova pela luta de classes, na qual os capitalistas e operários seguem apenas seus interesses particulares.
B
um ser social (animal político) e um ser voltado para o trabalho como processo de transformação das relações sociais e da natureza.
C
um ser de linguagem, pois é através dela que ele se comunica e se torna um ser social, bem como é o que o distingue dos outros animais.
D
competitivo por natureza, pois, como ser biológico, ele está submetido às leis naturais e deve lutar pela sobrevivência visando ser o mais apto.
E
bom por natureza, sendo que foi a civilização que o corrompeu, ao retirá-lo da relação harmoniosa que ele tinha com o meio ambiente.
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UEG 2018 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

Ideologia é um termo polissêmico que recebe as mais variadas definições. É um dos temas fundamentais da sociologia, sendo também bastante trabalhado na filosofia e em outras ciências humanas. Dentre as diversas concepções existentes ao seu respeito, constata-se que a ideologia

A
é uma forma de consciência sistematizada pelos ideólogos que se caracteriza por inverter a realidade, tal como expresso por Marx.
B
pode ser considerada o mesmo que “visão de mundo”, ou “cosmovisão”, tal como se revela na concepção de Durkheim.
C
se constitui historicamente como uma nova ciência, cujo objeto de estudo seriam as ideias, tal como desenvolvido por Weber.
D
expressa uma alternativa ao saber científico e filosófico, marcada pela unidade entre razão e emoções, tal como afirma Platão.
E
uma criação da sociologia contemporânea para identificar e definir o novo conservadorismo, segundo Bourdieu e Bauman.
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UFU-MG 2019 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

Para a economia política, o salário corresponde aos custos e ao preço da produção de uma mercadoria. Na realidade, porém, não é o que ocorre. Para produzir uma determinada mercadoria, um trabalhador precisa de um certo número de horas (suponhamos, por exemplo, quatro horas) e seu salário será calculado a partir desse tempo; entretanto o trabalhador trabalha durante muito mais tempo (suponhamos, por exemplo, oito horas) e, consequentemente, produz muito mais mercadorias; estas, porém, não são computadas para o cálculo do salário, de modo que há um trabalho excedente não pago, isto é, não coberto pelo salário.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000. p. 545. (Adaptado)

O excerto acima sintetiza um dos mais importantes temas do pensamento marxista, o qual é definido como

A
a ideologia dominante burguesa.
B
o materialismo histórico-dialético.
C
as relações sociais de produção.
D
a concepção idealista do Estado.
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UFU-MG 2019 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

“Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. Como, porém, muitas vezes a primeira não é suficiente, é preciso recorrer à segunda. [...] um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza dos animais deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizeram unicamente leões não serão bem sucedidos”.

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. XAVIER, L. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

Conforme o excerto acima, conclui-se que, para Maquiavel,

A
quem governa deve usar a astúcia e a força.
B
somente a força é o bastante para governar.
C
somente as leis bastam para bem governar.
D
a raposa significa a força e o leão, a astúcia.
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UEG 2019 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

Karl Marx é considerado um dos grandes filósofos da época moderna. Em sua trajetória intelectual, ele teve grande influência de outro grande filósofo, Hegel. Existe uma polêmica sobre a posição de Marx em relação a Hegel a partir do momento em que ele fundou sua concepção materialista da história. A esse respeito, verifica-se que Marx:

A
abandonou toda discussão sobre Hegel e o hegelianismo, pois ao se tornar materialista não realizou mais discussões filosóficas, mas apenas científicas.
B
retomou o pensamento de Hegel em sua totalidade e apenas acrescentou, a partir da dialética hegeliana, uma análise do modo de produção capitalista.
C
aderiu ao neohegelianismo dos irmãos Bauer e Feuerbach, tornando-se um materialista dualista, unindo ideia e matéria na análise da realidade.
D
rompeu totalmente com seu passado hegeliano e não só criticou os hegelianos como afirmou que Hegel havia se tornado um “cachorro morto”.
E
resgatou elementos da dialética hegeliana, sendo que uma parte, o seu invólucro místico, ele descartou, mas manteve seu “núcleo racional”.
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ENEM 2019, ENEM 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

TEXTO I

Eu queria movimento e não um curso calmo da existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida.
TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

TEXTO II
Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro homem, a um enunciado mais exato da verdade; não sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em tudo o meu interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe também minha fraqueza e minha natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força de ser sempre verdadeiro em todas as ocasiões.
ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da existência humana e defendem uma experiência

A
lógico-racional, focada na objetividade, clareza e imparcialidade.
B
místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e espiritualidade.
C
sociopolítica, constituída por integração, solidariedade e organização.
D
naturalista-científica, marcada pela experimentação, análise e explicação.
E
estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade e impulsividade.
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IF-GO 2012 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia com atenção o texto a seguir:
“O homem nasce livre, e por toda parte encontra-se a ferros. O que se crer senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (...). A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.”
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1978. p. 22.

Com base no texto de Rousseau, marque a alternativa correta.

A
Há na afirmação de Rousseau uma forte crítica à justificativa do poder do rei absolutista, próprios da antiguidade clássica greco-romana.
B
A afirmativa de Rousseau aproxima-se ao pensamento absolutista, que atribuía aos reis o direito divino de manter a ordem social.
C
A afirmativa de Rousseau filia-se ao pensamento cristão, por atribuir a todos os homens uma condição de livre-arbítrio e superação da escravatura colonial.
D
A afirmativa de Rousseau é própria do pensamento iluminista, ao conceber a ordem social como um direito que deve garantir a liberdade e a autonomia dos homens.
E
A afirmação de Rousseau filia-se ao pensamento abolicionista, por denunciar a escravidão praticada na América ao longo do século XIX.
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UESPI 2011 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Rousseau foi um pensador que atuou, com destaque, no século XVIII. Sua obra mais famosa é o Contrato Social. No entanto, Rousseau também:

A
formulou teses defensivas para consolidação do liberalismo econômico, continuando as reflexões de Adam Smith.
B
defendeu o retorno aos governos monárquicos, desde que respeitassem a vontade coletiva da maioria que vivia na pobreza.
C
criticou a existência da escravidão, mas não se colocou contra o mercantilismo e os projetos colonizadores europeus.
D
preocupou-se com a pedagogia, redefinindo princípios e combatendo preconceitos comuns entre os mais conservadores.
E
fortaleceu o liberalismo político e exaltou a liberdade do cidadão, embora não tocasse no problema da soberania popular.
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IF-TM 2011 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

A virtú do príncipe não consiste num conjunto fixo de qualidades morais que ele oporá à fortuna, lutando contra ela. A virtú é a capacidade do príncipe para ser flexível às circunstâncias, mudando com elas para agarrar e dominar a fortuna. O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem aos distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.

CHAUI, MARILENA. Convite à Filosofia. 12. ed. São Paulo: Ática, 2002.



Maquiavel escreveu a obra O Príncipe na qual faz uma reflexão sobre a monarquia e o papel do governante. Segundo esse autor, a virtú estava baseada:

A
Na apreensão dos valores cristãos, da moral social vigente e da compatibilidade entre política e religião.
B
Na capacidade pessoal do príncipe de dominar os eventos e alcançar um fim objetivado, por qualquer meio.
C
No curso dos acontecimentos históricos independentes da vontade humana. Esses acontecimentos vão tecendo a nervura da realidade.
D
No exército forte escolhido pelo príncipe que seja capaz de vencer qualquer situação adversa e inusitada, devendo respeito e atenção ao soberano.
E
Na reputação do príncipe, que em alguns casos pode ser cruel, mas sempre com o intuito de manter o povo unido e leal a si.
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UNIOESTE 2016 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Texto 1: “[...] Quando um homem deseja professar a bondade, natural é que vá à ruína, entre tantos maus. Assim, é preciso que, para se conservar, um príncipe aprenda a ser mau, e que se sirva ou não disso de acordo com a necessidade”. (MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 2004, p. 99).

Texto 2: “[...] Assim deve o príncipe tornar-se temido, de sorte que, se não for amado, ao menos evite ódio, pois é fácil ser, a um só tempo, temido e não odiado, o que ocorrerá uma vez que se prive da posse dos bens e das mulheres dos cidadãos e dos súditos, e, mesmo quando forçado a derramar o sangue de alguém, poderá fazê-lo apenas se houver justificativa apropriada e causa manifesta” [...]. (Idem, p. 106-7)


Considerando o pensamento de Maquiavel e os textos citados, assinale a alternativa CORRETA.

A
O pensamento de Maquiavel volta-se à realidade e busca alternativas para estabelecer um Estado estável onde a ordem possa reinar.
B
Maquiavel, assim como Platão, revela-se um idealista ao estabelecer padrões ao governante fundamentados na bondade natural do homem.
C
O príncipe deve ser um homem dotado de boas virtudes (virtù) e dinheiro (fortuna) para que todos o respeitem e ele possa fazer reinar a estabilidade.
D
Estado e Igreja se fundem, de acordo com o filósofo. De nada adianta ao príncipe tentar estabelecer a ordem, já que ela depende de um estado natural das coisas e de uma força extraterrena, tornando todo seu esforço em vão.
E
O objetivo último do pensamento político de Maquiavel é o de evitar a guerra a todo custo, pois as atrocidades da guerra desafiam os valores éticos que determinam a ação política.
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UEL 2010 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

Leia o texto a seguir.

Justiça e Estado apresentam-se como elementos indissociáveis na filosofia política hobbesiana. Ao romper com a concepção de justiça defendida pela tradição aristotélico-escolástica. Hobbes propõe uma nova moralidade relacionada ao poder político e sua constituição jurídica. O Estado surge pelo pacto para possibilitar a justiça e, na conformidade com a lei, se sustenta por meio dela. No Leviatã (caps. XIV-XV), a justiça hobbesiana fundamenta-se, em última instância, na lei natural concernente à autoconservação, da qual deriva a segunda lei que impõe a cada um a renúncia de seu direito a todas as coisas, para garantir a paz e a defesa de si mesmo. Desta, por sua vez, implica a terceira lei natural: que os homens cumpram os pactos que celebrarem. Segundo Hobbes, “onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais”.
(HOBBES, T. Leviatã. Trad. J. Monteiro e M. B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1997. Coleção Os Pensadores, cap. XIII.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Hobbes, é correto afirmar:

A
A humanidade é capaz, sem que haja um poder coercitivo que a mantenha submissa, de consentir na observância da justiça e das outras leis de natureza a partir do pacto constitutivo do Estado.
B
A justiça tem sua origem na celebração de pactos de confiança mútua, pelos quais os cidadãos, ao renunciarem sua liberdade em prol de todos, removem o medo de quando se encontravam na condição natural de guerra.
C
A justiça é definida como observância das leis naturais e, portanto, a injustiça consiste na submissão ao poder coercitivo que obriga igualmente os homens ao cumprimento dos seus pactos.
D
As noções de justiça e de injustiça, como as de bem e de mal, têm lugar a partir do momento em que os homens vivem sob um poder soberano capaz de evitar uma condição de guerra generalizada de todos.
E
A justiça torna-se vital para a manutenção do Estado na medida em que as leis que a efetivam sejam criadas, por direito natural, pelos súditos com o objetivo de assegurar solidariamente a paz e a segurança de todos.
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UEL 2010 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

Leia o texto a seguir.

Em Técnica e Ciência como “ideologia”, Habermas apresenta uma reformulação do conceito weberiano de racionalização pela qual lança as bases conceptuais de sua teoria da sociedade. Neste sentido, postula a distinção irredutível entre trabalho ou agir instrumental e interação ou agir comunicativo, bem como a pertinência da conexão dialética entre essas categorias, das quais deriva a diferenciação entre o quadro institucional de uma sociedade e os subsistemas do agir racional com respeito a fins. Segundo Habermas, uma análise mais pormenorizada da primeira parte da Ideologia Alemã revela que “Marx não explicita efetivamente a conexão entre interação e trabalho, mas sob o título nada específico da práxis social reduz um ao outro, a saber, a ação comunicativa à instrumental”.
(Adaptado: HABERMAS, J. Técnica e ciência como “ideologia”. Lisboa: Edições 70, 1994. p.41-42.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar:

A
O crescimento das forças produtivas e a eficiência administrativa conduzem à organização das relações sociais baseadas na comunicação livre de quaisquer formas de dominação.
B
A liberação do potencial emancipatório do desenvolvimento da técnica e da ciência depende da prevenção das disfuncionalidades sistêmicas que entravam a reprodução material da vida e suas respectivas formas interativas.
C
O desenvolvimento da ciência e da técnica, enquanto forças produtivas, permite estabelecer uma nova forma de legitimação que, por sua vez, nega as estruturas da ação instrumental, assimilando-as à ação comunicativa.
D
Com base na irredutibilidade entre trabalho e interação, a luta pela emancipação diz respeito tanto ao agir comunicativo, contra as restrições impostas pela dominação, quanto ao agir instrumental, contra as restrições materiais pela escassez econômica.
E
A racionalização na dimensão da interação social submetida à racionalização na dimensão do trabalho na práxis social determina o caráter emancipatório do desenvolvimento das forças produtivas e do bem-estar da vida humana.
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UEL 2010 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Leia o texto a seguir.

Certamente, a brusca mudança de direção que encontramos nas reflexões de Maquiavel, em comparação com os humanistas anteriores, explica-se em larga medida pela nova realidade política que se criara em Florença e na Itália, mas também pressupõe uma grande crise de valores morais que começava a grassar. Ela não apenas constatava a divisão entre “ser” e “dever ser”, mas também elevava essa divisão a princípio e a colocava como base da nova visão dos fatos políticos.
(REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulinas, 1990. V. II, p. 127.)

Dentre as contribuições de Maquiavel à Filosofia Política, é correto afirmar:

A
Inaugurou a reflexão sobre a constituição do Estado ideal.
B
Estabeleceu critérios para a consolidação de um governo tirânico e despótico.
C
Consolidou a tábua de virtudes necessárias a um bom homem.
D
Fundou os procedimentos de verificação da correção das normas.
E
Rompeu o vínculo de dependência entre o poder civil e a autoridade religiosa.