Questõesde UNESP sobre Sociologia

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ffbaf4f9-0a
UNESP 2018 - Sociologia - Cultura e sociedade, Relação entre Indivíduo e Sociedade

A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que Guy Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o conceito de “sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica com relação à sociedade capitalista. São conceitos que procuram apontar aquilo que se constitui em entraves para a emancipação humana.

(Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”.
https://revistacult.uol.com.br. Adaptado.)

Segundo o texto,

A
a transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse fenômeno social.
B
a padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da publicidade.
C
a hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da autonomia do sujeito.
D
o universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material da sociedade.
E
o conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a indústria cultural.
ffabb6fd-0a
UNESP 2018 - Sociologia - Estratificação e desigualdade social, Formas de estratificação social

Texto 1

Vinte e um anos, algumas apólices, um diploma, podes entrar no parlamento, na magistratura, na imprensa, na lavoura, na indústria, no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas carreiras diante de ti. […] Nenhum [ofício] me parece mais útil e cabido que o de medalhão. […] Tu, meu filho, se me não engano, pareces dotado da perfeita inópia mental, conveniente ao uso deste nobre ofício. […] No entanto, podendo acontecer que, com a idade, venhas a ser afligido de algumas ideias próprias, urge aparelhar fortemente o espírito. […] Em todo caso, não transcendas nunca os limites de uma invejável vulgaridade.


(Machado de Assis. Teoria do medalhão.
www.dominiopublico.gov.br.)


Texto 2

De fato, existem medalhões em todos os domínios da vida social brasileira: na favela e no Congresso; na arte e na política; na universidade e no futebol; entre policiais e ladrões. São as pessoas que podem ser chamadas de “homens”, “cobras”, “figuras”, “personagens” etc. […] Medalhões são frequentemente figuras nacionais. […] Ser o filho do Presidente, do Delegado, do Diretor conta como cartão de visitas.


(Roberto da Matta. Carnavais, malandros e heróis, 1983.)


Tanto no texto do escritor Machado de Assis como no do antropólogo Roberto da Matta, a figura do medalhão

A
corresponde a um fenômeno cultural recente e desvinculado do clientelismo.
B
tem sua existência fundamentada em ideais liberais e democráticos de cidadania.
C
consiste em um tipo social exclusivamente pertencente às elites burguesas.
D
apresenta sucesso social fundamentado na competência acadêmica e intelectual.
E
ilustra o caráter fortemente hierarquizado e personalista da sociedade brasileira.
32c2b9d1-58
UNESP 2018 - Sociologia - Estratificação e desigualdade social, Desigualdades de raça, classe e gênero

No Brasil, para uma população 54% negra (incluídos os pardos), apenas 14% dos juízes e 2% dos procuradores e promotores públicos são negros. Juízes devem ser imparciais em relação a cor, credo, gênero, e os mais sensíveis desenvolvem empatia que lhes permite colocar-se no lugar dos mais desfavorecidos socialmente. Nos Estados Unidos, várias ONGs dedicam-se a defender réus já condenados. Como resultado do trabalho de apenas uma delas, 353 presos foram inocentados em novos julgamentos desde 1989. Desses, 219 eram negros. No Brasil, é uma incógnita o avanço social que seria obtido por uma justiça cega à cor.

(Mylene Pereira Ramos. “A justiça tem cor?”. Veja, 24.01.2018. Adaptado.)


Sobre o funcionamento da justiça, pode-se afirmar que

A
o preconceito étnico é fenômeno exclusivamente subjetivo e sem implicações na esfera pública.
B
a neutralidade e objetividade no julgamento não estão sujeitas a fatores de natureza psicológica.
C
a disparidade da composição étnica entre réus e juízes é um fator de crítica à atuação do Judiciário.
D
a isenção jurídica é garantida por critérios objetivos que independem da origem étnica ou social.
E
a imparcialidade nos julgamentos é fator que torna desnecessária a adoção de políticas afirmativas.
32c98acd-58
UNESP 2018 - Sociologia - Cultura e sociedade, Cultura e identidade nacional

                                                   Texto 1

      O fato de a exposição Queermuseu ter sofrido uma série de retaliações de setores fascistas e reacionários do Brasil, conhecidos por suas posições homofóbicas, racistas e classistas, faz com que seja importante trazer outras camadas para esse debate. Os ataques à mostra se deram não somente na internet, mas também na própria exposição – onde o público visitante era constrangido com a presença de manifestantes a favor do fechamento da exposição.

(Tiago Sant’Ana. “‘Queermuseu’: a apropriação que acabou em censura”. Le Monde Diplomatique, 18.09.2017. Adaptado.)


                                             Texto 2

      A diretora Daniela Thomas apresentou seu filme, Vazante, que fala sobre escravidão, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ela foi duramente questionada no debate a partir de questões que não falam de aspectos estéticos propriamente, mas sobre procedimentos escolhidos para fazer a obra: “você não incluiu pessoas negras na produção, você não teve consultoria de negros para o roteiro”. Chegou-se a sugerir que Daniela não exibisse o filme comercialmente, que ele não fosse colocado nas salas de cinema. A censura está muito presente e ela não é só uma vontade ou um movimento que parte do ponto de vista da direita, mas também da esquerda.

(Rodrigo Cássio. “Conversa entre professores: a censura não tem lado”. www.adufg.org.br, 09.11.2017. Adaptado.)


A partir da análise dos textos 1 e 2, depreende-se que ambos os acontecimentos

A
ilustram uma posição exclusivamente conservadora e de direita em relação à arte.
B
basearam-se em critérios externos ao universo estético.
C
fundamentaram-se em questões técnicas próprias ao campo das artes.
D
evidenciam manifestações antiautoritárias e a favor da liberdade.
E
foram marcados pelo respeito à autonomia estética.
32bf8f45-58
UNESP 2018 - Sociologia - Conceito de poder, Política, poder e Estado

A obsessão do Estado por controlar todos os comportamentos dos cidadãos tem como resultado um enfraquecimento da responsabilidade moral e cívica dos mesmos. A lei deveria ser o último recurso, depois da educação, da ética, da negociação e do compromisso entre os indivíduos. É agora o primeiro recurso. Imagino potenciais crimes que os filhos dos nossos filhos terão receio de cometer:


Crime de imposição de gênero: os pais deverão abster-se de identificar o gênero dos filhos tomando como referência o sexo biológico dos mesmos.

Crime de apropriação cultural: serão severamente punidos os cidadãos que, alegando interesse cultural ou razões artísticas, se apropriem de práticas e temáticas de um grupo étnico a que não pertencem.

Crime de envelhecimento público: com os avanços da medicina, será intolerável que um cidadão recuse tratamentos/cirurgias para ocultar/reverter o seu processo de envelhecimento, exibindo em público as marcas da decadência física ou neurológica.

Crime de interesse sentimental não solicitado: será punido qualquer adulto que manifeste interesse sentimental não solicitado por outro adulto — através de sorriso, elogio, convite para jantar etc. O interesse sentimental de um adulto por outro será mediado por um advogado que apresentará ao advogado da parte desejada as intenções do seu cliente.

(João Pereira Coutinho. “Cinco potenciais crimes que gerações futuras terão receio de cometer”. www1.folha.com.br, 21.11.2017. Adaptado.)


O perfil antiutópico sugerido pelo autor para o mundo futuro reúne tendências de

A
depreciação da autonomia individual em favor do fortalecimento de diversas formas totalitárias de controle.
B
favorecimento da espontaneidade pessoal em diversos campos do pensamento e do comportamento.
C
desvalorização do pensamento politicamente correto na esfera da cultura e do comportamento.
D
desvalorização da esfera jurídica para a definição de critérios de normalidade comportamental.
E
disseminação de tendências de comportamento fortemente baseadas na autonomia individual.
32c65d64-58
UNESP 2018 - Sociologia - Estratificação e desigualdade social, Desigualdades de raça, classe e gênero

“O homem que agride mulher é aquele que levanta todo dia e sai para trabalhar. Frequenta grupos sociais corriqueiros, como reuniões de pais em escolas. Ele se veste e age de forma socialmente aceita. Só que, ao chegar em casa, comporta-se de forma violenta para manter a qualquer custo o posto de autoridade máxima”, declara a magistrada Teresa Cristina dos Santos. A juíza afirma que a violência contra a mulher é a única forma democrática de violência. Vítimas e agressores são encontrados em todos os segmentos da sociedade. Segundo pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, a despeito de a maioria ter entre 25 e 30 anos e baixa escolaridade, há agressores de todas as idades, condição financeira, nível de instrução e situação profissional. De acordo com a juíza Teresa Cristina, o enfrentamento da violência contra a mulher passa justamente por essa desmistificação de quem é o agressor. “Ao contrário dos crimes comuns, a violência contra a mulher é uma questão cultural”.

(Adriana Nogueira. “Violência contra a mulher vem do homem comum e pode atingir qualquer uma”. www.uol.com.br, 26.09.2017. Adaptado.)


A partir do texto, a violência contra a mulher na sociedade brasileira

A
tem como causa principal a má distribuição de renda que afeta as classes populares.
B
é um fenômeno associado ao autoritarismo de regimes políticos de exceção.
C
é consequência direta de comportamentos impulsivos de natureza patológica.
D
é um problema decisivamente associado ao significado cultural da masculinidade.
E
tem origem inata, não sendo condicionada por fatores culturais ou sociais.
45572576-3c
UNESP 2015 - Sociologia

A crise de abastecimento de água em São Paulo se agravou significativamente a partir de 2002, quando a empresa pública Sabesp passou a priorizar a obtenção de lucro. Com essa alteração, a água deixou de ser considerada bem público e recurso essencial para a sociedade, abandonando-se o foco na universalização dos serviços de saneamento básico. Nesse mesmo caminho, seguiu uma diretriz estratégica de atender à expansão econômica, beneficiando-se com a lucratividade do aumento do consumo, ignorando a suficiência de água para atender a essa crescente demanda. Do ponto de vista neoliberal, a crise hídrica oferece “grandes e novas oportunidades” de negócios, tanto para obras como para serviços, especialmente no setor de gestão das águas, uma vez que se trata de um bem essencial de que todos são obrigados a dispor a qualquer preço e custo.
(Delmar Matter et al. “As obras e a crise de abastecimento”. www.diplomatique.org.br, 06.02.2015. Adaptado.)
No texto, o problema do abastecimento de água em São Paulo é abordado sob o ponto de vista

A
da crise ética da sociedade e das questões relativas ao negligenciamento dos valores morais e espirituais.
B
da defesa da necessidade de investimentos públicos para a construção de novos reservatórios de água.
C
dos efeitos positivos da racionalidade instrumental ao converter a natureza em objeto de dominação.
D
das tendências do sistema capitalista de transformar toda a realidade em mercadoria disponível no mercado.
E
das consequências do aumento da demanda ocasionado pela democratização do consumo da água.
45514a88-3c
UNESP 2015 - Sociologia

Analise as charges.


As charges permitem que se faça uma abordagem ao mesmo tempo crítica e irônica dos meios de comunicação de massa e da vida nas cidades no período atual. Dentre os assuntos que podem ser diretamente associados aos problemas abordados pelas charges estão:

A
o cumprimento pelos meios de comunicação de seu papel de noticiar o real cotidiano das cidades e o fortalecimento da segurança pública em detrimento da privada.
B
o papel da mídia na propagação da sensação de insegurança junto à população e o surgimento de atividades, produtos e serviços vinculados à segurança privada.
C
a influência restrita dos meios de comunicação sobre o cotidiano das cidades e a produção de um novo urbanismo expresso na valorização dos espaços públicos.
D
a influência passiva da mídia sobre o comportamento e a vida das pessoas nas cidades e a regressão de produtos, serviços e atividades ligadas à segurança privada.
E
a difusão de informações sensacionalistas pela mídia e a intensificação da convivência entre pessoas na cidade.
455451b0-3c
UNESP 2015 - Sociologia

– Qual o pecado mais evidente dos médicos atualmente?
– Os médicos estão muito arrogantes, impondo seu ponto de vista a todo custo. Parte da culpa é das subespecializações médicas, um fenômeno recente na medicina. Os médicos atualmente só sabem falar de questões referentes às suas subespecialidades. Não do paciente. Quando o paciente procura ajuda médica, ele é um indivíduo, não uma mé- dia – é único. Parece chavão, mas pensar assim faz uma diferença brutal.
(Marco Bobbio. “Entrevista”. Veja, 03.12.2014. Adaptado.)
Na entrevista, a medicina atual é criticada em virtude de priorizar aspectos

A
técnicos e estatísticos.
B
sociais e econômicos
C
políticos e econômicos.
D
mecanicistas e jurídicos.
E
holísticos e alternativos.
455a61de-3c
UNESP 2015 - Sociologia

A decisão de uma prefeitura nos arredores de Paris de distribuir mochilas escolares azuis para os meninos e rosa para meninas provocou polêmica na França. Nas bolsas distribuídas pela prefeitura de Puteaux, há também um kit para construir robôs, para os meninos, e miçangas para fazer bijuterias, para as meninas. A distinção causou polêmica no momento em que o governo implementa na rede educacional um programa para promover a igualdade entre homens e mulheres e lutar contra os estereótipos.
(“Distribuição de mochilas escolares azuis e rosas causa polêmica na França”. www.bbc.co.uk. Adaptado.)
A polêmica citada pela reportagem envolve pressupostos sobre a sexualidade que podem ser definidos pela oposição entre fatores

A
comunitários e individuais.
B
metafísicos e empiristas.
C
teológicos e materiais.
D
antropocêntricos e teocêntricos.
E
biológicos e sociais.
454e153b-3c
UNESP 2015 - Sociologia

De acordo com Darcy Ribeiro, dois movimentos caminharam concomitantemente ao longo do processo de formação do povo brasileiro:

Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo. Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê a si mesma e é vista como uma gente nova, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras. Velho, porém, porque se viabiliza como um proletariado externo, como um implante ultramarino da expansão europeia que não existe para si mesmo, mas para gerar lucros exportáveis pelo exercício da função de provedor colonial de bens para o mercado mundial, através do desgaste da população. Sua unidade étnica básica não significa, porém, nenhuma uniformidade, mesmo porque atuaram sobre ela forças diversificadoras: a ecológica, a econômica e a migração. Por essas vias se plasmaram historicamente diversos modos rústicos de ser dos brasileiros: os sertanejos, os caboclos, os crioulos, os caipiras e os gaúchos. Todos eles muito mais marcados pelo que têm de comum como brasileiros, do que pelas diferenças devidas a adaptações regionais ou funcionais, ou de miscigenação e aculturação que emprestam fisionomia própria a uma ou outra parcela da população.
(Darcy Ribeiro. O povo brasileiro, 1995. Adaptado.)
A
a produção de uma unidade étnica nacional e a conformação de uma cultura nacional homogênea.
B
a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a coexistência de culturas regionais em extinção.
C
a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a conformação de culturas regionais transplantadas de outros países.
D
a produção de uma unidade étnica nacional e a conformação de diversidades socioculturais regionais.
E
a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a coexistência de culturas regionais fragmentadas.
454b0097-3c
UNESP 2015 - Sociologia

De acordo com o excerto, a gênese do povo brasileiro está associada

Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo. Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê a si mesma e é vista como uma gente nova, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras. Velho, porém, porque se viabiliza como um proletariado externo, como um implante ultramarino da expansão europeia que não existe para si mesmo, mas para gerar lucros exportáveis pelo exercício da função de provedor colonial de bens para o mercado mundial, através do desgaste da população. Sua unidade étnica básica não significa, porém, nenhuma uniformidade, mesmo porque atuaram sobre ela forças diversificadoras: a ecológica, a econômica e a migração. Por essas vias se plasmaram historicamente diversos modos rústicos de ser dos brasileiros: os sertanejos, os caboclos, os crioulos, os caipiras e os gaúchos. Todos eles muito mais marcados pelo que têm de comum como brasileiros, do que pelas diferenças devidas a adaptações regionais ou funcionais, ou de miscigenação e aculturação que emprestam fisionomia própria a uma ou outra parcela da população.
(Darcy Ribeiro. O povo brasileiro, 1995. Adaptado.)
A
ao propósito de ocupação de novos territórios pelos portugueses e à implantação de um empreendimento de povoamento, voltado à construção de um mercado interno amplo e diversificado.
B
à conquista de novos territórios pelos povos africanos, ameríndios e europeus e à implantação de um modelo de desenvolvimento econômico autônomo, voltado a atender às demandas do mercado externo.
C
ao ímpeto pela descoberta de novos territórios pelos povos ameríndios e africanos e à implantação de um modelo de desenvolvimento social e econômico de inspiração europeia, dirigido ao progresso técnico e econômico nacional.
D
ao projeto de colonização de novos territórios e de seus respectivos povos pelos portugueses e à implantação de um empreendimento mercantil, voltado a atender às demandas do mercado externo.
E
ao propósito de conquista de novos territórios pelos europeus e à implantação de um modelo de desenvolvimento econômico autônomo, voltado a atender às demandas do mercado local.
9a3c78b9-35
UNESP 2014 - Sociologia - Cultura e sociedade, Cultura de massa e indústria cultural

Os reality shows são hoje para a classe mais abastada e intelectualizada da sociedade o que as novelas eram assim que se popularizaram como produto de cultura massificada: sinônimo de mau gosto. Com uma maior aceitação das novelas na esfera dos críticos da mídia, o reality show segue agora como gênero televisivo mundial, transmitido em horário nobre, e principal símbolo da perda de qualidade do conteúdo televisivo na sociedade pós-moderna. Os reality shows personificam as novas formas de identificação dos sujeitos nas sociedades pós-modernas. Programas como o BBB são movidos pelas engrenagens de uma sociedade exibicionista e consumista, que se mantém vendendo ao mesmo tempo a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro.

(Sávia Lorena B. C. de Sousa. O reality show como objeto de reflexão cultural. observatoriodaimprensa.com.br)

Sobre a relação entre os meios de comunicação de massa e o público consumidor, é correto afirmar que:

A
a qualidade da programação da tv não é condicionada pelas demandas e desejos dos consumidores culturais.
B
o reality show é uma mercadoria cultural relacionada com processos emocionais de seu público.
C
os critérios estéticos independem do nível de autonomia intelectual dos consumidores.
D
no caso dos reality shows, a televisão estimula a capacidade de fruição estética do público consumidor.
E
os programadores priorizam aspectos formativos relegando o entretenimento a uma condição secundária.
9a347f2e-35
UNESP 2014 - Sociologia - Cidadania e movimentos sociais, Movimentos sociais no Brasil

     Nos cartazes pendurados na casa habitável, só havia espaço para teses anarquistas e ambientalistas. Anticapitalistas, os Black Blocs defendem uma genérica “solidariedade humana". Ninguém é considerado traidor se não entrar no quebra-quebra, mas o vandalismo é visto como ato de coragem. Equipamentos como orelhões são quebrados, segundo eles, porque a telefonia é dominada por estrangeiros. Também merecem condenação empreiteiras e multinacionais. Revoltados com a privatização do campo de Libra, incluíram a Petrobrás no rol de suas potenciais vítimas. Dizem que queimam as lixeiras públicas nos protestos porque consideram corruptas as concessionárias do serviço. Alguns rejeitam programas sociais, como Bolsa Família, Mais Médicos e ProUni, pois, segundo eles, mascaram as péssimas condições de vida da população e amortecem a revolta. 

(Por dentro da máscara dos Black Blocs. Época, 01.11.2013.)

Sob o ponto de vista ideológico, a filiação declaradamente anarquista dos Black Blocs justifica-se pela

A
adesão teórica e prática a doutrinas de natureza nazifascista.
B
defesa de ideais socialistas favoráveis ao poder do Estado.
C
utilização do diálogo como principal instrumento político.
D
defesa dos ideais de liberdade e cidadania da sociedade burguesa.
E
confrontação dirigida a autoridades e instituições privadas e estatais.
9a2de4c5-35
UNESP 2014 - Sociologia

Tradição de pensamento ético fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando eficiência: servirá aos propósitos morais a decisão que diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso da situação dos povos nativos brasileiros, já se destinou às reservas indígenas uma extensão de terra equivalente a 13% do território nacional, quase o dobro do espaço destinado à agricultura, de 7%. Mas a mortalidade infantil entre a população indígena é o dobro da média nacional e, em algumas etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas básicas para sobreviver. Este é um ponto em que o cômputo utilitarista de prejuízos e benefícios viria a calhar: a felicidade dos índios não é proporcional à extensão de terra que lhes é dado ocupar.

(Veja, 25.10.2013. Adaptado.)

A aplicação sugerida da ética utilitarista para a população indígena brasileira é baseada em

A
uma ética de fundamentos universalistas que deprecia fatores conjunturais e históricos.
B
critérios pragmáticos fundamentados em uma relação entre custos e benefícios.
C
princípios de natureza teológica que reconhecem o direito inalienável do respeito à vida humana.
D
uma análise dialética das condições econômicas geradoras de desigualdades sociais.
E
critérios antropológicos que enfatizam o respeito absoluto às diferenças de natureza étnica.