“O homem que agride mulher é aquele que levanta todo
dia e sai para trabalhar. Frequenta grupos sociais corriqueiros,
como reuniões de pais em escolas. Ele se veste e age
de forma socialmente aceita. Só que, ao chegar em casa,
comporta-se de forma violenta para manter a qualquer custo
o posto de autoridade máxima”, declara a magistrada Teresa
Cristina dos Santos. A juíza afirma que a violência contra
a mulher é a única forma democrática de violência. Vítimas
e agressores são encontrados em todos os segmentos da
sociedade. Segundo pesquisadores da Universidade Federal
de Santa Catarina, a despeito de a maioria ter entre 25 e 30
anos e baixa escolaridade, há agressores de todas as idades,
condição financeira, nível de instrução e situação profissional.
De acordo com a juíza Teresa Cristina, o enfrentamento
da violência contra a mulher passa justamente por essa desmistificação
de quem é o agressor. “Ao contrário dos crimes
comuns, a violência contra a mulher é uma questão cultural”.
(Adriana Nogueira. “Violência contra a mulher vem do homem comum e
pode atingir qualquer uma”. www.uol.com.br, 26.09.2017. Adaptado.)
A partir do texto, a violência contra a mulher na sociedade
brasileira
“O homem que agride mulher é aquele que levanta todo dia e sai para trabalhar. Frequenta grupos sociais corriqueiros, como reuniões de pais em escolas. Ele se veste e age de forma socialmente aceita. Só que, ao chegar em casa, comporta-se de forma violenta para manter a qualquer custo o posto de autoridade máxima”, declara a magistrada Teresa Cristina dos Santos. A juíza afirma que a violência contra a mulher é a única forma democrática de violência. Vítimas e agressores são encontrados em todos os segmentos da sociedade. Segundo pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, a despeito de a maioria ter entre 25 e 30 anos e baixa escolaridade, há agressores de todas as idades, condição financeira, nível de instrução e situação profissional. De acordo com a juíza Teresa Cristina, o enfrentamento da violência contra a mulher passa justamente por essa desmistificação de quem é o agressor. “Ao contrário dos crimes comuns, a violência contra a mulher é uma questão cultural”.
(Adriana Nogueira. “Violência contra a mulher vem do homem comum e pode atingir qualquer uma”. www.uol.com.br, 26.09.2017. Adaptado.)
A partir do texto, a violência contra a mulher na sociedade brasileira
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa D
Tema central: trata-se da natureza da violência contra a mulher — se é sobretudo econômica, política, patológica ou cultural. É preciso conhecer conceitos de gênero, patriarcado e masculinidade para responder corretamente.
Resumo teórico: violência de gênero é fruto de relações desiguais de poder entre homens e mulheres, enraizadas em normas sociais e culturais que legitimam a dominação masculina. Autores como Raewyn Connell (masculinidades hegemônicas) e organismos internacionais (WHO) apontam que essa violência é estruturada socialmente, não apenas individualmente. No Brasil, a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) reconhece e combate formas de violência baseada em gênero.
Justificativa da alternativa D: a alternativa D afirma que o problema está "decisivamente associado ao significado cultural da masculinidade". Isso corresponde ao entendimento sociológico e ao trecho-base, que enfatiza a presença do agressor em todas as classes e a necessidade de desmistificar o perfil do agressor — ou seja, o fator determinante é cultural: normas, papéis de gênero e expectativas de autoridade masculina.
Análise das alternativas incorretas:
A (má distribuição de renda): embora desigualdade econômica possa agravar vulnerabilidades, a violência contra a mulher não tem como causa principal a pobreza — ocorre em todos os estratos sociais.
B (associação a regimes autoritários): regimes autoritários podem intensificar violências, mas a violência contra a mulher é um fenômeno social contínuo e não exclusivo de contextos políticos de exceção.
C (comportamento patológico): reduzir a violência a impulsos patológicos individualiza o problema e ignora as bases culturais e institucionais que a reproduzem.
E (origem inata): afirmar inatismo ignora as evidências sociológicas e antropológicas sobre a construção social de papéis de gênero.
Dicas de prova: procure palavras-chave no enunciado (ex.: "cultural", "desmistificação", "todos os segmentos"). Use eliminação — descarte alternativas que atribuem causa única (econômica, política, biológica) quando o texto aponta caráter social e cultural.
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