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d147c8ed-e4
PUC-GO 2016 - Física - Estática e Hidrostática, Estática - Momento da Força/Equilíbrio e Alavancas

Nos fragmentos do Texto 3 “Tentava acompanhar os passos de meu pai. [...] dizer-lhe que parasse.” Temos referência a movimento e a repouso. O movimento de um corpo pode ser de translação e/ou rotação. Para que um corpo permaneça em repouso, é necessário que esteja em equilíbrio de translação e rotação. Considere uma gangorra construída com uma tábua rígida, homogênea, de massa igual a 10 kg, com espessura e largura desprezíveis em relação a seu comprimento, que é de 8 m. A tábua pode girar em torno de um eixo de rotação colocado perpendicularmente ao seu comprimento, a 4 m de cada uma das extremidades. Duas pessoas, uma de massa m1 = 85 kg e outra de massa m2 = 40 kg, estão sentadas em cada uma das extremidades da tábua. Para que a tábua fique em equilíbrio horizontal, uma terceira pessoa é colocada entre o eixo de rotação e a pessoa mais leve, a uma distância de 1,5 m desse eixo. A massa da terceira pessoa é de (assinale a resposta correta):

TEXTO 3

                          Escalada para o inferno

Iniciava-se ali, meu estágio no inferno. A ardida solidão corroía cada passo que eu dava. Via crucis vivida aos seis anos de idade, ao sol das duas horas. Vermelhidão por todos os lados daquela rua íngreme e poeirenta. Meus olhos pediam socorro mas só encontravam uma infinitude de terra e desolação. Tentava acompanhar os passos de meu pai. E eles eram enormes. Não só os passos mas as pernas. Meus olhos olhavam duplamente: para os passos e para as pernas e não alcançavam nem um nem outro. Apenas se defrontavam com um vazio empoeirado que entrava no meu ser inteiro. Eu queria chorar mas tinha medo. Tropeçava a cada tentativa de correr para alcançar meu pai. E eu tinha medo de ter medo. E eu tinha medo de chorar. E era um sofrimento com todos os vórtices de agonia. À minha frente, até onde meus olhos conseguiram enxergar, estavam os pés e as pernas de meu pai que iam firmes subindo subindo subindo sem cessar. À minha volta eu podia ver e sentir a terra vermelha e minha vida envolta num turbilhão de desespero. Na verdade eu não sabia muito bem para onde estava indo. Eu era bestializado nos meus próprios passos. Nas minhas próprias pernas. Tinha a impressão que o ponto de chegada era aquele redemoinho em que me encontrava e que dele nunca mais sairia. Na ânsia de ir sem querer ir eu gaguejava no caminhar. E olhava com sofreguidão para os meus pés e via ainda com mais aflição que os bicos de meus sapatos novos estavam sujos daquela poeira impregnante, vasculhante, suja. Eu sempre gostei de sapatos. Eu sempre gostei de sapatos novos. Novos e luzidios. E eles estavam sujos. Cobertos de poeira. E a subida prosseguia inalterada. Tentava olhar para o alto e só conseguia ver os enormes joelhos de meu pai que dobravam num ritmo compassado. Via suas pernas e seus pés. E só. Sentia, lá no fundo, um desejo calado de dizer alguma coisa. De dizer-lhe que parasse. Que fosse mais devagar. Que me amparasse. Mas esse desejo era um calo na minha pequenina garganta que jamais seria curado. E eu prossegui ao extremo de meus limites. Tinha de acontecer: desamarrou o cadarço de meu sapato. A loucura do sol das duas horas parece ter se engraçado pelo meu desatino. Tudo ficou muito mais quente. Tudo ficou mais empoeirado e muito mais vermelho. O desatino me levou ao choro. Não sei se chorei ou se choraminguei. Só sei que dei índices de que eu precisava de meu pai. E ele atendeu. Voltou-se para mim e viu que estava pisando no cadarço. Que estava prestes a cair. Então me socorreu. Olhou-me nos olhos com a expressão casmurra. Levou suas enormes mãos aos meus pés e amarrou o cadarço firmemente com um intrincado nó. A cena me levou a um estado de cegueira anestésica tão intensa que sofri uma espécie de amnésia passageira. Estado de torpor. Quando dei por mim, já tinha chegado ao meu destino: cadeira do barbeiro. Alta, prepotente e giratória. Ele, o barbeiro, cabeça enorme, mãos enormes, enormes unhas, sorriso nos lábios dos quais surgiam grandes caninos. Ele portava enorme máquina que apontava em minha direção. E ouvi a voz do pai: pode tirar quase tudo! deixa só um pouco em cima! Ali, finalmente, para lembrar Rimbaud, ia se encerrar meu estágio no inferno.

(GONÇALVES, Aguinaldo. Das estampas. São Paulo: Nankin, 2013. p. 45-46.)

A
45 kg.
B
72 kg.
C
98 kg
D
120 kg.
d1428330-e4
PUC-GO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A poesia é uma expressão artística que permite associar imagens, palavras e ritmos. Sobre ela, podemos afirmar que (assinale a alternativa correta):

TEXTO 2

                                O milagre de viajar

Quisera eu, então, decifrar

os dias repletos de sombras moventes,

à exaltação do que, insalubre, vaga

pelos olhos dos homens.


Quisera, enfim,

saber por que das causas e quilhas

de barco nenhum

flui das tinas

dos dias

o fumo

o rum(o)


do que se foi e nunca mais será,

como da via o milagre

de viajar!

(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 142.)

A
constitui um gênero literário com característica fixas e definidas, o que facilita sua identificação.
B
não admite variações em sua estrutura, por apresentar uma forma fixa.
C
está presente em manifestações artísticas diversas, como a música, literatura ou pintura
D
ela faz parte, exclusivamente, dos movimentos literários.
d14539a0-e4
PUC-GO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Que aspecto linguístico é responsável por criar, no Texto 3, uma atmosfera dramática e misteriosa? Assinale a alternativa correta:

TEXTO 3

                          Escalada para o inferno

Iniciava-se ali, meu estágio no inferno. A ardida solidão corroía cada passo que eu dava. Via crucis vivida aos seis anos de idade, ao sol das duas horas. Vermelhidão por todos os lados daquela rua íngreme e poeirenta. Meus olhos pediam socorro mas só encontravam uma infinitude de terra e desolação. Tentava acompanhar os passos de meu pai. E eles eram enormes. Não só os passos mas as pernas. Meus olhos olhavam duplamente: para os passos e para as pernas e não alcançavam nem um nem outro. Apenas se defrontavam com um vazio empoeirado que entrava no meu ser inteiro. Eu queria chorar mas tinha medo. Tropeçava a cada tentativa de correr para alcançar meu pai. E eu tinha medo de ter medo. E eu tinha medo de chorar. E era um sofrimento com todos os vórtices de agonia. À minha frente, até onde meus olhos conseguiram enxergar, estavam os pés e as pernas de meu pai que iam firmes subindo subindo subindo sem cessar. À minha volta eu podia ver e sentir a terra vermelha e minha vida envolta num turbilhão de desespero. Na verdade eu não sabia muito bem para onde estava indo. Eu era bestializado nos meus próprios passos. Nas minhas próprias pernas. Tinha a impressão que o ponto de chegada era aquele redemoinho em que me encontrava e que dele nunca mais sairia. Na ânsia de ir sem querer ir eu gaguejava no caminhar. E olhava com sofreguidão para os meus pés e via ainda com mais aflição que os bicos de meus sapatos novos estavam sujos daquela poeira impregnante, vasculhante, suja. Eu sempre gostei de sapatos. Eu sempre gostei de sapatos novos. Novos e luzidios. E eles estavam sujos. Cobertos de poeira. E a subida prosseguia inalterada. Tentava olhar para o alto e só conseguia ver os enormes joelhos de meu pai que dobravam num ritmo compassado. Via suas pernas e seus pés. E só. Sentia, lá no fundo, um desejo calado de dizer alguma coisa. De dizer-lhe que parasse. Que fosse mais devagar. Que me amparasse. Mas esse desejo era um calo na minha pequenina garganta que jamais seria curado. E eu prossegui ao extremo de meus limites. Tinha de acontecer: desamarrou o cadarço de meu sapato. A loucura do sol das duas horas parece ter se engraçado pelo meu desatino. Tudo ficou muito mais quente. Tudo ficou mais empoeirado e muito mais vermelho. O desatino me levou ao choro. Não sei se chorei ou se choraminguei. Só sei que dei índices de que eu precisava de meu pai. E ele atendeu. Voltou-se para mim e viu que estava pisando no cadarço. Que estava prestes a cair. Então me socorreu. Olhou-me nos olhos com a expressão casmurra. Levou suas enormes mãos aos meus pés e amarrou o cadarço firmemente com um intrincado nó. A cena me levou a um estado de cegueira anestésica tão intensa que sofri uma espécie de amnésia passageira. Estado de torpor. Quando dei por mim, já tinha chegado ao meu destino: cadeira do barbeiro. Alta, prepotente e giratória. Ele, o barbeiro, cabeça enorme, mãos enormes, enormes unhas, sorriso nos lábios dos quais surgiam grandes caninos. Ele portava enorme máquina que apontava em minha direção. E ouvi a voz do pai: pode tirar quase tudo! deixa só um pouco em cima! Ali, finalmente, para lembrar Rimbaud, ia se encerrar meu estágio no inferno.

(GONÇALVES, Aguinaldo. Das estampas. São Paulo: Nankin, 2013. p. 45-46.)

A
A descrição detalhada, feita pelo enunciador, de como se deu a sua caminhada até o barbeiro. Entrecortada por metáforas (“inferno”), sentimentos (“medo de chorar”, “desejo de dizer algo”) e qualificações (“impregnante”, “vasculhante”, “suja”, “anestésica”), a descrição omite, até o desfecho, o lugar para onde pai e filho iam.
B
O uso de artigos e pronomes indefinidos (“uma infinitude de terra”, “um desejo”, “todos”), que apontam para uma realidade já conhecida, inicialmente renegada e, depois, aceita pacificamente pelo enunciador criança como impossível de se fugir dela.
C
A utilização de verbos de ação (“acompanhar”, “chorar”, “tropeçar”, “subir”, “dizer”, “socorrer”, “olhar”, “amarrar”), cuja função principal é dar velocidade à narrativa.
D
A ausência de sequenciadores coesivos, como “além disso”, “então”, “logo”, “dessa forma”, “haja vista”, “portanto”, o que torna o texto entrecortado, de modo a aproximar-se da língua falada.
d13811a2-e4
PUC-GO 2016 - Português - Interpretação de Textos

Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

TEXTO 2

                                O milagre de viajar

Quisera eu, então, decifrar

os dias repletos de sombras moventes,

à exaltação do que, insalubre, vaga

pelos olhos dos homens.


Quisera, enfim,

saber por que das causas e quilhas

de barco nenhum

flui das tinas

dos dias

o fumo

o rum(o)


do que se foi e nunca mais será,

como da via o milagre

de viajar!

(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 142.)


As palavras “decifrar” e “saber” presentes no Texto 2 com o sentido de descobrir caminhos que o homem deve tomar relembram o drama de Alice no país das maravilhas, sobre o qual René Dubos, professor de Biomedicina Ambiental, propõe algumas reflexões acerca da ciência e seus valores. O fragmento a seguir mostra que, para o professor, as respostas do Gato Cheshire evidenciam que os cientistas não sabem para onde o conhecimento está levando a humanidade.

“Lewis Carroll era professor de matemática na Universidade de Oxford quando escreveu o seguinte em Alice no país das maravilhas:

‘– Gato Cheshire... quer fazer o favor de me dizer qual é o caminho que eu devo tomar?

– Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato.

– Não me interessa muito para onde... – disse Alice.

– Não tem importância então o caminho que você tomar – disse o Gato.

– ... contanto que eu chegue a algum lugar – acrescentou Alice como uma explicação.

– Ah, disso pode ter certeza – disse o Gato – desde que caminhe bastante.’”

(ARANHA, Maria Lúcia A.; MARTINS, Maria Helena P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009, p. 342.)


Diz-se que a ciência não pode oferecer objetivos sociais porque os seus valores são intelectuais e não éticos. Porém, ela pode contribuir para a formulação de valores e, assim, estabelecer objetivos capazes de tornar o homem mais consciente das consequências de seus atos. A respeito das relações entre o fragmento de Lewis Carroll e as considerações do professor René Dubos, analise as afirmativas a seguir:

I - A resposta dada pelo Gato Cheshire a Alice já enfatiza a importância de se chegar a um determinado lugar, pois o essencial na busca do conhecimento não são os valores e sim o fim último.

II - A resposta do Gato aponta para uma reflexão: Alice precisa chegar a algum lugar, mas esse lugar pode ser indesejável. Portanto, ela deve fazer escolhas conscientes, para que esse lugar seja pelo menos desejável.

III - Afirma-se que a ciência pode oferecer objetivos sociais porque os seus valores são éticos. Logo, todas as escolhas que Alice faz na busca de um caminho são pensadas e analisadas a fim de que esse caminho seja ético e justo; esse é o objetivo final da garota.

IV - Na conversa entre Alice e o Gato está implícita a observação de que a menina chegaria a algum lugar se caminhasse bastante. Logo, a ciência não é um saber neutro, desinteressado, puramente intelectual, à margem do questionamento social e político acerca dos fins de suas pesquisas.

A
I e II.
B
I e III.
C
II e III.
D
II e IV.
d13ab435-e4
PUC-GO 2016 - Geografia

Os versos “os dias repletos de sombras moventes,” “o rum (o)” e “de viajar” do Texto 2 nos remetem a aspectos da orientação cartográfica, bem como a sua utilização em nosso cotidiano na superfície terrestre. Acerca do uso da sombra que se move ao longo do dia e do rumo no auxílio de nossos deslocamentos, considere a ausência de nuvens e analise as afirmativas a seguir:

I - Estando sobre o Trópico de Capricórnio durante o Solstício de Inverno para o Hemisfério Sul, durante o período claro, um poste na posição vertical em algum momento, terá sua sombra projetada para o Sul.

II - Estando sobre o Trópico de Capricórnio no Solstício de Verão para o Hemisfério Sul, um observador verifica que, ao longo do período claro, o deslocamento da sombra de um poste na posição vertical descreve um arco voltado para o Norte.

III - Estando sobre o Trópico de Câncer e, ao meio-dia, vendo que um poste na posição vertical não projeta sombra, um observador deduzirá que se trata de Solstício de Inverno para o Hemisfério Sul.

IV - Estando sobre o Trópico de Câncer, ao meio-dia, ao ver a sombra de um poste na posição vertical projetada para o Norte, um observador deduzirá que se trata do Solstício de Verão para o Hemisfério Norte.

Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

TEXTO 2

                                O milagre de viajar

Quisera eu, então, decifrar

os dias repletos de sombras moventes,

à exaltação do que, insalubre, vaga

pelos olhos dos homens.


Quisera, enfim,

saber por que das causas e quilhas

de barco nenhum

flui das tinas

dos dias

o fumo

o rum(o)


do que se foi e nunca mais será,

como da via o milagre

de viajar!

(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 142.)

A
I e II.
B
I e III.
C
I e IV
D
II e III.
d132a003-e4
PUC-GO 2016 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)

Sobre o uso da forma verbal “quisera”, no Texto 2, é correto afirmar que (assinale a alternativa correta):

TEXTO 2

                                O milagre de viajar

Quisera eu, então, decifrar

os dias repletos de sombras moventes,

à exaltação do que, insalubre, vaga

pelos olhos dos homens.


Quisera, enfim,

saber por que das causas e quilhas

de barco nenhum

flui das tinas

dos dias

o fumo

o rum(o)


do que se foi e nunca mais será,

como da via o milagre

de viajar!

(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 142.)

A
constitui um verbo auxiliar de “decifrar” e “saber”, e projeta as ações do enunciador para um futuro distante de sua realidade presente, ao mesmo tempo que revela fuga.
B
encontra-se no pretérito mais que perfeito do indicativo e integra uma perífrase com os verbos “decifrar” e “saber”, indicando os desejos do enunciador
C
materializa-se numa das formas do pretérito mais que perfeito composto, uma vez que se associa a outros verbos para, juntos, expressarem a alegria do enunciador em receber o milagre de viajar.
D
indica uma ação iniciada no passado e que não foi concluída no momento da enunciação, tal como ocorre com verbos do modo indicativo no tempo pretérito imperfeito.
d135374b-e4
PUC-GO 2016 - Química - Principais Funções Orgânicas: Funções Oxigenadas: Álcool, Fenol e Enol., Química Orgânica, Principais Funções Orgânicas: Hidrocarbonetos: Alcano, Alceno, Alcino, Alcadieno, Ciclos Alcano e Alceno, Aromáticos. Haletos., Cadeias Carbônicas: Características e Classificações do Átomo do Carbono, Tipos de Ligação e Hibridação. Tipos de Cadeias Carbônicas e Fórmulas. Séries: Homóloga, Isóloga e Heteróloga.

No Texto 2 o verso “o rum(o)” remete a duas possibilidades de leitura: “o rum” e “o rumo”. Diz-se do rum, bebida alcoólica, que, dependendo do consumo, a pessoa realmente “perde o rumo”. O álcool presente no rum age no sistema nervoso central e deixa a pessoa mais corajosa.

Entre os álcoois, o etanol é obtido pela fermentação de açúcares, causada por micro-organismos específicos. Com base no texto e em seus conhecimentos, analise as proposições a seguir:

I - A reação do propan-2-ol com o ácido bromídrico produz o 1-bromo-propano.

II - Os álcoois, devido à presença da hidroxila ligada ao carbono sp2, têm caráter básico.

III - Os álcoois sofrem reações de substituição da hidroxila, cuja ordem de reatividade é: álcoois terciários são mais reativos que secundários, e estes mais reativos que álcoois primários.

Assinale a alternativa que apresenta todos os itens corretos:

TEXTO 2

                                O milagre de viajar

Quisera eu, então, decifrar

os dias repletos de sombras moventes,

à exaltação do que, insalubre, vaga

pelos olhos dos homens.


Quisera, enfim,

saber por que das causas e quilhas

de barco nenhum

flui das tinas

dos dias

o fumo

o rum(o)


do que se foi e nunca mais será,

como da via o milagre

de viajar!

(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 142.)

A
I e II.
B
apenas II
C
II e III.
D
apenas III.
d1206de7-e4
PUC-GO 2016 - Matemática - Análise de Tabelas e Gráficos, Aritmética e Problemas, Regra de Três

O Texto 1 faz referência a dois tipos de alimentos muito apreciados pelos brasileiros, a tapioca e a pipoca, cujos fatores nutricionais estão detalhados, respectivamente, nas tabelas a seguir. Sabendo-se que 100 gramas de tapioca correspondem a 347 kcal e 100 g de pipoca a 387 kcal, então um lanche em que foram consumidos 151,5 kcal e 36,63 g de carboidrato, corresponde aproximadamente a quantos gramas de alimentos?

TEXTO 1

Democracia

Punhos de redes embalaram o meu canto

para adoçar o meu país, ó Whitman.

Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-                                                                                

                                                     [olhados,

catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,

carumã me alimentou quando eu era criança,

Mãe-negra me contou histórias de bicho,

moleque me ensinou safadezas,

massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,

bebi cachaça com caju para limpar-me,

tive maleita, catapora e ínguas,

bicho-de-pé, saudade, poesia;

fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá,

dizendo coisas, brincando com as crioulas,

vendo espíritos, abusões, mães-d’água,

conversando com os malucos, conversando sozinho,

emprenhando tudo que encontrava,

abraçando as cobras pelos matos,

me misturando, me sumindo, me acabando,

para salvar a minha alma benzida

e meu corpo pintado de urucu,

tatuado de cruzes de corações, de mãos-ligadas,

de nomes de amor em todas as línguas de branco, de                                                          

                                                 [mouro ou de pagão.

(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 74.)

A
41,20g.
B
43,20g
C
52,20g.
D
54,20g.
d1289bd5-e4
PUC-GO 2016 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Sobre o poema de Jorge de Lima (Texto 1), é correto afirmar que (assinale a alternativa correta):

TEXTO 1

Democracia

Punhos de redes embalaram o meu canto

para adoçar o meu país, ó Whitman.

Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-                                                                                

                                                     [olhados,

catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,

carumã me alimentou quando eu era criança,

Mãe-negra me contou histórias de bicho,

moleque me ensinou safadezas,

massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,

bebi cachaça com caju para limpar-me,

tive maleita, catapora e ínguas,

bicho-de-pé, saudade, poesia;

fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá,

dizendo coisas, brincando com as crioulas,

vendo espíritos, abusões, mães-d’água,

conversando com os malucos, conversando sozinho,

emprenhando tudo que encontrava,

abraçando as cobras pelos matos,

me misturando, me sumindo, me acabando,

para salvar a minha alma benzida

e meu corpo pintado de urucu,

tatuado de cruzes de corações, de mãos-ligadas,

de nomes de amor em todas as línguas de branco, de                                                          

                                                 [mouro ou de pagão.

(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 74.)

A
em “Democracia”, as culturas indígena, negra e branca são representadas pela escolha de vocabulário variado que remete a cada uma delas como, por exemplo, jenipapo, moleque, catecismo, e diz respeito ao processo de colonização do Brasil.
B
o início do poema faz referência ao poeta norte-americano Walt Whitman (1819-1892) de forma que permite interpretar que ele está de acordo com a impressão do eu lírico de que existe uma hierarquia na contribuição de cada raça na construção do país.
C
o eu lírico descreve situações que nos levam a compreender o conceito de cultura como o resultado do trabalho dos povos colonizadores, já que os colonizados não são produtores culturais.
D
de acordo com o eu lírico, o contato entre culturas tão diferentes só pode produzir um resultado negativo, dado que uma delas sempre vai sobressair na tentativa de dominação das demais.
d12b3c33-e4
PUC-GO 2016 - Química - Glicídios, Lipídios, Aminoácidos e Proteínas., Principais Funções Orgânicas: Funções Oxigenadas: Álcool, Fenol e Enol., Química Orgânica, Isomeria: Isomeria Plana: Cadeia, Posição, Compensação, Função e Tautomeria., Principais Funções Orgânicas: Funções Oxigenadas: Cetona, Aldeído, Éter, Éster, Ácido Carboxílico, Anidrido Orgânico e Cloreto de Ácido.

O Texto 1 faz alusão metafórica ao ato de adoçar. O principal açúcar usado para adoçar alimentos é a sacarose, um dissacarídeo formado por dois monossacarídeos, glicose e frutose. A glicose é o açúcar mais simples que circula em nosso sangue, cuja concentração deve ser mantida entre 80 e 120 mg por 100 mL de sangue. A frutose é uma cetose, e a glicose é uma aldose. Sobre essa temática, analise os itens a seguir:

I - Se em um determinado exame a concentração de glicose foi de 0,5 g/L de sangue, esse resultado corresponde à faixa normal de glicose presente no sangue.

II - As reações de adição de hidrogênios a aldeídos formam álcoois primários, enquanto que nas cetonas formam álcoois secundários.

III - O composto com fórmula molecular C6 H12O pode formar os isômeros 4-metil-pentan-2-ona e 2,3-dimetilbutanal.

Estão corretos os itens:

TEXTO 1

Democracia

Punhos de redes embalaram o meu canto

para adoçar o meu país, ó Whitman.

Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-                                                                                

                                                     [olhados,

catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,

carumã me alimentou quando eu era criança,

Mãe-negra me contou histórias de bicho,

moleque me ensinou safadezas,

massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,

bebi cachaça com caju para limpar-me,

tive maleita, catapora e ínguas,

bicho-de-pé, saudade, poesia;

fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá,

dizendo coisas, brincando com as crioulas,

vendo espíritos, abusões, mães-d’água,

conversando com os malucos, conversando sozinho,

emprenhando tudo que encontrava,

abraçando as cobras pelos matos,

me misturando, me sumindo, me acabando,

para salvar a minha alma benzida

e meu corpo pintado de urucu,

tatuado de cruzes de corações, de mãos-ligadas,

de nomes de amor em todas as línguas de branco, de                                                          

                                                 [mouro ou de pagão.

(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 74.)

A
I, II e III.
B
I e III.
C
Somente II.
D
II e III.
d125947d-e4
PUC-GO 2016 - Biologia - Principais doenças endêmicas no Brasil, Identidade dos seres vivos, Qualidade de vida das populações humanas

O Texto 1 faz referência à “maleita”, doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários e transmitida por picada de mosquito. Dentre as alternativas a seguir, marque a que apresenta uma afirmação correta em relação ao protozoário responsável e ao modo de transmissão dessa doença:

TEXTO 1

Democracia

Punhos de redes embalaram o meu canto

para adoçar o meu país, ó Whitman.

Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-                                                                                

                                                     [olhados,

catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,

carumã me alimentou quando eu era criança,

Mãe-negra me contou histórias de bicho,

moleque me ensinou safadezas,

massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,

bebi cachaça com caju para limpar-me,

tive maleita, catapora e ínguas,

bicho-de-pé, saudade, poesia;

fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá,

dizendo coisas, brincando com as crioulas,

vendo espíritos, abusões, mães-d’água,

conversando com os malucos, conversando sozinho,

emprenhando tudo que encontrava,

abraçando as cobras pelos matos,

me misturando, me sumindo, me acabando,

para salvar a minha alma benzida

e meu corpo pintado de urucu,

tatuado de cruzes de corações, de mãos-ligadas,

de nomes de amor em todas as línguas de branco, de                                                          

                                                 [mouro ou de pagão.

(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 74.)

A
Trata-se da Wuchereria, transmitida pela picada do mosquito Aedes.
B
É a Wuchereria, transmitida pela picada da fêmea de mosquitos do gênero Culex.
C
Gênero Plasmodium, transmitido pela picada da fêmea de mosquitos do gênero Anopheles.
D
O Trypanosoma, cuja entrada na corrente sanguínea se dá a partir do ferimento da “picada” por triatomas.
d12ff9a5-e4
PUC-GO 2016 - Geografia - Geografia Política

No segundo verso do Texto 1, lê-se: “para adoçar o meu país” em uma referência ao poeta norte-americano Walt Whitman. Nos últimos três anos, foi grande o número de pessoas que deixaram seus países em decorrência de guerras civis ou da ação de grupos paramilitares. Acerca desse assunto, assinale a alternativa que contém, respectivamente, os nomes dos dois países de origem da maioria das solicitações de refúgio e dos dois que mais receberam solicitações, com seus respectivos continentes:

TEXTO 1

Democracia

Punhos de redes embalaram o meu canto

para adoçar o meu país, ó Whitman.

Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-                                                                                

                                                     [olhados,

catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,

carumã me alimentou quando eu era criança,

Mãe-negra me contou histórias de bicho,

moleque me ensinou safadezas,

massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,

bebi cachaça com caju para limpar-me,

tive maleita, catapora e ínguas,

bicho-de-pé, saudade, poesia;

fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá,

dizendo coisas, brincando com as crioulas,

vendo espíritos, abusões, mães-d’água,

conversando com os malucos, conversando sozinho,

emprenhando tudo que encontrava,

abraçando as cobras pelos matos,

me misturando, me sumindo, me acabando,

para salvar a minha alma benzida

e meu corpo pintado de urucu,

tatuado de cruzes de corações, de mãos-ligadas,

de nomes de amor em todas as línguas de branco, de                                                          

                                                 [mouro ou de pagão.

(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 74.)

A
Sudão do Sul e Marrocos, na África, e Alemanha e Grécia, na Europa.
B
Nigéria e Eritreia, na África, e Áustria e Grécia, na Europa.
C
Síria e Afeganistão, na Ásia, e Alemanha e Hungria, na Europa.
D
Malásia e Indonésia, na Ásia, e França e Grã-Bretanha, na Europa.
d11adc4e-e4
PUC-GO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O título “Democracia”, do Texto 1, deve-se ao fato de que (assinale a alternativa correta):

TEXTO 1

Democracia

Punhos de redes embalaram o meu canto

para adoçar o meu país, ó Whitman.

Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-                                                                                

                                                     [olhados,

catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,

carumã me alimentou quando eu era criança,

Mãe-negra me contou histórias de bicho,

moleque me ensinou safadezas,

massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,

bebi cachaça com caju para limpar-me,

tive maleita, catapora e ínguas,

bicho-de-pé, saudade, poesia;

fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá,

dizendo coisas, brincando com as crioulas,

vendo espíritos, abusões, mães-d’água,

conversando com os malucos, conversando sozinho,

emprenhando tudo que encontrava,

abraçando as cobras pelos matos,

me misturando, me sumindo, me acabando,

para salvar a minha alma benzida

e meu corpo pintado de urucu,

tatuado de cruzes de corações, de mãos-ligadas,

de nomes de amor em todas as línguas de branco, de                                                          

                                                 [mouro ou de pagão.

(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 74.)

A
o poeta sente-se livre para produzir uma poesia democrática, que associe rigor formal com versos sem métrica, resultante da mistura de diferentes estilos literários.
B
o enunciador denuncia as formas ditatoriais de privação intelectual e artística, e reclama uma produção poética democrática, que alcance diferentes povos, de forma indistinta.
C
a identidade do enunciador, seu fazer poético e sua visão de mundo são resultado de todas as culturas – indígena, negra, branca – que se instalaram no Brasil e que ganham voz, democraticamente, no texto.
D
o eu lírico aceita que, embora se viva numa sociedade democrática, há uma cultura dominante e outras dominadas, como consequência de um processo histórico.
6c6b5f99-24
PUC-GO 2015 - Geografia - Amazônia

A história narrada no Texto 8 se passa na região amazônica que, mesmo próxima à Cordilheira dos Andes, pode ser considerada tectonicamente estável. No dia 30 de setembro de 2014, um abalo sísmico de magnitude 7,1 graus atingiu a porção sudoeste da Colômbia, causando expectativa nas regiões vizinhas. No que se refere às causas, locais de ocorrência desses fenômenos e suas consequências, analise os itens a seguir:

I-A ocorrência de terremotos é um fenômeno inerente à própria dinâmica interna da Terra, tendo em vista a manifestação de energia do interior do nosso planeta.

II-Os abalos sísmicos de grande abrangência e magnitude decorrem do acúmulo de energia térmica no limite entre duas placas tectônicas.

III-O lineamento de montanhas conhecido como Cordilheira dos Andes fica no limite entre as placas tectônicas do Pacífico e Sul-Americana.

IV-A Terra é um corpo em processo de resfriamento, cuja principal implicação é a formação de imensos volumes rochosos conhecidos como placas tectônicas.

Considerando os itens propostos, marque a alternativa que contém apenas proposições corretas:

TEXTO 8

      Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária. Para manter-se vivo usava toda a sua inteligência para fazer acordos com os detentos. Lá havia de tudo: drogados, jagunços, pseudomissionários, contrabandistas etc. Fora vítima do advogado. Com toda a lábia, nunca fora a Brasília defender Rossmarc. Por não ter apresentado a defesa, foi condenado a 13 anos de prisão. O advogado sumira, Rossmarc perdera o prazo para recorrer. Como era estrangeiro, os juízes temiam que fugisse do Brasil. O juiz ordenou sua prisão imediata. A cela, com oitenta detentos, fervilhava, era mais do que o inferno. Depressivo, mantinha-se tartamudo num canto, remoendo sua história, recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia com seus amigos primatas.

      Visitas? Só a de Pássaro Azul. Mudara-se também para Manaus e, sem nada dizer a Rossmarc, para obter dinheiro, prostituía-se num cabaré. Estava mais magra e algumas rugas se mostravam em seu rosto antes reluzente, agora de cor negra desgastada. Com o intuito de obter dinheiro, tanto para Rossmarc pagar as contas de dois viciados em crack no presídio, como para as custas de um advogado inexperiente, pouco se alimentava e ao redor dos olhos manchas entumecidas apareciam, deixando-a como alguém que consumia droga em exagero. As noitadas no cabaré enfumaçado e fedorento deixavam-na enfraquecida. Mas não deixara de amar o biólogo holandês. Quando fugira do quilombola, naquela noite, jurara amor eterno e não estava disposta a quebrar o juramento.

      Enquanto Pássaro Azul se prostituía para obter os escassos recursos, Rossmarc, espremido entre os oitenta detentos, procurava desesperadamente uma luz no fim do túnel. Lembrava-se dos amigos influentes, de jornalistas, de políticos, e cada vez que Pássaro Azul o visitava, ele implorava que procurasse essas pessoas. Pássaro Azul corria atrás, mas sequer era recebida. Quem daria ouvidos a uma negra que se dizia íntima de Rossmarc, o biólogo que cometera crimes de biopirataria? Na visita seguinte, Rossmarc indagava:

      — E dai, procurou aquela pessoa?

      Para não magoar o amado, ela respondia que todos estavam muito interessados em sua causa. Dizia, entretanto, sem entusiasmo, com os olhos acuados e baixos, para não ver o rosto magro e chupado de Rossmarc. Entregava-lhe o pouco dinheiro que economizava, fruto da prostituição, e saia de lá com os olhos rasos d’água, tolhendo os soluços.

      Numa noite no cabaré, Pássaro Azul conheceu um homem gordo e vesgo, que usava correntões de ouro. Dizia-se dono de um garimpo no meio da selva. Bebia e fumava muito, ria alto, com gargalhadas por vezes irritantes. Entre todas as raparigas, escolheu Pássaro Azul, que lhe fez todas as vontades, pervertendo-se de forma baixa e vil. Foram três noitadas intermináveis, mas Pássaro Azul aprendera a administrar a bebida. Não era tola, como as demais, que se embebedavam a ponto de caírem e serem arrastadas. Era carinhosa com o fazendeiro e saciava-lhe todos os caprichos. Não o abandonava, sentava em seu colo gordo e fazia-lhe agrados fingidos. Dava-lhe mais bebida e um composto de viagra, e o rosto gordo se avermelhava como de um leão enraivecido. Então, ela o puxava para o quarto sórdido. Na cama, enfrentava como guerreira o monte de carne e ossos, trepando sobre suas grandes papadas balofas e cavalgando, como uma guerreira. O homem resfolegava, gritava, gemia, uivava, mas Pássaro Azul não parava aquela louca cavalgada.

      [...]

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 217-218.)

A
I, II e III.
B
I, III e IV.
C
I e IV.
D
II e III.
6c6f4205-24
PUC-GO 2015 - Química - Substâncias e suas propriedades, Estudo da matéria: substâncias, misturas, processos de separação.

O fragmento do Texto 8 “recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia” remete à flutuação de corpos sólidos em meios líquidos. Considere a seguinte tabela de densidades para diferentes materiais a 25°C:

Se em um recipiente for adicionado mercúrio, óleo de soja e água, todos à temperatura ambiente de 25°C, essas substâncias formarão uma mistura heterogênea. Considere que elas foram colocadas no recipiente em quantias consideráveis, a fim de que as interfaces entre as substâncias diferentes apresentem uma dimensão consideravelmente maior que as dos corpos sólidos a serem introduzidos nessa mistura. Com base nesse conjunto de informações, analise as afirmações a seguir:

I-A mistura será trifásica: o mercúrio escoará para o fundo do recipiente, a água ficará logo acima dele, e o óleo de soja ficará acima da água.

II- Se um bloco de ferro for colocado na mistura, este se precipitará até o fundo do recipiente.

III- Se três blocos de madeira – um de jatobá, um de cedro e um de ipê – forem jogados na mistura, o bloco de jatobá se posicionará na interface água-óleo, o de cedro flutuará no óleo e o de ipê se posicionará na interface mercúrio-água.

IV- Se um bloco de ouro for colocado na mistura, este afundará até tocar o fundo do recipiente.

Com base nas sentenças anteriores, podemos afirmar que:

TEXTO 8

      Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária. Para manter-se vivo usava toda a sua inteligência para fazer acordos com os detentos. Lá havia de tudo: drogados, jagunços, pseudomissionários, contrabandistas etc. Fora vítima do advogado. Com toda a lábia, nunca fora a Brasília defender Rossmarc. Por não ter apresentado a defesa, foi condenado a 13 anos de prisão. O advogado sumira, Rossmarc perdera o prazo para recorrer. Como era estrangeiro, os juízes temiam que fugisse do Brasil. O juiz ordenou sua prisão imediata. A cela, com oitenta detentos, fervilhava, era mais do que o inferno. Depressivo, mantinha-se tartamudo num canto, remoendo sua história, recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia com seus amigos primatas.

      Visitas? Só a de Pássaro Azul. Mudara-se também para Manaus e, sem nada dizer a Rossmarc, para obter dinheiro, prostituía-se num cabaré. Estava mais magra e algumas rugas se mostravam em seu rosto antes reluzente, agora de cor negra desgastada. Com o intuito de obter dinheiro, tanto para Rossmarc pagar as contas de dois viciados em crack no presídio, como para as custas de um advogado inexperiente, pouco se alimentava e ao redor dos olhos manchas entumecidas apareciam, deixando-a como alguém que consumia droga em exagero. As noitadas no cabaré enfumaçado e fedorento deixavam-na enfraquecida. Mas não deixara de amar o biólogo holandês. Quando fugira do quilombola, naquela noite, jurara amor eterno e não estava disposta a quebrar o juramento.

      Enquanto Pássaro Azul se prostituía para obter os escassos recursos, Rossmarc, espremido entre os oitenta detentos, procurava desesperadamente uma luz no fim do túnel. Lembrava-se dos amigos influentes, de jornalistas, de políticos, e cada vez que Pássaro Azul o visitava, ele implorava que procurasse essas pessoas. Pássaro Azul corria atrás, mas sequer era recebida. Quem daria ouvidos a uma negra que se dizia íntima de Rossmarc, o biólogo que cometera crimes de biopirataria? Na visita seguinte, Rossmarc indagava:

      — E dai, procurou aquela pessoa?

      Para não magoar o amado, ela respondia que todos estavam muito interessados em sua causa. Dizia, entretanto, sem entusiasmo, com os olhos acuados e baixos, para não ver o rosto magro e chupado de Rossmarc. Entregava-lhe o pouco dinheiro que economizava, fruto da prostituição, e saia de lá com os olhos rasos d’água, tolhendo os soluços.

      Numa noite no cabaré, Pássaro Azul conheceu um homem gordo e vesgo, que usava correntões de ouro. Dizia-se dono de um garimpo no meio da selva. Bebia e fumava muito, ria alto, com gargalhadas por vezes irritantes. Entre todas as raparigas, escolheu Pássaro Azul, que lhe fez todas as vontades, pervertendo-se de forma baixa e vil. Foram três noitadas intermináveis, mas Pássaro Azul aprendera a administrar a bebida. Não era tola, como as demais, que se embebedavam a ponto de caírem e serem arrastadas. Era carinhosa com o fazendeiro e saciava-lhe todos os caprichos. Não o abandonava, sentava em seu colo gordo e fazia-lhe agrados fingidos. Dava-lhe mais bebida e um composto de viagra, e o rosto gordo se avermelhava como de um leão enraivecido. Então, ela o puxava para o quarto sórdido. Na cama, enfrentava como guerreira o monte de carne e ossos, trepando sobre suas grandes papadas balofas e cavalgando, como uma guerreira. O homem resfolegava, gritava, gemia, uivava, mas Pássaro Azul não parava aquela louca cavalgada.

      [...]

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 217-218.)

A
As sentenças I, II e III estão corretas.
B
As sentenças I, II e IV estão corretas.
C
As sentenças I, III e IV estão corretas.
D
As sentenças II, III e IV estão corretas.
6c5fa7c0-24
PUC-GO 2015 - Inglês - Vocabulário | Vocabulary, Interpretação de texto | Reading comprehension

In Text 8, Gonçalves refers to different professions, such as, lawyer, judge, biologist and journalist. Read the following definitions and match the most appropriate word from the sequence given below:

1. lawyer     2. biologist     3. journalist     4. judge

5. defence lawyer     6. prosecution lawyer

I- Someone who tries to prove in court that someone is not guilty.

II- Someone who tries to prove in court that someone is guilty.

III-The official in control of a court who decides how criminals should be punished.

IV- Someone whose job is to advise people about laws, write formal agreements, or represent people in court.    

V- Someone who studies or works in biology.

VI- Someone who writes news reports for newspapers, magazines.

Choose the best sequence:

TEXTO 8

      Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária. Para manter-se vivo usava toda a sua inteligência para fazer acordos com os detentos. Lá havia de tudo: drogados, jagunços, pseudomissionários, contrabandistas etc. Fora vítima do advogado. Com toda a lábia, nunca fora a Brasília defender Rossmarc. Por não ter apresentado a defesa, foi condenado a 13 anos de prisão. O advogado sumira, Rossmarc perdera o prazo para recorrer. Como era estrangeiro, os juízes temiam que fugisse do Brasil. O juiz ordenou sua prisão imediata. A cela, com oitenta detentos, fervilhava, era mais do que o inferno. Depressivo, mantinha-se tartamudo num canto, remoendo sua história, recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia com seus amigos primatas.

      Visitas? Só a de Pássaro Azul. Mudara-se também para Manaus e, sem nada dizer a Rossmarc, para obter dinheiro, prostituía-se num cabaré. Estava mais magra e algumas rugas se mostravam em seu rosto antes reluzente, agora de cor negra desgastada. Com o intuito de obter dinheiro, tanto para Rossmarc pagar as contas de dois viciados em crack no presídio, como para as custas de um advogado inexperiente, pouco se alimentava e ao redor dos olhos manchas entumecidas apareciam, deixando-a como alguém que consumia droga em exagero. As noitadas no cabaré enfumaçado e fedorento deixavam-na enfraquecida. Mas não deixara de amar o biólogo holandês. Quando fugira do quilombola, naquela noite, jurara amor eterno e não estava disposta a quebrar o juramento.

      Enquanto Pássaro Azul se prostituía para obter os escassos recursos, Rossmarc, espremido entre os oitenta detentos, procurava desesperadamente uma luz no fim do túnel. Lembrava-se dos amigos influentes, de jornalistas, de políticos, e cada vez que Pássaro Azul o visitava, ele implorava que procurasse essas pessoas. Pássaro Azul corria atrás, mas sequer era recebida. Quem daria ouvidos a uma negra que se dizia íntima de Rossmarc, o biólogo que cometera crimes de biopirataria? Na visita seguinte, Rossmarc indagava:

      — E dai, procurou aquela pessoa?

      Para não magoar o amado, ela respondia que todos estavam muito interessados em sua causa. Dizia, entretanto, sem entusiasmo, com os olhos acuados e baixos, para não ver o rosto magro e chupado de Rossmarc. Entregava-lhe o pouco dinheiro que economizava, fruto da prostituição, e saia de lá com os olhos rasos d’água, tolhendo os soluços.

      Numa noite no cabaré, Pássaro Azul conheceu um homem gordo e vesgo, que usava correntões de ouro. Dizia-se dono de um garimpo no meio da selva. Bebia e fumava muito, ria alto, com gargalhadas por vezes irritantes. Entre todas as raparigas, escolheu Pássaro Azul, que lhe fez todas as vontades, pervertendo-se de forma baixa e vil. Foram três noitadas intermináveis, mas Pássaro Azul aprendera a administrar a bebida. Não era tola, como as demais, que se embebedavam a ponto de caírem e serem arrastadas. Era carinhosa com o fazendeiro e saciava-lhe todos os caprichos. Não o abandonava, sentava em seu colo gordo e fazia-lhe agrados fingidos. Dava-lhe mais bebida e um composto de viagra, e o rosto gordo se avermelhava como de um leão enraivecido. Então, ela o puxava para o quarto sórdido. Na cama, enfrentava como guerreira o monte de carne e ossos, trepando sobre suas grandes papadas balofas e cavalgando, como uma guerreira. O homem resfolegava, gritava, gemia, uivava, mas Pássaro Azul não parava aquela louca cavalgada.

      [...]

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 217-218.)

A
4; 5; 1; 2; 3; 6.
B
6; 5; 3; 4; 2; 1.
C
5; 6; 4; 1; 2; 3.
D
6; 4; 5; 2; 1; 3.
6c67b614-24
PUC-GO 2015 - Biologia - Problemas ambientais e medidas de conservação, Ecologia e ciências ambientais

“Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária.”

O trecho retirado do Texto 8 faz menção a um problema de saúde pública: a condição sanitária.

Sabe-se que os índices de mortalidade infantil também estão associados ao acesso a serviços de água, esgoto e destino adequado de lixo.

Marque a alternativa correta em relação ao tema supracitado:

TEXTO 8

      Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária. Para manter-se vivo usava toda a sua inteligência para fazer acordos com os detentos. Lá havia de tudo: drogados, jagunços, pseudomissionários, contrabandistas etc. Fora vítima do advogado. Com toda a lábia, nunca fora a Brasília defender Rossmarc. Por não ter apresentado a defesa, foi condenado a 13 anos de prisão. O advogado sumira, Rossmarc perdera o prazo para recorrer. Como era estrangeiro, os juízes temiam que fugisse do Brasil. O juiz ordenou sua prisão imediata. A cela, com oitenta detentos, fervilhava, era mais do que o inferno. Depressivo, mantinha-se tartamudo num canto, remoendo sua história, recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia com seus amigos primatas.

      Visitas? Só a de Pássaro Azul. Mudara-se também para Manaus e, sem nada dizer a Rossmarc, para obter dinheiro, prostituía-se num cabaré. Estava mais magra e algumas rugas se mostravam em seu rosto antes reluzente, agora de cor negra desgastada. Com o intuito de obter dinheiro, tanto para Rossmarc pagar as contas de dois viciados em crack no presídio, como para as custas de um advogado inexperiente, pouco se alimentava e ao redor dos olhos manchas entumecidas apareciam, deixando-a como alguém que consumia droga em exagero. As noitadas no cabaré enfumaçado e fedorento deixavam-na enfraquecida. Mas não deixara de amar o biólogo holandês. Quando fugira do quilombola, naquela noite, jurara amor eterno e não estava disposta a quebrar o juramento.

      Enquanto Pássaro Azul se prostituía para obter os escassos recursos, Rossmarc, espremido entre os oitenta detentos, procurava desesperadamente uma luz no fim do túnel. Lembrava-se dos amigos influentes, de jornalistas, de políticos, e cada vez que Pássaro Azul o visitava, ele implorava que procurasse essas pessoas. Pássaro Azul corria atrás, mas sequer era recebida. Quem daria ouvidos a uma negra que se dizia íntima de Rossmarc, o biólogo que cometera crimes de biopirataria? Na visita seguinte, Rossmarc indagava:

      — E dai, procurou aquela pessoa?

      Para não magoar o amado, ela respondia que todos estavam muito interessados em sua causa. Dizia, entretanto, sem entusiasmo, com os olhos acuados e baixos, para não ver o rosto magro e chupado de Rossmarc. Entregava-lhe o pouco dinheiro que economizava, fruto da prostituição, e saia de lá com os olhos rasos d’água, tolhendo os soluços.

      Numa noite no cabaré, Pássaro Azul conheceu um homem gordo e vesgo, que usava correntões de ouro. Dizia-se dono de um garimpo no meio da selva. Bebia e fumava muito, ria alto, com gargalhadas por vezes irritantes. Entre todas as raparigas, escolheu Pássaro Azul, que lhe fez todas as vontades, pervertendo-se de forma baixa e vil. Foram três noitadas intermináveis, mas Pássaro Azul aprendera a administrar a bebida. Não era tola, como as demais, que se embebedavam a ponto de caírem e serem arrastadas. Era carinhosa com o fazendeiro e saciava-lhe todos os caprichos. Não o abandonava, sentava em seu colo gordo e fazia-lhe agrados fingidos. Dava-lhe mais bebida e um composto de viagra, e o rosto gordo se avermelhava como de um leão enraivecido. Então, ela o puxava para o quarto sórdido. Na cama, enfrentava como guerreira o monte de carne e ossos, trepando sobre suas grandes papadas balofas e cavalgando, como uma guerreira. O homem resfolegava, gritava, gemia, uivava, mas Pássaro Azul não parava aquela louca cavalgada.

      [...]

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 217-218.)

A
As condições sanitárias estão relacionadas apenas ao tratamento adequado do esgoto e ao fornecimento de água potável à população.
B
A água parada e os resíduos sólidos constituem problemas sanitários de importância epidemiológica de pouco impacto na saúde pública em geral.
C
O diabetes e a hipertensão arterial constituem problemas de saúde pública diretamente relacionados à condição sanitária do indivíduo.
D
A hepatite A, a giardíase e a leptospirose são doenças relacionadas à falta de saneamento básico nas comunidades.
6c575fb2-24
PUC-GO 2015 - Química - Substâncias e suas propriedades, Propriedades Químicas dos Compostos Orgânicos: Número de Oxidação do Carbono. Efeitos Eletrônicos. Caráter Ácido-Base., Química Orgânica, Equilíbrio Químico, Sistemas Homogêneos: Equilíbrio Químico na Água: pH e pOH, Indicadores Ácido-Base, Solução Tampão., Interações Atômicas: Geometria Molecular, Polaridade da ligação e da Molécula, Forças Intermoleculares e Número de Oxidação., Substâncias Inorgânicas: dissociação iônica e ionização, conceitos de ácido-base., Soluções e Substâncias Inorgânicas

O Texto 8 faz menção a crack. Sobre essa droga, leia o texto a seguir:

“O crack é obtido por meio de uma mistura de pasta de coca ou cloridrato de cocaína com bicarbonato de sódio (NaHCO3 ). A pasta de coca é um produto grosseiro, com muitas impurezas, obtido das primeiras fases de extração da cocaína das folhas da planta Erythroxylon coca, quando tratadas com bases fortes, com ácido sulfúrico e solventes orgânicos.

O crack é comercializado na forma de pequenas pedras porosas. Ele não é solúvel em água, mas os usuários o fumam aquecendo essas pedras em “cachimbos” improvisados, já que essa substância passa do estado sólido para o vapor a uma temperatura relativamente baixa, a 95ºC. Os vapores de cocaína liberados são absorvidos pelos pulmões quase imediatamente, pois o pulmão é um órgão intensamente vascularizado e com grande superfície. Assim, a cocaína é enviada para a circulação sanguínea e atinge o cérebro em 15 segundos.”

(Disponível em: www.brasilescola.com/quimica/quimica-crack.htm. Acesso em 26 jun. 2015. Adaptado.)

Assinale a única alternativa correta com relação às substâncias citadas no trecho sobre o crack:

TEXTO 8

      Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária. Para manter-se vivo usava toda a sua inteligência para fazer acordos com os detentos. Lá havia de tudo: drogados, jagunços, pseudomissionários, contrabandistas etc. Fora vítima do advogado. Com toda a lábia, nunca fora a Brasília defender Rossmarc. Por não ter apresentado a defesa, foi condenado a 13 anos de prisão. O advogado sumira, Rossmarc perdera o prazo para recorrer. Como era estrangeiro, os juízes temiam que fugisse do Brasil. O juiz ordenou sua prisão imediata. A cela, com oitenta detentos, fervilhava, era mais do que o inferno. Depressivo, mantinha-se tartamudo num canto, remoendo sua história, recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia com seus amigos primatas.

      Visitas? Só a de Pássaro Azul. Mudara-se também para Manaus e, sem nada dizer a Rossmarc, para obter dinheiro, prostituía-se num cabaré. Estava mais magra e algumas rugas se mostravam em seu rosto antes reluzente, agora de cor negra desgastada. Com o intuito de obter dinheiro, tanto para Rossmarc pagar as contas de dois viciados em crack no presídio, como para as custas de um advogado inexperiente, pouco se alimentava e ao redor dos olhos manchas entumecidas apareciam, deixando-a como alguém que consumia droga em exagero. As noitadas no cabaré enfumaçado e fedorento deixavam-na enfraquecida. Mas não deixara de amar o biólogo holandês. Quando fugira do quilombola, naquela noite, jurara amor eterno e não estava disposta a quebrar o juramento.

      Enquanto Pássaro Azul se prostituía para obter os escassos recursos, Rossmarc, espremido entre os oitenta detentos, procurava desesperadamente uma luz no fim do túnel. Lembrava-se dos amigos influentes, de jornalistas, de políticos, e cada vez que Pássaro Azul o visitava, ele implorava que procurasse essas pessoas. Pássaro Azul corria atrás, mas sequer era recebida. Quem daria ouvidos a uma negra que se dizia íntima de Rossmarc, o biólogo que cometera crimes de biopirataria? Na visita seguinte, Rossmarc indagava:

      — E dai, procurou aquela pessoa?

      Para não magoar o amado, ela respondia que todos estavam muito interessados em sua causa. Dizia, entretanto, sem entusiasmo, com os olhos acuados e baixos, para não ver o rosto magro e chupado de Rossmarc. Entregava-lhe o pouco dinheiro que economizava, fruto da prostituição, e saia de lá com os olhos rasos d’água, tolhendo os soluços.

      Numa noite no cabaré, Pássaro Azul conheceu um homem gordo e vesgo, que usava correntões de ouro. Dizia-se dono de um garimpo no meio da selva. Bebia e fumava muito, ria alto, com gargalhadas por vezes irritantes. Entre todas as raparigas, escolheu Pássaro Azul, que lhe fez todas as vontades, pervertendo-se de forma baixa e vil. Foram três noitadas intermináveis, mas Pássaro Azul aprendera a administrar a bebida. Não era tola, como as demais, que se embebedavam a ponto de caírem e serem arrastadas. Era carinhosa com o fazendeiro e saciava-lhe todos os caprichos. Não o abandonava, sentava em seu colo gordo e fazia-lhe agrados fingidos. Dava-lhe mais bebida e um composto de viagra, e o rosto gordo se avermelhava como de um leão enraivecido. Então, ela o puxava para o quarto sórdido. Na cama, enfrentava como guerreira o monte de carne e ossos, trepando sobre suas grandes papadas balofas e cavalgando, como uma guerreira. O homem resfolegava, gritava, gemia, uivava, mas Pássaro Azul não parava aquela louca cavalgada.

      [...]

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 217-218.)

A
O bicarbonato de sódio é exemplo de substância de cárater alcalino.
B
Ácido sulfúrico é um ácido orgânico cujo pH é extremamente baixo.
C
No ácido sulfúrico, o enxofre apresenta o mesmo valor de número de oxidação que no dióxido de enxofre.
D
Solventes orgânicos geralmente apresentam maior polaridade que a água; portanto, a cocaína é uma molécula lipofílica.
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PUC-GO 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O romance Sangue verde, de David Gonçalves, do qual se apresenta aqui um fragmento (Texto 8), é repleto de imagens que ilustram uma temática variada, rica e questionadora, que expõe vícios, maus hábitos e envolve, direta ou indiretamente, todas as diferentes classes de pessoas e diversas categorias profissionais do Brasil, incluindo latifundiários, juristas, políticos e outros.

Marque a alternativa que melhor sintetiza o romance, observando o que foi afirmado anteriormente:

TEXTO 8

      Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária. Para manter-se vivo usava toda a sua inteligência para fazer acordos com os detentos. Lá havia de tudo: drogados, jagunços, pseudomissionários, contrabandistas etc. Fora vítima do advogado. Com toda a lábia, nunca fora a Brasília defender Rossmarc. Por não ter apresentado a defesa, foi condenado a 13 anos de prisão. O advogado sumira, Rossmarc perdera o prazo para recorrer. Como era estrangeiro, os juízes temiam que fugisse do Brasil. O juiz ordenou sua prisão imediata. A cela, com oitenta detentos, fervilhava, era mais do que o inferno. Depressivo, mantinha-se tartamudo num canto, remoendo sua história, recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia com seus amigos primatas.

      Visitas? Só a de Pássaro Azul. Mudara-se também para Manaus e, sem nada dizer a Rossmarc, para obter dinheiro, prostituía-se num cabaré. Estava mais magra e algumas rugas se mostravam em seu rosto antes reluzente, agora de cor negra desgastada. Com o intuito de obter dinheiro, tanto para Rossmarc pagar as contas de dois viciados em crack no presídio, como para as custas de um advogado inexperiente, pouco se alimentava e ao redor dos olhos manchas entumecidas apareciam, deixando-a como alguém que consumia droga em exagero. As noitadas no cabaré enfumaçado e fedorento deixavam-na enfraquecida. Mas não deixara de amar o biólogo holandês. Quando fugira do quilombola, naquela noite, jurara amor eterno e não estava disposta a quebrar o juramento.

      Enquanto Pássaro Azul se prostituía para obter os escassos recursos, Rossmarc, espremido entre os oitenta detentos, procurava desesperadamente uma luz no fim do túnel. Lembrava-se dos amigos influentes, de jornalistas, de políticos, e cada vez que Pássaro Azul o visitava, ele implorava que procurasse essas pessoas. Pássaro Azul corria atrás, mas sequer era recebida. Quem daria ouvidos a uma negra que se dizia íntima de Rossmarc, o biólogo que cometera crimes de biopirataria? Na visita seguinte, Rossmarc indagava:

      — E dai, procurou aquela pessoa?

      Para não magoar o amado, ela respondia que todos estavam muito interessados em sua causa. Dizia, entretanto, sem entusiasmo, com os olhos acuados e baixos, para não ver o rosto magro e chupado de Rossmarc. Entregava-lhe o pouco dinheiro que economizava, fruto da prostituição, e saia de lá com os olhos rasos d’água, tolhendo os soluços.

      Numa noite no cabaré, Pássaro Azul conheceu um homem gordo e vesgo, que usava correntões de ouro. Dizia-se dono de um garimpo no meio da selva. Bebia e fumava muito, ria alto, com gargalhadas por vezes irritantes. Entre todas as raparigas, escolheu Pássaro Azul, que lhe fez todas as vontades, pervertendo-se de forma baixa e vil. Foram três noitadas intermináveis, mas Pássaro Azul aprendera a administrar a bebida. Não era tola, como as demais, que se embebedavam a ponto de caírem e serem arrastadas. Era carinhosa com o fazendeiro e saciava-lhe todos os caprichos. Não o abandonava, sentava em seu colo gordo e fazia-lhe agrados fingidos. Dava-lhe mais bebida e um composto de viagra, e o rosto gordo se avermelhava como de um leão enraivecido. Então, ela o puxava para o quarto sórdido. Na cama, enfrentava como guerreira o monte de carne e ossos, trepando sobre suas grandes papadas balofas e cavalgando, como uma guerreira. O homem resfolegava, gritava, gemia, uivava, mas Pássaro Azul não parava aquela louca cavalgada.

      [...]

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 217-218.)

A
Conta a história de um biólogo estrangeiro que atuava no Brasil, denunciando a sua ação criminosa, maléfica ao meio ambiente, mas, nesse caso, a justiça foi feita, com a sua prisão e a restituição da ordem no ambiente depredado.
B
Traz à tona histórias aparentemente simples, mas que se transformam em grandes aventuras, envolvendo em suas malhas diversas classes de pessoas. De maneira irônica e perspicaz, enreda autoridades e figurões de cargos representativos do poder constituído, fazendo transparecer sua ineficácia para resolver os problemas do povo.
C
Apresenta a aventura de um casal de apaixonados, separados abrupatamente pela ação da polícia, que prende, por engano, o biólogo europeu Rossmarc, deixando sua amada Pássaro Azul à espera de que a justiça seja feita e seu amado retorne ao convívio habitual.
D
Conta a história de aventuras, contravenção e traição de duas pessoas: Rossmarc e Pássaro Azul; ele, aventureiro, ela, prostituta. Mesmo assim, havia uma atração maior que os dominava e os conduzia sempre para próximo um do outro.
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PUC-GO 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Gêneros Textuais, Tipologia Textual, Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética., Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nos processos de construção textual, muitas vezes, é possível inferir ações, eventos, significados, mesmo que não explicitados no texto. Pensando nisso, assinale a alternativa que indica corretamente o aspecto linguístico responsável pela inferência de que, no último parágrafo do texto, Pássaro Azul tem uma relação sexual com um homem:

TEXTO 8

      Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária. Para manter-se vivo usava toda a sua inteligência para fazer acordos com os detentos. Lá havia de tudo: drogados, jagunços, pseudomissionários, contrabandistas etc. Fora vítima do advogado. Com toda a lábia, nunca fora a Brasília defender Rossmarc. Por não ter apresentado a defesa, foi condenado a 13 anos de prisão. O advogado sumira, Rossmarc perdera o prazo para recorrer. Como era estrangeiro, os juízes temiam que fugisse do Brasil. O juiz ordenou sua prisão imediata. A cela, com oitenta detentos, fervilhava, era mais do que o inferno. Depressivo, mantinha-se tartamudo num canto, remoendo sua história, recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia com seus amigos primatas.

      Visitas? Só a de Pássaro Azul. Mudara-se também para Manaus e, sem nada dizer a Rossmarc, para obter dinheiro, prostituía-se num cabaré. Estava mais magra e algumas rugas se mostravam em seu rosto antes reluzente, agora de cor negra desgastada. Com o intuito de obter dinheiro, tanto para Rossmarc pagar as contas de dois viciados em crack no presídio, como para as custas de um advogado inexperiente, pouco se alimentava e ao redor dos olhos manchas entumecidas apareciam, deixando-a como alguém que consumia droga em exagero. As noitadas no cabaré enfumaçado e fedorento deixavam-na enfraquecida. Mas não deixara de amar o biólogo holandês. Quando fugira do quilombola, naquela noite, jurara amor eterno e não estava disposta a quebrar o juramento.

      Enquanto Pássaro Azul se prostituía para obter os escassos recursos, Rossmarc, espremido entre os oitenta detentos, procurava desesperadamente uma luz no fim do túnel. Lembrava-se dos amigos influentes, de jornalistas, de políticos, e cada vez que Pássaro Azul o visitava, ele implorava que procurasse essas pessoas. Pássaro Azul corria atrás, mas sequer era recebida. Quem daria ouvidos a uma negra que se dizia íntima de Rossmarc, o biólogo que cometera crimes de biopirataria? Na visita seguinte, Rossmarc indagava:

      — E dai, procurou aquela pessoa?

      Para não magoar o amado, ela respondia que todos estavam muito interessados em sua causa. Dizia, entretanto, sem entusiasmo, com os olhos acuados e baixos, para não ver o rosto magro e chupado de Rossmarc. Entregava-lhe o pouco dinheiro que economizava, fruto da prostituição, e saia de lá com os olhos rasos d’água, tolhendo os soluços.

      Numa noite no cabaré, Pássaro Azul conheceu um homem gordo e vesgo, que usava correntões de ouro. Dizia-se dono de um garimpo no meio da selva. Bebia e fumava muito, ria alto, com gargalhadas por vezes irritantes. Entre todas as raparigas, escolheu Pássaro Azul, que lhe fez todas as vontades, pervertendo-se de forma baixa e vil. Foram três noitadas intermináveis, mas Pássaro Azul aprendera a administrar a bebida. Não era tola, como as demais, que se embebedavam a ponto de caírem e serem arrastadas. Era carinhosa com o fazendeiro e saciava-lhe todos os caprichos. Não o abandonava, sentava em seu colo gordo e fazia-lhe agrados fingidos. Dava-lhe mais bebida e um composto de viagra, e o rosto gordo se avermelhava como de um leão enraivecido. Então, ela o puxava para o quarto sórdido. Na cama, enfrentava como guerreira o monte de carne e ossos, trepando sobre suas grandes papadas balofas e cavalgando, como uma guerreira. O homem resfolegava, gritava, gemia, uivava, mas Pássaro Azul não parava aquela louca cavalgada.

      [...]

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 217-218.)

A
o recurso da comparação tanto para o par masculino quanto para o par feminino, significando que ambos eram furiosos amantes.
B
o emprego predominante do pretérito imperfeito na descrição dos ruídos provocados pelo casal como forma de expressar que a ação era interminável.
C
o conjunto de elementos lexicais presentes no trecho e que são próprios do campo semântico da atividade sexual.
D
o uso de verbos de ação e de cognição que revelam o pensamento libidinoso do homem que usava correntões de ouro.