Sobre o uso da forma verbal “quisera”, no Texto 2,
é correto afirmar que (assinale a alternativa correta):
TEXTO 2
O milagre de viajar
Quisera eu, então, decifrar
os dias repletos de sombras moventes,
à exaltação do que, insalubre, vaga
pelos olhos dos homens.
Quisera, enfim,
saber por que das causas e quilhas
de barco nenhum
flui das tinas
dos dias
o fumo
o rum(o)
do que se foi e nunca mais será,
como da via o milagre
de viajar!
(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia:
Poligráfica, 2010. p. 142.)
TEXTO 2
O milagre de viajar
Quisera eu, então, decifrar
os dias repletos de sombras moventes,
à exaltação do que, insalubre, vaga
pelos olhos dos homens.
Quisera, enfim,
saber por que das causas e quilhas
de barco nenhum
flui das tinas
dos dias
o fumo
o rum(o)
do que se foi e nunca mais será,
como da via o milagre
de viajar!
(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia:
Poligráfica, 2010. p. 142.)
Gabarito comentado
Gabarito comentado:
TEMA CENTRAL: A questão cobra morfologia e uso dos tempos verbais, com foco em como a forma verbal “quisera” se encaixa no texto e o que ela expressa.
EXPLICAÇÃO DO VERBO “QUISERA”:
Segundo a norma-padrão e gramáticos como Evanildo Bechara (“Moderna Gramática Portuguesa”), “quisera” é o pretérito mais-que-perfeito do indicativo do verbo ‘querer’ (“eu quisera”). Geralmente, esse tempo verbal expressa uma ação anterior a outra no passado (“Quando ela chegou, eu já partira”).
No entanto, em contextos poéticos, como no texto dado, “quisera” é usado para expressar um desejo irrealizável ou distante, funcionando como um equivalente literário de “quisesse” (pretérito imperfeito do subjuntivo), o que revela um desejo do eu lírico.
ALTERNATIVA CORRETA (B):
“Quisera” encontra-se no pretérito mais-que-perfeito do indicativo e, no contexto, expressa os anseios do enunciador (“Quisera eu, então, decifrar…” / “Quisera, enfim, saber por quê…”). Assim, integra uma perífrase com os verbos decifrar/saber, indicando desejo do enunciador.
ANÁLISE DAS INCORRETAS:
A) Incorreta: “Quisera” não atua como verbo auxiliar de “decifrar” e “saber”; é verbo principal.
C) Incorreta: “Quisera” não é pretérito mais-que-perfeito composto (que exigiria “tinha querido”), tampouco expressa diretamente alegria, mas sim desejo.
D) Incorreta: O verbo não indica ação em andamento não concluída (sentido típico do pretérito imperfeito). O foco de “quisera” está no desejo, não na duração da ação.
ESTRATÉGIAS E PONTOS DE ATENÇÃO:
É comum em concursos tentar confundir o candidato misturando nomes de tempos verbais. Compare sempre a função do verbo no texto e, se possível, substitua mentalmente por “se eu quisesse”.
Resumo: Para interpretar corretamente, observe o valor semântico e morfológico do verbo, e, em especial, seu uso literário: “quisera” expressa desejo, embora seja pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
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