Em relação às proposições analisadas, assinale a única
alternativa cujos itens estão todos corretos:
TEXTO 2
O milagre de viajar
Quisera eu, então, decifrar
os dias repletos de sombras moventes,
à exaltação do que, insalubre, vaga
pelos olhos dos homens.
Quisera, enfim,
saber por que das causas e quilhas
de barco nenhum
flui das tinas
dos dias
o fumo
o rum(o)
do que se foi e nunca mais será,
como da via o milagre
de viajar!
(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 142.)
As palavras “decifrar” e “saber” presentes no Texto
2 com o sentido de descobrir caminhos que o homem
deve tomar relembram o drama de Alice no país das
maravilhas, sobre o qual René Dubos, professor de Biomedicina
Ambiental, propõe algumas reflexões acerca
da ciência e seus valores. O fragmento a seguir mostra
que, para o professor, as respostas do Gato Cheshire evidenciam
que os cientistas não sabem para onde o conhecimento
está levando a humanidade.
“Lewis Carroll era professor de matemática na Universidade
de Oxford quando escreveu o seguinte em Alice
no país das maravilhas:
‘– Gato Cheshire... quer fazer o favor de me dizer
qual é o caminho que eu devo tomar?
– Isso depende muito do lugar para onde você quer
ir – disse o Gato.
– Não me interessa muito para onde... – disse Alice.
– Não tem importância então o caminho que você
tomar – disse o Gato.
– ... contanto que eu chegue a algum lugar – acrescentou
Alice como uma explicação.
– Ah, disso pode ter certeza – disse o Gato – desde
que caminhe bastante.’”
(ARANHA, Maria Lúcia A.; MARTINS, Maria Helena P. Filosofando:
Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009, p. 342.)
Diz-se que a ciência não pode oferecer objetivos sociais
porque os seus valores são intelectuais e não éticos.
Porém, ela pode contribuir para a formulação de valores
e, assim, estabelecer objetivos capazes de tornar o homem
mais consciente das consequências de seus atos. A
respeito das relações entre o fragmento de Lewis Carroll
e as considerações do professor René Dubos, analise as
afirmativas a seguir:
I - A resposta dada pelo Gato Cheshire a Alice já enfatiza
a importância de se chegar a um determinado lugar, pois
o essencial na busca do conhecimento não são os valores
e sim o fim último.
II - A resposta do Gato aponta para uma reflexão: Alice
precisa chegar a algum lugar, mas esse lugar pode ser indesejável.
Portanto, ela deve fazer escolhas conscientes,
para que esse lugar seja pelo menos desejável.
III - Afirma-se que a ciência pode oferecer objetivos sociais
porque os seus valores são éticos. Logo, todas as
escolhas que Alice faz na busca de um caminho são pensadas
e analisadas a fim de que esse caminho seja ético e
justo; esse é o objetivo final da garota.
IV - Na conversa entre Alice e o Gato está implícita a
observação de que a menina chegaria a algum lugar se
caminhasse bastante. Logo, a ciência não é um saber
neutro, desinteressado, puramente intelectual, à margem
do questionamento social e político acerca dos fins de
suas pesquisas.
TEXTO 2
O milagre de viajar
Quisera eu, então, decifrar
os dias repletos de sombras moventes,
à exaltação do que, insalubre, vaga
pelos olhos dos homens.
Quisera, enfim,
saber por que das causas e quilhas
de barco nenhum
flui das tinas
dos dias
o fumo
o rum(o)
do que se foi e nunca mais será,
como da via o milagre
de viajar!
(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 142.)
As palavras “decifrar” e “saber” presentes no Texto 2 com o sentido de descobrir caminhos que o homem deve tomar relembram o drama de Alice no país das maravilhas, sobre o qual René Dubos, professor de Biomedicina Ambiental, propõe algumas reflexões acerca da ciência e seus valores. O fragmento a seguir mostra que, para o professor, as respostas do Gato Cheshire evidenciam que os cientistas não sabem para onde o conhecimento está levando a humanidade.
“Lewis Carroll era professor de matemática na Universidade de Oxford quando escreveu o seguinte em Alice no país das maravilhas:
‘– Gato Cheshire... quer fazer o favor de me dizer qual é o caminho que eu devo tomar?
– Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato.
– Não me interessa muito para onde... – disse Alice.
– Não tem importância então o caminho que você tomar – disse o Gato.
– ... contanto que eu chegue a algum lugar – acrescentou Alice como uma explicação.
– Ah, disso pode ter certeza – disse o Gato – desde que caminhe bastante.’”
(ARANHA, Maria Lúcia A.; MARTINS, Maria Helena P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009, p. 342.)
Diz-se que a ciência não pode oferecer objetivos sociais porque os seus valores são intelectuais e não éticos. Porém, ela pode contribuir para a formulação de valores e, assim, estabelecer objetivos capazes de tornar o homem mais consciente das consequências de seus atos. A respeito das relações entre o fragmento de Lewis Carroll e as considerações do professor René Dubos, analise as afirmativas a seguir:
I - A resposta dada pelo Gato Cheshire a Alice já enfatiza a importância de se chegar a um determinado lugar, pois o essencial na busca do conhecimento não são os valores e sim o fim último.
II - A resposta do Gato aponta para uma reflexão: Alice precisa chegar a algum lugar, mas esse lugar pode ser indesejável. Portanto, ela deve fazer escolhas conscientes, para que esse lugar seja pelo menos desejável.
III - Afirma-se que a ciência pode oferecer objetivos sociais porque os seus valores são éticos. Logo, todas as escolhas que Alice faz na busca de um caminho são pensadas e analisadas a fim de que esse caminho seja ético e justo; esse é o objetivo final da garota.
IV - Na conversa entre Alice e o Gato está implícita a
observação de que a menina chegaria a algum lugar se
caminhasse bastante. Logo, a ciência não é um saber
neutro, desinteressado, puramente intelectual, à margem
do questionamento social e político acerca dos fins de
suas pesquisas.