Os versos “os dias repletos de sombras moventes,” “o rum (o)” e “de viajar” do Texto 2 nos remetem a aspectos da orientação cartográfica, bem como a sua utilização em nosso cotidiano na superfície terrestre. Acerca do uso da sombra que se move ao longo do dia e do rumo no auxílio de nossos deslocamentos, considere a ausência de nuvens e analise as afirmativas a seguir:

I - Estando sobre o Trópico de Capricórnio durante o Solstício de Inverno para o Hemisfério Sul, durante o período claro, um poste na posição vertical em algum momento, terá sua sombra projetada para o Sul.

II - Estando sobre o Trópico de Capricórnio no Solstício de Verão para o Hemisfério Sul, um observador verifica que, ao longo do período claro, o deslocamento da sombra de um poste na posição vertical descreve um arco voltado para o Norte.

III - Estando sobre o Trópico de Câncer e, ao meio-dia, vendo que um poste na posição vertical não projeta sombra, um observador deduzirá que se trata de Solstício de Inverno para o Hemisfério Sul.

IV - Estando sobre o Trópico de Câncer, ao meio-dia, ao ver a sombra de um poste na posição vertical projetada para o Norte, um observador deduzirá que se trata do Solstício de Verão para o Hemisfério Norte.

Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

Alternativa correta: B (I e III)

Tema central: orientação por sombras e rumo solar — como a posição aparente do Sol (declinação) em solstícios e a latitude (Trópicos) determinam a direção e o movimento da sombra de um poste vertical. É conteúdo clássico de Geografia Física / Astronomia aplicada à navegação e orientação.

Resumo teórico essencial (passos para raciocinar): 1) A sombra aponta sempre na direção oposta ao Sol (se o Sol está ao norte do poste, a sombra aponta para o sul, e vice‑versa). 2) No solstício, a declinação do Sol é ±23,5° (obliquidade da eclíptica): +23,5° em junho (Tópico de Câncer), −23,5° em dezembro (Trópico de Capricórnio). 3) Quando a declinação do Sol é igual à latitude do local (mesmo sinal), o Sol passa pelo zênite ao meio‑dia local → sombra nula no instante da culminação. (Fontes: textos de Geografia Física e Almanaque Náutico / manuais de navegação astronômica.)

Justificação da alternativa correta (I e III):

I — Verdadeira: No Trópico de Capricórnio (≈23,5°S), no solstício de inverno do Hemisfério Sul (junho) o Sol está no Hemisfério Norte. Logo o Sol fica ao norte do observador durante o dia; a sombra do poste apontará para o sul em algum momento (na verdade, durante todo o dia ela estará no lado sul).

III — Verdadeira: No Trópico de Câncer (≈23,5°N), se ao meio‑dia um poste vertical não projeta sombra, o Sol está exatamente ao zênite ali — o que só ocorre quando a declinação solar ≈ +23,5°, ou seja, no solstício de junho. Esse evento corresponde ao Solstício de Inverno para o Hemisfério Sul (verão no Norte).

Análise das alternativas incorretas

II — Falsa: No Trópico de Capricórnio no solstício de verão do Hemisfério Sul (dezembro) o Sol passa pelo zênite ao meio‑dia. Por isso a sombra não descreve um arco exclusivamente voltado para o Norte: ela passa pelo ponto nulo (zênite) e troca de lado ao redor da culminação, de modo que não fica permanentemente numa única metade (logo, a afirmação absoluta "descreve um arco voltado para o Norte" é incorreta).

IV — Falsa: No Trópico de Câncer, ao meio‑dia, ver uma sombra projetada para o norte indica que o Sol está ao sul do poste (declinação negativa) — isto não caracteriza necessariamente o solstício de verão no Hemisfério Norte; na verdade, solstício de verão no Norte teria o Sol ao zênite (sombra nula) para quem está exatamente no Trópico de Câncer. Assim, a dedução proposta em IV está equivocada.

Estratégia de prova: identifique latitude vs. declinação (sinais e valores ±23,5°), lembre que sombra aponta oposta à posição do Sol e que passagem ao zênite => sombra zero. Usando essa receita você avalia rapidamente cada proposição.

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