Questõesde PUC-MINAS sobre Português

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Foram encontradas 59 questões
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Sentia-se cansada. A barriga, as pernas, a cabeça, o corpo todo era um enorme peso que lhe caía irremediavelmente em cima. Esperava que a qualquer momento o coração lhe perfurasse o peito, lhe rasgasse a blusa.

Como seria o coração?
Teria mesmo aquela forma bonita dos postais coloridos?
Seriam todos os corações do mesmo formato?
Será que as dores deformam os corações?
[...] 
Aos vinte e três anos disseram-lhe que tinha o útero descaído. Bom seria que caísse de vez! Estava farta daquele bocado de si que ano após ano, enchia, inchava, desenchia e lhe atirava para os braços e para os cuidados mais um pedacinho de gente.
Não. Não voltaria para casa.”  
(SALÚSTIO, Dina. “Liberdade adiada”. Mornas eram as noites. Praia: ICDL, 1994. p. 5).

O trecho acima foi escrito pela escritora cabo-verdiana Dina Salústio. Em relação ao universo feminino representado na narrativa, destaca-se:  

A
a falta de perspectiva com o futuro.  
B
a feminilidade da mulher africana.  
C
o conflito racial e ideológico. 
D
o sentimentalismo da desilusão amorosa. 
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!”
(Florbela Espanca, “Ser poeta”).

“Com a máscara da palavra
reinventamos
o som da voz amada
que nos inunda
com seu luar de espuma.”
(Ana Hatherly, “A máscara da palavra”).

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
(Fernando Pessoa, “Autopsicografia”).

Os textos têm em comum:

A
a concepção de escrita enquanto fingimento.
B
a recusa da inspiração sobre o trabalho artístico.
C
a temática voltada para a própria atividade poética.
D
a utilização de rimas ricas e versos metrificados.
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

“Vais encontrar o mundo”, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. “Coragem para a luta.” Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.
(POMPEIA, Raul. O ateneu. São Paulo, FTD, 1992).

Em relação à estruturação da narrativa, o texto apresenta:

A
linguagem e ponto de vista infantis.
B
narração em primeira pessoa.
C
predomínio do discurso direto.
D
voz narrativa distante dos fatos narrados
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Sem programa estético definido, a Semana de Arte Moderna de 1922 desempenha na história da arte brasileira muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens.”
(In: Semana de Arte Moderna. Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais. Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia. Acesso: 19 ago. 2013).

O trecho em que uma rejeição ao conservadorismo literário se manifesta é:

A
“A ventania misteriosa
passou na árvore cor-de-rosa,
e sacudiu-a como um véu,
um largo véu, na sua mão.”
(Cecília Meireles, “Epigrama 11”).

B
"Cairei de joelhos soluçando.
Teu amor distante ficará.
Mortas as flores, sombras doentes.
Teu amor perdido ficará.”
(Augusto Frederico Schmidt, “Cairei de joelhos”).

C
“Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo
[e manifestações de apreço ao Sr. diretor.”
(Manuel Bandeira, “Poética”).
D
“Uma lua no céu apareceu
cheia e branca; foi quando, emocionada
A mulher a meu lado estremeceu
E se entregou sem que eu dissesse nada.”
(Vinicius de Moraes, “Soneto de despedida”)

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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Erro de português

Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
(Oswald de Andrade. “Erro de português” [1925]. In: O santeiro do mangue e outros poemas. São Paulo: Globo: Secretaria de Estado da Cultura, 1991).

No poema de Oswald de Andrade, importante nome do movimento modernista no Brasil, destaca-se:

A
a releitura satírica da colonização portuguesa.
B
a adaptação da língua para a realidade brasileira.
C
a utilização de expressões da cultura popular do Brasil.
D
o resgate dos valores clássicos da poesia feita em Portugal.
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Assinale a alternativa CORRETA.

Para responder a questão, leia, com atenção, o texto abaixo.  


Disponível em: http://artur-moritz.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html. Acesso em: 20 set. 2013. 

A
Em “quem o faz com frequência”, o emprego do pronome “o” tem a função de substituir os termos “ler” e “beijar”, anteriormente mencionados.
B
Os dois-pontos cumprem o papel de um elo coesivo e poderiam ser substituídos pelo conectivo “por isso”.
C
O pronome “quem” evoca como referente um suposto leitor ou leitora.
D
"nota-se na língua” é uma construção linguística que confere informalidade ao texto.
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A imagem no texto em exame pode ser interpretada:

I. como um recurso metonímico: o livro aberto evoca a ideia de leitura.
II. como um recurso estético, que promove uma ambivalência de sentidos e objetos; livro e boca se confundem e se fundem.
III. como um elemento não verbal que, articulado com os elementos verbais, contribui para promover o efeito de sentido desejado.

Assinale a alternativa que registre as considerações CORRETAS sobre a imagem do texto.

Para responder a questão, leia, com atenção, o texto abaixo.  


Disponível em: http://artur-moritz.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html. Acesso em: 20 set. 2013. 

A
I e II apenas
B
I e III apenas
C
II e III apenas
D
I, II e III
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre o texto, apresentam-se adequadas todas as considerações, EXCETO:

Para responder a questão, leia, com atenção, o texto abaixo.  


Disponível em: http://artur-moritz.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html. Acesso em: 20 set. 2013. 

A
A expressão “língua” ganha um tom polissêmico, por suscitar possíveis significações que ela encarna: órgão humano e idioma de uma nação.
B
Explicita-se a concepção de que a leitura é uma atividade que proporciona ao leitor não só o prazer, mas também a habilidade de falar bem.
C
Por meio da comparação entre ler e beijar se pretende realçar a aproximação das ações da leitura e do beijo pelo viés de uma semelhança provocada pelo impacto dessas atividades na pessoa.
D
Ler é uma atividade que requer disciplina, relativa frequência e acesso a livros que levem ao prazer.
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Todas as alternativas apresentam pistas de que o enunciador constrói Marina como estrategista, EXCETO:

Leia o texto abaixo e responda, em seguida, a questão.

O xadrez de Marina

SÃO PAULO — Eduardo Campos não é um "zero", como Ciro Gomes o chamou na sua tola e habitual verborragia, tampouco é o estrategista político formidável, tal qual passou a ser pintado em Brasília após a surpreendente filiação da ex-senadora Marina Silva ao seu PSB.
O governador de Pernambuco é um construtor de pontes, paciente e habilidoso, que consegue se manter como interlocutor de quase todo o mundo, de Lula a Serra, de Bornhausen e Ronaldo Caiado a Marina. É um conciliador que parece mais mineiro do que o próprio Aécio Neves.
É evidente que esses traços o ajudaram a se posicionar no momento em que Marina precisava achar uma saída para o imbróglio em que se meteu ao não conseguir oficializar a tal Rede Sustentabilidade -- não se filiar a um partido significaria abdicar totalmente da eleição presidencial; entrar numa sigla qualquer apenas para ser candidata seria um gesto personalista que poderia arranhar a imagem da nova política, que Marina tanto cultiva.
Mas, na prática, o governador pernambucano foi um agente passivo nessa história toda. Se alguém anteviu alguma coisa, foi Marina. A ex-senadora criou o principal fato político desde a eleição de Dilma e ainda jogou sobre Campos a responsabilidade de crescer nas pesquisas em pouco tempo, ao deixar claro que, se o governador não se viabilizar, ela pode concorrer.
No cenário anterior, Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição presidencial do ano que vem com cerca de 15% dos votos. Atingiria seu objetivo de tornar-se um nome nacionalmente conhecido a fim de, quatro anos depois, disputar a sucessão para valer.
Agora, após o empurrão da ex-senadora, se Campos não atingir esse patamar nos próximos meses, antes mesmo de a campanha eleitoral começar, poderá ser forçado a abdicar da candidatura em favor de Marina. 

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/rogeriogentile/2013/10/1354262-o-xadrez-de-marina.shtml. Acesso em: 10 out. 2013. 
A
O xadrez de Marina.
B
[...] significaria abdicar totalmente da eleição presidencial; [...]

C
A ex-senadora criou o principal fato político desde a eleição de Dilma [...]
D
[...] e ainda jogou sobre Campos a responsabilidade de crescer nas pesquisas [...]
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o trecho a seguir, retirado do texto:

O governador de Pernambuco é um construtor de pontes, paciente e habilidoso, que consegue se manter como interlocutor de quase todo o mundo, de Lula a Serra, de Bornhausen e Ronaldo Caiado a Marina.

A metáfora “construtor de pontes” é iluminada e explicada:

Leia o texto abaixo e responda, em seguida, a questão.

O xadrez de Marina

SÃO PAULO — Eduardo Campos não é um "zero", como Ciro Gomes o chamou na sua tola e habitual verborragia, tampouco é o estrategista político formidável, tal qual passou a ser pintado em Brasília após a surpreendente filiação da ex-senadora Marina Silva ao seu PSB.
O governador de Pernambuco é um construtor de pontes, paciente e habilidoso, que consegue se manter como interlocutor de quase todo o mundo, de Lula a Serra, de Bornhausen e Ronaldo Caiado a Marina. É um conciliador que parece mais mineiro do que o próprio Aécio Neves.
É evidente que esses traços o ajudaram a se posicionar no momento em que Marina precisava achar uma saída para o imbróglio em que se meteu ao não conseguir oficializar a tal Rede Sustentabilidade -- não se filiar a um partido significaria abdicar totalmente da eleição presidencial; entrar numa sigla qualquer apenas para ser candidata seria um gesto personalista que poderia arranhar a imagem da nova política, que Marina tanto cultiva.
Mas, na prática, o governador pernambucano foi um agente passivo nessa história toda. Se alguém anteviu alguma coisa, foi Marina. A ex-senadora criou o principal fato político desde a eleição de Dilma e ainda jogou sobre Campos a responsabilidade de crescer nas pesquisas em pouco tempo, ao deixar claro que, se o governador não se viabilizar, ela pode concorrer.
No cenário anterior, Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição presidencial do ano que vem com cerca de 15% dos votos. Atingiria seu objetivo de tornar-se um nome nacionalmente conhecido a fim de, quatro anos depois, disputar a sucessão para valer.
Agora, após o empurrão da ex-senadora, se Campos não atingir esse patamar nos próximos meses, antes mesmo de a campanha eleitoral começar, poderá ser forçado a abdicar da candidatura em favor de Marina. 

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/rogeriogentile/2013/10/1354262-o-xadrez-de-marina.shtml. Acesso em: 10 out. 2013. 
A
pelo uso do termo “interlocutor”.
B
pelo uso dos termos “paciente” e “habilidoso”.
C
pelo modo como se constrói a apresentação de seus interlocutores.
D
pelo fato de o governador ser, na verdade, um político, e não um engenheiro.
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Todos os excertos a seguir trazem considerações que pertencem ao campo da suposição ou hipótese, EXCETO:

Leia o texto abaixo e responda, em seguida, a questão.

O xadrez de Marina

SÃO PAULO — Eduardo Campos não é um "zero", como Ciro Gomes o chamou na sua tola e habitual verborragia, tampouco é o estrategista político formidável, tal qual passou a ser pintado em Brasília após a surpreendente filiação da ex-senadora Marina Silva ao seu PSB.
O governador de Pernambuco é um construtor de pontes, paciente e habilidoso, que consegue se manter como interlocutor de quase todo o mundo, de Lula a Serra, de Bornhausen e Ronaldo Caiado a Marina. É um conciliador que parece mais mineiro do que o próprio Aécio Neves.
É evidente que esses traços o ajudaram a se posicionar no momento em que Marina precisava achar uma saída para o imbróglio em que se meteu ao não conseguir oficializar a tal Rede Sustentabilidade -- não se filiar a um partido significaria abdicar totalmente da eleição presidencial; entrar numa sigla qualquer apenas para ser candidata seria um gesto personalista que poderia arranhar a imagem da nova política, que Marina tanto cultiva.
Mas, na prática, o governador pernambucano foi um agente passivo nessa história toda. Se alguém anteviu alguma coisa, foi Marina. A ex-senadora criou o principal fato político desde a eleição de Dilma e ainda jogou sobre Campos a responsabilidade de crescer nas pesquisas em pouco tempo, ao deixar claro que, se o governador não se viabilizar, ela pode concorrer.
No cenário anterior, Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição presidencial do ano que vem com cerca de 15% dos votos. Atingiria seu objetivo de tornar-se um nome nacionalmente conhecido a fim de, quatro anos depois, disputar a sucessão para valer.
Agora, após o empurrão da ex-senadora, se Campos não atingir esse patamar nos próximos meses, antes mesmo de a campanha eleitoral começar, poderá ser forçado a abdicar da candidatura em favor de Marina. 

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/rogeriogentile/2013/10/1354262-o-xadrez-de-marina.shtml. Acesso em: 10 out. 2013. 
A
[...] tal qual passou a ser pintado em Brasília [...]
B
[...] não se filiar a um partido significaria abdicar totalmente da eleição [...]
C
[...] Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição presidencial [...]
D
[...] poderá ser forçado a abdicar da candidatura em favor de Marina.
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PUC-MINAS 2013 - Português - Funções morfossintáticas da palavra SE

Todas as formas grifadas nos trechos a seguir têm a mesma natureza linguística, EXCETO:

Leia o texto abaixo e responda, em seguida, a questão.

O xadrez de Marina

SÃO PAULO — Eduardo Campos não é um "zero", como Ciro Gomes o chamou na sua tola e habitual verborragia, tampouco é o estrategista político formidável, tal qual passou a ser pintado em Brasília após a surpreendente filiação da ex-senadora Marina Silva ao seu PSB.
O governador de Pernambuco é um construtor de pontes, paciente e habilidoso, que consegue se manter como interlocutor de quase todo o mundo, de Lula a Serra, de Bornhausen e Ronaldo Caiado a Marina. É um conciliador que parece mais mineiro do que o próprio Aécio Neves.
É evidente que esses traços o ajudaram a se posicionar no momento em que Marina precisava achar uma saída para o imbróglio em que se meteu ao não conseguir oficializar a tal Rede Sustentabilidade -- não se filiar a um partido significaria abdicar totalmente da eleição presidencial; entrar numa sigla qualquer apenas para ser candidata seria um gesto personalista que poderia arranhar a imagem da nova política, que Marina tanto cultiva.
Mas, na prática, o governador pernambucano foi um agente passivo nessa história toda. Se alguém anteviu alguma coisa, foi Marina. A ex-senadora criou o principal fato político desde a eleição de Dilma e ainda jogou sobre Campos a responsabilidade de crescer nas pesquisas em pouco tempo, ao deixar claro que, se o governador não se viabilizar, ela pode concorrer.
No cenário anterior, Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição presidencial do ano que vem com cerca de 15% dos votos. Atingiria seu objetivo de tornar-se um nome nacionalmente conhecido a fim de, quatro anos depois, disputar a sucessão para valer.
Agora, após o empurrão da ex-senadora, se Campos não atingir esse patamar nos próximos meses, antes mesmo de a campanha eleitoral começar, poderá ser forçado a abdicar da candidatura em favor de Marina. 

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/rogeriogentile/2013/10/1354262-o-xadrez-de-marina.shtml. Acesso em: 10 out. 2013. 
A
[...] a se posicionar no momento em que Marina precisava achar uma saída [...]
B
Se alguém anteviu alguma coisa, foi Marina.
C
Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição presidencial [...]
D
[...] se Campos não atingir esse patamar nos próximos meses [...]
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Repouso”

(tuas asas silentes levemente pousam
sobre meus olhos
e encobrem meus medos)

lá fora é a rua:
há um grito de cal
estridente como uma buzina
e cabeças passam
esfaqueadas pelo sol

aqui – tuas asas
enormes e vaporosas
apaziguam o clima...

há uma guerra lá fora:
o nosso amor contra a guerra?
– sangue jovem de pé pelo nosso amor

ah, tuas asas tranquilas me protegem:
deixei de escutar as bombas...

Quando sair, amor
estarei mais forte para a batalha

(MELO, João. In: Vozes poéticas da lusofonia. Instituto Camões, 1999. Disponível em: . Acesso: 22 fev. 2014.)

Dentre os diversos fatores históricos e sociais que caracterizam a literatura produzida em Angola nas últimas décadas, destacam-se a memória da luta anticolonial e os flagelos da extensa guerra civil que se seguiu à independência. No poema de João Melo, o conflito social é expresso na oposição entre a guerra e:

A
os medos encobertos do eu lírico.
B
a experiência apaziguadora do amor.
C
os ruídos da vida urbana.
D
a lembrança da mulher amada.
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos

O texto tem como objetivo central:

A questão referem-se ao texto a seguir. Leia-o atentamente antes de responder a elas.

                                                                                                                    O PEIXE NEMO E O MAIS MÉDICOS

                                                                                                                                                                                                                                                  Rogério Cezar de Cerqueira Leite

1º § A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. Ela vende para um, o doente, que é quem paga, mas quem escolhe o medicamento é outro, o médico.
2º § Essa condição fez com que a indústria farmacêutica internacional desenvolvesse uma estratégia “sui generis” que, não obstante, imita um comportamento comum entre animais inferiores, a simbiose.
3º § Observo em meu aquário o peixe-palhaço percola Nemo colher um vôngole e levá-lo à boca de “sua” anêmona, antes mesmo que ele próprio se alimente. Em troca, recebe da anêmona – um animal com tentáculos venenosos – proteção contra eventuais predadores. Essa troca de favores chamamos simbiose.
4º § A promoção de medicamentos se faz de porta em porta, nos consultórios médicos. Todo mundo sabe que os inúmeros congressos médicos nos mais pitorescos locais do mundo, de Paris a Cancun, são patrocinados pelas empresas produtoras de medicamentos, inclusive com passagens e estadia pagas.
5º § O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. Pois bem, embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano.
6º § E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? A prática quotidiana e a necessidade de sobrevivência geram padrões de comportamento que, por sua vez, estabelecem dogmas, tabus, que enfim são incorporados como princípios éticos à cultura de cada sociedade.
7º § Aos poucos, os médicos acabam por sepultar sua própria percepção dos conflitos de interesse que regem essa maléfica simbiose. Três empresas multinacionais do setor farmacêutico foram há pouco multadas e 18 de seus funcionários presos na China por adotarem essa prática.
8º § Recentemente, o médico britânico e Nobel de medicina Richard J. Roberts acusou as farmacêuticas de evitar a cura em prol da dependência, um fato já conhecido. Se você cura o doente, você deixa de faturar. Se você simplesmente o mantém vivo, você fatura indefinidamente. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. Quantas corporações médicas denunciaram essa condição maléfica?
9º § Médicos e suas associações já se opuseram, se não publicamente, pelo menos nos bastidores, a iniciativas positivas do Estado. Isso ocorreu com a instalação do SUS e com as poucas iniciativas de produção de medicamentos em laboratórios estatais. Agora acontece com o programa Mais Médicos, que, para as condições atuais da saúde no Brasil, é imprescindível. Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado.
10º § Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? Quantos colocam o interesse da sociedade brasileira acima dos seus próprios e de sua corporação?

                                                                                                                                                                                                                                    (Extraído de: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2013.)

A
Denunciar relações de compadrio entre a indústria farmacêutica e a classe médica brasileira.
B
Posicionar-se favoravelmente ao programa Mais Médicos e a outras iniciativas do Estado Brasileiro.
C
Cobrar da classe médica coerência e ética.
D
Condenar certa atitude corporativista no seio da classe médica.
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

I. [...] embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano. (5º §)
II. Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? (10º §)
III. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. (8º §)
IV. E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? (6º §)

Tendo em conta as passagens acima transcritas, pode-se dizer que o discurso do autor assume um tom irônico em:

A questão referem-se ao texto a seguir. Leia-o atentamente antes de responder a elas.

                                                                                                                    O PEIXE NEMO E O MAIS MÉDICOS

                                                                                                                                                                                                                                                  Rogério Cezar de Cerqueira Leite

1º § A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. Ela vende para um, o doente, que é quem paga, mas quem escolhe o medicamento é outro, o médico.
2º § Essa condição fez com que a indústria farmacêutica internacional desenvolvesse uma estratégia “sui generis” que, não obstante, imita um comportamento comum entre animais inferiores, a simbiose.
3º § Observo em meu aquário o peixe-palhaço percola Nemo colher um vôngole e levá-lo à boca de “sua” anêmona, antes mesmo que ele próprio se alimente. Em troca, recebe da anêmona – um animal com tentáculos venenosos – proteção contra eventuais predadores. Essa troca de favores chamamos simbiose.
4º § A promoção de medicamentos se faz de porta em porta, nos consultórios médicos. Todo mundo sabe que os inúmeros congressos médicos nos mais pitorescos locais do mundo, de Paris a Cancun, são patrocinados pelas empresas produtoras de medicamentos, inclusive com passagens e estadia pagas.
5º § O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. Pois bem, embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano.
6º § E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? A prática quotidiana e a necessidade de sobrevivência geram padrões de comportamento que, por sua vez, estabelecem dogmas, tabus, que enfim são incorporados como princípios éticos à cultura de cada sociedade.
7º § Aos poucos, os médicos acabam por sepultar sua própria percepção dos conflitos de interesse que regem essa maléfica simbiose. Três empresas multinacionais do setor farmacêutico foram há pouco multadas e 18 de seus funcionários presos na China por adotarem essa prática.
8º § Recentemente, o médico britânico e Nobel de medicina Richard J. Roberts acusou as farmacêuticas de evitar a cura em prol da dependência, um fato já conhecido. Se você cura o doente, você deixa de faturar. Se você simplesmente o mantém vivo, você fatura indefinidamente. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. Quantas corporações médicas denunciaram essa condição maléfica?
9º § Médicos e suas associações já se opuseram, se não publicamente, pelo menos nos bastidores, a iniciativas positivas do Estado. Isso ocorreu com a instalação do SUS e com as poucas iniciativas de produção de medicamentos em laboratórios estatais. Agora acontece com o programa Mais Médicos, que, para as condições atuais da saúde no Brasil, é imprescindível. Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado.
10º § Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? Quantos colocam o interesse da sociedade brasileira acima dos seus próprios e de sua corporação?

                                                                                                                                                                                                                                    (Extraído de: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2013.)

A
I e II
B
I e IV
C
II e III
D
I e III
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Redação - Reescritura de texto

Assinale a alternativa em que a reformulação do trecho transcrito entre parênteses implique erro ou mudança de sentido.

A questão referem-se ao texto a seguir. Leia-o atentamente antes de responder a elas.

                                                                                                                    O PEIXE NEMO E O MAIS MÉDICOS

                                                                                                                                                                                                                                                  Rogério Cezar de Cerqueira Leite

1º § A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. Ela vende para um, o doente, que é quem paga, mas quem escolhe o medicamento é outro, o médico.
2º § Essa condição fez com que a indústria farmacêutica internacional desenvolvesse uma estratégia “sui generis” que, não obstante, imita um comportamento comum entre animais inferiores, a simbiose.
3º § Observo em meu aquário o peixe-palhaço percola Nemo colher um vôngole e levá-lo à boca de “sua” anêmona, antes mesmo que ele próprio se alimente. Em troca, recebe da anêmona – um animal com tentáculos venenosos – proteção contra eventuais predadores. Essa troca de favores chamamos simbiose.
4º § A promoção de medicamentos se faz de porta em porta, nos consultórios médicos. Todo mundo sabe que os inúmeros congressos médicos nos mais pitorescos locais do mundo, de Paris a Cancun, são patrocinados pelas empresas produtoras de medicamentos, inclusive com passagens e estadia pagas.
5º § O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. Pois bem, embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano.
6º § E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? A prática quotidiana e a necessidade de sobrevivência geram padrões de comportamento que, por sua vez, estabelecem dogmas, tabus, que enfim são incorporados como princípios éticos à cultura de cada sociedade.
7º § Aos poucos, os médicos acabam por sepultar sua própria percepção dos conflitos de interesse que regem essa maléfica simbiose. Três empresas multinacionais do setor farmacêutico foram há pouco multadas e 18 de seus funcionários presos na China por adotarem essa prática.
8º § Recentemente, o médico britânico e Nobel de medicina Richard J. Roberts acusou as farmacêuticas de evitar a cura em prol da dependência, um fato já conhecido. Se você cura o doente, você deixa de faturar. Se você simplesmente o mantém vivo, você fatura indefinidamente. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. Quantas corporações médicas denunciaram essa condição maléfica?
9º § Médicos e suas associações já se opuseram, se não publicamente, pelo menos nos bastidores, a iniciativas positivas do Estado. Isso ocorreu com a instalação do SUS e com as poucas iniciativas de produção de medicamentos em laboratórios estatais. Agora acontece com o programa Mais Médicos, que, para as condições atuais da saúde no Brasil, é imprescindível. Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado.
10º § Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? Quantos colocam o interesse da sociedade brasileira acima dos seus próprios e de sua corporação?

                                                                                                                                                                                                                                    (Extraído de: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2013.)

A
O que não se percebia até há pouco é a importância e o volume de recursos diretamente repassados a médicos a título de remuneração pela promoção de medicamentos.
(O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. – 5º §)
B
As empresas produtoras de medicamentos têm um traço sui generis.
(A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. – 1º §)
C
Se se cura o doente, deixa-se de lucrar.
(Se você cura o doente, você deixa de faturar. – 8º §)
D
Tudo quanto interfira, ainda que aparentemente, na tradicional simbiose entre médicos e indústria farmacêutica, apesar de superficialmente, passa a ser alvo de hostilidades.
(Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado. – 9º §)
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PUC-MINAS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A questão deve ser respondida com base na leitura dos trechos a seguir.

TEXTO 1

Tanto de meu estado me acho incerto,
Que, em vivo ardor, tremendo estou de frio
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.

(CAMÕES, Luís Vaz de. In: Sonetos para amar o amor. FARACO, Sergio [Org.]. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 15.)

TEXTO 2

Este inferno de amar – como eu amo! –
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear,
Quando – ai quando se há-de ela apagar?

(GARRET, Almeida. “Este inferno de amar”. In: MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2004, p. 252.)

Quanto ao modo como caracterizam o sentimento amoroso, os textos estabelecem entre si relações de:

A
semelhança.
B
incompatibilidade.
C
contradição.
D
complementaridade.
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A questão deve ser respondida com base na leitura do texto abaixo.


“Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse.
Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um bicho esquisito, difícil de
governar.
A que eu conhecia era a Rosa do Marciano, muito ordinária. Havia também conhecido a Germana e outras da
mesma laia. Por elas eu julgava todas. Não me sentia, pois, inclinado por nenhuma: o que sentia era desejo de
preparar um herdeiro para as terras de São Bernardo.
Tentei fantasiar uma criatura alta, sadia, com trinta anos, cabelos pretos mas parei aí. Sou incapaz de imaginação,
e as coisas boas que mencionei vinham destacadas, nunca se juntando para formar um ser completo.”

(RAMOS, Graciliano. São Bernardo [Trecho]. Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 66.)

O texto apresenta marcas ideológicas que evidenciam a intenção do narrador em:

A
distanciar-se dos fatos narrados, simulando um ponto de vista imparcial sobre o casamento.
B
valer-se da posição de fazendeiro para formular uma crítica implícita ao casamento por interesse.
C
apresentar um discurso autoritário em relação à mulher, representada como objeto utilitário.
D
atribuir à vida difícil e à incapacidade de imaginação as causas de suas frustrações amorosas.
E
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Quanto ao título, tendo em conta sua relação com o texto, é CORRETO afirmar:

A questão referem-se ao texto a seguir. Leia-o atentamente antes de responder a elas.

                                                                                                                    O PEIXE NEMO E O MAIS MÉDICOS

                                                                                                                                                                                                                                                  Rogério Cezar de Cerqueira Leite

1º § A indústria farmacêutica apresenta uma característica peculiar. Ela vende para um, o doente, que é quem paga, mas quem escolhe o medicamento é outro, o médico.
2º § Essa condição fez com que a indústria farmacêutica internacional desenvolvesse uma estratégia “sui generis” que, não obstante, imita um comportamento comum entre animais inferiores, a simbiose.
3º § Observo em meu aquário o peixe-palhaço percola Nemo colher um vôngole e levá-lo à boca de “sua” anêmona, antes mesmo que ele próprio se alimente. Em troca, recebe da anêmona – um animal com tentáculos venenosos – proteção contra eventuais predadores. Essa troca de favores chamamos simbiose.
4º § A promoção de medicamentos se faz de porta em porta, nos consultórios médicos. Todo mundo sabe que os inúmeros congressos médicos nos mais pitorescos locais do mundo, de Paris a Cancun, são patrocinados pelas empresas produtoras de medicamentos, inclusive com passagens e estadia pagas.
5º § O que não era percebido até recentemente é a importância e o volume de recursos repassados diretamente a médicos como remuneração pela promoção de medicamentos. Pois bem, embora sejam esses recursos diminutos em comparação com os gastos globais dessas empresas com propaganda, em que se incluem as conferências técnico-turísticas, elas ultrapassam só nos Estados Unidos uma centena de milhões de dólares por ano.
6º § E onde fica a ética? E o ensinamento de Hipócrates? A prática quotidiana e a necessidade de sobrevivência geram padrões de comportamento que, por sua vez, estabelecem dogmas, tabus, que enfim são incorporados como princípios éticos à cultura de cada sociedade.
7º § Aos poucos, os médicos acabam por sepultar sua própria percepção dos conflitos de interesse que regem essa maléfica simbiose. Três empresas multinacionais do setor farmacêutico foram há pouco multadas e 18 de seus funcionários presos na China por adotarem essa prática.
8º § Recentemente, o médico britânico e Nobel de medicina Richard J. Roberts acusou as farmacêuticas de evitar a cura em prol da dependência, um fato já conhecido. Se você cura o doente, você deixa de faturar. Se você simplesmente o mantém vivo, você fatura indefinidamente. Uma estratégia também adotada por animais parasitas. Quantas corporações médicas denunciaram essa condição maléfica?
9º § Médicos e suas associações já se opuseram, se não publicamente, pelo menos nos bastidores, a iniciativas positivas do Estado. Isso ocorreu com a instalação do SUS e com as poucas iniciativas de produção de medicamentos em laboratórios estatais. Agora acontece com o programa Mais Médicos, que, para as condições atuais da saúde no Brasil, é imprescindível. Tudo que pareça interferir com a tradicional simbiose médico-produtoras de medicamentos, mesmo que tangencialmente, passa a ser hostilizado.
10º § Quantos dos médicos que se declaram contra o programa repudiaram ofertas de passagens e estadias em gostosas conferências? Quantos colocam o interesse da sociedade brasileira acima dos seus próprios e de sua corporação?

                                                                                                                                                                                                                                    (Extraído de: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2013.)

A
Insinua-se que há presença de uma atitude simbiótica tanto no comportamento do peixe-palhaço quanto no programa Mais Médicos.
B
Sugere-se que certos médicos e peixes-palhaço têm uma conduta questionável.
C
Critica-se o corporativismo da classe médica e a ética do lucro a todo custo por parte da indústria farmacêutica.
D
Contrapõe-se a proposta do programa Mais Médicos a uma certa atitude simbiótica por parte da classe médica.