Questão 9b425063-b0
Prova:PUC-MINAS 2013
Disciplina:Português
Assunto:Funções morfossintáticas da palavra SE

Todas as formas grifadas nos trechos a seguir têm a mesma natureza linguística, EXCETO:

Leia o texto abaixo e responda, em seguida, a questão.

O xadrez de Marina

SÃO PAULO — Eduardo Campos não é um "zero", como Ciro Gomes o chamou na sua tola e habitual verborragia, tampouco é o estrategista político formidável, tal qual passou a ser pintado em Brasília após a surpreendente filiação da ex-senadora Marina Silva ao seu PSB.
O governador de Pernambuco é um construtor de pontes, paciente e habilidoso, que consegue se manter como interlocutor de quase todo o mundo, de Lula a Serra, de Bornhausen e Ronaldo Caiado a Marina. É um conciliador que parece mais mineiro do que o próprio Aécio Neves.
É evidente que esses traços o ajudaram a se posicionar no momento em que Marina precisava achar uma saída para o imbróglio em que se meteu ao não conseguir oficializar a tal Rede Sustentabilidade -- não se filiar a um partido significaria abdicar totalmente da eleição presidencial; entrar numa sigla qualquer apenas para ser candidata seria um gesto personalista que poderia arranhar a imagem da nova política, que Marina tanto cultiva.
Mas, na prática, o governador pernambucano foi um agente passivo nessa história toda. Se alguém anteviu alguma coisa, foi Marina. A ex-senadora criou o principal fato político desde a eleição de Dilma e ainda jogou sobre Campos a responsabilidade de crescer nas pesquisas em pouco tempo, ao deixar claro que, se o governador não se viabilizar, ela pode concorrer.
No cenário anterior, Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição presidencial do ano que vem com cerca de 15% dos votos. Atingiria seu objetivo de tornar-se um nome nacionalmente conhecido a fim de, quatro anos depois, disputar a sucessão para valer.
Agora, após o empurrão da ex-senadora, se Campos não atingir esse patamar nos próximos meses, antes mesmo de a campanha eleitoral começar, poderá ser forçado a abdicar da candidatura em favor de Marina. 

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/rogeriogentile/2013/10/1354262-o-xadrez-de-marina.shtml. Acesso em: 10 out. 2013. 

A
[...] a se posicionar no momento em que Marina precisava achar uma saída [...]
B
Se alguém anteviu alguma coisa, foi Marina.
C
Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição presidencial [...]
D
[...] se Campos não atingir esse patamar nos próximos meses [...]

Gabarito comentado

S
Samanta de AbreuTime de mentores Qconcursos

Tema central da questão: A questão explora as funções morfossintáticas da palavra "se" na Língua Portuguesa. O candidato deve identificar quando "se" atua como conjunção condicional e quando tem valor de pronome reflexivo. Essa diferença é cobrada frequentemente em vestibulares e concursos.

Justificativa da alternativa correta (A):

Na alternativa A“a se posicionar no momento em que Marina precisava achar uma saída” — o termo "se" integra o verbo "posicionar-se". Aqui, "se" funciona como pronome reflexivo, pois o sujeito (quem se posiciona) realiza e recebe a ação ao mesmo tempo. Esses verbos são chamados de verbos pronominais, pois exigem o uso do pronome reflexivo em sua conjugação.

De acordo com Cunha & Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo) e Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), esse "se" indica reflexividade e não estabelece relação de sentido como fazem as conjunções.

Análise das alternativas incorretas:

B) “Se alguém anteviu alguma coisa, foi Marina.”
"Se" exerce a função de conjunção subordinativa condicional, conectando uma hipótese ("Se alguém anteviu...") à consequência ("foi Marina"). Regra: toda vez que "se" introduz uma oração condicional (“caso alguém anteviu...”), ele é conjunção.

C) “Campos seria um vitorioso se terminasse a eleição..."
O "se" introduz condição, mesma função da alternativa anterior, segundo a norma-padrão: conjunção condicional.

D) “se Campos não atingir esse patamar...”
Idem: "se" inicia uma condição para a ação apresentada na oração principal, sendo também conjunção condicional.

Resumo prático: Alternativas B, C e D: "se" = conjunção condicional.
Alternativa A: "se" = pronome reflexivo.
Logo, A é a única diferente, como exigido.

Dica de prova: Para não errar, veja se "se" pode ser trocado por “caso” (condição): “caso alguém anteviu...”, “caso Campos não atingir...”. Se fizer sentido, é conjunção. Se estiver colado ao verbo (“posicionar-se”), é pronome.

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