Questõesde PUC-MINAS 2013 sobre Português
Dentre as afirmativas a seguir, NÃO pode ser depreendida do texto de Toledo:
Assinale a alternativa em que a reformulação do trecho transcrito entre parênteses implique erro linguístico ou
mudança de sentido.
O estádio novo do Corinthians, em São Paulo, a princípio destinado à abertura da Copa do Mundo de 2014, é, ainda, um rasgo de imaginação sobre um terreno baldio, contudo já tem apelido.
(O novo estádio do Corinthians, em São Paulo, em tese destinado à abertura da Copa do Mundo de 2014, é por enquanto um rasgo de imaginação sobre um terreno baldio, mas já tem nome de guerra. – 1º §)
“Se eu pudesse forçar meu coração,obrigá-lo, senhora, a vos dizerquanta amargura me fazeis sofrer,posso jurar – dê-me Deus seu perdão! –que sentiríeis compaixão de mim.
Pois, senhora, conquanto apenas dore nenhuma alegria me causeis,se soubésseis o mal que me fazeis,posso jurar – perdoa-me, Senhor! –que sentiríeis compaixão de mim.
Não me querendo nenhum bem, embora,se soubésseis a pena que dais,e quanta dor há nos meus tristes ais,posso jurar – de boa fé, senhora! –que sentiríeis compaixão de mim.
E mal seria, se não fosse assim.”
(D. Dinis. In: BERARDINELLI, Cleonice. Cantigas de trovadores medievais em português moderno, Rio de Janeiro: Organizações Simões,1953. p. 21).
A cantiga de D. Dinis é representativa do trovadorismo português e, como ocorre em outras produções literárias do
período, enfatiza:
“Poema do futuro cidadão”
Vim de qualquer partede uma nação que ainda não existe.Vim e estou aqui!
Não nasci apenas eunem tu nem outro...mas irmão.Mastenho amor para dar às mãos-cheias.Amor do que soue nada mais.
Etenho no coraçãogritos que não são meus somenteporque venho dum país que ainda não existe.
Ah! Tenho meu amor à rodos para dardo que sou.Eu!Homem qualquercidadão de uma nação que ainda não existe.
(CRAVEIRINHA, José. Poema do futuro cidadão [1964]. In: SAÚTE, Nelson. Nunca mais é sábado:
antologia de poesia moçambicana. Lisboa: Dom Quixote, 2004. p. 71).
Na literatura africana de língua portuguesa, a busca por uma identidade nacional desempenha um importante
papel, especialmente no contexto das lutas pela independência. No poema de José Craveirinha, essa busca
revela-se:
“Sentia-se cansada. A barriga, as pernas, a cabeça, o corpo todo era um enorme peso que lhe caía
irremediavelmente em cima. Esperava que a qualquer momento o coração lhe perfurasse o peito, lhe rasgasse a
blusa.
Como seria o coração?
Teria mesmo aquela forma bonita dos postais coloridos?
Seriam todos os corações do mesmo formato?
Será que as dores deformam os corações?
[...]
Aos vinte e três anos disseram-lhe que tinha o útero descaído. Bom seria que caísse de vez! Estava farta daquele
bocado de si que ano após ano, enchia, inchava, desenchia e lhe atirava para os braços e para os cuidados mais
um pedacinho de gente.
Não. Não voltaria para casa.”
(SALÚSTIO, Dina. “Liberdade adiada”. Mornas eram as noites. Praia: ICDL, 1994. p. 5).
O trecho acima foi escrito pela escritora cabo-verdiana Dina Salústio. Em relação ao universo feminino
representado na narrativa, destaca-se:
“Vais encontrar o mundo”, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. “Coragem para a luta.” Bastante experimentei
depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa
de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o
poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à
impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso.
Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob
outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos
ultrajam.
(POMPEIA, Raul. O ateneu. São Paulo, FTD, 1992).
Em relação à estruturação da narrativa, o texto apresenta:
“Sem programa estético definido, a Semana de Arte Moderna de 1922 desempenha na história da arte brasileira
muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do
que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens.”
(In: Semana de Arte Moderna. Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais. Disponível em:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia. Acesso: 19 ago. 2013).
O trecho em que uma rejeição ao conservadorismo literário se manifesta é:
“Ser poeta é ser mais alto, é ser maiorDo que os homens! Morder como quem beija!É ser mendigo e dar como quem sejaRei do Reino de Aquém e de Além Dor!”(Florbela Espanca, “Ser poeta”).
“Com a máscara da palavrareinventamoso som da voz amadaque nos inundacom seu luar de espuma.”(Ana Hatherly, “A máscara da palavra”).
“O poeta é um fingidor.Finge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.”(Fernando Pessoa, “Autopsicografia”).
Os textos têm em comum:
Assinale a alternativa CORRETA.
Para responder a questão, leia, com atenção, o texto abaixo.
Disponível em: http://artur-moritz.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html. Acesso em: 20 set. 2013.
Erro de português
Quando o português chegouDebaixo de uma bruta chuvaVestiu o índioQue pena!Fosse uma manhã de solO índio tinha despidoO português.(Oswald de Andrade. “Erro de português” [1925]. In: O santeiro do mangue e outros poemas. São
Paulo: Globo: Secretaria de Estado da Cultura, 1991).
No poema de Oswald de Andrade, importante nome do movimento modernista no Brasil, destaca-se:
A imagem no texto em exame pode ser interpretada:
I. como um recurso metonímico: o livro aberto evoca a ideia de leitura.
II. como um recurso estético, que promove uma ambivalência de sentidos e objetos; livro e boca se confundem
e se fundem.
III. como um elemento não verbal que, articulado com os elementos verbais, contribui para promover o efeito de
sentido desejado.
Assinale a alternativa que registre as considerações CORRETAS sobre a imagem do texto.
Para responder a questão, leia, com atenção, o texto abaixo.
Disponível em: http://artur-moritz.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html. Acesso em: 20 set. 2013.
Sobre o texto, apresentam-se adequadas todas as considerações, EXCETO:
Para responder a questão, leia, com atenção, o texto abaixo.
Disponível em: http://artur-moritz.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html. Acesso em: 20 set. 2013.