Questõesde UFGD sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 47 questões
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UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o Fragmento baixo:

Ao chegar pediu o coronel que lhe dessem água do Apa e, ou porque lhe viessem à mente vagas reminiscências históricas, a propósito de caudais célebres, ou porque, após tanto abalo de espírito, experimentasse como que uma agitação febril, disse sorrindo: “Notemos a que hora provamos a água deste rio.” Puxou o relógio, bebeu e acrescentou a gracejar: “Desejo que este incidente seja consignado na história desta expedição, se algum dia a escreverem.” Pareceu empenhado que se lhe fizesse uma promessa em tal sentido. Foi o autor desta narrativa quem, em nome de todos, a tanto se comprometeu, e hoje o cumpre com religiosa exação porque a morte, de que estava o nosso chefe tão próximo, sabe, pela própria natureza enigmática, tudo enobrecer, tudo absolver e consagrar. É neste ponto o Apa correntoso; mas as grandes lajes que lhe calçam o leito como que convidam a entrar em suas belas águas. Foi o que fizeram muitos soldados; passaram vários para a outra margem a dizer que iam conquistar o Paraguai (TAUNAY, 2006, p. 74- 75).
TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. A Retirada da Laguna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 2006 (Fragmento). 

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Taunay em A Retirada da Laguna. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque:
I. o narrador Taunay, embora não seguisse um roteiro organizado da viagem relata a realidade. Desta forma, constrói imagens fortes dos fatos vividos. Toda a imagem construída antes desse fato vivido por Taunay tem apenas a visão do Brasil litorâneo, caracterizado pela presença da Corte naquele local; através do relato ele consegue observar aspectos ainda não explorados e totalmente desconhecidos, usando da sua descrição com objetivo de informar.
II. Visconde de Taunay (1843-1899) narra um episódio da Guerra do Paraguai, considerada a mais sangrenta da América do Sul. Sua obra destaca o cenário por onde ocorreu um fato histórico (Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai) e é através desse sertão que Taunay mostra a possível busca pelo desconhecido, na qual o que se pode encontrar nem sempre é o que se imagina.
III. ao narrar num estilo singelo o fracasso dessa expedição militar, Taunay nos leva a refletir sobre questões como heroísmo, honra e dever. Dos 1680 homens que invadiram o Paraguai, apenas 500 voltaram vivos para o Brasil.

Assinale a alternativa CORRETA:

A
As alternativas I e II estão incorretas. 
B
As alternativas I e II estão corretas.
C
Apenas a alternativa I está correta.
D
Apenas a alternativa II está correta.
E
Apenas a alternativa III está correta.
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UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com relação a Laços de família, de Clarice Lispector, é correto afirmar:

I. Nesta coletânea de contos, as personagens - sejam adultos ou adolescentes - debatem-se nas cadeias de violência latente que podem emanar do círculo doméstico. Homens ou mulheres, os laços que os unem são, em sua maioria, elos familiares ao mesmo tempo de afeto e de aprisionamento.
II. E, como se pouco a pouco se desnudasse uma estratégia, o cotidiano dos personagens de Laços de família, cuja primeira edição data de 1960, vai-se desnudando como um ambiente falsamente estável, em que vidas aparentemente sólidas se desestabilizam de súbito, justo quando o dia-a-dia parecia estar sendo marcado pela ameaça de nada acontecer.
III. O texto de Clarice Lispector não costuma apresentar ilusória facilidade. Seu vocabulário não é simples, as imagens voltam-se para animais e plantas, quando não para objetos domésticos e situações da vida diária, com frequência numa voltagem de intenso lirismo.

Assinale a alternativa CORRETA:

A
As alternativas I e II estão corretas.
B
As alternativas II e III estão corretas.
C
Apenas a alternativa I está correta.
D
Apenas a alternativa II está correta.
E
Apenas a alternativa III está correta
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UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando no contexto das tendências dominantes da poesia de Manoel de Barros, no livro Águas, pode-se afirmar que:

Leia o trecho da obra Águas de Manoel de Barros, abaixo transcrito, e resolva a questão.

Porque as águas deste lugar ainda são espraiadas para o alvoroço dos pássaros.
Prezo os espraiados destas águas com as suas beijadas garças.
Nossos rios precisam de idade ainda para formar os seus barrancos Para pousar em seus leitos.
Penso com humildade que fui convidado para o banquete destas águas.
Porque sou de bugre. Porque sou de brejo.
Acho que as águas iniciam os pássaros
Acho que as águas iniciam as árvores e os peixes E acho que as águas iniciam os homens. Nos iniciam.
E nos alimentam e nos dessedentam.
Louvo esta fonte de todos os seres, de todas as plantas, de todas as pedras.
Louvo as natências do homem do Pantanal.
Todos somos devedores destas águas.
Somos todos começos de brejos e de rãs.
E a fala dos nossos vaqueiros carrega murmúrios destas águas.
Parece que a fala de nossos vaqueiros tem consoantes líquidas
E carrega de umidez as suas palavras.
Penso que os homens deste lugar são a continuação destas águas.
BARROS, Manoel. Águas. Campo Grande: Sanesul, 2001 (Fragmento).
A
Não percebemos nítida separação entre poesia e prosa. Em seu texto perambulam personagens (compondo seus alter-egos), entrelaçando-se em narrativas, o que é próprio da prosa.
B
Percebe-se uma comemoração às Águas e ao Meio Ambiente.
C
Há uma evolução temática e estrutural que perfaz, grosso modo, todas as fases do modernismo.
D
Contém um esvaziamento do sentido de Arte, de Natureza e da ausência de sonhos.
E
Existe uma oportunidade de manifestar seu desapego, tanto pelo sagrado, como pelo profano.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o texto a seguir.


Diversamente do período moderno, com suas correntes e tendências artísticas organizadas em grupos como as vanguardas construtivas, os futuristas, dadaístas, surrealistas e outros, autores de manifestos e fundadores de revistas e até escolas, a arte contemporânea no Brasil, como já foi dito, embora possuindo suas matrizes, avança num número tal de direções e é constituída por obras tão singulares que, tudo considerado, ela sugere um arquipélago. A imagem é boa, porque foge do reducionismo das grandes etiquetas, que, ao valorizarem as semelhanças entre as obras de alguns artistas, não atentam convenientemente para as diferenças entre elas. Outros argumentos a favor dessa imagem: em primeiro lugar, a descontinuidade que ela sugere, o que contraria a ideia de que se desenvolvimento se dá linearmente, com cada obra se apresentando como um desdobramento da anterior [...]. Um arquipélago, porque cada boa obra engendra uma ilha, como topografia, atmosfera e vegetação particulares, eventualmente semelhante a outra ilha, mas sem confundir-se com ela. Percorrê-la com cuidado equivale a vivenciá-la, perceber o que só ela oferece.

FARIAS, Agnaldo. Arte brasileira hoje. São Paulo: Publifolha, 2002. Coleção Folha explica.


Esse texto de Agnaldo Farias aponta para uma grande diversidade quando se fala em arte contemporânea brasileira, sugere a imagem de um arquipélago, a fim de que se possa fugir à ideia de unificar o que se denomina de arte contemporânea hoje, no Brasil, e para que se possa olhar ao redor e ver que, embora conectadas, as “ilhas” desse arquipélago constituemse em “universos” específicos da produção de cada artista.


Partindo dessa imagem de diversidade do arquipélago, assinale a alternativa que apresenta uma obra de arte brasileira que difere conceitual e cronologicamente da ideia de arte contemporânea.

A


B


C


D


E


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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As relações sociais contemporâneas sofrem grande influência das tecnologias inseridas na sociedade. A utilização generalizada de novas tecnologias de informação, nos mais diversos setores sociais, faz com que os indivíduos de diferentes níveis socioeconômicos e culturais convivam com um grande número de produtos modernos à sua disposição. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) podem provocar diversidades e mudanças na sociedade, gerando diferentes impactos e exigindo novas posturas por parte dos indivíduos diante desse novo cenário que se vivencia. Com base nisso, pode-se destacar como sendo efeitos sociais positivos das TICs as seguintes características:

A
Auxiliar os indivíduos a desenvolverem melhores perspectivas sobre assuntos diferentes e abrir espaço para se expressar nas redes sociais utilizando-se de meios como ciberbullying.
B
Adquirir conhecimentos novos, trocar ideias e auxiliar outras pessoas a desenvolverem suas habilidades.
C
Facilitar a aprendizagem de conhecimentos técnicos, fragilizar o desenvolvimento da autoestima e criar dependência nas relações interpessoais.
D
Permitir o entendimento e a aprendizagem de tecnologias por meio de mídias educativas e ter acesso a páginas da Internet com conteúdos que podem prejudicar o processo de raciocínio do indivíduo.
E
Encorajar os indivíduos a melhorarem a comunicação e a liberdade de autoexpressão e dispenderem de uma quantidade grande de tempo visitando páginas da Internet com conteúdos de mídia que podem trazer algum tipo de vício.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A busca incessante pelo corpo perfeito, do ponto de vista estético, é significativamente incentivada pela mídia na atualidade. Esse fenômeno contribui, sobretudo, para

A
a integração social da maioria das pessoas nos mais diversos contextos.
B
a melhoria significativa da saúde de grande parcela da população.
C
o estabelecimento de estereótipos ou modelos corporais cuja compleição é condizente com a da maioria da população.
D
a satisfação plena da maioria da população, devido ao massivo alcance do objetivo de obtenção de um corpo estereotipado.
E
o estabelecimento de estereótipos ou modelos corporais cuja compleição não é condizente com a da maioria da população.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere o seguinte texto extraído da obra A Retirada de Laguna, de Visconde de Taunay.


Formação de um corpo de exército destinado a atuar, pelo norte, sobre o alto Paraguai. Distâncias e dificuldades de organização.


Para dar uma ideia, algum tanto exata, dos lugares onde, em 1867, ocorreram os acontecimentos cuja narrativa se vai ler, convém lembrar que, ao finalizar de 1864, havendo o Paraguai atacado e invadido, simultaneamente, o Império do Brasil e a República Argentina, achavase, decorridos dois anos, após tal investida, reduzido a defender o próprio território, invadido do lado do sul, pelas forças conjuntas das duas potências aliadas, a quem coadjuvava pequeno contingente de tropas da República do Uruguai. Ao sul oferecia o caudaloso Paraguai mais vantagens à expugnação da fortaleza de Humaitá, que, pela posição especial, se convertera na chave estratégica do país, assumindo, nesta porfia encarniçada, a importância de Sebastopol, na Campanha da Criméia.

Ao norte, do lado de Mato Grosso, eram as operações infinitamente mais difíceis, não só porque ocorriam a milhares de quilômetros do litoral atlântico, onde se concentram todos os recursos do Brasil, como ainda por causa das inundações do rio Paraguai, que cortando na parte superior do curso terras baixas e planas, transborda anualmente, a submergir então regiões extensíssimas. Consistia o plano de ataque mais natural em subir as águas do Paraguai, do lado da Argentina, até o coração da república inimiga e, do Brasil, descê-las a partir de Cuiabá, a capital mato-grossense que os paraguaios não haviam ocupado.

Teria impedido à guerra arrastar-se durante cinco anos consecutivos esta conjugação de esforços simultâneos. Mas era-lhe a realização extraordinariamente difícil, devido às enormes distâncias a transpor. Basta lançar os olhos sobre um mapa da América do Sul e examinar o interior do Brasil, em grande parte desabitado, para que qualquer observador de tal se convença logo.

No momento em que se enceta esta narrativa, estava, pois, a atenção geral das potências aliadas quase exclusivamente voltada para o Sul, para as operações de guerra, travadas em torno de Curupaiti e Humaitá. Quanto ao plano primitivo fora ele mais ou menos abandonado; quando muito ia servir de pretexto a que se infligissem as mais terríveis provações a uma pequena coluna expedicionária, quase perdida nos imensos e desertos sertões brasileiros.

Em 1865 – ao arrebentar a guerra que Francisco Solano Lopes, o presidente do Paraguai, na América do Sul suscitara sem maior motivo do que os ditames da ambição pessoal; quando muito a invocar o vão pretexto da manutenção do equilíbrio internacional – o Brasil, obrigado a defender honra e direitos, dispôs-se, denodadamente, para a luta. A fim de reagir contra o inimigo, em todos os pontos onde podia enfrentá-lo, o plano da invasão do Paraguai setentrional acudiu naturalmente a todos os espíritos; preparou-se uma expedição para este fim.

Não foi infelizmente este projeto de diversão realizado nas proporções que sua importância exigia; e, mais infelizmente ainda, os contingentes acessórios sobre os quais contávamos, para avolumar o corpo de exército expedicionário, durante a longa jornada através de São Paulo e Minas Gerais, falharam em grande parte ou desapareceram devido a cruel epidemia de varíola e as deserções que esta provocou. Marchou-se lentamente: provinha a demora de muitas causas, sobretudo da dificuldade do abastecimento de víveres.

TAUNAY, Visconde de. A retirada de laguna. Belém: Unama, 2003.


Depreende-se do texto que

A
o plano mais natural de ataque dos aliados brasileiros ao Paraguai seria aquele no qual as tropas partiriam de Cuiabá, subindo as águas do Rio Paraguai até que se atingisse a capital Assunção.
B
as tropas uruguaias, em menor número, assistiam as potências aliadas.
C
a República do Paraguai, aliada à República do Uruguai, apregoava a tomada da fortaleza de Humaitá, por ser esta uma chave estratégica para os aliados.
D
o ermo interior do Brasil foi o fato, sob a égide da conjugação de esforços simultâneos, propulsor da curta duração da Guerra do Paraguai.
E
a pretensão do presidente paraguaio Solano Lopes de conquistar as terras da região de Cuiabá era princípio imperativo que norteava a Guerra do Paraguai, justificada pela manutenção do equilíbrio internacional.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em conformidade com a mensagem e as construções linguísticas do texto a seguir, marque a alternativa correta.



A
O texto é uma propaganda de conscientização contra a violência doméstica sofrida por mulheres no seio familiar. A partir da análise dos elementos verbais e não verbais contidos na mensagem, é correto afirmar que o ponto de vista da realidade descrita é de um adulto que presenciou cenas de violência em casa durante a infância, reconhecendo o pai como o agressor.
B
A proximidade dos filhos com a mãe e um certo distanciamento do pai em relação ao restante da família indicam que o pai é um ser dotado de autoridade e deve ser respeitado. Essa ideia é reforçada ao desenhar e pintar o pai com traços e cores distintas do restante dos membros da família.
C
Na mensagem “Quem bate na mulher machuca a família inteira”, a oração em destaque exerce a função de sujeito da oração principal, sendo, portanto, uma oração substantiva subjetiva.
D
Na mensagem “Quem bate na mulher machuca a família inteira”, a oração em destaque é iniciada por um pronome relativo, sendo, portanto, uma oração adjetiva restritiva.
E
A propaganda induz a compreensão de que todo pai de família é agressor, uma vez que constrói a imagem dele como sendo o único responsável pela violência que existe no ambiente familiar e sendo o único responsável pela sensação de insegurança na casa das famílias brasileiras.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Acerca de questões sintático-semânticas que compõem o texto Facebook testa reconhecimento facial para usuários que perderam suas senhas, assinale a alternativa correta.

Facebook testa reconhecimento facial para usuários que perderam suas senhas


O Facebook começou a testar nessa semana um recurso de reconhecimento facial para autenticar seus usuários. A ideia da empresa é usar essa identificação biométrica somente quando a pessoa estiver sem acesso normal a seu perfil. Ou seja, quando a senha for esquecida ou a conta for hackeada por alguém.

A rede social explica que não deve haver preocupações com privacidade, já que essa identificação biométrica não será utilizada com frequência nem terá outros meios de uso além da recuperação de senha. Em um comunicado oficial ao TECHCRUNCH, a empresa confirmou o teste: “Estamos testando uma nova ferramenta para pessoas que queiram verificar posse de uma conta com rapidez e simplicidade durante o processo de recuperação de senha. Essa função opcional estará disponível apenas em aparelhos que você já utiliza para fazer login no Facebook. É um passo a mais, junto com a autenticação de dois fatores via SMS, que estamos dando para nos certificarmos que os usuários corretos possam confirmar suas identidades”, diz o texto.

Acredita-se que, se a função se provar confiável contra hackers, o Facebook pode adotá-la de forma definitiva na rede social e começar a utilizá-la regularmente para reaver contas perdidas. Ainda não se sabe, entretanto, quando isso pode acontecer nem se vai gerar alguma polêmica, como foi o caso do reconhecimento facial para marcação de pessoas em fotos.

MÜLLER, Leonardo. Facebook testa reconhecimento facial para usuários que perderam suas senhas. Disponível em: https://www.tecmundo. com.br/redessociais/122549-facebook-testa-reconhecimento-facial-usuarios-perderamsenhas.htm. Acesso em: 30 set. 2017. (Adaptado).  

A
No período “O Facebook começou a testar nessa semana um recurso de reconhecimento facial para autenticar seus usuários”, a expressão em destaque é uma oração adverbial que indica finalidade.
B
No período “A rede social explica que não deve haver preocupações com privacidade”, a expressão em destaque complementa o sentido do verbo da oração da qual faz parte.
C
No período “o Facebook pode adotá-la de forma definitiva na rede social e começar a utilizá-la regularmente para reaver contas perdidas”, as expressões adverbiais em destaque indicam, respectivamente, lugar e tempo.
D
No período “Em um comunicado oficial ao TECHCRUNCH, a empresa confirmou o teste”, a expressão em destaque funciona sintaticamente como um adjunto adverbial de afirmação.
E
No período “Estamos testando uma nova ferramenta para pessoas que queiram verificar posse de uma conta com rapidez e com simplicidade durante o processo de recuperação de senha”, as expressões adverbiais em destaque funcionam sintaticamente como adjuntos adverbiais de tempo e modo, respectivamente.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O jogo


a bola está com juscelino, juscelino passa para jânio, jânio sai do campo e agora a bola está com jango, castelo rouba a bola e vai para a direita, passa para costa e silva, costa e silva passa para médici, médici passa para geisel, geisel para joão figueiredo, joão figueiredo cruza para sarney, sarney de cabeça para collor e goooooooooooooooooooolllllllllllllllllllllll

(gol contra minha gente)

MARINHO, Emmanuel. Satilírico. Edição do Autor, 1995, p. 37.


Esse poema foi extraído do livro Satilírico do poeta sulmato-grossense Emmanuel Marinho e alude a personagens e a fatos relacionados ao contexto político no Brasil da segunda metade do século XX. Sobre a obra em questão, é correto afirmar que

A
o uso de iniciais minúsculas nos nomes dos jogadores impossibilita qualquer associação destes a personagens históricos.
B
as expressões “rouba a bola” e “vai para a direita” não estabelecem relações metafóricas com ações históricas do Governo brasileiro.
C
a expressão “gol contra minha gente”, que aparece entre parênteses no final do poema, caracteriza-se como um comentário irônico do eu lírico.
D
ao sugerir certo engajamento político, o poema pode ser considerado uma exceção, se comparado aos demais que compõem a coletânea.
E
de todos os personagens apresentados no poema, apenas joão figueiredo não tem relação com antigos presidentes do Brasil.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O filme Em Nome da Lei (2016), com direção de Sergio Resende, ficcionaliza a história profissional do juiz federal Odilon Oliveira, tendo como pano de fundo o crime organizado e o tráfico de drogas em uma cidade na região de fronteira com o Paraguai. No elenco, estão atores conhecidos do grande público como Mateus Solano, Paolla Oliveira e Chico Diaz, que protagonizam a trama gravada na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Com base na obra cinematográfica, assinale a alternativa correta.

A
O comércio das drogas ilícitas no ambiente geográfico do filme é legitimado pelo poder judiciário em virtude da prosperidade que promove na economia local.
B
Uma análise dos elementos da narrativa audiovisual permite dizer que o antagonista da trama é o juiz federal Vítor cujo objetivo é desmontar o esquema de contrabando de drogas da região, comandado pelo traficante Gomez e pela procuradora Aline.
C
O policial federal Elton procura dar respaldo às ações do juiz Vítor investigando a conduta judicial e as relações da procuradora Aline com o traficante Gomez.
D
A corrupção do poder judiciário era clara e ostentada no começo da narrativa, mas com a chegada do juiz federal Vítor, precisa se tornar sutil para cooptar as ações do magistrado.
E
O juiz federal Vítor fortalece o arquétipo do herói romântico ao ser apresentado na obra como uma das únicas figuras incorruptíveis da narrativa.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A personagem Rê Bordosa, retratada na tirinha a seguir de autoria do cartunista Arnaldo Angeli Filho, faz parte de uma série que circulou inicialmente no jornal Folha de São Paulo e depois nas edições da revista Chiclete com Banana entre 1984 e 1987.



Sobre a personagem, tema do curta-metragem de animação Dossiê Rê Bordosa, produzido em 2008, com direção de Sérgio Cabral, assinale a alternativa correta.

A
A personagem recebeu de seu criador a alcunha de mulher “esponja”, em alusão ao seu estilo de vida boêmio.
B
No final da década de 1990, o autor decidiu assassinar a personagem por considerá-la inadequada para o público adolescente.
C
Rê Bordosa pode ser considerada uma personagem feminista por adotar um comportamento em consonância com os ideais católicos dos anos 1980.
D
A morte de Rê Bordosa em 1987 coincidiu com a aposentadoria do autor que deixou de ser cartunista na mesma época.
E
A personagem inspirou o curta Dossiê Rê Bordosa, cuja produção, sem o consentimento de Angeli, desencadeou um processo por direitos autorais.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Grafite e pichação são formas de arte?


[...] O problema do reconhecimento da arte reapareceu como um tema de interesse social nessas primeiras semanas de 2017, pela ação da prefeitura de São Paulo, que substituiu os grafites de algumas das principais avenidas da cidade pela pintura uniforme dos muros com uma tinta cinza, insossa e burocrática. Como a muitos que admiravam os grafites que a prefeitura apagou, a ação do governo Doria me pareceu equivocada. Ao julgá-la de um ponto de vista puramente estético, ou melhor, a partir do que o gosto e a experiência visual me dizem, é evidente que a “limpeza” dos muros onde havia grafites resultou em um empobrecimento da paisagem urbana paulistana.

A mesma coisa não poderia ser dita, porém, sobre a retirada de pichações, contra as quais João Doria mantém um discurso mais incisivo. Sem um critério estético para ser aplicado, já que os próprios pichadores o dispensam, a avaliação da pichação tem uma natureza distinta da que fazemos do grafite. Por mais que os dois fenômenos se cruzem em intrincadas relações entre os seus criadores, o Estado e terceiros (os proprietários de muros privados, por exemplo), podemos distingui-los em função dos seus valores estéticos e da maneira como se apresentam aos receptores.

Um bom ponto de partida é a observação de que nós gostamos, ou não, dos grafites. Das pichações, porém, nós não podemos “gostar” nem “não gostar”, basicamente porque elas não se propõem a ser um objeto do gosto. Essa distinção em relação à experiência suscitada pelo grafite e pelas pichações poderia balizar uma teoria estética da chamada street art, se a tendência dos filósofos profissionais da área não fosse desconsiderá-la. O segundo passo a ser observado tem justamente a ver com isso. Se não podemos “gostar” das pichações, por que elas encontram defensores inclusive entre pessoas que admitem as diferenças sensíveis que a separam do grafite?

A resposta a essa pergunta sugere o espírito ultrapolitizado de uma parcela muito grande da arte contemporânea. Quando alguém aprova uma pichação, o que geralmente ocorre não é a emissão de um juízo de gosto, mas sim a declaração de um apoio ideológico. Esse apoio costuma ser vago e não ter fundamento empírico. É como se aprovar a pichação significasse “estar do lado” dos oprimidos, do povo ou dos marginalizados. O que nunca se coloca em questão, porém, é se tais entidades abstratas e totalizantes (os oprimidos, o povo, os marginalizados…) realmente se reconhecem e se veem expressadas na ação dos pichadores. Será mesmo que a pichação é um fenômeno que representa grupos sociais em desvantagem na sociedade? Será que os pichadores representam algum grupo social além deles mesmos?

Trecho extraído de Oliveira, R. C. “Grafite e pichação são formas de arte?” In: O Estado de São Paulo. 3 de fevereiro de 2017.


Assinale a alternativa que apresenta apenas ideias contidas no excerto apresentado.

A
Pichação e grafite são formas de arte genuínas, porém apenas o grafite é aceito pela sociedade paulistana.
B
A pintura “burocrática” dos muros realizada pela prefeitura teve como resultado o aumento das pichações como forma de represália.
C
Os pichadores não têm apoio das autoridades devido a sua origem humilde e aos grupos sociais que representam.
D
A pichação é poesia e deve ter seu espaço garantido nos muros e nas fachadas dos prédios públicos ou privados.
E
Embora revele um posicionamento político, a aprovação da pichação como arte não possui fundamento estético.
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UFGD 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o texto a seguir.


[...] Metáforas pontuais e redes metafóricas – A metáfora, stricto sensu, é uma figura de expressão verbal, “a forma mais condensada” da imagem literária, uma comparação da qual só restaria o comparante. A compreensão da metáfora baseia-se na analogia de sentido que existe entre o termo atualizado e o termo ausente que substituiu. No cinema, são as imagens que desfilam e não as palavras. O efeito metafórico pode ser gerado da sucessão de imagens que produzem um sentido que “ultrapassa” o sentido literal. É a associação, mais ou menos estreita, de imagens que rompe o estrito continuum narrativo que cria uma configuração metafórica (mais do que uma metáfora “pura”).

[...] Metáforas e redes metafóricas são detectáveis por intermédio da repetição, de formas de insistência (primeiros planos, planos longos, ângulos insólitos) ou de ampliação (deformações visuais, aumentos, efeitos sonoros etc), do grau maior ou menor de incongruência desta ou daquela imagem com relação à norma narrativo-realista (da imagem deliberadamente não diegética à figura diegetizada, isto é, plenamente integrada no mundo representado).

VANOYE, Francis; GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Análise e interpretação simbólica. In:__. Ensaio sobre a análise fílmica. Campinas: Papirus Editora, Coleção Ofício de Arte e Forma, 7°ed, 1994. p.56-63.


O curta-metragem Caramujo-flor (1988), com direção de Joel Pizzini, é uma adaptação cinematográfica de vários poemas de Manoel de Barros, que busca recriar na tela a poética do escritor brasileiro. A partir das linguagens visual e sonora, o filme se vale da composição das imagens em movimento para “traduzir audiovisualmente” as metáforas presentes no texto literário. Diante disso, é possível afirmar que

A
a composição das imagens dessa narrativa cinematográfica segue uma ordem cronológica, de tal modo que a interpretação imagética da poesia de Manoel de Barros cria uma narrativa cuja linearidade clarificadora expõe o seu universo poético.
B
a essência do fazer poético de Manoel de Barros é uma constante em Caramujo-flor. A obra cinematográfica interpreta o olhar metafórico do poeta a partir da imagem e de sons que resgatam os sentidos sublimes da cultura pantaneira (o trem, o rio, os pássaros, os campos, o jacaré, o tereré).
C
a obra fílmica retrata o cerne do regionalismo do centro-oeste brasileiro, já que faz um documentário audiovisual sobre o Pantanal. O diretor Joel Pizzini entrevista várias personalidades do estado, como Ney Matogrosso, Almir Sater, Emmanuel Marinho, Tetê Espíndola e Aracy Balabanian.
D
o filme mescla a experiência concreta e objetiva que Manoel de Barros teve na capital paulista ao pantanal mítico de sua infância, porque busca, com a apresentação de imagens aleatórias na tela, compor significados audiovisuais para as contradições singulares entre esses dois espaços em suas poesias; um exemplo é o uso constante do caramujo.
E
a força cinematográfica de Caramujo-flor está na estruturação de metáforas audiovisuais propostas pelo diretor Joel Pizzini, que se vale de imagens de um cenário industrial ressignificadas em ambiente ficcional da obra.
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Leia o seguinte trecho do conto A hora e a vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa. 


[...] E aí o jumento andou, e Nhô Augusto ainda deu um eco, para o cerrado ouvir:

– “Qualquer paixão me adiverte...” Oh coisa boa a gente andar solto, sem obrigação nenhuma e bem com Deus!...

E quando o jegue empacava – porque, como todo jumento, ele era terrível de queixo-duro, e tanto tinha de orelhas quanto de preconceitos, – Nhô Augusto ficava em cima, mui concorde, rezando o terço, até que o jerico se decidisse a caminhar outra vez. E também, nas encruzilhadas, deixava que o bendito asno escolhesse o caminho, bulindo com as conchas dos ouvidos e ornejando. E bastava batesse no campo o pio de uma perdiz magoada, ou viesse do mato a lália lamúria dos tucanos, para o jumento mudar de rota, perdendo à esquerda ou se empescoçando para a direita; e, por via de um gavião casaco-de-couro cruzar-lhe à frente, já ele estacava, em concentrado prazo de irresolução. ROSA, João Guimarães. A hora e a vez de Augusto Matraga. In:___. Sagarana. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 38 ed, 1984. p. 378.


O conto A hora e a vez de Augusto Matraga está localizado no espaço preferido do autor Guimarães Rosa: o sertão do norte de Minas Gerais (mas há também paisagens do sul da Bahia). O espaço favorece a construção de personagens bem típicos como jagunços, peões e fazendeiros. Tanto a psique quanto a linguagem das pessoas desse lugar aparecem matizadas pelas pressões e necessidades desse ambiente. A obra, porém, não se submete ao determinismo simplista que se limita a procurar ecos da realidade social, econômica e política na configuração ideológica dos personagens. A respeito desse conto, assinale a alternativa correta.

A
Como filho do Coronel Afonsão Esteves, das Pindaíbas e do saco-do-embira, Nhô Augusto tomou para si a tarefa de recuperar a honra do pai, que se colocara na “política do lado que perde”, as “terras no desmando, as fazendas escritas por paga”.
B
Esse fragmento de texto é uma metonímia da psique do protagonista. O pensamento leve que o toma nesse instante é revelador da personalidade do menino que ainda é temente a Deus, pautando suas atitudes pelo respeito às regras cristãs mesmo depois de adulto.
C
O coloquialismo da linguagem de Guimarães Rosa, presente na frase “Qualquer paixão me adiverte...” metaforiza a serenidade e a humildade de patrão, que, embora tenha sido educado em escolas da capital, prefere o convívio e a linguagem dos peões que administra, donde também deriva o motivo de seu nome de batismo: Augusto.
D
A trajetória de desafios enfrentados para alcançar a santidade, tão bem explorados no conto, é coroada pela violenta morte que sucede a batalha contra Joãozinho Bem-Bem.
E
No sertão mítico de Guimarães Rosa, os animais são sagrados, possuem poderes mágicos e alguns têm a capacidade de prever o futuro. Tal é o caso desse fragmento de texto tirado dos primeiros momentos da narrativa, quando Augusto Matraga concede ao jegue o poder de decidir o destino do protagonista.
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Leia o texto a seguir.


Reflexões sobre o Romance Moderno


[...] A hipótese básica em que nos apoiamos é a suposição de que em cada fase histórica exista certo Zeitgeist, um espírito unificador que se comunica a todas as manifestações de culturas em contato, naturalmente com variações nacionais. Falamos nestas páginas da “cultura ocidental”, não tomando em conta as diversificações nacionais.

[...] A segunda hipótese sugere que se deva considerar, no campo das artes, como de excepcional importância o fenômeno da “desrealização” que se observa na pintura e que, há mais de meio século, vem suscitando reações pouco amáveis do público. O termo “desrealização” se refere ao fato de que a pintura deixou de ser mimética, recusando a função de reproduzir ou copiar a realidade empírica, sensível. Isso, sendo evidente no tocante à pintura abstrata ou não-figurativa, inclui também correntes figurativas como o cubismo, expressionismo ou surrealismo. Mesmo estas correntes deixaram de visar a reprodução mais ou menos fiel da realidade empírica. Esta, no expressionismo, é apenas “usada” para facilitar a expressão de emoções e visões subjetivas que lhe deformam a aparência; no surrealismo, fornece apenas elementos isolados, em contexto insólito, para apresentar a imagem onírica de um modo dissociado e absurdo; no cubismo, é apenas ponto de partida de uma redução a suas configurações geométricas subjacentes. Em todos os casos podemos falar de uma negação do realismo, se usarmos este termo no sentido mais lato, designando a tendência de reproduzir, de uma forma estilizada ou, não, idealizada ou não, a realidade apreendida pelos nossos sentidos.

ROSENFELD, Anatol. Reflexões sobre o romance moderno. In:___. Texto/contexto I. 5 ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. p. 75-97.


O curta metragem Dossiê Rê Bordosa (2008), dirigido por Cesar Cabral, explora o lúdico como estratégia de significação. Os elementos de linguagem de animação cinematográfica e a seleção dos planos, dos movimentos e das imagens registradas/apresentadas pela câmera favorecem as (re)interpretações do real possíveis ao telespectador. Tendo como base teórica as reflexões extraídas do texto de Anatol Rosenfeld (1996), importante crítico e teórico de teatro germano-brasileiro, assinale a alternativa correta sobre essa obra audiovisual.

A
Consoante à crítica de Anatol Rosenfeld, pode-se dizer que as imagens em movimento do filme estão em oposição às mensagens verbais utilizadas nas tirinhas escritas, o que deforma a leitura dos elementos da contracultura e do imaginário modernos.
B
A protagonista de Dossiê Rê Bordosa é uma forma “desrealizada”, mas objetiva, de uma mulher do movimento de Contracultura do século XX.
C
A animação produz uma desrealização da figura feminina, exaltando os valores da cultura moderna.
D
Dossiê Rê Bordosa se relaciona com as reflexões propostas por Anatol Rosenfeld, já que, enquanto representação audiovisual, produz o fenômeno da desrealização e suscita leituras críticas da contemporaneidade.
E
A animação pode ser considerada um exemplo de expressão artística contemporânea do fenômeno de “desrealização”, o que a distancia de pinturas abstratas ou não figurativas, como as do cubismo, do expressionismo e do surrealismo.
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Leia os trechos a seguir retirados do romance Cem anos de solidão (1967), de Gabriel Garcia Marques, e assinale a alternativa correta.


TRECHO 1

Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.


TRECHO 2

[...] apesar de todo mundo considerá-lo louco, José Arcadio Segundo era naquele tempo o habitante mais lúcido da casa. Ensinou o pequeno Aureliano a ler e a escrever, iniciou-o no estudo dos pergaminhos e incutiu-lhe uma interpretação tão pessoal do que significou para Macondo a companhia bananeira que muitos anos depois, quando Aureliano se incorporasse ao mundo, haveria de se pensar que contava uma versão alucinada, porque era radicalmente contrária à falsa que os historiadores tinham admitido e consagrado nos textos escolares.


TRECHO 3

Muitos anos depois, esse menino haveria de continuar contando, sem que ninguém acreditasse, que tinha visto o tenente lendo com um megafone de vitrola o decreto Número 4 do Chefe Civil e Militar da província, assinado pelo General Carlos Cortes Vargas e pelo seu secretário, o Major Henrique García Isaza, que em três artigos de oitenta palavras classificava os grevistas de quadrilha de malfeitores e facultava ao exército o direito de matá-los a bala.

A
A expressão “muitos anos depois”, recorrente nos trechos, é também recorrente na narrativa; por ela o leitor sabe sobre a posição restrita dos muitos narradores do romance em relação ao seu conhecimento do passado, do presente e do futuro da história contada, além disso, pela expressão, evidencia-se a incapacidade desses narradores de acessarem ações, pensamentos e sentimentos dos personagens nos vários tempos mencionados.
B
A tensão entre os protagonistas do romance e seus inimigos, tensão presente em dois dos trechos, é recorrente em toda narrativa; a violência decorrente dessa tensão é abordada de modo onisciente pelo narrador, que dialoga criticamente com a história oficial, a qual é representada, no romance, como expressão do poder sociopolítico-econômico, imperialista, conservador e antipopular colombiano.
C
O conflito entre a versão familiar e a versão oficial dos fatos é recorrente nos trechos e na narrativa; esta atravessa em detalhes a vida das gerações de uma única família colombiana, proporciona aos membros dessa família o direito de narrar suas próprias vivências, em primeira pessoa, explicitando a violenta história oficial, imperialista, conservadora e antipopular colombiana, que invariavelmente os oprime.
D
A tensão entre sanidade mental e loucura, presente num dos trechos, é recorrente em toda narrativa; esta é construída por um narrador onisciente, que transita pelos diversos tempos, narrador que, contudo, prefere manter silêncio sobre as mentiras da história oficial colombiana, inscrita nos livros escolares, a qual tenta se impor, via narrador, como a única versão racional e sadia da realidade do país.
E
O contraste entre passado e presente, recorrente nos três trechos, é recorrente também na narrativa; esta procura apresentar, de modo isento, as diversas versões da história oficial colombiana, sob a ótica narrativa e comprometida de diversos membros de uma única família de classe alta, ao longo de uma cronologia linear, sem idas e vindas, cujo resultado é atenuar o contraste entre as várias versões.
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Analise os dois trechos a seguir da peça Quase ministro (encenada pela primeira vez em 1862), de Machado de Assis.


TRECHO 1


[...] Cena XIII

BASTOS: Aí chega S. Exa.

MARTINS: Meus senhores...

SILVEIRA: (apresentando Pereira) - Aqui o senhor vem convidar-te para jantar com ele.

MARTINS: Ah!

PEREIRA: É verdade; soube da sua nomeação e vim, conforme o coração me pediu, oferecer-lhe uma prova pequena da minha simpatia.

MARTINS: Agradeço a simpatia; mas o boato que correu hoje, desde manhã, é falso... O ministério está completo, sem mim.

TODOS: Ah! [...]


TRECHO 2


[...] SILVEIRA: Mas esperem: onde vão? Ouçam ao menos uma história. É pequena, mas conceituosa. Um dia anunciou-se um suplício [enforcamento]. Toda gente correu a ver o espetáculo feroz. Ninguém ficou em casa: velhos, moços, homens, mulheres, crianças, tudo invadiu a praça destinada à execução. Mas, porque viesse o perdão à última hora, o espetáculo não se deu e a forca ficou vazia. Mais ainda: o enforcado, isto é, o condenado, foi em pessoa à praça pública dizer que estava salvo e confundir com o povo as lágrimas de satisfação. Houve um rumor geral, depois um grito, mais dez, mais cem, mais mil romperam de todos os ângulos da praça, e uma chuva de pedras deu ao condenado a morte de que o salvara a real clemência. - Por favor, misericórdia para este. (apontando para Martins) Não tem culpa nem da condenação, nem da absolvição [...].


Considerando os dois trechos e ainda seus conhecimentos sobre essa obra, assinale a afirmativa correta.

A
Correspondem a trechos iniciais da peça de Machado, nos quais, respectivamente, o protagonista Martins dá a notícia frustrante da não nomeação de outro personagem para o cargo de ministro, e no qual Martins é apedrejado, por um grupo oportunista, em praça pública por não se tornar ministro.
B
Correspondem ao clímax do conto de Machado, que, a partir daí, encaminha-se para a finalização, em que se fica sabendo da participação de Martins no novo ministério e, consequentemente, de sua morte por engano, linchado pelo grupo de personagens oportunistas que o visitam em sua casa.
C
Correspondem ao clímax da peça de Machado, em que a tragicomédia se consuma, respectivamente, com a notícia inesperada da não nomeação de Martins, e com sua exemplar punição pelos demais personagens que, literalmente, apedrejam-no em praça pública.
D
Correspondem a trechos, respectivamente, do início e do final da tragédia de Machado, em que o aspecto dramático é ressaltado com elementos já conhecidos do público e dos personagens, a saber, o fato de Martins não conseguir ser ministro e de história contada por Silveira que envolve participação dos presentes em um apedrejamento.
E
Correspondem a trechos finais da peça de Machado, respectivamente, ao momento em que o próprio Martins dá a notícia de sua não nomeação ao cargo de ministro, e a uma anedota contada por Silveira, que relaciona ironicamente os visitantes interesseiros da casa de Martins com o povo da anedota.
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Leia o trecho a seguir de A máquina do mundo, poema de Carlos Drummond de Andrade, correspondente à quarta, quinta e sexta estrofes, e assinale a alternativa correta.


[...] a máquina do mundo se entreabriu

para quem de a romper já se esquivava

e só de o ter pensado se carpia.


Abriu-se majestosa e circunspecta,

sem emitir um som que fosse impuro

nem um clarão maior que o tolerável


pelas pupilas gastas na inspeção

contínua e dolorosa do deserto,

e pela mente exausta de mentar [...]

A
As expressões “pupilas gastas”, “mente exausta de mentar” e “quem” se referem à máquina do mundo, descrita pelo eu que fala (possivelmente o poeta), referido no poema pela expressão “impuro”.
B
O poema espelha aspectos da forma modernista inerente à obra do poeta Drummond, com estrofes e versos irregulares, sem rimas, livres e brancos.
C
A expressão “se entreabriu” dá a medida do quanto a máquina do mundo se revela ao eu que fala e que a viu, isto é, de modo tímido, sem se apresentar completamente, o que pode ser constatado ao longo do poema.
D
“Se entreabriu”, “abriu-se” e “sem emitir” são expressões que contêm verbos de ação, que estruturam o gênero do poema que, apesar de ser uma “tentativa de explicação do estar no mundo” feita pelo poeta, é mais narrativo que lírico.
E
A escolha do título do poema, “A máquina do mundo”, e das estrofes estruturadas com três versos é procedimento de intertextualidade que remete o poema à tradição lírica ocidental, relacionando-o à prosa de Camões e Dante Alighieri.
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Leia os seguintes trechos de Terra sonâmbula, de Mia Couto, publicado pela Editora Caminho em 1992.

I. "Quero pôr os tempos, em sua mansa ordem, conforme esperas e sofrências. Mas as lembranças desobedecem, entre a vontade de serem nada e o gosto de me roubarem do presente. Acendo a estória, me apago a mim. No fim destes escritos, serei de novo uma sombra sem voz"(p. 15).

II. "Deixei o caminho antigo da casa, olhei a paisagem, o paciente verde. Meus olhos derretiam aquelas visões, fosse para guardar o passado em navegáveis águas. Era noite quando a canoa desatou o caminho. O escuro me fechava, apagando os lugares que foram meus. Sem que eu soubesse começava uma viagem que iria matar certezas da minha infância" (p.34).

A propósito desses fragmentos, assinale a alternativa correta.

A
Em I, o narrador em 3ª pessoa inicia o relato realista da guerra civil em Moçambique.
B
Em I, as lembranças de Kindzu submetem-se tranquilamente à ?mansa ordem? da escrita.
C
Em II, Muidinga descreve como começou sua viagem ao lado de Tuahir.
D
Em II, Kindzu observa a paisagem de sua infância a fim de poder voltar a ela mais tarde, em lembrança.
E
Em I e II, Muidinga relata seu amadurecimento durante a leitura dos cadernos de Kindzu.